Sinopse

O que a maioria das pessoas vê em Romero Rômulo (Alexandre Nero) é um homem altruísta e corajoso, disposto a ajudar na reintegração de ex-detentos. Porém, existe outra camada escondida. Ele se envolve com a perigosa Atena (Giovanna Antonelli). A princípio, Romero não sabe, mas Atena não deixa passar nenhuma oportunidade sem tirar proveito. Impulsiva e imoral, ela busca alguém para aplicar algum golpe que lhe renda grana no bolso.

Um dos maiores desafetos de Romero Rômulo é Zé Maria (Tony Ramos), homem misterioso que está foragido. Ele é pai de Juliano (Cauã Reymond) e companheiro de Djanira (Cassia Kiss), moradora do Morro da Macaca e quem mais conhece Romero, já que é sua mãe. Desde que Zé foi obrigado a fugir por causa de um crime que ele jura não ter cometido, Djanira, que acredita no amado incondicionalmente, ficou encarregada de criar Juliano.

Djanira também é mãe adotiva de Tóia (Vanessa Giácomo), jovem batalhadora cujo caráter não levanta suspeitas. Tóia é gerente na Caverna da Macaca, boate do morro de propriedade de Adisabeba (Susana Vieira), desafeto de Djanira por causa de um envolvimento dela com Zé Maria, no passado. Tóia e Juliano namoram desde crianças. O desejo deles, e da mãe de criação, é de se casarem. Porém, os planos de vingança de Juliano acabam atrapalhando esse destino.

Juliano decidiu abrir mão da sua carreira como lutador de MMA para se tornar professor de artes marciais. Tudo seguia na mais perfeita ordem, até ele ser vítima de uma armação e acabar atrás das grades, acusado injustamente por tráfico de drogas. A prisão foi muito nociva para o rapaz. Muita gente passou a olhar para ele com desconfiança, principalmente no Morro da Macaca. Agora, ele está livre, mas só tem uma coisa na cabeça: vingança.

Quem também nutre um desejo vingativo é Dante (Marco Pigossi), policial e filho adotivo de Romero Rômulo. Seu alvo é Zé Maria, quem ele acredita ter matado sua mãe biológica, e isso o torna inimigo também de Juliano, filho do foragido. Sobre Romero, o policial acredita que ele é um verdadeiro herói. Dante foi pego para criar por Romero e sua mulher, Kiki (Deborah Evelyn), que atualmente todos acreditam estar morta, vítima de um sequestro.

Kiki era a filha mais velha da milionária família Stewart – Gibson (José de Abreu) e Nora (Renata Sorrah) – marcada pelo trauma desse sequestro. Os Stewarts são alvo da cobiça de uma mente criminosa: Orlando (Eduardo Moscovis), que trabalha na empresa farmacêutica de Gibson. Orlando passou de cientista medíocre a referência no mercado farmacêutico, um fato mal explicado cujas respostas se escondem em seu passado obscuro.

O objetivo inicial de Orlando é se infiltrar na família Stewart pelo seu ponto mais frágil, Nelita (Bárbara Paz), a filha bipolar de Gibson e Nora, para conseguir, de fato, se tornar um membro do clã. Contudo, nem Romero Rômulo nem Orlando desconfiam da relação entre Zé Maria e Gibson Stewart e o que há por trás de todos os crimes ocorridos ao longo da trama e de uma facção do crime organizado.

Globo – 21h
de 31 de agosto de 2015
a 12 de março de 2016
167 capítulos

novela de João Emanuel Carneiro
colaboração de Alessandro Marson, Thereza Falcão, Antônio Prata, Cláudio Simões, Paula Amaral e Fábio Mendes
direção de Marcelo Travesso, Henrique Sauer, Enrique Diaz e Guto Arruda Botelho
direção geral de Amora Mautner, Joana Jabace e Paulo Silvestrini
direção de núcleo de Amora Mautner

Novela anterior no horário
Babilônia

Novela posterior
Velho Chico

ALEXANDRE NERO – Romero Rômulo
VANESSA GIÁCOMO – Tóia (Maria Vitória)
TONY RAMOS – Zé Maria / Pedro Vargas
JOSÉ DE ABREU – Gibson Stewart
GIOVANNA ANTONELLI – Atena (Francineide dos Santos)
CAUÃ REYMOND – Juliano
MARCO PIGOSSI – Dante
SUSANA VIEIRA – Adisabeba
RENATA SORRAH – Nora
DEBORAH EVELYN – Kiki (Cristiana Stewart)
BÁRBARA PAZ – Nelita
EDUARDO MOSCOVIS – Orlando (Ubiraci / Bira)
BRUNA LINZMEYER – Belisa
TONICO PEREIRA – Ascânio
JULIANO CAZARRÉ – Merlô
MARCOS CARUSO – Feliciano Stewart
ALEXANDRA RICHTER – Dalila
OTÁVIO MÜLLER – Breno / Walkíria
MARCELLO NOVAES – Vavá (Valtércio Stewart)
SUZANA PIRES – Janete
CAROLINA DIECKMANN – Lara
JACKSON ANTUNES – Tio
OSCAR MAGRINI – Régis
OSVALDO MIL – Juca
MAEVE JINKINGS – Domingas
CARMO DALLA VECCHIA – César / Rodrigo
JOHNNY MASSARO – Cesário
GIOVANNA LANCELOTTI – Luana
CARLA CRISTINA CARDOSO – Dinorá
FERNANDA SOUZA – Mel
JÚLIA RABELLO – Úrsula
GISELE BATISTA – Duda
FELIPE ROQUE – Kim
MARIA PADILHA – Claudine
ILYA SÃO PAULO – Nonato
SÉFORA RANGEL – Conceição
LETÍCIA LIMA – Alisson
ROBERTA RODRIGUES – Ninfa
BRUNO MAZZEO – Rui
MONIQUE ALFRADIQUE – Tina
FÁBIO LAGO – Oziel
CRIS VIANNA – Indira
LORENA DA SILVA – Mara
LARISSA BRACHER – Gisela
ALLAN SOUZA LIMA – Nenenzinho
DANILO FERREIRA – Iraque

a menina LETÍCIA BRAGA – Aninha (filha de Kiki e Zé Maria)

