Sinopse

A batalhadora Ana é dona de uma pizzaria na Mooca, bairro de tradição italiana em São Paulo. Ela é amante, há vinte anos, do mau-caráter Marcelo, com quem teve três filhos. O verdureiro Juca, de quem Marcelo é irmão de criação, é dono de uma banca de frutas no Mercado Municipal e apaixonado por Ana, mas ela só tem olhos para o pai de seus filhos. Marcelo é casado, por interesse, com a rica Francesca Ferreto, mas vive um tórrido romance com a inescrupulosa Isabela, sobrinha de sua esposa e noiva de Diego, que desconhece o verdadeiro caráter dela.

Na mansão Ferreto, moram também as irmãs de Francesca: a autoritária Filomena, que administra o frigorífico da família e controla os negócios, além de manipular a vida do clã, principalmente a do marido submisso, Eliseo; e Carmela, mulher fútil ressentida por ter sido abandonada pelo marido Adalberto, que superproteje a filha, a pérfida Isabela. A última das irmãs Ferreto surge logo depois: após uma temporada na Itália, a personalística Romana retorna ao Brasil com um “filho adotivo” a tiracolo, Bruno, na verdade seu amante.

Ao descobrir o caso de Marcelo e Ana, Francesca fica transtornada. Porém, sua morte repentina abala a família Ferreto. Ela viajaria para flagrar o marido com a amante, mas foi envenenada na sala do aeroporto. Paralelamente ao trabalho do detetive Olavo, a jovem estudante Irene inicia uma investigação após ver o pai, Hélio, e a tia, Júlia, assassinados. Júlia foi baleada enquanto Hélio foi morto ao mesmo tempo que Francesca, envenenado no aeroporto. Helena, mãe de Irene, que vivia um casamento fracassado, ficou aliviada com a morte do marido, livre para viver seu amor por Juca, de classe social e realidade bem diferentes das dela.

Uma série de assassinatos, aparentemente sem motivo e conexão entre si, passa a ocorrer. Uma lista de horóscopo chinês, recebida pelas vítimas antes de cada crime, é o que há de comum entre todas as mortes. Intrigada com a sequência de assassinatos inexplicáveis, Irene tenta descobrir não só a identidade do matador, mas também quem será a próxima vítima. Ao final, descobre-se que os crimes tinham relação com o assassinato, ocorrido no passado, de Gigio di Angelis, primeiro marido de Francesca Ferreto.

Globo – 20h
de 13 de março a 4 de novembro de 1995
203 capítulos

novela de Sílvio de Abreu
escrita por Sílvio de Abreu, Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral
direção de Jorge Fernando, Rogério Gomes, Marcelo Travesso e Alexandre Boury
direção geral de Jorge Fernando

Novela anterior no horário
Pátria Minha

Novela posterior
Explode Coração

TONY RAMOS – Juca (José Carlos Mestieri)
SUSANA VIEIRA – Ana Carvalho
JOSÉ WILKER – Marcelo Rossi
ARACY BALABANIAN – Filomena Ferreto Giardini
CLÁUDIA OHANA – Isabela Ferreto Vasconcelos
NATÁLIA DO VALLE – Helena Ribeiro
TEREZA RACHEL – Francesca Ferreto Rossi
YONÁ MAGALHÃES – Carmela Ferreto Vasconcelos (Cacá)
ROSAMARIA MURTINHO – Romana Ferreto
GIANFRANCESCO GUARNIERI – Eliseo Giardini
LIMA DUARTE – Zé Bolacha
PAULO BETTI – Olavo de Melo
VIVIANNE PASMANTER – Irene Ribeiro
MARCOS FROTA – Diego Bueno
CECIL THIRÉ – Adalberto Vasconcelos
VERA HOLTZ – Quitéria Quarta-Feira (Quitéria Bezerra)
OTÁVIO AUGUSTO – Ulisses Carvalho
ALEXANDRE BORGES – Bruno
FLÁVIO MIGLIACCIO – Vitinho Giovanni
NICETTE BRUNO – Nina Giovanni
ANTÔNIO PITANGA – Cleber Noronha
ZEZÉ MOTTA – Fátima Noronha
SELTON MELLO – Tonico
DEBORAH SECCO – Carina
ANDRÉ GONÇALVES – Sandrinho
LUI MENDES – Jeferson
NORTON NASCIMENTO – Sidney
CAMILA PITANGA – Patrícia
ROBERTO BATAGLIN – Cláudio
PEDRO VASCONCELLOS – Lucas
GEORGIANA GÓES – Iara
EDUARDO FELIPE – Júlio
LUGUI PALHARES – Adriano
ISABEL FILLARDIS – Rosângela
MILA MOREIRA – Carla
PATRÍCIA TRAVASSOS – Solange Lopes
VERA GIMENEZ – Andréia Barcelos
VICTOR BRANCO – Alfredo
LÍDIA MATTOS – Diva
LIANA DUVAL – Ivete Bezerra
EDGARD AMORIM – Miro (Miroldo)
ANDRÉA AVANCINI – Teca
NIZO NETO – Marco
MARCELO BARROS – Cuca
WASHINGTON GONZALEZ – Duda Maluco
CATARINA ABDALLA – Marizete
LUCY MAFRA – Alcina

