Sinopse

Rodrigo, um gaúcho solitário fugindo do sul, se instala em uma mansão do Jardim América, em São Paulo, onde moram sete mulheres – todas na onda do golpe do baú: a publicitária Madalena, as aeromoças Regina e Cláudia, a chacrete Ciça, a manicure Suzete e as solteironas Dulce e Dinorá.

Madalena trabalha em uma agência de publicidade, de propriedade do agitado publicitário Pardal. Ele está desenvolvendo uma campanha inovadora para promover uma marca papel higiênico: ao ser desenrolado, o papel apresenta ao consumidor uma história em quadrinhos.

Globo – 19h
de 26 de outubro de 1970
a 17 de abril de 1971

novela de Walther Negrão
direção de Régis Cardoso

Novela anterior no horário
Pigmalião 70

Novela posterior
Minha Doce Namorada

SÉRGIO CARDOSO – Rodrigo
TÔNIA CARRERO – Glória
MARCOS PAULO – Téo
RENATA SORRAH – Madalena
BETTY FARIA – Ciça (Cecília)
SUSANA VIEIRA – Regina
PAULO GOULART – Tomás
ARMANDO BÓGUS – Pardal
PAULO GRACINDO – Sr. Borges
EDNEY GIOVENAZZI – Mário Yamashita
GRACINDO JÚNIOR – Clóvis
CÉLIA BIAR – Dulce
ELOÍSA MAFALDA – Dinorá
FELIPE CARONE – Jarbas
JACYRA SILVA – Suzete
NORAH FONTES – Júlia
MARIA CRISTINA NUNES – Teca
CARMEM SILVA – Dona Saudade
IDA GOMES – Zilda
IRENE SINGERY – Cláudia
RACHEL MARTINS – Lurdes
LÚCIA MARINA – Lolita
JARDEL MELLO – Alberto
TÂNIA SCHER – Laura
REYNALDO GONZAGA – Tibério
NELSON CARUSO
JUAN DANIEL – Eugênio
ÁLVARO AGUIAR – Álvaro (animador)
SILVIO DE ABREU – Subdelegado Damasceno Righi Salomão
ÊNIO CARVALHO – Silvio
PAULO RESENDE – secretário de Tomás
LOUISE MACEDO – viúva

Plágio

Primeira novela solo e inteira de Walther Negrão na TV Globo – anteriormente, ele roteirizou os últimos capítulos de A Cabana do Pai Tomás (1970).

O autor sofreu um processo de plágio imposto pelo dramaturgo Hélio Bloch, que alegou que em sua peça “A Úlcera de Ouro” havia ingredientes usados por Negrão na novela. Especificamente, a campanha que a agência de publicidade da trama fazia para promover um determinado papel higiênico que, ao ser desenrolado, mostrava uma história em quadrinhos. Bloch ganhou o processo e recebeu (comenta-se) uma considerável indenização.

O veredito final do processo saiu em 1974, quando Negrão escrevia a novela Supermanoela, cheia de problemas nos bastidores, além de baixa repercussão. O autor acabou demitido. Negrão foi escrever novelas para a TV Tupi e só retornou à Globo em 1980. (“Biografia da Televisão Brasileira”, Flávio Ricco e José Armando Vannucci)

Para o livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo” (de André Bernardo e Cíntia Lopes), Negrão afirmou que a ideia da novela partiu de dois executivos da TV Globo que sugeriram adaptar a trama do filme O Cadilac de Ouro (1956, de Richard Quine):

“Na ânsia de acertar e agradar os chefes (…), aceitei sugestões de temas para desenvolver a novela. Dentre elas, duas pessoas, cujos nomes não vou citar, até porque uma está morta, sugeriram um filme como ponto de partida, O Cadilac de Ouro. Por coincidência, a mesma fonte de inspiração de Hélio Bloch para escrever “A Úlcera de Ouro”. Foi ingenuidade minha, porque as semelhanças apareceram. Quem deveria ter processado era o roteirista do filme. A mim e ao Hélio Bloch.”

Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo), Negrão revelou o nome do falecido diretor: Augusto César Vannucci.

Elenco

Um destaque: o japonês Yamashita, interpretado por Edney Giovenazzi – um caso de yellow face, em que um ator branco se caracteriza de personagem asiático.