e
ADRIANA ZATTAR – Carol (moça do assalto no restaurante mediado por Romero)
AFFONSO PECCLI – policial da Darco
ALCEMAR VIEIRA – Dário (jornalista assassinado pela facção)
ALEXANDRE BARBALHO – mordomo de Orlando
ALEXANDRE BARROS – Carlos Eduardo (quer comprar a cobertura de Feliciano)
ALEXANDRE COELHO – médico que atende Romero
ALEXANDRE DAMASCENA – segurança do hospital onde Tóia leva um golpe do falso médico
ALEXANDRE LIUZZI – Milton (policial que é ferido no assalto ao restaurante)
ALEX TEIX – Valdir
ALICE SIGMARINGA – Sárvia (filha de Oziel e Indira)
AMAURI OLIVEIRA – Dênis (bandido solto por Romero, morto pela facção, no início)
ANA JANSEN – vizinha de Sumara que desmascara Atena
ANDRÉ DIAS – patrão de Úrsula quando ela trabalha como guia turístico
ANDRÉ SALVADOR – Moura (policial da Darco que avisa Mara da visita de Kiki a Zé Maria na prisão)
ANDREW VIEIRA – Juninho (filho de Oziel e Indira)
ANJA BITTENCOURT – Marlene (empregada na pensão de Sueli)
BEATRIZ NOGUEIRA JUNQUEIRA – Olga (esposa de Oscar, também refém no assalto)
BETTY ERTHAL – mulher do casal que discute com Atena na garagem do prédio de Romero
BIANCA LIMA – Pretinha (mulher sambando num pagode e assediada por Juca)
BILLY BLANCO JR. – juiz de paz que realiza o casamento de Cesário e Luana
BRENO DE FILIPPO – bandido que participa do sequestro de Gibson
BRUNO PACHECO – policial da equipe Dante
CADU FÁVERO – Delson (cientista que Gibson manda Romero matar num falso arrastão para ficar com sua fórmula)
CAIO RODRIGUES LIMA – Beto Formiga (rapaz bonitão do Morro da Macaca, admirado por Indira e Domingas)
CAJU VALADARES – policial da Darco
CARLOS FONTE BOA – policial da Darco que avisa Dante que o delegado Fonseca está de férias
CARLOS SIMÕES – Oswaldo (vizinho de Rui e Tina na reunião de condomínio do prédio, no início)
CÁSSIA KISS – Djanira (mãe de Romero, mãe de criação de Tóia e Juliano, mulher de Zé Maria, morre no início)
CAUÃ ANTUNES – Jordão (filho de Oziel e Indira)
CHICO MELLO – policial da equipe Dante
CHICO TERRAH – Delegado Vasconcelos
CICO CASEIRA – mendigo que vende cachaça pra Nelita
CLÁUDIO ANDRADE – marido de Pretinha que dá um soco em Juca quando percebe o assédio dele em sua mulher
CLÁUDIO MENDES – Carlão Fonseca (amigo de Breno que anda vestido de mulher, despertando nele o mesmo desejo)
CRISTHIANO SCHUENCK – policial da Darco
CRISTIANE ALVES – Lígia (amante rica de Kim)
CRISTIANE AMORIM – Camila (empregada de Claudine)
CRISTINA FAGUNDES – mulher que dá uma pista de Romero para Atena em Três Rios
CRISTÓVAN NETTO – Caniço (capanga de Zé Maria que deixa Tóia no barco para morrer)
DANIEL ANDRADE – médico que anuncia a Tóia que ela está grávida
DANIEL BARCELLOS – Pepe (falsário que arranja a Zé Maria uma nova identidade depois que ele é dado como morto)
DANIEL ZETTEL – Pilão (membro da facção)
DEIWIS JAMAICA – morador da Macaca que reclama da comida no bar de Juca
DJHA MARTINS – tia de Bola
DOUGLAS TAVARES – Abner (funcionário de Adisabeba, com quem ela namorava no início)
ESTER JABLONSKI – Zilca Albuquerque (mulher de uma ONG procurada por Tóia)
EVANDRO MANCHINI – Silvinho (assistente de Andressa Turbinada)
FÁBIO MARTINS – policial da Darco
FABRÍCIO MACHADO – policial da Darco
FELIPE CUNHA – Estevão (policial da Darco que verifica para Dante se o delegado Fonseca abriu uma operação especial)
FELIPE TITTO – MC Limão (concorrente de Merlô)
FERNANDO VIEIRA – Dr. Otávio (advogado que trata da transferência das ações de Tóia para Atena)
GABRIELA PETRY – Jessica Ursinha (prostituta que atende Romero)
GERMANO PEREIRA – Minervino (capanga da facção)
GILRAY COUTINHO – Martinho Fagundes (ex-chefe de Breno)
GLÁUCIA RODRIGUES – Graça (enfermeira da facção colocada na mansão para vigiar Nelita)
GLICÉRIO ROSÁRIO – Paturi (membro da facção)
GUSTAVO NOVAES – Noé (membro da facção)
GUSTAVO OTTONI – Augusto (amigo de Orlando para quem ele vende objetos de arte para fazer dinheiro e fugir)
GUSTAVO TRESTINI – médico que dá o diagnóstico de Romero
HUGO RESENDE – tem um caso com Alisson
ISADORA FERRITE – carcereira de Tóia
ÍTALO VILLANI – ajudante de Zé Maria no resgate de Kiki
IVENS GODINHO – vende um pônei e uma égua para Orestes levar para Aninha e Kiki na fazenda
JACK BARRAQUERO – mendigo que comemora a morte de Romero na cobertura e é expulso por Ascânio
J. FARIAS – assaltante do banco no início da novela
JITMAN VIBRANOVSKY – Gonzalez (uma das vítimas de Atena reunidas por Victor para se vingar dela)
JOÃO BALDASSERINI – Victor (comparsa de Atena passado para trás por ela, no início)
JOÃO GEVAERD – Jorjão (tenta matar o Delegado Faustini)
JOELSON MEDEIROS – delegado que prende Tóia pelo roubo na Caverna da Macaca
JONATHAN AZEVEDO – Zulu (membro da facção)
JONE BRABO – policial que revista Juliano
JÚLIA LUND – Rebeca (mulher de Milton)
JR REQUEJO – Pimenta (garçom que ajuda Reginaldo a enganar Mel durante um almoço)
KARINA TELES – Sumara (vítima de Atena, no início)
KARLA TENÓRIO – Priscila (jornalista amiga de Tina que a encontra no Morro da Macaca)
LÉO LIBERATO – policial da Darco
LÉO WEINER – executivo da Farmastew que anuncia Cesário como novo líder da empresa após a morte de Gibson
LEONARDO JOSÉ – Oscar (refém do assalto a banco mediado por Romero)
LETÍCIA COLIN – Paty (namorada de Romero, no início)
LIONEL FISCHER – Professor Pena Chaves (ajuda Dante na pesquisa sobre o pai de Tóia)
LUCCI FERREIRA – Cabral (da Policia Federal)
LUCIANO PULLIG – fiscal no Aeroporto onde Romero recebe um falso carregamento de vacinas
LUCIANO SALLES – Josivaldo (porteiro do prédio de Romero)
LUIZ LOBO – executivo da Farmastew na reunião em que Atena se apresenta como nova dona das ações de Tóia
MABEL CÉSAR – mulher que atende Oziel e Indira numa exposição onde eles
MAKSIN OLIVEIRA – Inspetor Guerra (membro da facção infiltrado na delegacia de Dante)
MANUEL GOMES – capanga que chega na cobertura de Romero com Zé Maria