o menino PATRICK DE OLIVEIRA – Arizinho

e
ADÉLIA LAZARI – Genoveva (cliente de Ana na pizzaria)
ADEMIR ZANYOR – da turma de Irene na faculdade
ALBERTO PEREZ – Dr. Campos (médico dos Ferreto, no primeiro capítulo)
ALFREDO MARTINS – um dos advogados dos Ferreto
ANTÔNIO FAGUNDES – Astrogildo (irmão de Marizete, pretendente de Nina, no final)
BRUNO GIORDANO – Nicolai (um dos corretores de ações responsáveis pelo Frigorífico Ferreto entrar na Bolsa)
CACO CIOCLER – ator de uma peça teatral assistida por Helena, no início
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Gigio di Angelis (primeiro marido de Francesca, assassinado em 1968)
CARLOS SEIDL – um dos advogados dos Ferreto
CASTRO GONZAGA – Pedro Roncalho (tio de Arnaldo Roncalho)
CÉVIO CORDEIRO – Lineu Palhares (estelionatário amigo de Cléber, do passado, convida-o para trabalhar com ele)
CLÁUDIA RAIA – mulher misteriosa morta com um tiro no último capítulo
CLÁUDIO MACDOWELL – José Celso (representante do bairro que reclama com Júlia por ela ajudar meninos de rua)
DALMO CORDEIRO – Giba (da turma de Irene na faculdade)
DANDARA GUERRA – Isabela (criança)
DANIELLE WINITS – Ana (jovem)
DARY REIS – delegado
DENISE DEL CUETO – Clarice Pereira (escrivã da delegacia)
ÉLCIO ROMAR – Eurípedes Lopes (investiga as mortes de Hélio e Francesca, no início)
EMILIANO QUEIROZ – Antônio Quintela (advogado de Marcelo)
ÊNIO SANTOS – médico de Marcelo
FRANCISCO CUOCO – Hélio Ribeiro (marido de Helena, vítima do assassino)
GILBERTO MIRANDA – avisa Rosângela que está havendo um assalto no banco onde ela trabalha
GILBERTO SÁLVIO – pai de Ana e Ulisses
GLÓRIA MENEZES – Júlia Braga (irmã de Helena, vítima do assassino)
HILDA REBELLO – Dona Zulmira (moradora da Mooca, cliente de Ana na pizzaria)
JAIME LEIBOVITCH – terapeuta de Helena
JAMAICA MAGALHÃES – moradora da favela dominada por Duda Maluco
JEFFERSON DOUGLAS – delegado federal
JONAS BLOCH – delegado para quem Juca pede para soltar Júlio
JORGE LUCAS – um dos policiais que prendem Tonico
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – Josias da Silva (garçom na pizzaria de Ana, pai de Duda Maluco, vítima do assassino)
JOSÉ STEIMBERG – Sérgio
JÚLIO FERNANDO – cavalariço do haras onde Irene tenta desvendar a morte de Leontina
KLEBER DRABLE – padre no funeral de Cléber
LAFAYETTE GALVÃO – Dr. Osny Silveira (médico que se recusa a ajudar Isabela na falsa gravidez)
LEONARDO JOSÉ – Dr. Zaidan (advogado de Helena no divórcio)
LÍCIA MAGNA
LUCA DE CASTRO – Oswaldir
LUÍS DE LIMA – padre da Mooca que casa Tonico e Carina
LUIZ BACELLI – professor de Irene na faculdade
LU MARTAN – corretor de imóveis que mostra casas para Marcelo e Isabela
MARCELO ASSUMPÇÃO – um dos policiais que prendem Tonico
MARCELO CAPOBIANCO – assaltante no banco onde Rosângela e Sidney trabalham
MÁRCIA MANFREDINI – Dona Darci (colega de trabalho de Fátima)
MARCO MIRANDA – um dos advogados dos Ferreto
MARCUS ALVISI – Dr. Milton (médico de Lucas, no final)
MARCUS TEIXEIRA
MARIA CAROL REBELLO – cliente de Ana na pizzaria
MARIA HELENA DIAS – Leontina Mestieri (falecida mulher de Zé Bolacha, secretária de Francesca em 1968, vítima do assassino)
MAURO MENDONÇA – Otávio Bueno (pai de Diego)
MILHEM CORTAZ – capanga de Duda Maluco
MILTON ANDRADE – “laranja” de Adalberto na compra das ações do Frigorífico Ferreto na Bolsa
NARDEL RAMOS – morador da favela dominada por Duda Maluco
NORMA GERALDY – Úrsula (uma das tias das irmãs Ferreto no casamento de Isabela e Diego)
ORION XIMENES – testamenteiro
PAULA DE PAULA – da turma de Irene na faculdade
PEDRO FARAH (FARNETTO) – padre que casa Isabela e Marcelo
REGINALDO FARIA – Arnaldo Roncalho (piloto do iate e testemunha do crime em 1968, com medo passou a usar o nome Paulo Soares, acaba vítima do assassino)
RENATA SCHUMANN – Sabrina (filha de Olavo, da turma de Irene na faculdade)
RENATA VASCONCELLOS – modelo que posa na campanha em que Cláudio é assistente do fotógrafo
RENATO NEVES – Greg (fotógrafo amigo de Cláudio)
RICARDO WARNICK – Pedro Paulo (amigo de Carla)
RUBEM DE BEM – Pacheco (barman da boate onde Quitéria faz ponto à noite)
SAMIR MURAT – Roberval Corrêa (taxista que leva Isabela da represa de volta para o shopping, quando ela mata Andréia)
SHIMON NAMIAS – homem que ameaça Júlia em uma praça por ela proteger menores de rua
SILVIO POZATTO – Fausto (um dos corretores de ações responsáveis pelo Frigorífico Ferreto entrar na Bolsa)
SUZANA WERNER – modelo que posa na campanha em que Cláudio é assistente do fotógrafo
TÂNIA SCHER – Márcia Bueno (mãe de Diego)
VANDA LACERDA – Anunciata (uma das tias das irmãs Ferreto no casamento de Isabela e Diego)
VANESSA LÓES – modelo que posa na campanha em que Cláudio é assistente do fotógrafo
VÂNIA ALEXANDRE – moradora da favela dominada por Duda Maluco
WALDEMAR BERDITCHEVSKY – tio das irmãs Ferreto, no velório
WILSON RABELO – Jaime Pereira (taxista que leva Isabela do shopping para a casa de Andréia, quando Isabela a mata)
YEDA DANTAS – Pernambucana (prostituta com quem Zé Bolacha se relaciona)

– núcleo de JUCA (Tony Ramos), sujeito boa praça, popular, sincero, pacato, bom pai. Dono de uma banca de frutas no Mercado Municipal de São Paulo. Apesar da aparência rude, tem um coração de ouro, mas perde as estribeiras quando se depara com alguma injustiça:
os pais: ZÉ BOLACHA (Lima Duarte), caminhoneiro simpático, envolvente e sábio, apesar do pouco estudo. Tem uma relação difícil com o filho,
e LEONTINA (Maria Helena Dias), já falecida, vítima de uma queda de cavalo em que bateu a cabeça em uma pedra. Na verdade sabotagem: sua cela foi afrouxada
os filhos: TONICO (Selton Mello), trabalha em um frigorífico e estuda à noite. Esquentado e implicante. Ciumento da irmã, a vigia o tempo todo, fazendo as vezes do pai,
e IARA (Georgiana Góes), moça de temperamento forte, não se deixa dominar pelo irmão
os tios: VITINHO (Flávio Migliaccio), trabalha com ele no mercado. Preguiçoso e relapso, mas boa gente. Zé Bolacha está sempre implicando com ele. Vive encostado na casa da irmã, de quem, de certa forma, ainda depende. Sonha em arrumar uma boa moça para casar,
e NINA (Nicette Bruno), despachada, falante, tragicômica, futriqueira. Vive pegando no pé do irmão. Tem adoração pelo cunhado Zé Bolacha, por isso o mima
os funcionários no mercado MARCO (Nizo Neto) e CUCA (Marcelo Barros), moradores da favela, simpáticos, honestos e trabalhadores.

– núcleo de ANA (Susana Vieira), proprietária da Pizzaria da Mamma, na Mooca. Inteligente, despachada, protetora, passional. Sem muita cultura, às vezes é esquentada e até rude, mas profundamente humana. Ana é o amor de Juca, mas ela o enxerga apenas como seu melhor amigo, apesar de ele declaradamente externar seu amor. Ela ama outro homem, pai de seus filhos, mas não é a “mulher oficial”, já que ele tem outra família:
os filhos JÚLIO (Eduardo Felipe), o mais velho, esportista, namora Iara, apesar do cerco de Tonico,
SANDRINHO (André Gonçalves), estudante de Direito, o melhor amigo da mãe. Ao longo da trama, descobre-se que namora um colega da faculdade,
e CARINA (Deborah Secco), a queridinha do pai, voluntariosa, de temperamento forte, namora Tonico
o irmão ULISSES (Otávio Augusto), sujeito pacato, cuida da pizzaria com ela
o garçom JOSIAS (José Augusto Branco), o mais antigo, de sua confiança. Morre misteriosamente assassinado: foi empurrado na linha do trem
o filho de Josias, DUDA MALUCO (Washington Gonzalez), traficante na favela, para o desgosto do pai
a amiga de Carina, TECA (Andréa Avancini), moça sem família que vai trabalhar e morar na pizzaria. Envolve-se com Júlio e é amada por Marco.

