Sinopse

O cotidiano de uma família de classe média-baixa brasileira, mostrado com muito bom humor. Lineu é um veterinário mal remunerado, casado com Nenê, uma abnegada dona de casa que superprotege os filhos. Ele sustenta a prole: Júnior, um estudante contestador, Tuco, um hippie desligado, e Bebel. E ainda o genro malandro, Agostinho, garçom de um motel, e abriga o sogro, seu Flor, que dorme no sofá da sala.

E assim, aos trancos, vão vivendo os Silva – entre as armações de Agostinho, os chiliques de Bebel, a ironia de Seu Flor e os sermões de Lineu. Questões sociais como desemprego, falta de dinheiro e corrupção, são enfocados. O mais importante, porém, é mostrar o dia a dia de uma família que vive mergulhada na luta pela sobrevivência, mas que tem jogo de cintura para superar as dificuldades e permanecer unida.

Globo – 21h
de 26 de outubro de 1972 a 27 de março de 1975
112 episódios

criação de Marcos Freire
roteiros de Max Nunes, Oduvaldo Viana Filho, Armando Costa e Paulo Pontes
direção de Milton Gonçalves (1972) e Paulo Afonso Grisolli (1973-1975)

Família Silva
JORGE DÓRIA – Lineu
ELOÍSA MAFALDA – Nenê
BRANDÃO FILHO – Seu Flor
OSMAR PRADO – Júnior
LUIZ ARMANDO QUEIRÓZ – Tuco
DJENANE MACHADO – Bebel
MARIA CRISTINA NUNES – Bebel
PAULO ARAÚJO – Agostinho
CLÁUDIA CRISTHINA – Chiquinha (filha de Agostinho e Bebel)

Crônica da família

A ideia inicial de A Grande Família era fazer uma versão da série americana Tudo em Família (All in the Family). Porém, o programa ganhou uma identidade própria ao enfocar problemas tipicamente brasileiros com muito bom humor.

A Grande Família fez sucesso entre o público, que se identificou com os problemas da família Silva. Segundo Oduvaldo Viana Filho, o Vianinha, um dos roteiristas, o programa era uma ironia às dificuldades do povo e uma crônica da família. Ele chegou a dizer que era a democratização do fracasso, não no sentido de derrota, mas de solidariedade com os não vitoriosos, que enfrentam e vencem todas as situações apresentadas.

O programa ia ao ar todas as quintas-feiras. Foram produzidos 112 episódios e o primeiro foi transmitido ao vivo.

Críticas ao regime político

Daniel Filho mencionou em seu livro “O Circo Eletrônico”:

“O primeiro episódio, escrito pelo Vianinha, em parceria com Armando Costa, chamou-se ‘A Mudança’. Eles inseriram, nas entrelinhas, críticas ao regime político da época e à situação em que o povo estava vivendo. Fizeram episódios maravilhosos, como ‘O Recadão’, onde os personagens não conseguiam se comunicar (uma metáfora da censura) e o jeito era deixar um recado escrito. Esse recado era mal entendido e aí as próprias pessoas de casa passavam a censurar o recado. Saiu da cabeça maravilhosa e alucinada do Armando Costa e de uma estrutura perfeita que o Vianinha dominava, por todo o seu conhecimento teatral.”

Fim do programa

Em março de 1975, A Grande Família passou a ser transmitido em cores, mas logo o programa foi suspenso, por causa da morte de Vianinha. Paulo Pontes chegou a substituí-lo como redator principal, mas terminou por se achar sem condições psicológicas para continuar a tarefa. No ano seguinte, também ele faleceu.

Vianinha faleceu em 16/07/1974, aos 38 anos, de câncer no pulmão. Paulo Pontes faleceu em 27/12/1976, aos 36 anos, de câncer no estômago.

Substituição de atriz

Djenane Machado se negou a continuar no segundo ano da série. Disse que não queria ficar marcada pela personagem Bebel. Foi então substituída de um episódio para outro por Maria Cristina Nunes. E, durante o episódio, não se falou nada da substituição. Apenas um dos personagens achou que ela estava “um pouco diferente”. (“O Circo Eletrônico”, Daniel Filho)

Ao sair da série, em agosto de 1973, Djenane Machado deixou a equipe sem saber o que fazer com sua personagem. A solução encontrada foi no mínimo curiosa: chegando em casa de manhã, Agostinho (Paulo Araújo) vai beijar sua esposa e, por debaixo dos lençóis, surge a atriz Maria Cristina Nunes. Depois de levar um susto, o personagem é informado que Bebel fez uma plástica. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

Outras versões

Em 1987, a Globo produziu um episódio especial de Natal, escrito por Marcílio Moraes, mostrando o que aconteceu com a família nos últimos anos. Era uma homenagem a Oduvaldo Viana Filho promovida pelo diretor Paulo Afonso Grisolli, o mesmo de doze anos antes. O elenco era o mesmo do seriado original.

Em 2001, a Globo lançou a nova versão de A Grande Família, série que se tornou a mais longeva de sua história, permanecendo no ar até 2014, por mais de 13 anos. No elenco, a nova família Silva foi formada por Marco Nanini (Lineu), Marieta Severo (Nenê), Rogério Cardoso (Seu Flor), Lúcio Mauro Filho (Tuco), Guta Stresser (Bebel) e Pedro Cardoso (Agostinho).

O terceiro filho dos Silva, Júnior, não existiu no remake. Na versão original, a presença de Júnior (vivido por Osmar Prado) se justificava em uma necessidade política de Vianinha em fazer críticas sociais. Por causa disso era quase sempre censurado e episódios foram proibidos de ir ao ar.

Pedro Cardoso, o Agostinho do remake, havia participado do especial de Natal de 1987, como um estudante de teatro por quem Bebel se apaixona após deixar o marido Agostinho (Paulo Araújo).

Tema de abertura: A GRANDE FAMÍLIA – Tom e Dito

Esta família é muito unida
E também muito ouriçada
Brigam por qualquer razão
Mas acabam pedindo perdão

Pirraça pai, pirraça mãe, pirraça filha
Eu também sou da família
Também quero pirraçar

Caduca pai, caduca mãe, caduca filha
Eu também sou da família
Também quero caducar

Caduca pai, mãe, filha
Eu também sou da família
Também quero caducar…

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