MARCELO BORGHI – morador do prédio vizinho ao edifício em obras em que Atena ficou presa
MARCELO GONÇALVES – capitão da PM que comanda o cerco ao banco assaltado no início da novela
MARCELO MELO – tenente-coronel que comanda a ação no assalto ao restaurante
MARCELO PALLOCY – policial da Darco
MARCELO PORTINARI – Joca (homem que ajuda Sueli na pensão contra Ascânio)
MARCELO SOUTO MAIOR – capanga de Zé Maria que ajuda a perseguir Tóia na mata
MÁRCIO GIUBILEI – pai de Tóia, morto na chacina de Seropédica
MÁRCIO MACHADO – Figueira (amigo de Rui que lhe arranja um emprego mas ele é demitido no primeiro dia)
MARCOS SUCHARA – médico que atende Djanira e diz que ela precisa ser operada
MARIA CRISTINA GATTI – mulher do Morro da Maca que aborda as Mandadas
MARIA HELENA PADER – Dona Suzana (mãe de Régis)
MATHEUS VAZ – policial da Darco
MIWA YANAGISAWA – falsa refém do assalto a banco mediado por Romero, no início
MÔNICA ROSSI – secretária de Orlando
NANDO KOUNAT – policial da Darco
PABLO SOBRAL – bandido do assalto na mansão de Gibson no passado, que fez com que ele desse início a facção
PATRÍCIA ELIZARDO – Rosa (funcionária do hostel que se envolve com Cesário)
PAULA BURLAMAQUI – Sueli (amiga de Atena morta pela facção)
PEDRO LÍVIO – membro da facção (sempre de touca)
PEDRO MAYA – Bola (menino do Morro da Macaca que entregou Juliano por uma armação de Romero)
PEDRO SOL – Romero Rômulo (adolescente)
RAFA DE MARTINS – policial Federal que vai prender Gibson na mansão
RAFAELA AMADO – Helena (amiga de Romero que se faz passar por Zilca e engana Tóia)
RAFAEL LOGAM – assaltante do banco no início da novela
RANIERI GONZALEZ – Dr. Paulo (médico membro da facção)
RAUL LABANCA – homem do casal que discute com Atena na garagem do prédio de Romero
REMO ROCHA – Orestes (membro da facção que compra um pônei e uma égua para Aninha a mando de Gibson)
RÉGIS DE SORIS – coveiro do cemitério onde Romero enterra o dinheiro
RICARDO CONTI – rapaz do mercadinho que dá informações sobre Romero a Juliano
RICARDO PEREIRA – Lucas Faustini (delegado da equipe de Dante morto pela facção)
ROGÉRIO FABIANO – leiloeiro da cobertura de Feliciano
RONALDO PAULA – policial da equipe Dante
RONEY VILELA – Vander (ex-marido de Atena que a prende numa corrente)
SALVATORE GIULIANO – juiz que celebra o casamente de Feliciano e Adisabeba, no último capítulo
SAULO RODRIGUES – Goulart (funcionário do laboratório)
SÉRGIO MOX – falso refém no assalto ao banco, no início da novela
SÔNIA ZAGURY – aluna de Vavá
STEPHANY LEITE – Edissa (filha de Oziel e Indira)
TARCIANA SAAD – enfermeira que fala com Dante quando ele vai à clinica atrás de Dr. Paulo
THAÍSSA CARVALHO – Andressa Turbinada (funkeira que envolve-se com Merlô)
THALES COUTINHO – Delegado Fonseca (atua na delegacia de Dante, descobre-se que é membro da facção)
THEREZA AMAYO – Dona Terezinha (moradora do prédio de Feliciano que estranha ao vê-lo trabalhando como porteiro)
THOGUN TEIXEIRA – Carlão (membro da facção que engana Zé Maria quando ele vai resgatar Kiki no hotel)
ULISSES FERRAZ – Ulisses (mordomo na mansão Stewart)
VANESSA THOMÉ – recebe Dante e Juliano numa festa na casa de Sumara
VÂNIA DE BRITO – uma das vítimas de Atena reunidas por Victor para se vingar dela
VINÍCIUS CARONI – turista no hostel de Adisabeba
VINÍCIUS DE OLIVEIRA – Genivaldo (assaltante que faz Romero e outras pessoas de reféns)
VINÍCIUS MANNE – Reginaldo (se passa por Alexis Le Blanc, diretor que promete um papel em um filme para Mel)
VINÍCIUS VOMARO – membro da facção que percebe a fuga de Cesário
WANDERSON PETÃO – policial da Darco
Ademar (membro da facção que coloca armas na creche de Tóia)
Alexsander (troca dólar por explosivos com Atena, para facção, mas ela rouba o dinheiro)
André (homem da mercearia onde Adisabeba compra presunto)
Dona Amélia (senhora que paga uma passagem de ônibus para Nelita, quando esta foge da mansão)
Barreto (jornalista que fotografa Juliano na delegacia logo após Tóia se entregar)
Dr. Calixto (advogado de Juliano)
Camargo
Canhoto (membro da facção)
César (criança)
Cleide (mulher que acorda Feliciano quando este dorme na praia)
Dalminho (morador do Morro da Macaca)
Daniel (assistente do diretor do filme em que Mel descobre a farsa de Alexis Le Blanc/Reginaldo)
Fátima (amiga de aluguel de Dalila)
Dr. Felipe (finge ser substituto de Dr. Paulo na clínica)
Fernando (chefe de Vavá quando este vai trabalhar como salva-vidas)
Firmino (porteiro do prédio de Tóia)
Jana (mulher que ajuda Domingas)
Jenifer (mulher do Morro da Macaca que assedia Merlô, quando ele entrega pizza em sua casa)
Jonas (marchand que informa a Feliciano que seu quadro é falso)
Jorge (entregador das compras de Kiki na casa de subúrbio)
Júlia (vizinha de Gisela que avisa que César vai se matar)
Klaus (namnorado de Kiki, no último capítulo)
Marcela (amiga de Lara, no interior)
Maria Eduarda (filha de Faustini)
Mariana (enfermeira que pede autógrafo a Romero)
Maribel (síndica do prédio de Rui e Tina, no início)
Midori (turista japonesa que se perde num grupo guiado por Úrsula na Floresta da Tijuca)
Mirrado (morador do Morro da Macaca)
Pedrinho (filho de Faustini)
Rita (filha de Delson, que também deveria morrer no falso arrastão)
Seu Rocha (inquilino de Adisabeba)
Romerinho (filho de Atena e Romero, no último capítulo)
Sandra (professora de Aninha que vai a casa de Kiki conversar com ela)
Salazar (traficante ajudado pela facção)
Mr. Suziki (turista japonês que se perde num grupo guiado por Úrsula na Floresta da Tijuca)
Tobias
Vera (mulher de Faustini)
Vespúcio (mendigo que divide uma marquise com Feliciano quando este vai morar na rua)
Dr. Wagner Soares (médico que opera Djanira)
Dr. Wagner Soares (o falso, homem que se faz passar por médico e dá um golpe em Tóia)
Wallace (morador do Morro da Macaca que se associa a Juca)
Xandão (motorista de Atena)