– núcleo da família Ferreto, proprietária do Frigorífico Ferreto:
as irmãs: FILOMENA (Aracy Balabanian), a manda-chuva da família e dos negócios. Dominadora, autoritária, preconceituosa e arrogante, conquistou a posição de liderança no clã, que comanda com mão de ferro, capaz de tudo para defender seus interesses. A mágoa de sua vida é não poder ter gerado um filho,
FRANCESCA (Tereza Rachel), mulher impulsiva, passional, de sangue quente. Apesar de elegante e bem criada, é capaz de escândalos quando perde a cabeça. Morre misteriosamente, envenenada no aeroporto. Porém, tudo não passava de uma farsa, explicada no final,
ROMANA (Rosamaria Murtinho), a princípio, mora em Florença, na Itália, mas retorna ao Brasil com um “filho” a tiracolo, na verdade seu jovem amante. Adora dinheiro e desfrutar os prazeres que ele proporciona. De temperamento forte e calculista, é a única das irmãs que enfrenta os desmandos de Filomena,
e CARMELA (Yoná Magalhães), a caçula, agitada, ansiosa e fútil. Ressentida por ter sido abandonada pelo marido, que roubou a sua parte na herança dos Ferreto. Praticamente mora de favor na mansão e é constantemente lembrada disso por Filomena, que não perde uma oportunidade para espezinhá-la. Vai se envolver com um rapaz bem mais novo do que ela, enfrentando a fúria de Filomena, que desaprova esse romance
o primeiro marido de Francesca, GIGIO DI ANGELIS (Carlos Eduardo Dolabella), com quem ela não vivia bem, assassinado com um tiro em 1968
o atual marido de Francesca, MARCELO ROSSI (José Wilker), filho adotivo de Zé Bolacha, irmão de criação de Juca. Entrou para a família Ferreto e hoje é executivo no frigorífico. Um tipo charmoso, cínico, ambicioso e infiel, mais voltado ao dinheiro, sucesso e aos prazeres do que à família. Há vinte anos é amante de Ana, pai dos filhos dela, que o ama profundamente, mesmo ciente de que ele não largará a “mulher oficial”. Tem uma relação difícil com seu irmão Juca, inconformado por Ana preferi-lo
a filha de Carmela, ISABELA (Cláudia Ohana), adorada pela tia Filomena, que, por não poder ter filhos, transferiu à sobrinha todo seu amor materno. Uma víbora em pele de cordeiro, é inescrupulosa, ambiciosa, esperta e mau-caráter. Tem um caso secreto com o seu tio Marcelo, apesar de noiva
o marido de Filomena, ELISEO (Gianfrancesco Guarnieri), homem fraco, manso, dominado pela mulher, sem coragem para revidar ou se impor, pelo menos à primeira vista
o marido de Carmela, ADALBERTO (Cecil Thiré), que reaparece depois de muitos anos, após tê-la abandonado e roubado. Retorna depois de ter gasto todo o dinheiro dos Ferreto que levara consigo. Desprezado por toda a família da mulher
o jovem namorado de Carmela, ADRIANO (Lugui Palhares), estudante que inicia um romance sincero com ela, muitos anos mais velha do que ele
o amante de Romana, BRUNO (Alexandre Borges), mais novo que ela, a princípio, apresentado como seu filho adotivo. Bonito, insinuante, interesseiro e perigoso. Vai trair Romana ao envolver-se com Isabela
a amante de Eliseo, SOLANGE (Patrícia Travassos), que ele escondia de todos. Ex-prostituta, barraqueira, sem modos e sem papas na língua,
a secretária no frigorífico, ANDRÉIA (Vera Gimenez), cúmplice de Isabela em suas armações e falcatruas, acaba chantageada e morta por ela
os empregados na mansão: DIVA (Lídia Mattos) e ALFREDO (Victor Branco), fieis aos patrões.

– núcleo de HELENA (Natália do Valle), mulher rica e elegante, mas infeliz no casamento e com conflitos existenciais e problemas com os filhos. Após a morte repentina do marido, repensa a sua vida. Envolve-se com Juca, um homem simples e de classe social inferior, passando por cima dos preconceitos de sua classe. É apelidada pela família dele de “bonitona do Morumbi”:
o marido HÉLIO RIBEIRO (Francisco Cuoco), um famoso advogado. Relapso com a mulher, não percebe que ela é infeliz. Morre misteriosamente: foi envenenado com bebida na sala VIP do aeroporto, em companhia de Francesca Ferreto
os filhos: IRENE (Vivianne Pasmanter), estudante de Direito, colega de Sandrinho. Moça curiosa, teimosa e determinada. Investiga o assassinato do pai e as demais mortes, forçando a polícia a desvendar o caso. Apaixona-se por Zé Bolacha, quarenta anos mais velho do que ela,
e LUCAS (Pedro Vasconcellos), rapaz frágil e problemático. Envolveu-se com drogas e marginais. Sai quase curado de uma clínica de recuperação para drogados. Apaixona-se por Iara e é por meio dela que vai sentindo menos falta das drogas
a irmã JÚLIA BRAGA (Glória Menezes), senhora rica, boa e compreensiva, tem no seu envolvimento com menores carentes e suas famílias a principal razão da sua vida. Envolve-se com os problemas de uma favela vizinha de onde mora Helena. Também morre misteriosamente: leva um tiro depois que tem o seu carro fechado por um Opala preto
a amiga CARLA (Mila Moreira), bela, charmosa, prática e fútil. Tem sempre um novo namorado
os amigos de faculdade de Irene, SABRINA (Renata Schumann) e GIBA (Dalmo Cordeiro)
a empregada ALCINA (Lucy Mafra).

– núcleo do DETETIVE OLAVO (Paulo Betti), que investiga os assassinatos. Por meio da investigação, apaixona-se por Irene, mas acaba formando um triângulo amoroso com Helena e Juca:
o auxiliar MIRO (Edgard Amorim), com seu superior, forma uma dupla do tipo Sherlock Holmes e Watson.

– núcleo de DIEGO (Marcos Frota), de família rica, do interior paulista. Trabalha como executivo no frigorífico dos Ferreto. Noivo de Isabela, não sabe que é usado por ela. Descobre a traição da noiva no dia de seu casamento e a humilha perante todos. Acaba apaixonando-se por Irene:
o amigo CLÁUDIO (Roberto Bataglin), fotógrafo com quem divide um apartamento.

– núcleo de QUITÉRIA QUARTA-FEIRA (Vera Holtz), prostituta por opção, ainda exerce a profissão e não faz disso um drama. Mulher alegre e divertida, melhor amiga de Ana. Objeto de desejo de Vitinho. Acaba envolvendo-se com Ulisses:
a mãe IVETE (Liana Duval), senhora que, no passado, foi vítima de um ataque que a deixou paraplégica, entrevada em uma cadeira de rodas, e muda por causa do trauma. Ao longo da trama, descobre-se que ela estava recuperada, andava e falava, mas mantinha a farsa para se proteger. Vítima de um novo atentado, acaba morta a pauladas em sua casa
o menino de rua ARIZINHO (Patrick Oliveira), que ela leva para sua casa para criar. Descobre-se que ele é o filho que teve com Zé Bolacha no passado.

– núcleo de CLEBER NORONHA (Antônio Pitanga), contador, trabalha para várias firmas. Cresceu profissionalmente ao ponto de proporcionar conforto para sua família. Morre misteriosamente assassinado: foi empurrado no fosso do elevador do prédio onde morava:
a mulher FÁTIMA (Zezé Motta), dona de casa que quer voltar a trabalhar fora. Um tanto moralista, o que lhe causa alguns conflitos
os filhos: SIDNEY (Norton Nascimento), o mais velho, honesto e responsável, gerente de uma agência bancária. Há tempos namora ROSÂNGELA (Isabel Fillardis), caixa do banco, com quem pretende casar-se, mas acaba envolvido por Carla,
JEFERSON (Lui Mendes), estudante de Direito, rapaz cordato, responsável, estudioso, bom filho. Faz parte da turma de Sandrinho e Irene na faculdade. Ao longo da trama, é revelado que namora Sandrinho,
e PATRÍCIA (Camila Pitanga), amiga de Carina, sonha ser modelo fotográfico e de passarela, mas a família não a apoia. Namora o fotógrafo Cláudio, que quer torná-la uma modelo, apesar da oposição da família
a empregada MARIZETE (Catarina Abdalla), contratada quando Fátima volta a trabalhar. Engraçada, um tipo popular. Envolve-se com Vitinho.

Versão original (1995): o assassino é Adalberto (colaboração de Fábio Costa)

Em 1968, Francesca Ferreto (Tereza Rachel) era casada com Gigio di Angelis (Carlos Eduardo Dolabella), mas tinha um caso com Marcelo Rossi (José Wilker) e planejava matar o marido. Para proteger o amante, esconde dele as suas intenções e envolve Adalberto (Cecil Thiré) no plano. Adalberto era um carreirista que queria entrar para a rica família Ferreto, formada pelas irmãs Francesca, Romana (Rosamaria Murtinho), Filomena (Aracy Balabanain) e Carmela (Yoná Magalhães).

Adalberto mata Gigio di Angelis em um iate onde houvera uma festa, sem perceber que Eliseo (Gianfrancesco Guarnieri), cunhado de Francesca, marido de Filomena, presenciara o crime de longe. Um contador do Frigorífico Ferreto, que roubara a família (personagem apenas citado), é acusado injustamente pelo assassinato. Francesca suborna os cinco empregados que estavam no iate na hora do crime para testemunharem contra o contador. No iate havia ainda dois convidados, convencidos por Francesca a manter sigilo.

