
Benedito Ruy Barbosa nasceu em Gália, interior paulista, em 17 de abril de 1931. Jornalista e publicitário, chegou à dramaturgia quando sua peça “Fogo Frio” foi montada em São Paulo, pelo Teatro de Arena, com a direção de Augusto Boal. Contratado da Colgate-Palmolive, estreou auspiciosamente na telenovela em 1966, pela TV Tupi, adaptando o folhetim “A Vingança do Judeu”, de J.W. Rochester (que recebeu o título Somos Todos Irmãos). Em seguida, foi ao ar uma novela de sua autoria: O Anjo e o Vagabundo. Passou pela TV Record lançando uma programação de novelas com A Última Testemunha.
Sua grande oportunidade, de fato, surgiu quando pôde escrever exatamente sobre as coisas que conhecia bem: a vida no campo. Foi esse conhecimento que se tornou sua marca inconfundível: a novela cabocla, simples, interiorana. Com a elogiada Os Imigrantes (Bandeirantes, 1981), Benedito tratou de outro assunto preferido em telenovelas: a imigração de estrangeiros no Brasil.
Em 1990, conseguiu uma façanha que o elevou à categoria de grande novelista de nossa TV: sua novela Pantanal, produzida pela TV Manchete, bateu a audiência da Globo. A emissora de Roberto Marinho (que sempre lhe reservara o horário das 18 horas) tratou de promovê-lo ao horário nobre, no qual obteve sucesso com grandes produções na década de 1990: Renascer (1993), O Rei do Gado (1996) e Terra Nostra (1999-2000). A partir da década de 2000, Benedito dedicou-se aos remakes de antigos sucessos seus, como Cabocla (2004), Sinhá Moça (2006), Paraíso (2009) e Meu Pedacinho de Chão (2014).
Com O Rei do Gado, Pantanal e Renascer Benedito praticamente dominou os anos 90. As três obras estão no meu top 10 de melhores novelas dos anos 90.
Único autor até agora a retratar o universo rural exatamente como ele é, sem fantasias e sem personagens caricatos. Isso se deve pelo caráter de pesquisa desse grande autor que vai até o lugar que pretende retratar. Benedito sempre falou do interior do Brasil com propriedade. Novelas como SINHÁ MOÇA PANTANAL O REI DO GADO e principalmente RENASCER foram carregadas de emoção. Algo que falta na teledramaturgia de hoje. Sou roteirista e me identifico com o modo com que ele escreve seus textos. Com entrega. Muito suor e emoção
Minha preferida de Benedito Ruy Barbosa sempre será O rei do Gado. A saga italiana mesclada com o ruralismo característico do autor foi uma grande sacada. Tanto que adoro ambas as fases da novela: os anos 40 e o ano de 1996, com Bruno Mezenga rico e poderoso, tendo triplicado tudo que seu pai conquistou.