– núcleo de ROMERO RÔMULO (Alexandre Nero), ex-vereador, homem de muitos rostos. Defensor dos direitos humanos, também ficou conhecido como o criador de uma ONG que atua na reabilitação de criminosos condenados. Aclamado pela população como herói, esconde de todos que, na realidade, é membro de uma facção criminosa que está instalada em diversas camadas da sociedade brasileira:
os comparsas ATENA (Giovanna Antonelli), mulher amoral, que sobreviveu a um passado miserável. Estelionatária e golpista, com diversas vítimas no currículo, porém linda e extremamente sensual, iniciou neste “ofício” clonando cartões e falsificando assinaturas. Ao tentar dar um golpe em Romero, descobre sua verdadeira face e acaba apaixonando-se perdidamente por ele, formando um casal ambicioso e sem limites para se dar bem
e ASCÂNIO (Tonico Pereira), homem que tirou Romero das ruas na adolescência e o criou para ser igual a ele: um golpista profissional. Malandro e imoral, ensinou tudo sobre a “arte” de roubar e enganar, sendo uma das poucas pessoas que o conhecem verdadeiramente.

– núcleo de DJANIRA (Cássia Kis), moradora do Morro da Macaca que guarda inquietantes segredos de família: é a mãe de Romero, a quem detesta por conhecer seu verdadeiro caráter, fato que esconde de todos. Criou com zelo e amor sua filha adotiva, e o filho de seu namorado, um foragido da polícia a quem dedica confiança incondicional:
a filha adotiva TÓIA (Vanessa Giácomo), dona de forte personalidade. Foi criada por Djanira desde que seu pai foi assassinado em uma chacina há vinte anos. Desconhece que é a herdeira da fortuna desse homem e, por isso, está na mira da facção criminosa. Acaba tornando-se alvo do amor de Romero, que vê nela a possibilidade de se tornar um homem melhor, entrando em um conflito interno.

– núcleo de ZÉ MARIA (Tony Ramos), foragido, procurado pela polícia há décadas pela chacina de um ônibus em Seropédica, que vitimou várias pessoas. Porém, há quem acredite, como Djanira, que ele seja um homem de bem que está sendo usado como bode expiatório por um grupo de bandidos. No entanto, esconde muitos segredos :
o filho JULIANO (Cauã Reymond), forte, justo, corajoso e cabeça dura, criado por Djanira desde que Zé Maria tornou-se foragido. Noivo de Tóia, por quem é completamente apaixonado, passou quatro anos preso por uma armação da facção criminosa. Agora, em liberdade, dedica sua vida a combatê-la, o que gera um grande conflito em seu relacionamento, somado à presença de Romero.

– núcleo de ADISABEBA (Susana Vieira), mulher de personalidade forte, é a “dona” da comunidade do Morro da Macaca: ela manda e todos obedecem. Mãe coruja do seu único filho, faz de tudo para manter seu rebento debaixo de suas asas. Foi amiga de Djanira no passado, mas escondem uma rixa discreta, pois ela também é apaixonada por Zé Maria, a quem dedica total confiança:
o filho MERLÔ (Juliano Cazarré), melhor amigo de Juliano. Figura emblemática no Morro da Macaca, sempre foi mimado pela mãe, que construiu até mesmo uma boate, a Caverna da Macaca, para que ele pudesse se tornar um MC e nunca sair de perto dela
as dançarinas, a quem ela chama de “mandadas”: NINFA (Roberta Rodrigues) e ALISSON (Letícia Lima), apaixonadas por Merlô, beldades que formam um trio de funk com ele
IRAQUE (Danilo Ferreira), morador do Morro da Macaca, trabalha como mototaxista da comunidade.

– núcleo de ORLANDO (Eduardo Moscovis), frio e calculista, tornou-se um cientista medíocre que usa de seu charme e muita obstinação para conseguir o que quer. É detentor da fortuna de Tóia, pois roubou do pai dela a patente de um importante medicamento quando ele foi assassinado na chacina de Seropédica. Esconde que é membro da mesma facção criminosa a que Romero pertence, e acaba infiltrando-se na rica família Stewart:
os integrantes da facção, espalhada por todo o país em áreas que ninguém imagina. O misterioso líder é uma pessoa que ninguém sabe a verdadeira identidade, conhecido apenas como PAI. Abaixo dele, estão outros poderosos membros, como TIO (Jackson Antunes) e MARA (Lorena da Silva), pessoas de total confiança do chefe
a ex-mulher LARA (Carolina Dieckmann), que ela o conhece por seu nome verdadeiro UBIRACI. Abandonada por ele há muitos anos em uma cidade do interior, vai em seu encalço ao descobrir uma pista sobre seu paradeiro.