Um tempo depois, Adalberto casa-se com Carmela, a caçula das irmãs Ferreto, com quem tem a filha Isabela (Cláudia Ohana). Ele acaba abandonando a mulher, levando todo o dinheiro dela. Passa um tempo em Brasília, onde abre um restaurante. É quando conhece Ulisses Carvalho (Otávio Augusto), para quem conta toda a história da morte de Gigio.

Anos depois, após ter perdido todo o dinheiro que roubara da mulher, Adalberto volta para São Paulo e passa a morar e trabalhar na região da Boca do Lixo, em uma revendedora de carros usados, escondido dos Ferreto. Ele é localizado por Eliseo, que, por sua vez, começa a lhe enviar cartas anônimas que o incriminam.

Amedrontado, Adalberto dá início então à série de crimes. Sua intenção é eliminar, um a um, os sete que no passado depuseram contra o contador, pois imagina que um deles é o autor das cartas. Cada vítima recebia antes de sua morte uma lista com o horóscopo chinês – uma referência à festa no iate, em 1968, por ocasião da comemoração do Ano Novo Chinês.

Quando a novela começa, dois crimes já haviam sido cometidos. Leontina Mestieri (Maria Helena Dias) – javali no horóscopo chinês – foi secretária de Francesca e estava na festa no iate em que Gigio foi assassinado. Ela era mulher de Zé Bolacha (Lima Duarte) e mãe de Juca (Tony Ramos). Morreu por sabotagem: em uma cavalgada, caiu do cavalo porque sua sela havia sido afrouxada, o que fez com que batesse a cabeça em uma pedra, vindo a óbito.

Ivete Bezerra (Liana Duval) – cabra -, mãe de Quitéria (Vera Holtz), foi cozinheira na festa no iate. Ela sofreu um atentado em que ficou paraplégica e muda por causa do trauma. Como Ivete não podia mais falar, o assassino deu-se por satisfeito e poupou sua vida.

O primeiro capítulo da novela começa com o terceiro crime: a morte de Arnaldo Roncalho (Reginaldo Faria) – cavalo -, o piloto do iate na festa. Com medo de sofrer alguma represália, Arnaldo estava usando outro nome: Paulo Soares. Ele morreu atropelado pelo Opala preto conduzido pelo assassino.

Aqui vale destacar uma dica que o autor Silvio de Abreu deu para o público (um “easter egg”): Adalberto é citado, logo no início da novela, trabalhando em uma revendedora de carros usados. Daí saiu o Opala preto que persegue as vítimas.

Logo depois da morte do primeiro capítulo, morre Hélio Ribeiro (Francisco Cuoco) – tigre -, então casado com Helena (Natália do Valle), pai de Irene (Vivianne Pasmanter) e Lucas (Pedro Vasconcellos). Hélio era um dos convidados na festa no iate. Foi envenenado na sala VIP do aeroporto. Ulisses, cúmplice de Adalberto, era o garçom que lhe servira gelo para a bebida envenenada que tomou.

Coincidentemente, Hélio encontrou no aeroporto Francesca, que estava indo viajar para a Europa a fim de dar um flagrante em Marcelo, agora seu marido, com a amante dele, Ana (Susana Vieira). Francesca morre envenenada juntamente com Hélio (guarde essa informação).

A próxima vítima do assassino é Josias da Silva (José Augusto Branco) – cão -, que trabalhava como garçom na pizzaria de Ana. Ele havia sido um dos garçons na festa no iate. Morreu ao ser empurrado na linha do trem.

A essa altura da trama, Filomena descobre o paradeiro de Adalberto e o traz de volta para a mansão Ferreto. O objetivo dela é melar o romance de Carmela (ainda mulher de Adalberto) com o rapagão Adriano (Lugui Palhares). Lembre-se que Filomena não sabe que Adalberto é o assassino de Gigio, apenas seu marido Eliseo sabe. E o público nada sabe disso tudo.

A próxima vítima é Júlia Braga (Glória Menezes) – serpente -, irmã de Helena, mulher rica engajada em causas sociais. Ela foi uma das convidadas da festa no iate. No trânsito, teve seu carro fechado pelo Opala preto. O assassino desceu do carro e lhe disparou com uma arma de fogo. Júlia morreu no hospital.

Na sequência dos fatos, o assassino descobre que Ivete Bezerra mentia, que não estava entrevada, nem muda. A velha senhora fingia para salvar sua pele. O assassino vai então até a sua casa e a mata a pauladas.

Por fim morre Cleber Noronha (Antônio Pitanga) – dragão -, a última das sete testemunhas, que trabalhara como garçom na festa no iate. Cleber ascendera como contador autônomo e levava uma vida de classe média-alta com a família. Ele morreu ao ser empurrado no fosso do elevador do prédio onde morava.

Mesmo após a morte dos cinco empregados, dos dois convidados e de Francesca, Adalberto continuou a receber as cartas. Já na reta final da novela, ele mata o seu cúmplice, Ulisses Carvalho, irmão de Ana, que trabalhava com ela na pizzaria. Ulisses morre em uma explosão criminosa nos fundos do restaurante.

Contudo, as cartas não paravam de chegar. Imaginando que Francesca, antes de morrer, o delatara a alguém da família, Adalberto passa a acreditar que o autor das cartas está na mansão Ferreto. Ao ficar sabendo que Bruno (Alexandre Borges), mancomunado com Isabela, matara sua amante Romana Ferreto, passa a chantagear o rapaz exigindo que ele encontre o autor das cartas. Eliseo Giardini é então descoberto e acaba morto, asfixiado por monóxido de carbono, após levar uma coronhada na garagem da mansão.

Lembra que a morte de Francesca não foi planejada por Adalberto? Ele acreditava que ela tivesse morrido por acaso, envenenada no aeroporto, juntamente com Hélio. Todos acreditavam! Porém, Francesca, com medo ao presenciar a morte de Hélio, ligou para Filomena, a pôs a par de tudo e simulou a sua própria morte. Com a cumplicidade de Filomena, Francesca foi dada como morta por todos, mas na realidade partiu para a Europa com outra identidade. Não sem antes transferir todos os seus bens para a irmã cúmplice.

No final da novela, com o avanço das investigações sobre o serial killer, a polícia descobre – por meio do documento de transferência dos bens de Francesca (com data posterior à data que ela teria morrido) – que Francesca está viva e que mora fora do país sob outra identidade. Ela então resolve voltar para elucidar o caso. (penúltimo capítulo)

Assim como Adalberto não sabia que Francesca estava viva, também Francesca não sabia que Adalberto era o “assassino da próxima vítima”. O mistério foi solucionado pelo detetive Olavo (Paulo Betti) e pela jovem Irene, filha do falecido Hélio Ribeiro, que decidiu investigar por conta própria. (último capítulo)

Antes de morrer, Gigio citou “o amante” de Francesca, por isso Marcelo sempre foi o principal suspeito. Porém, na verdade, Gigio estava se referindo a Adalberto, que Francesca engendrara em seu plano com promessa de casamento. Marcelo nunca soube de nada e estava completamente inocente na trama do serial killer. Francesca, a mentora da morte de Gigio, também não ficou impune: ao final foi levada para a delegacia.

Para confundir ainda mais o público, o autor elaborou outras duas mortes planejadas ou executadas por Isabela Ferreto, mas sem nenhuma conexão com o assassinato de Gigio di Angelis. A primeira foi a de Andréia Barcelos (Vera Gimenez), secretária do Frigorífico Ferreto, cúmplice de Isabela em suas falcatruas: assassinada pela vilã com um tiro, seu corpo foi atirado, dentro do seu carro, na represa de Guarapiranga. Depois, foi a vez de Romana Ferreto, afogada por Bruno – a mando de Isabela – na piscina da mansão Ferreto, enquanto estava dopada.

Ainda o próprio “assassino da próxima vítima” acaba morto: Adalberto Vasconcelos é atingido por dois tiros ao tentar fugir dos policiais.