Em A Próxima Atração, Walther Negrão, pela primeira vez, batizou um personagem com um nome que tornou-se recorrente em sua obra, replicado em outras novelas: Damasceno Righi Salomão. De acordo com depoimento de Negrão ao programa Persona em Foco, da TV Cultura, Damasceno Righi Salomão era o nome de um amigo de sua família, um fotógrafo em Avaré (SP), sua cidade natal.
Para interpretar o personagem, foi escalado Silvio de Abreu, futuro escritor de novelas que, à época, era ator. Silvio e Negrão voltaram com Damasceno na novela seguinte do autor, Editora Mayo, Bom Dia, produzida pela TV Record. Era o primeiro caso de um personagem que reapareceu em uma novela posterior. O próprio Silvio de Abreu, anos mais tarde, usou bastante esse recurso em suas novelas.
Walther Negrão retornou com o personagem em duas outras tramas, com outros atores: em Fera Radical (1988) foi interpretado por Milton Gonçalves, e, em Sol Nascente (2016-2017), por Emílio Orciollo Netto.

Primeira novela das atrizes Tânia Scher e Maria Cristina Nunes e do ator Reynaldo Gonzaga.
Estreia na Globo dos atores Armando Bógus, Jardel Mello e Ênio Carvalho.

Protestos

Na época, houve controvérsia entre os publicitários, por causa da imagem da profissão, retratada pelo personagem de Armando Bógus, que alguns julgavam ser negativa.

A composição de Rodrigo, feita por Sérgio Cardoso, também foi bastante criticada pelos gaúchos.

Trilha sonora

Esta foi a sexta e última trilha sonora de novela produzida por Nelson Motta pela gravadora Philips. As anteriores foram Véu de Noiva, Verão Vermelho, Pigmalião 70, Irmãos Coragem e Assim na Terra Como no Céu. Na sequência foi criada a Som Livre, que mudou o esquema de produção de trilhas sonoras para novelas.

A música de maior sucesso do LP A Próxima Atração foi “Madalena”, de Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, clássico do repertório da cantora Elis Regina. Nelson Motta explicou que a música fez o autor Walther Negrão alterar o nome da personagem para a qual ela foi reservada. Nelson narrou ao livro “Teletema, a História da Música Popular Através da Teledramaturgia Brasileira”, de Guilherme Bryan e Vincent Villari:
“A personagem de Renata Sorrah tinha outro nome. Quando mostrei a música, eles toparam mudar para Madalena. A canção era inédita e alavancou o sucesso do compacto duplo da Elis. Acabou sendo um dos maiores sucessos da carreira dela.”

Em 2001, as trilhas sonoras das novelas A Próxima Atração, Véu de Noiva e Pigmalião 70 (lançadas em 1970), que pertencem ao catálogo da gravadora Universal Music, foram reeditadas em CD no Japão, mas nunca foram relançadas no Brasil.

E mais

Lamentavelmente não existem mais imagens dessa novela. A hipótese mais provável é que as fitas tenham-se perdido em um dos incêndios posteriores que ocorreram na TV Globo (em 1971 ou em 1976).

01. CIÇA CECÍLIA – Erasmo Carlos (tema de Ciça)
02. A PRÓXIMA ATRAÇÃO – Ivan Lins (tema de abertura)
03. REGINA – Ronnie Von (tema de Regina)
04. ZIP – Briamonte Orquestra
05. PANORAMA SEGUNDO RODRIGO – Marcus Pitter (tema de Rodrigo)
06. QUEM VEM DE LÁ – MPB 4
07. MADALENA – Elis Regina (tema de Madalena)
08. DIA DO GRILO – A Charanga
09. SUCESSO AQUI VOU EU – Rita Lee
10. SOL NASCENTE – Roberto Menescal
11. VERDES CAMPOS DA AMÉRICA – Antônio Cláudio
12. ATMOSFERA – Briamonte Orquestra

Sonoplastia: Roberto Rosemberg
Direção de produção: Nelson Motta
Arranjos: Chiquinho de Moraes, Rogério Duprat, Arthur Verocai, Roberto Menescal e Paulo Machado
Philips

O LP A Próxima Atração teve três versões diferentes de capa. As duas primeiras apenas mudavam a cor de fundo, uma preta e outra vermelha. A terceira exibia a repetição da imagem em vermelho em planos subsequentes.

Tema de abertura: A PRÓXIMA ATRAÇÃO – Ivan Lins

Ele não diz “não”, promete mas não faz
É solteirão, dinheiro tem demais
Vidão, sempre chamariz
Feliz, talvez, quem sabe infeliz?
Um bon-vivant, um novo don-juan
E a curtição é negar o coração
Elas sempre são um tiro de festim
E vão em vão pro golpe do baú cair
Gente, o que se vê? Cifrão luzir
Boutiques de prazer, o amor morrer
Por isso mesmo eu sei porque se vê
Ele ainda solteirão…

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