– núcleo de GIBSON STEWART (José de Abreu), milionário dono da indústria farmacêutica em que trabalha Orlando. Frio e distante, é um talento para os negócios e um fracasso na vida pessoal. Sobre sua família, pesam tragédias, mágoas e mistérios. À metade da trama, surpreendentemente, revela-se um grande vilão, pois é o Pai da facção criminosa:
a mulher NORA (Renata Sorrah), elegante, culta e, ao contrário do marido, dona de um grande coração. É a matriarca amorosa de uma família cheia de problemas, onde ela funciona como eixo afetivo
as filhas: KIKI (Deborah Evelyn), dada como morta há quase vinte anos, foi na verdade, vítima de um sequestro planejado pelo próprio pai e por Romero, seu marido à época. Passou anos em um cativeiro, onde desenvolveu uma relação amorosa com Zé Maria, seu carcereiro, e tornou-se uma pessoa repleta de medo
e NELITA (Bárbara Paz), mulher bipolar, capaz de atitudes imprevisíveis. Ora eufórica, ora deprimida, há anos vive entre as clínicas psiquiátricas e a casa dos pais. Torna-se alvo de Orlando em seu plano de se infiltrar na família Stewart
os netos: DANTE (Marco Pigossi), filho adotivo de Kiki e Romero, mas praticamente criado por Gibson e Nora. Apesar da distância, Dante mantém uma forte relação com Romero e o toma por um ídolo, o herói dos pobres e oprimidos. Policial incorruptível, mas ingênuo, dedica sua vida a combater o crime e capturar Zé Maria, o responsável pela chacina que vitimou sua mãe biológica,
BELISA (Bruna Linzmeyer), filha de Nelita e namorada do primo Dante, no início. Jovem mimada e excêntrica, envolve-se com Juliano quando ele rompe com Tóia,
CESÁRIO (Johnny Massaro), filho de Nelita e irmão de Belisa, criado sob o estigma de ser o substituto do avô no comando das empresas. Jovem inseguro, inteligente e de poucos amigos
e ANINHA (Letícia Braga), filha que Kiki teve com Zé Maria durante o seu período em cativeiro, desconhecida pelo resto da família
o segurança RÉGIS (Oscar Magrini), contratado para zelar por Nora, acaba apaixonando-se pela patroa e os dois têm um caso
o motorista NONATO (Ilya São Paulo), esconde ser o verdadeiro pai de Belisa e Cesário
a empregada CONCEIÇÃO (Séfora Rangel), mulher de Nonato.

– núcleo de FELICIANO STEWART (Marcos Caruso), bem-humorado playboy da velha guarda e bon vivant. Ao contrário do primo Gibson, com quem não se dá bem – sobretudo por ser apaixonado por Nora – é um pai e avô carinhoso. Já foi muito rico, mas hoje, completamente falido, só lhe restou uma cobertura decadente onde abriga a família de sanguessugas. No decorrer da trama, descobre ser o pai de MerLõ, de um antigo namoro com Adisabeba:
os filhos: DALILA (Alexandra Richter), vive às custas do marido. Ambiciosa, preconceituosa e metida a grã-fina, se julga melhor que o resto da família,
VAVÁ (Marcello Novaes), simpaticão e malandro, orgulha-se de ter chegado aos 50 anos na aba do pai, sem nunca ter trabalhado de verdade,
e ÚRSULA (Júlia Rabello), durona e sincera. Tatuadora profissional, retorna de São Paulo com a namorada para viver na casa do pai
o genro BRENO (Otávio Müller), marido de Dalila, gerente de banco que sustenta os luxos da mulher e filhos. Ao ser demitido, entra em decadência financeira e muda-se para a cobertura de Feliciano
as noras: JANETE (Suzana Pires), casada com Vavá, aos poucos foi entendendo que quem sustentaria a casa seria ela com o trabalho de manicure. Ao descobrir que é traída, rompe com ele, mas permanece na casa. Envolve-se com Merlô,
MEL (Fernanda Souza), amante de Vavá, trabalha como figurante de novelas e comerciais de TV. Sonha em ser famosa e se tornar uma atriz de verdade. Com a separação do amante, muda-se para o apartamento de Feliciano, vivendo às turras com Janete,
e DUDA (Giselle Batista), namorada de Úrsula. Juntas estão tentando ter um filho, mas sem dinheiro para a inseminação. Acaba optando pelos métodos tradicionais com Vavá, o que gera uma crise entre ele e a irmã
os netos, filhos de Dalila e Breno: LUANA (Giovanna Lancellotti), bom caráter e desencanada, não é nada vaidosa. Meio hippie, envolve-se com o primo Cesário,
e KIM (Felipe Roque), vaidoso e consumista ao extremo. Depois da falência da família e inconformado por ter perdido a mesada, passa a se prostituir
a empregada DINORÁ (Carla Cristina Cardoso), fiel companheira e confidente de Feliciano, o único da família a quem dedica seu tempo e trabalho, já que está há meses sem receber o salário
o irmão de Mel, NENENZINHO (Alan Souza Lima), auxiliar de pedreiro que ganha uns trocados fazendo reformas em apartamentos. Envolve-se com Janete
a amante CLAUDINE (Maria Padilha), mulher milionária, sofisticada e independente que, há muitos anos, divide seu tempo entre dois amantes: os primos Feliciano e Gibson. Também envolve-se rapidamente com Kim.

– núcleo de RUI (Bruno Mazzeo), arquiteto que se vê emparedado para manter um padrão de vida classe média na zona sul do Rio com seu pequeno salário. Muda-se com a mulher para o Morro da Macaca no intuito de transformar sua vida, o que gera algumas reviravoltas:
a mulher TINA (Monique Alfradique), jovem estilista que, ao contrário do marido, não admite a possibilidade de abandonar o seu apartamento para viver em outro lugar. Mas aos poucos, torna-se uma pessoa completamente diferente no Morro da Macaca.
o amigo OZIEL (Fábio Lago), morador da Macaca que o influenciou para se mudar para lá. Ganha a vida fazendo um bom dinheiro transportando turistas. Acaba tornando-se amante de Tina
a mulher de Oziel, INDIRA (Cris Vianna), religiosa, trabalha como estilista na Macaca, onde tem uma butique bem-sucedida. Ao descobrir o caso de Oziel e Tina, envolve-se com Rui, dando início a um complicado quadrilátero amoroso
os filhos pequenos de Oziel e Indira: JUNINHO (Andrew Vieira), SÁRVIA Alice Sigmaringa, JORDÃO (Cauã Antunes) e EDISSA (Sthefany Leite).

– núcleo de DOMINGAS (Maeve Jinkings), mulher sofrida que suporta qualquer humilhação para manter seu casamento com um marido violento. Um dia, se cansa da vida que leva e entrega-se a um novo amor:
o marido JUCA (Osvaldo Mil), machista, malandro, violento e alcoólatra. Apronta todas e vive na aba da pobre mulher que se vira para sustentar a casa
CÉSAR (Carmo Dalla Vecchia), homem misterioso que aparece em sua vida, por quem se apaixona. Na realidade, seu nome é RODRIGO, e fugiu de casa após a morte acidental dos dois filhos pequenos, a qual se julga culpado
GISELA (Larissa Bracher), mulher de César, vive à procura do marido, que desapareceu logo após o acidente que vitimou os dois filhos do casal.

Expectativa

Era grande a expectativa para a nova novela de João Emanuel Carneiro – “o mesmo autor de Avenida Brasil“, como salientavam as chamadas de estreia. A missão, das mais difíceis: levantar a audiência do horário das nove da Globo, combalida com o mau desempenho de Babilônia, a produção anterior, e estancar a fuga de público que preferiu, naquele momento, o escapismo da novela Os Dez Mandamentos, na Record TV.

