Sinopse

Mário Barroso, um piloto de avião, está noivo de três mulheres em cidades diferentes, à procura daquela que lhe dê um filho de “cuca legal”. Seu melhor amigo é Jacaré, apelido de Celso Maranhão, também aviador, um “filósofo da noite”, irreverente e descompromissado. Jacaré é um malandro boa-praça que, no fundo, deseja conquistar as mulheres do amigo.

Acreditando amar as três com a mesma intensidade, Mário fica indeciso entre qual delas escolher: Virgínia, a noiva rica, em quem ele vê a chance de conquistar estabilidade financeira; Irene, de classe média, professora de inglês e pianista; ou Fátima, viúva de um empregado da firma em que trabalha, a mais pobre das três, com quem ele se sente mais à vontade.

As coisas se complicam quando Kinu, a mãe de Virgínia, também entra no páreo.

Globo – 19h
de 27 de janeiro a 13 de junho de 1975 (Rio)
de 27 de janeiro a 31 de maio de 1975 (SP)
118 capítulos

novela de Marcos Rey
direção de Oswaldo Loureiro, Gonzaga Blota e Jardel Mello

Novela anterior no horário
Corrida do Ouro

Novela posterior
Bravo!

FRANCISCO CUOCO – Mário Barroso
YONÁ MAGALHÃES – Fátima
SUELY FRANCO – Irene
FRANÇOISE FORTON – Virgínia
ROSAMARIA MURTINHO – Kinu (Maria Joaquina)
HUGO CARVANA – Celso Maranhão (Jacaré)
ELZA GOMES – Dalva (Madame Zaide)
MÁRIO LAGO – Aureliano Villaça
HERVAL ROSSANO – Fausto
FELIPE CARONE – José Proença
MÍRIAN PIRES – Alba
ELIZÂNGELA – Lú (Maria Lúcia)
ROBERTO BONFIM – Carlo
ROGÉRIO FRÓES – Franco Papalardo
DARY REIS – Durval
RUY REZENDE – Albano
SUZANA FAINI – Diva
LUIZ ARMANDO QUEIRÓZ – Cláudio
VINÍCIUS SALVATORE – Ivo
SEBASTIÃO VASCONCELOS – Nestor
ANA CRISTINA FARIA – Ligia
EDSON SILVA – Vila (Vilaboim)
FÁTIMA FREIRE – Elaine
CHICA XAVIER – Raquel
MÁRIO PETRÁGLIA – Ricardo
DUDU CONTINENTINHO – Ivonete
LADY FRANCISCO – Berta Lammar
LUÍS MAGNELLI – Brandão
PEDRO FARAH – Gente-Fina
CLEIDE BLOTA – Beatriz
MARIO CARDOSO – Olindo
ARTHUR COSTA FILHO – Vitor
MARCELO GOMES – Rubinho
ELIESER GOMES – Dias
RITA DE CÁSSIA – Tuca
TUSKA – Martita
GEORGIANA DE MORAES – aluna de Irene
BORORÓ como ele mesmo

– núcleo de MARIO BARROSO (Francisco Cuoco), aviador solteirão, bem-sucedido na profissão, mas emocionalmente inseguro. Ainda mora com a mãe e passa as horas vagas em mesas de bar. Mantém um relacionamento com três mulheres diferentes, achando amá-las da mesma maneira. Não consegue decidir qual delas seria a mulher ideal para lhe dar um filho de “cuca legal”:
a mãe DALVA (Elza Gomes), sua principal conselheira. Trabalha como consultora sentimental e astróloga em um programa de rádio que apresenta sob o pseudônimo de MADAME ZAIDE
o amigo e confidente JACARÉ, apelido de CELSO MARANHÃO (Hugo Carvana), companheiro de bar, irreverente e descompromissado
o velho amigo de Dalva, AURELIANO VILLAÇA (Mário Lago), cavalheiro que se veste e se comporta como se ainda estivesse nos anos 1930, fazendo constantes referências a ídolos e cenários do passado. Frequentador assíduo da casa dos Barroso. Ele e Dalva vivem um amor platônico na terceira idade.