Cláudia Raia fez uma participação especial no último capítulo da novela. Sua personagem faz uma breve caminhada e é morta com um tiro. Foi a última cena, que deixou no ar um novo mistério. Na verdade, uma alegoria do autor, Silvio de Abreu.

Versão para exportação e Vale a Pena Ver de Novo: o assassino é Ulisses

Nesta versão, não só a identidade do assassino é diferente, como também a sua motivação. Na primeira, Adalberto Vasconcelos (Cecil Thiré) mata por queima de arquivo (mas, queima de arquivo por um crime que já prescreveu? veja abaixo os furos do roteiro). Nesta, Ulisses Carvalho (Otávio Augusto) mata por vingança. Ele era filho do contador (personagem apenas citado) que foi preso injustamente pela morte de Gigio di Angelis, no passado.

Bruno (Alexandre Borges), o amante de Romana Ferreto (Rosamaria Murtinho), era filho de Ulisses, seu cúmplice nos “assassinatos da próxima vítima”. Ulisses, apresentado para o público como irmão de Ana (Susana Vieira), que trabalhava com ela em sua pizzaria, na verdade era um impostor, se passando por irmão dela. Ana estava há décadas separada do seu irmão Ulisses e nem mais lembrava de sua fisionomia.

Em vez de Adalberto, é Eliseo (Gianfrancesco Guarnieri) quem mata Gigio a pedido de Francesca. O contador, condenado pelos crimes, suicida-se na cadeia e seu filho, Ulisses, mata o advogado do pai, que foi negligente na defesa do acusado. Ulisses passa vinte anos preso e conhece o verdadeiro Ulisses, irmão de Ana, seu parceiro de cela que também morre na cadeia. Depois de sair da prisão, o futuro serial killer assume a identidade do outro Ulisses e planeja sua vingança contra as sete pessoas que testemunharam contra seu pai, mais Francesca Ferreto.

Mata-os um a um e dá início ao segundo alvo do plano: a família Ferreto, pois acredita que o assassino de Gigio está entre eles. Para infiltrar-se na mansão, usa seu filho, Bruno – o neto do contador condenado injustamente pela morte de Gigio. Bruno seduz Romana, que leva-o para morar na mansão. Porém, Bruno acaba envolvendo-se com Isabela (Cláudia Ohana), filha de Carmela (Yoná Magalhães). Por causa da moça, o rapaz mata Romana e, com essa morte, somem documentos comprometedores que ela havia obtido junto a Eliseo. É para evitar que Eliseo vasculhe sua vida que Bruno acaba matando-o também.

Preso no último capítulo, Ulisses Carvalho comete suicídio na prisão.

OS FUROS DE ROTEIRO (colaboração de Hugo Cancela)

Em uma revisão da novela, já sabendo da resolução da trama, deparamo-nos com furos e inconsistências.

1. Adalberto x Eliseo

Por que motivo Eliseo chantagearia Adalberto mais de 25 anos depois do crime cometido por ele? E o crime já estava prescrito, inclusive. Apesar de estar de volta a São Paulo, Adalberto não representava ameaça alguma a Eliseo ou à família Ferreto, uma vez que parecia completamente esquecido por todos. E Adalberto só volta a frequentar a mansão quando Filomena o procura para atrapalhar o romance de Carmela com o jovem Adriano.

Há uma tentativa de explicação no último capítulo: Eliseo enviara as cartas movido por ódio ou rancor. Filomena revela que o marido sempre acreditou que ela havia casado com ele para afrontar Adalberto, uma vez que este já havia tentado seduzi-la, no passado. Adalberto primeiro assediou Francesca, mas depois que ela o dispensou para se casar com Gigio, passou a investir em Filomena, que noivou com Eliseo. Só depois Adalberto casou-se com Carmela.

Outra inconsistência: Adalberto se torna cúmplice de Eliseo nas mentiras para acobertar o caso deste com Solange (Patrícia Travassos). Por que Eliseo ameaçaria secretamente Adalberto (com as cartas anônimas) e ao mesmo tempo ficaria nas mãos dele por causa do caso extraconjugal que mantinha? Foi graças à infidelidade de Eliseo que Adalberto pôde chantageá-lo para que promovesse um desfalque no frigorífico. Não faz sentido Adalberto ter Eliseo nas mãos, se Eliseo já o tinha, já que ele sabia que Adalberto era o assassino de Gigio (e era fácil para Eliseo concluir que era Adalberto o assassino da próxima vítima).

Mais uma inconsistência. Ao vasculhar os pertences de Eliseo (por um motivo qualquer) e encontrar cópias das cartas anônimas que recebia, Adalberto descobre que ele era o autor das cartas que o incriminavam. Por que Eliseo guardava cópias das cartas anônimas que enviava para Adalberto?

2. Queima de arquivo ou vingança?

A motivação de Adalberto jamais poderia ser queima de arquivo, tanto pelo fato do homicídio de Gigio ser um crime prescrito, quanto pela análise do modus operandi do assassino: quem precisa matar uma pessoa para silenciá-la, simplesmente o faz, não manda horóscopo chinês avisando. Toda a trama da lista chinesa combina muito mais com uma vingança.

Provavelmente o autor Silvio de Abreu, devido às constantes especulações da imprensa, deve ter modificado muitas de suas ideias originais ao longo da exibição da novela. No final, preferiu surpreender do que entregar uma resolução redonda.

3. Marcelo

Ao longo de toda a novela, foi citado que Marcelo sabia de segredos comprometedores da família Ferreto e, por esse motivo, Filomena fazia questão de mantê-lo por perto, morando na mansão, apesar de detestá-lo e de tudo o que ele aprontava (tinha uma outra família, com Ana, e um caso com Isabela). Após a conclusão da trama, fica parecendo que Marcelo é o mais inocente dos inocentes.

Não que Marcelo devesse obrigatoriamente ser o assassino. Mas passar a novela inteira jogando suspeitas e mistérios sobre um personagem para, no fim, este limitar-se a dizer que nunca soube de nada, é um recurso, no mínimo, duvidoso para uma trama policial. No entanto, sabemos que pistas falsas para confundir o público fazem parte de toda narrativa policial.

Contudo, a versão da novela na qual Ulisses é o assassino apresenta um desfecho coerente com o que foi apresentado sobre Marcelo até então. Ele realmente sabe de um segredo da família: Marcelo Rossi e Filomena Ferreto compartilham a informação de que o verdadeiro assassino de Gigio Di Angelis é Eliseo Giardini.

4. Josias e Leontina não estavam previstos para serem vítimas da lista chinesa

Esta é uma teoria, faz sentido e merece apreciação. A ordem dos assassinatos da lista chinesa era:
1. Cabra: signo de Ivete Bezerra, que começa a novela presa a uma cadeira de rodas em virtude do atentado que sofreu no passado, não revelado exatamente quando;
2. Cavalo: signo de Arnaldo Roncalho, atropelado pelo Opala preto no primeiro capítulo;
3. Tigre: signo de Hélio Ribeiro, envenenado com bebida na sala VIP do aeroporto (capítulo 6);
4. Serpente: signo de Júlia Braga, baleada (capítulo 60);
5. Dragão: signo de Cleber Noronha, caiu no fosso do elevador (capítulo 136);
6. Cão: signo de Josias da Silva, jogado na linha do trem (capítulo 35);
7. Javali: signo de Leontina Mestieri e de Francesca Ferreto, pois ambas nasceram no mesmo ano, 1935. Ao longo da maior parte da novela, acreditou-se que a vítima representada pelo javali fosse Francesca. Somente na reta final, quando é descoberto o papel relevante que Leontina teve como testemunha na condenação do contador do frigorífico pelo assassinato de Gigio, em 1968, é que o investigador Olavo volta a considerar a hipótese de que, conforme suspeita recorrente na trama, Francesca havia morrido por engano, por estar na companhia de Hélio, a quem a bebida envenenada era destinada.