Só que, dessa vez, a novela da dupla João Emanuel Carneiro e Amora Mautner (a diretora responsável) “não aconteceu”. Boas ideias, boa trama, ótimo elenco e produção desperdiçados em um horário e formato para um público que não esteve disposto a consumir esse tipo de produto.

Amora Mautner, alçada ao cargo de diretora artística após o sucesso de Avenida Brasil, revelou em entrevista a Tiago Coelho, para a Revista Piauí (nº 204), que avaliou mal A Regra do Jogo:
“Foi uma pressão grande sair de um sucesso como Avenida Brasil. E eu, pessoalmente, acho que errei na expectativa que criei, de dizer que ia fazer mais uma novela genial. A expectativa é a mãe da frustração.”

Repetição de fórmula

Frente a crise política e social pela qual atravessava o país, o telespectador foi acusado de não querer ver na novela das nove nem a realidade nua e crua dos telejornais, nem a repetição da fórmula mau-caratismo/favela carioca/degradação dos valores morais (a mesma de Babilônia). Na sequência, a Globo, em um plano de emergência, abortou a novela substituta – A Lei do Amor, de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari – por reconhecer em sua sinopse os mesmos ingredientes que supostamente afastaram o espectador das duas últimas produções, e, em seu lugar, escolheu o escapismo romântico e bucólico de Benedito Ruy Barbosa, com Velho Chico.

A Regra do Jogo herdou de Babilônia o horário com a audiência em baixa (25 pontos) e forte concorrência com o auge de Os Dez Mandamentos. Em seu início, enfrentou o estranhamento do público, ante uma trama confusa, e rejeição por ser, novamente, uma história com favelas e calcada na realidade. Com o fim da atração da Record, a trama da Globo só foi deslanchar de verdade em seus últimos meses, conseguindo levantar a audiência. Ainda que pouco, a bem da verdade: fechou na Grande São Paulo com uma média final acima dos 28 pontos no Ibope, superando Babilônia mas perdendo para as anteriores. Contudo, o número é significativo se considerarmos que A Regra do Jogo pegou o horário com 25 pontos e entregou com 38 para a novela substituta (Velho Chico).

A proposta de A Regra do Jogo era das mais interessantes. Uma intrigante trama policial em detrimento do romance, com um elenco de primeira, uma produção inovadora (a criação da “caixa cênica” da diretora Amora Mautner, por exemplo) e ótimas ideias. Entretanto, na prática, percebeu-se ao longo dos meses que a fórmula não estava funcionando para uma novela longa. A Regra do Jogo teria um resultado mais satisfatório se tivesse sido exibida como uma novela curta (às 23 horas) ou uma série, enxuta (sem as tramas paralelas), para que sua história fosse melhor desenvolvida, evitando esticamentos, enrolações desnecessárias e furos de roteiro, que não foram poucos.

História de um santo

Sobre a inspiração para sua história, João Emanoel Carneiro falou em entrevista na época do lançamento da novela:
A Regra do Jogo nasceu de um personagem, do Romero Rômulo. A ideia de fazer esse homem veio da minha mãe, que sempre disse que eu precisava escrever a história de um santo. Ela era muito católica. A minha mãe morreu faz pouco tempo e eu pensei em realizar esse seu desejo. Fiz um santo, mas um santo torto. Afinal, ele é alguém que gosta da ideia de ser bom.”

À primeira vista, saltou aos olhos a semelhança com Avenida Brasil. Vingança foi novamente um dos alicerces da trama – pelo menos no início. A fotografia continuou escura, em tons quentes (vermelho, amarelo, marrom). De novo, investiu-se na “novela de pegada popular”, seja na trilha sonora, seja no perfil dos personagens centrais, de origem humilde. Desta vez, a ação principal não esteve no subúrbio, mas no morro: a fictícia comunidade do Morro da Macaca.

Entretanto, percebeu-se também elementos de A Favorita, sucesso de João Emanuel Carneiro de 2008. As chamadas foram embaladas por um tango. E a dualidade bem-mal foi explorada: a princípio, o público não sabia se os personagens eram tão bons quanto eles afirmavam.

Favela Chique foi o título provisório de A Regra do Jogo.

Rejeição a gays

O personagem Orlando Levy (Eduardo Moscovis) – frio e ambicioso, capaz de tudo em nome dos interesses da facção criminosa da trama – seria inicialmente homossexual e enrustido, mantendo encontros com um rapaz em um apartamento alugado enquanto posava de noivo apaixonado de Nelita (Bárbara Paz). Os problemas de Babilônia (a atração anterior do horário) com o tema fizeram com que esse entrecho fosse deixado de lado e criada uma situação inexistente na sinopse original de A Regra do Jogo: Orlando na verdade se chamava Bira e havia abandonado em Minas Gerais a esposa, Lara (Carolina Dieckmann).

O autor trabalhou na criação de Orlando e sua trama bem antes da estreia, mas ter vindo em substituição a Babilônia, com rejeição a personagens homossexuais – em especial Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg) – foi um contratempo. (“Novela, a Obra Aberta e Seus Problemas”, Fábio Costa)

Tramas paralelas desinteressantes

Em A Regra do Jogo, as tramas paralelas não tinham ligação alguma com a história principal – o que é até comum para uma telenovela. Porém, aqui, elas só atrapalharam. Por se distanciarem totalmente da natureza policial da narrativa, as paralelas quebravam o ritmo da trama da facção (a principal). E, pior, eram desinteressantes e dispensáveis, passando a clara sensação de estarem ali apenas para encher linguiça. “Merlô e suas funkeiras”, “a família de Feliciano” e “o casal classe média que foi morar no morro” não tinham sequer um fio condutor. Pareciam esquetes de humor independentes, só que sem graça alguma.

A única trama paralela que apresentou alguma história foi a do desmemoriado/desmiolado César/Rodrigo (em uma interpretação repetida de Carmo Dalla Vecchia). Entretanto, uma história mal desenvolvida, que mais irritou do que prendeu a audiência. A ótima Maeve Jinkings bem que tentou dar alguma dignidade à sua personagem Domingas, que saiu de uma trama interessante, que poderia ter rendido melhor – a que envolvia seu marido violento Juca (o também ótimo Osvaldo Mil) – para cair nos braços de César em uma historinha sem pé nem cabeça. Um desperdício de trama e de talento também para Marcos Caruso (Feliciano), Otávio Müller (Breno) e Carla Cristina Cardoso (a empregada Dinorá), excelentes em seus papeis, mas subaproveitados em tramas inconsistentes.

Caixa cênica

A caixa cênica, um ambiente que permite que os atores tenham mais liberdade na hora de atuar, foi um dos novos conceitos trazidos para a novela pela diretora Amora Mautner. Com cenários 360 graus e a boca de cena fechada, tem uma logística que permite gravar a novela na velocidade em que ela acontece.
“Desde que eu comecei a ler o texto do João Emanuel, eu quis fazer uma novela cada vez mais orgânica. E eu fiquei durante dois anos tentando estruturar como a gente poderia captar essa imagem de uma maneira também reality. Sem ser marcada, sem ser como a gente está acostumado a fazer em dramaturgia”, explicou a diretora em um vídeo de divulgação no Gshow (site de entretenimento da Globo).

O espaço dentro de um cenário, portanto, fica livre para que os atores possam circular sem a preocupação de se posicionarem para as câmeras, já que elas também podem estar ocultas. Amora contou ainda que consultou Boninho, “um expert de reality da Globo”. Ele dirigiu todas as edições do Big Brother Brasil.

O novo conceito também agradou o elenco, que comprou a ideia desde o início.
“A gente vai poder trabalhar com mais liberdade e fazer umas coisas que eu gosto: dar as costas para a câmera, ficar na sombra, falar por trás do outro”, comentou Juliano Cazarré.

Como uma experiência multiplataforma, o Gshow pegou carona no conceito da “caixa cênica” e ofereceu ao público uma versão alternativa das cenas assistidas na TV. Pela primeira vez, foi possível ver por outros ângulos toda a movimentação dos personagens em ação e fora dela.

Elenco

O elenco teve grandes atuações de Alexandre Nero (Romero Rômulo), Tony Ramos (Zé Maria), José de Abreu (Gibson) e Deborah Evelyn (Kiki).

Vanessa Giácomo ficou com um tipo ingrato, a mocinha Tóia (logo apelidada de “Chatóia”), mas teve ótimos momentos na novela. Também tiveram Renata Sorrah (Nora), Eduardo Moscovis (Orlando) e Cauã Reymond (Juliano).

Apesar de Giovanna Antonelli e Susana Vieira defenderem muito bem suas personagens, Atena e Adisabeba decepcionaram se considerarmos que foram vendidas nas chamadas como grandes destaques da novela, o que acabou não acontecendo. Adisabeba fez escada para Tóia e Zé Maria e não teve importância alguma para a trama da facção.

Atena teve seus momentos, era carismática e engraçada. Porém, não foi a vilã que substituiria Carminha (Adriana Esteves de Avenida Brasil) à altura, como se imaginou a princípio. Passou parte da história ora posta de lado, ora rastejando pelo amor de Romero, que mais a fez de gato e sapato do que a amou de verdade. Na ausência de um casal romântico clássico, Atena e Romero supriram, ainda que na contramão, com seu amor bandido.

Quem realmente roubou a cena no núcleo de Atena foi Tonico Pereira, como Ascânio. O ator deu um toque saboroso ao personagem, debochado e histriônico na medida exata.

Murilo Benício (do elenco de Avenida Brasil) estava inicialmente escalado para viver o protagonista Romero Rômulo. Pediu para sair alegando incompatibilidade de agenda. Foi substituído por Alexandre Nero que, praticamente, emendou dois protagonistas, já que deixou o elenco de Império em março e A Regra do Jogo estreou em agosto de 2015.

A diretora Amora Mautner teve um desentendimento com a atriz Cássia Kiss, intérprete de Djanira, mãe do bandido Romero Rômulo. Segundo Mautner, em entrevista a Tiago Coelho para a Revista Piauí (nº 204), Djanira, ao morrer, deveria mostrar ao público que acreditava na bondade do filho.
“Mas ela fez o contrário: fez a cena como se soubesse que o filho era um monstro, com raiva dele. Não era essa a intenção. A personagem não sabia que o filho era mau. Era a confiança dela que o modificaria. (…) Eu pedi para a Cássia Kiss regravar e ela ficou bravíssima comigo!”

Cenografia e locações

Questionado sobre a comunidade ficcional do Morro da Macaca ser uma “favela idealizada”, o autor respondeu:
“Um morro que deu certo na Zona Sul do Rio de Janeiro. Os personagens mais emblemáticos desta história são Rui e Tina (interpretados por Bruno Mazzeo e Monique Alfradique). São dois personagens de classe média, que moram na zona sul e se apaixonam pela ideia de viver “la vida loca”. Não ter carro e não pagar IPTU, IPVA. É a aventura de classe média na favela. É essa a ideia central que eu quero mostrar. Aqui, as pessoas estão indo para o morro, o morro ideal. É uma comunidade que está se transformando. É um pouco esse espelho desta “nação em transe”. Eu vejo que as classes sociais, aqui no Rio, estão se amalgamando, estão trocando de lugar. A diferença entre a classe média e o habitante da comunidade já não é mais tão avassaladora. Há uma troca muito maior hoje em dia. (…) Eu não tenho nenhum compromisso sociológico. É dramaturgia.”

Erguida no Projac, a cidade cenográfica do Morro da Macaca tinha cerca de 4 mil metros quadrados e quase 40 construções, entre casas, comércio e escolas (uma delas, de artes marciais), além de muitos becos e vielas – conforme indicava o texto de João Emanuel Carneiro. México, Itália, Grécia e Brasil foram inspirações para a concepção desta comunidade.
“A Macaca é um lugar que deu certo. Aqui não há tanta sujeira, tantos defeitos. As casas e o comércio foram decorados e construídos com base na espontaneidade dos seus moradores”, contou Rafael Ronconi, que dividiu a supervisão da produção de arte com Ana Magalhães.
E isso aconteceu porque as pessoas se organizaram e fizeram tudo funcionar bem. A cidade cenográfica foi um desafio para as equipes de cenografia e produção de arte, pois o objetivo foi construir um lugar crível e vivo.

Além dos cenários de estúdio e da cidade cenográfica, a produção contou ainda com um estúdio fixo construído também no Projac, onde foram montadas várias locações. No espaço existiam a facção criminosa, os interiores de casas do Morro da Macaca, a sede Darco (academia de polícia) e ruas ermas.
“É como se tivesse uma cidade cenográfica dentro de um estúdio, onde é possível controlar tudo, luz, áudio e outras variáveis”, esclareceu João Irênio, o cenógrafo da novela.

A maioria dos objetos de cena foi comprada de segunda mão, como as bicicletas e todo o material da barbearia. Em alguns casos, a produção comprou mobília de moradores de comunidades ou trocou algumas peças usadas por novas, como roupa de cama. Todos esses detalhes para tornar tudo mais próximo do real.

Abertura

A abertura da novela mostrava peças de xadrez se digladiando e espatifando sobre um tabuleiro. Ao final, os reis branco e preto, quebrados e derrotados, se reconstroem em um só diante das duas rainhas. Os formatos das peças foram inspirados em Antoni Gaudí, arquiteto catalão famoso por suas obras assimétricas. Toda a arte da abertura foi desenhada em papel e modelada em 3D, para dar a impressão de se tratar de uma grande batalha.