Se excluir as mortes de Leontina e Josias, os ataques do assassino obedecem à ordem da lista: Ivete (cabra) seria a primeira vítima, mas sobreviveu ao ataque, seguida por Arnaldo (cavalo) e Hélio (tigre). A ordem da lista é quebrada quando Josias (cão, o sexto signo da lista) é assassinado no 35º capítulo. Após a morte de Josias, a lista volta a ser obedecida com os assassinatos de Júlia (serpente) e Cleber (dragão).

A morte de Leontina é mal desenvolvida na narrativa. Nos capítulos 46 e 47, Zé Bolacha revela a Marcelo, seu filho adotivo, que no passado teve um caso com Júlia Braga, descoberto pela esposa Leontina, que, ressentida, passou então a rejeitá-lo: “Ela se fechou para a vida, para o amor, foi definhando até morrer.” Depois disso, o assunto da morte de Leontina não voltou a ser abordado por um longo período. No capítulo 69, foi revelado ao público que Zé Bolacha possuía uma cópia da lista chinesa, mas não são dadas mais explicações.

Na reta final da novela, o investigador Olavo descobre que Leontina foi a principal testemunha na condenação do contador, em 1968, e que ela morreu anos depois, ao cair do cavalo e bater a cabeça em uma pedra. Questionado por Irene, Zé Bolacha afirmou que Leontina morreu em virtude de um ataque cardíaco e que não contou a verdade à família para “evitar drama”. Depois disso, Zé acaba sendo obrigado a revelar aos cunhados Nina e Vitinho e ao filho Juca o real motivo da morte da esposa. Porém, lá no início da trama, a causa-mortis de Leontina apresentada ao púbico era outra: “foi definhando até morrer”. Esse ataque cardíaco nunca havia sido mencionado.

No flashback exibido na reta final da novela, em que Zé Bolacha relembra a morte da mulher, ela aparece saudável, galopando no haras em perfeita sintonia com o marido. Porém, no início da trama, foi relatado que ela morreu “definhando” e amargurada com Zé Bolacha. A narrativa do início não se encaixa com o rumo que a trama tomou no final.

História bem construída

Silvio de Abreu não se limitou a criar uma trama de suspense na qual o único mistério era a identidade do assassino. Outro desafio colocado para o público foi tentar descobrir quem seria a próxima vítima. Com uma história bem construída, e tramas que se intercalavam, a maioria dos personagens estava na lista de suspeitos. Porém, a qualquer momento, qualquer um deles poderia ser eliminado da história.

Além do suspense, Sílvio de Abreu levantou alguns temas polêmicos: drogas, com o personagem Lucas (Pedro Vasconcellos); a homossexualidade, com Sandrinho e Jeferson (André Gonçalves e Lui Mendes); a prostituição por vocação, com Quitéria Quarta-Feira (Vera Holtz); menores abandonados, por meio de Júlia (Glória Menezes); o amor com diferença de idade, entre Cacá e Adriano (Yoná Magalhães e Lugui Palhares) e entre Zé Bolacha e Irene (Lima Duarte e Vivianne Pasmanter); e uma família negra de classe média-alta.

O autor também criou tipos inesquecíveis, como a maquiavélica Isabela (Cláudia Ohana) e a chefe da família Ferreto, Filomena (Aracy Balabanian), uma espécie de “Don Corleone de saias” (referência ao personagem de Marlon Brando no filme O Poderoso Chefão, de 1972).

A Próxima Vítima foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor novela de 1995. Aracy Balabanian foi escolhida a melhor atriz (juntamente com Laura Cardoso, pelo remake de Irmãos Coragem) e Flávio Migliaccio, o melhor ator coadjuvante.
A Próxima Vítima também foi premiada com o Troféu Imprensa de melhor novela de 1995, enquanto Aracy Balabanian levou o prêmio de melhor atriz.

Fugindo da imprensa

Suspense paralelo foi guardar o segredo da imprensa, gravando-se cenas que não iam ao ar e usando sequências no roteiro numeradas em código onde nem os atores conheciam a ordem certa das cenas. Apesar de tudo, foram raros os momentos em que o telespectador não soubesse, pelos resumos dos jornais, quem na verdade seria a próxima vítima. Porém, a morte de Josias (José Augusto Branco) não chegou a ser noticiada, pois pistas falsas induziram a que jornais – como O Globo – noticiassem que, em vez dele, Quitéria (Vera Holtz) seria morta. O resumo do capítulo diz mesmo: “Quitéria é esfaqueada”.

O autor solicitou à emissora que os resumos semanais não fossem divulgados, o que criou um mal-estar com a imprensa em relação à novela. Após muitos furos dos jornais e revistas sobre vítimas, possíveis assassinos a revelar e outros acontecimentos do desenrolar da trama, descobriu-se que quatro funcionários do departamento de xerox da emissora vendiam para a imprensa cópias dos roteiros que recebia para que fossem copiados e distribuídos ao elenco e à produção da novela. (“Novela, a Obra Aberta e Seus Problemas”, Fábio Costa)

Silvio de Abreu comentou em entrevista como foram guardados os segredos finais da novela:
“Escrevi os últimos seis capítulos numerando todas as cenas em código. Um código que só quem sabia decifrar era o diretor da novela. Se cada capítulo tinha, digamos, 50 cenas, eram 300 cenas misturadas. O próprio ator não sabia o que vinha depois. Ele ia lá e gravava. O diretor sabia porque tinha que orientar o ator. As últimas cenas, que revelavam quem era o assassino, a gente gravou às 19 horas e a TV Globo pôs no ar às 20h30. Não podia dar errado.”

Alcides Nogueira, que escrevia a novela com Silvio de Abreu e Maria Adelaide Amaral, comentou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, do Projeto Memória Globo:
“Para se ter uma ideia de como não havia nada gratuito na novela, lá pelo capítulo dez, foi mostrado que o assassino, o personagem do Cecil Thiré, trabalhava com revenda de automóveis usados. Já aparecia uma referência ao que ele fazia, o que o ligava ao Opala preto dos crimes. Tudo isso foi jogado de maneira tão subliminar que as pessoas não pegaram. (…) desde o início estava tudo armado: por que ele matava e qual era a sequência de fatos e descobertas.”

Final alternativo

O país parou na noite de sexta-feira do dia 03/11/1995 para assistir ao último capítulo de A Próxima Vítima, que atingiu entre 62 e 64 pontos no Ibope da Grande São Paulo. Gravada uma hora e meia antes de sua exibição (a fim de evitar vazamentos para a imprensa), a revelação da identidade do assassino (e suas motivações) surpreendeu o público: o serial killer era Adalberto (Cecil Thiré). Todas as vítimas tinham uma ligação entre si, em um fato ocorrido no passado [vide aba Trama Policial].

Visando a exportação da novela, parte do elenco foi reunido no início de 1996, três meses depois de encerrados os trabalhos, para gravar um final alternativo da trama, a ser apresentado com um desfecho diferente do exibido no Brasil. Na versão internacional, Ulisses (Otávio Augusto) foi o serial killer. Para dar coerência à história, Silvio de Abreu teve que cortar algumas cenas da novela original.

A Próxima Vítima foi vendida para mais de vinte países, entre os quais Cuba, Estados Unidos, México, Peru, Portugal, Rússia, Uruguai e Venezuela. (Site Memória Globo)
Silvio de Abreu comentou em entrevista sobre o sucesso da novela no exterior:
A Próxima Vítima teve uma audiência tão grande na Rússia, que parou o país no horário de sua exibição. Isso foi até comentado no jornal New York Times, dos Estados Unidos. Em Cuba foi a mesma coisa. O Silvio Santos esteve lá, na época, e me contou que todo mundo perguntava a ele quem era o assassino da história.”

No Brasil, o final alternativo foi exibido em 2000, por ocasião da reprise da novela no Vale a Pena Ver de Novo.

Elenco

Silvio de Abreu criou a personagem Ana Carvalho para Regina Duarte, mas a atriz não pôde vivê-la. O autor precisou então fazer mudanças de perfil para adequar a protagonista à nova intérprete escalada, Susana Vieira.