Alexandre Romano, um dos diretores do projeto, destacou: “A ideia foi criar um clima épico e grandioso. Então, apesar de a obra ser tridimensional, há o realismo de materiais, luz e animação e, além disso, o exagero de proporções durante o jogo, fazendo um tabuleiro que explode, permitindo com que o jogo continue fora do território comum.” (Gshow)

A música-tema era “Juízo Final”, de Elsio Soares e Nelson Cavaquinho, em uma gravação imponente de Alcione, condizente com a proposta das imagens – apesar de “o sol”, destacado na letra, não ser um elemento da abertura.

Trilha sonora nacional

01. JUÍZO FINAL – Alcione (tema de abertura)
02. SER HUMANO – Zeca Pagodinho (tema de Feliciano)
03. O AMOR MANDOU DIZER – Xande de Pilares (tema de locação)
04. QUANDO O MORCEGO DOAR SANGUE – Péricles (tema de locação: Morro da Macaca)
05. EU TE AMO, TE AMO, TE AMO – Roberto Carlos (tema de Romero e Atena)
06. CORAÇÃO SELVAGEM – Ana Carolina (tema de Romero e Tóia)
07. DIA CLAREAR – Banda do Mar (tema de Luana e Cesário)
08. PARA UM AMOR NO RECIFE – Paulinho da Viola
09. PAPEL DE BOBÃO – Mosquito
10. SAFADIM – Aviões do Forró (tema de Oziel)
11. CASADO TAMBÉM NAMORA – Frank Aguiar (tema de Vavá)
12. A DONA DO BARRACO – Calcinha Preta
13. DE LADIM – Dream Team do Passinho (tema de locação)
14. SÓ NO CHARMINHO – Gang do Eletro (tema de Merlô)
15. NUVEM DE LÁGRIMAS – Fafá de Belém (tema de Adisabeba e Zé Maria)
16. TÔ NA VIDA – Ana Cañas
17. DANSE MACABRE – Scalene (tema de Romero)

Trilha sonora internacional

01. ALWAYS ALRIGHT – Alabama Shakes (tema de Atena)
02. DON´T WAIT – Mapei (tema de Juliano e Tóia)
03. LIKE I CAN – Sam Smith (tema da Nora e Régis)
04. PHOTOGRAPH – Ed Sheeran (tema de Romero e Atena)
05. BE MY SIN – Kathryn Dean (tema de Belisa)
06. RENEGADES – X-Ambassadors (tema de locação)
07. RIVER FULL OF LIQUOR – Leon Else (tema de locação)
08. CHANDELIER – Sia (tema de Juliano e Belisa)
09. TROUBLE – Elvis Presley (tema de Romero)
10. COME FLY WITH ME – Michael Bublé (tema de Feliciano)
11. FIRESTONE – Kygo featuring Conrad Sewell (tema de Nelita)
12. HANDCUFFS – Prince Royce
13. POWERFUL – Major Lazer featuring Ellie Goulding and Tarrus Rile (tema de Luana e Cesário)
14. FORGIVENESS (EL PERDÓN) – Nick Jam featuring Enrique Iglesias (tema de locação)
15. WANT TO WANT ME – Jason Derulo (tema de locação: Morro da Macaca)
16. COME TOGETHER – Echosmith (tema de locação: Rio de Janeiro)

Trilha sonora volume 3

01. VOU VOLTAR PRO ROLÊ – Thiaguinho
02. TÁ ME DANDO MOLE – Sorriso Maroto
03. PENTE E RALA – Turma do Pagode
04. FULMINANTE – Mumuzinho
05. LIVRE, LEVE E SOLTA – Hellen Caroline
06. AQUELE 1% – Marcos e Belutti (participação de Wesley Safadão)
07. MISS FAVELA – Gabriel Moura (participação de Seu Jorge)
08. WORTH IT – Fifth Harmony featuring Kid Ink
09. DIGGIN´ON YOU – Elekfantz
10. WANNA BE – Mister Jam (participação de Wanessa)
11. SELFIE COLADO – Karol Ka
12. MOLEQUE TRANSANTE – Dannie, Mc Sabará
13. PEGAÇÃO – Dienis
14. SOU DESSAS – Valesca Popozuda
15. SUAVE – MC Merlô

Ainda
O QUE SE QUER – Marisa Monte e Rodrigo Amarante (tema de Lara e Dante)
BUDAPEST – George Ezra
DEAR FUTURE HUSBAND – Meghan Trainor

Trilha sonora instrumental: música original de Eduardo Queiroz, Guilherme Rios e Felipe Alexandre

01. ATENA – Eduardo Queiroz e Guilherme Rios
02. ROMERO – Eduardo Queiroz
03. TÓIA – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
04. JULIANO – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
05. MON AMOUR BLUES – Eduardo Queiroz e Guilherme Rios
06. LAS VEGAS – Eduardo Queiroz
07. NELITA – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
08. FALLING – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
09. FACÇÃO – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
10. NÃO ME DEIXE SÓ – Eduardo Queiroz e Guilherme Rios
11. UM HOMEM BOM – Eduardo Queiroz
12. ORLANDO – Eduardo Queiroz
13. PENUMBRA – Eduardo Queiroz
14. UNO – Eduardo Queiroz
15. RED LIPS – Eduardo Queiroz e Guilherme Rios
16. DJANIRA – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
17. VERTIGEM – Eduardo Queiroz
18. STUART – Eduardo Queiroz
19. BLACK CORPORATION – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
20. A CELA – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
21. VERONA – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
22. EMPTY HEART – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
23. PICKPOCKET – Eduardo Queiroz e Guilherme Rios
24. DIRT GAMES – Eduardo Queiroz e Guilherme Rios
25. CÉU – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
26. SEM VOCÊ – Eduardo Queiroz e Felipe Alexandre
27. FALIDOS – Eduardo Queiroz e Guilherme Rios

Músicas com o MC Merlô (Juliano Cazarré)
PEGADO DO MERLÔ
DOMINATRIX (featuring Andressa)
POLE DANCE
PRA TE PROVOCAR (featuring Andressa)
VIRA O JOGO
SUAVE

Tema de abertura: JUÍZO FINAL – Alcione

O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será queimada a semente
O amor será eterno novamente

É o juízo final
A história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver
A maldade desaparecer

O amor será eterno novamente
O amor será eterno novamente…

Veja também

  • dacordopecado

Da Cor do Pecado

  • cobraselagartos

Cobras e Lagartos

  • favorita_logo

A Favorita

  • avenidabrasil_logo

Avenida Brasil