Caso semelhante ocorreu com a troca de Fernanda Montenegro por Rosamaria Murtinho para viver Romana, uma das irmãs Ferreto. Inicialmente, Romana seria mais velha e enérgica, e menos romântica. (“Novela, a Obra Aberta e Seus Problemas”, Fábio Costa)
A personagem Romana (Rosamaria Murtinho) só entrou com a trama avançada, mas Fernanda Montenegro chegou a aparecer nas chamadas de estreia da novela.

Natália do Valle, primeiramente, faria o papel de Francesca Ferreto, que teria o nome de Lina. Com a não adequação da atriz à personagem, Tereza Rachel foi escalada, e Natália ficou com o papel de Helena, até então sem intérprete. (jornal O Globo, 1994)

Um afastamento temporário de Gianfrancesco Guarnieri das gravações da novela para se recuperar de uma cirurgia obrigou o autor a justificar o sumiço de seu personagem Eliseo. Foi então criada a personagem Solange (Patrícia Travassos), amante de Eliseo, com quem ele esteve durante a sua ausência se divertindo em uma temporada na Itália. Com o retorno de Eliseo, Solange também entrou para a trama. (“Novela, a Obra Aberta e Seus Problemas”, Fábio Costa)

Cláudia Raia apareceu no último capítulo de A Próxima Vítima em uma participação especial curiosa. Sua personagem faz uma breve caminhada e é morta com um tiro. Foi a última cena, que deixou no ar um novo mistério. Na verdade, uma alegoria do autor. A atriz contou em seu livro “Sempre Raia um Novo Dia” (escrito com Rosana Hermann) que essa gravação foi feita na surdina, escondida de tudo e de todos, faltando dois dias para o término da novela. Cláudia acordou cedo com um telefonema de Silvio de Abreu que lhe deu as orientações: “Preciso que você vá a um clube que tem em São Conrado, o Gávea Golf (…) Você se veste com um vestido preto, curto, tipo tubinho, bota um escarpim, se maquia (…) Você vai fazer tudo isso escondido de todo mundo, até do Edson [Celulari, então seu marido]. Não deixa ninguém saber aonde você está indo. Você entra no clube e vai ter uma câmera lá para você. O Jorginho [Fernando, o diretor] não vai estar lá, só o câmera. Você vai indo normal, em direção à câmera, e de repente você leva um tiro e pá! cai morta no chão! O resto deixa comigo.”

Primeira novela da atriz Georgiana Góes e dos atores Lui Mendes, Lugui Palhares e Marcelo Barros.
Primeira novela na Globo do ator Alexandre Borges.

A Próxima Vítima marcou também a primeira aparição de três então modelos que fizeram carreira na TV. Vanessa Lóes, Suzana Werner e Renata Vasconcellos fizeram figuração em uma cena de sessão de fotos com o personagem Cláudio (Roberto Bataglin). Logo depois, Vanessa Lóes fez seus primeiros trabalhos como atriz, enquanto Suzana Werner estrelou a abertura da novela Cara e Coroa e Renata Vasconcellos apareceu na abertura de História de Amor. Renata mudou de ramo, mas continuou na TV: jornalista, tornou-se apresentadora de telejornais, como o Bom Dia Brasil e o Jornal Nacional.

Homossexualidade

A cena em que Sandrinho (André Gonçalves), filho de Ana (Susana Vieira) e Marcelo (José Wilker), revela à mãe sua orientação sexual é considerada emblemática na discussão na TV sobre o homossexualidade no Brasil.
Na época da novela, por causa de seu personagem, o ator foi covardemente agredido por um grupo homofóbico.

A abordagem de Silvio de Abreu sobre a homossexualidade contribuiu para a quebra de certas barreiras. Considerado assunto tabu na época, as famílias da vida real não gostavam de falar sobre filhos e parentes homossexuais.
“Só fui dizer que eles eram gays no capítulo 100. Eles eram superamigos, viviam juntos e os demais personagens levantavam suspeitas”, disse o autor a Flávio Ricco e José Armando Vannucci, para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”.

O telespectador não teve resistência ao casal gay da novela, pois quando foi revelado na trama que eles eram um par romântico, o público já havia se afeiçoado aos personagens, bons moços, bons filhos e estudiosos.
“A questão da diversidade sexual ficou muito clara, mas o Silvio foi além, porque um garoto era branco e outro negro”, ressaltou Alcides Nogueira para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”.

Situação diferente aconteceu na novela seguinte de Silvio de Abreu, Torre de Babel (1998), na qual a rejeição ao casal lésbico – Leda (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) -, já apresentado como tal no início da trama, obrigou o autor a matar as personagens na explosão do shopping center da história.

Negros bem posicionados

Sem se aprofundar na questão do racismo, o autor apresentou uma família negra de classe média-alta, os Noronha, algo até então incomum nas telenovelas: Cleber (Antônio Pitanga) casado com Fátima (Zezé Motta), pais de Sidney (Norton Nascimento), Jeferson (Lui Mendes) e Patrícia (Camila Pitanga).

Silvio de Abreu comentou ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo” (de André Bernardo e Cíntia Lopes) que não houve ousadia em colocar em sua novela uma família negra como qualquer outra família:
“Ao tirar o discurso sobre o preconceito e colocar valores e problemas comuns a outras famílias, os Noronha se aproximaram do público como iguais, que é o que são na realidade.”

Nem foi a primeira vez: a novela Corpo a Corpo (1984-1985), de Gilberto Braga, já apresentara uma família negra de classe média bem colocada socialmente. Porém, nesta novela, o preconceito foi abordado.

Referências

A personagem Júlia Braga (Glória Menezes), que se envolveu em uma campanha de apoio a meninos de rua, foi inspirada na artista plástica Yvone Bezerra de Mello, que se dedicava intensamente à causa na época, e em seu livro “As Ovelhas Desgarradas e seus Algozes”. (Site Memória Globo)
Já o nome Júlia Braga é uma referência do autor à personagem de Sônia Braga – Júlia – na novela Dancin´ Days (1978), de Gilberto Braga, amigo de Silvio de Abreu. (jornal O Globo, 1994)

Outras referências de Sílvio de Abreu a Gilberto Braga: o fotógrafo Cláudio (Roberto Bataglin) afirma ter conseguido uma sessão de fotos para a Revista Tomorrow – da novela Vale Tudo; Isabela (Cláudia Ohana), após ser esfaqueada, é operada pelo cirurgião plástico Felipe Barreto – alusão ao personagem de Antônio Fagundes na novela O Dono do Mundo (1991), de Gilberto. Felipe Barreto foi apenas citado. O ator Antônio Fagundes acabou fazendo uma participação especial, no último capítulo, como outro personagem: Astrogildo, um pretendente de Nina (Nicette Bruno).

Protestos

Em uma das cenas mais fortes da trama, Diego (Marcos Frota) espanca Isabela (Cláudia Ohana) e a empurra do alto da escada da mansão dos Ferreto no dia de seu casamento com a moça, pois descobriu que ela o traía com o próprio tio dela, Marcelo (José Wilker). Mais tarde, foi a vez de Marcelo sentir-se traído e esfaquear a adúltera no rosto, deixando-a com uma grande cicatriz.
Membros do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher condenaram as imagens, que qualificaram como estímulo à violência doméstica e ao machismo.

Em junho de 1995, o advogado fluminense Péricles Crispim processou a TV Globo acusando a novela A Próxima Vítima de plágio, pedindo, inclusive, a suspensão da sua exibição, o que foi negado pela Justiça. Crispim afirmava que a novela foi baseada em uma sinopse enviada por ele à emissora em 1991, com o título de Por Um Raio de Luz, escrita quinze anos antes, nunca publicada, mas registrada na Biblioteca Nacional. As 37 páginas foram devolvidas ao autor com uma carta de recusa da emissora. Em depoimento ao Jornal do Brasil, na época, Silvio de Abreu alegou que só leu a sinopse do advogado ao tomar conhecimento do processo.

Silvio de Abreu teve que reescrever vinte capítulos com falas do personagem Zé Bolacha (Lima Duarte), cuja marca registrada era fazer citações literárias, principalmente da obra de Guimarães Rosa. A família do escritor quis cobrar por direitos autorais, mas não chegou a um acordo com a TV Globo. Zé Bolacha, então, ganhou novas falas, com trechos de Cervantes e Bocage. (revista Contigo, 04/04/1995)

Atendendo a muitas reclamações, inclusive publicadas na imprensa, o autor suprimiu o bordão “Socorro!” exaustivamente proferido pela personagem Carina (Deborah Secco).

Locações

Várias sequências foram gravadas no Mercado Municipal de São Paulo, onde o personagem Juca (Tony Ramos) tinha uma barraca de frutas. Juca fez tanto sucesso que deu nome a duas barracas reais no local, que ostentam até hoje fotos do ator da época das gravações. As “barracas do Juca” ainda são procuradas pelo público saudoso da novela.

A Costa Amalfitana, na Itália, foi o cenário das primeiras gravações externas da novela. É na região que Ana (Susana Vieira) e Marcelo (José Wilker) curtem uma lua de mel e conhecem Julia (Glória Menezes). (Site Memória Globo)

Os bairros da Mooca e do Bixiga, com grande concentração de descendentes italianos, serviram de cenário para muitas gravações e inspiraram a criação da cidade cenográfica da novela. A locação contava com uma pracinha que lembrava uma típica praça de Nápoles, na Itália. (Site Memória Globo)

A Próxima Vítima tornou conhecido nacionalmente o luxuoso edifício Penthouse, cuja fachada era frequentemente exibida na novela, como cenário da personagem Helena (Natália do Valle), a “Bonitona do Morumbi”. Finalizada em 1979, a construção de arquitetura espiral permite que cada apartamento seja uma “penthouse”, com piscina na sacada. Situado na Av. Giovanni Gronchi 3891, no elegante bairro do Morumbi, o edifício tornou-se símbolo da desigualdade social no Brasil por ser vizinho de muro da carente comunidade de Paraisópolis.

Abertura

A abertura de A Próxima Vítima foi marcante. Ao som da música “Vítima”, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, a câmera se aproximava e fazia mira no rosto de pessoas em pontos da cidade de São Paulo. Rostos de atores do elenco eram inseridos em um efeito quadriculado. Com um ruído de tiro, a pessoa em questão desaparecia, como se tivesse sido morta. A intenção era demonstrar que qualquer um dos personagens da trama poderia ser alvo do assassino misterioso. Ao final, óculos de sol refletindo São Paulo desciam sobre um olho verde e se estilhaçavam ao som de um tiro. O olho em questão era de um integrante da equipe técnica de Hans Donner, o responsável pelo projeto.

Os pontos de São Paulo que apareciam na abertura e os atores cujos rostos eram inseridos na imagem:
– a piscina do antigo Hotel Hilton, vista do alto do Edifício Itália (a câmera em movimento passa pelo Edifício Copan): Cláudia Ohana e Vivianne Pasmanter;
– Parque do Ibirapuera, com passagem por um de seus lagos: Tony Ramos e Marcos Frota;
– entrada do metrô Consolação na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta, vista do (então) Hotel Ceaser: Camila Pitanga e Isabel Fillardis;
– Monumento às Bandeiras: Glória Menezes e Susana Vieira;
– MASP, visto de algum ponto do alto da Avenida 9 de Julho (a câmera em movimento acelerado atravessa o vão do museu e vai parar do outro lado da Avenida Paulista, em frente ao Parque Trianon): Antônio Pitanga e Norton Nascimento;
– final da Ladeira General Carneiro, quando desemboca na Rua 15 de Novembro: José Wilker e Gianfrancesco Guarnieri.

Os nomes de Tony Ramos e José Wilker alternavam diariamente a ordem de aparição na abertura da novela.

Repetecos

Reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo, entre 10/07 e 08/12/2000, A Próxima Vítima foi a única novela na faixa que exibiu um entrecho inédito para o público: o assassino era Ulisses (Otávio Augusto), diferente da exibição original, em que foi Adalberto (Cecil Thiré). O desfecho com Ulisses foi gravado no início de 1996, três meses após o término das gravações, especialmente para a versão para exportação.

A novela ganhou nova reprise no Viva (canal de TV por assinatura pertencente ao Grupo Globo), entre 09/09/2013 e 19/06/2014, às 16h15 (depois 14h30).

A Próxima Vítima foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) em 26/09/2022, com a adição do último capítulo alternativo, gravado e editado para o mercado internacional, que leva a um desfecho diferente, com um novo “assassino da próxima vítima”.

Trilha sonora nacional

01. QUEM É VOCÊ – Simone (tema de Carmela)
02. SEREIA – Lulu Santos (tema de Carina)
03. PACATO CIDADÃO – Skank (tema de Tonico)
04. TRILHAS (TRACES) – Guilherme Arantes (tema de Helena)
05. HAPPY HOUR – Eduardo Dussek (tema de Patrícia)
06. ALIÁS – Djavan (tema de Marcelo)
07. VÍTIMA – Rita Lee & Roberto de Carvalho (tema de abertura)
08. PAREÇO UM MENINO – Fábio Jr. (tema de Zé Bolacha)
09. ALELUIA-ME BABY – Bad Girls (tema de Isabela)
10. CATEDRAL (CATHEDRAL SONG) – Zélia Duncan (tema de Irene)
11. ALGUÉM QUE OLHE POR MIM (SOMEONE TO WATCH OVER ME) – Cauby Peixoto (participação Gal Costa) (tema de Sidney)
12. IO CHE AMO SOLO TE – Sergio Endrigo (tema de Ana)
13. ESTAÇÃO SÃO PAULO – Adriana Ribeiro (participação Demônios da Garoa) (tema de locação: São Paulo)
14. E LUCEVAN LE STELLE – Fernando Portari (tema de Juca)

Sonoplastia: Jenny Tausz
Produção musical: Renato Ladeira
Direção musical: Mariozinho Rocha

Trilha sonora internacional

01. BLACK ROSES – Inner Circle (tema de Irene)
02. I LIVE MY LIFE FOR YOU – Firehouse (tema de Ana)
03. BE MY LOVER (radio edit) – La Bouche (tema de locação: São Paulo)
04. I GOT A NAME – Jim Croce (tema de Zé Bolacha)
05. MORE THAN A WOMAN – Flava To Da Bone (tema de Isabela)
06. BIZARRE LOVE TRIANGLE – Frente (tema de Carmela)
07. NO MORE I LOVE YOU’S – Annie Lennox (tema de Helena)
08. LET’S STAY TOGETHER – Bobby Ross Avila (tema de Patrícia)
09. HOLDING ON TO YOU – Terence Trent D’Arby (tema de Bruno)
10. AROUND THE WORLD – East 17 (tema de Tonico e Carina)
11. THAT’S THE WAY – Double You (tema de locação: boates em São Paulo)
12. INDEPENDENT LOVE SONG – Scarlet (tema de Sidney e Carla)
13. TOUGH GIRL – Martine (tema de Marco e Teca)
14. FOTONOVELA – Alexis San Nicolas (tema de locação: boate de Quitéria)

Seleção de repertório: Sérgio Motta

Ainda
PSYCHO (MAIN THEME) – Bernard Herrmann (tema de suspense)

Tema de abertura: VÍTIMA – Rita Lee & Roberto de Carvalho

Com a sutileza de um furacão
Você vai tomando conta do meu coração, babe (babe-babe-babe)
Com o sangue frio de um torturador
Eu planejo passo a passo atacar seu amor, babe (babe-babe-babe)

Com o jeito estranho de um cara normal
Chego perto do seu corpo acariciando um punhal, babe (babe-babe-babe)
Com a boca seca num deserto sem fim
Nem me toco que você é só miragem pra mim, babe (babe-babe-babe)

Sou temperamental
Às vezes passo mal no meio da festa
Detesto multidão
Conheço tanta gente sem atração…

Do meu esconderijo no milésimo andar
Espio noite e dia sua vida secreta
O frio de São Paulo me faz transpirar
Sou vítima…
Vítima…
Vítima da sua janela indiscreta…

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