– núcleo de VIRGÍNIA (Françoise Fourton), uma das três namoradas de Mário. Jovem empresária rica, vive obcecada com os rumos dos negócios do falecido pai:
a mãe KINU, como é chamada MARIA JOAQUINA (Rosamaria Murtinho), viúva desamparada, ainda jovem e bonita. Ser responsável pela casa e pelos negócios da família a deixa insegura.

– núcleo de IRENE (Suely Franco), outra das três namoradas de Mário. Jovem de classe média, carinhosa e ingênua, dá aulas particulares de piano para compensar a grande frustração de não ter se tornado pianista profissional:
o pai JOSÉ PROENÇA (Felipe Carone), ex-chefe de honra dos escoteiros, obcecado em promover a disciplina em todos os aspectos do cotidiano, a começar pela organização da vida doméstica. Ele atormenta a mulher com suas exigências neuróticas, as quais ela aceita sem reclamar
a mãe ALBA (Mírian Pires), vive preocupada com as dores de cabeça provocadas pela filha caçula
a irmã adotiva MARIA LÚCIA, a LU (Elizangela), jovem cheia de vida e irresponsável, o que faz dela o maior motivo de preocupação da família.

– núcleo de FÁTIMA (Yoná Magalhães), a última das três namoradas de Mário. De origem humilde, viúva do empregado da manutenção da empresa de aviação na qual Mário trabalha. Desde a morte do marido, recebe a ajuda do aviador:
a irmã DINA (Suzana Faini), mulher rude e caseira
o cunhado ALBANO (Ruy Rezende), casado com Dina, homem moralista e desconfiado. Desempregado crônico, passa grande parte do tempo livre na praia
o pretendente NESTOR (Sebastião Vasconcelos), pequeno industrial, a contrata para trabalhar em sua empresa e acaba se interessando por ela.

Busca por um autor

A inspiração era a peça “Boeing-Boeing”, de Marc Camelotti, tendo Francisco Cuoco em papel semelhante ao que fizera no palco.

O argumento foi desenvolvido por Oswaldo Loureiro e Paulo Pontes. Sylvan Paezzo foi convocado para conduzir a história mas não acertou-se com a emissora. O escritor Marcos Rey assumiu então o texto, estreando em novelas na Globo. Rey escreveu ainda para a emissora a novela A Moreninha, no mesmo ano (adaptação do romance de Joaquim Manuel de Macedo), e a minissérie Memórias de um Gigolô, em 1986 (adaptação para a TV de seu próprio romance).

Condições precárias

Cuca Legal nasceu, cresceu e se perdeu”, declarou Oswaldo Loureiro ao término da novela.
“Uma ideia que tinha tudo para ser abordada da melhor forma possível, acabou se diluindo e prejudicando a consistência da história de Marcos Rey. (…) as condições de que dispúnhamos eram as mais precárias possíveis. (…) A falta de condições de Cuca acelerou esse processo de degeneração da novela, tornando-a alvo de críticas à sua monotonia e repetição”, disse o diretor em entrevista à Revista Amiga em junho de 1975.

Oswaldo Loureiro deixou a direção de Cuca Legal no centésimo capítulo, sendo substituído por Jardel Mello.

Os telespectadores torceram o nariz e trocaram de canal. A novela concorrente no horário na TV Tupi, Meu Rico Português, só ganhou com isso.

Enredo pobre

O crítico de televisão Artur da Távola assim escreveu sobre a novela para a revista Amiga de 18/06/1975:

Cuca Legal foi a novela que fez retroceder a qualidade conseguida com Corrida do Ouro [a anterior no horário] e cujos impasses e irrealizações fizeram lembrar a decepção com Supermanoela. O grande problema de Cuca Legal foi a fraqueza da história. Interessante: apesar da pobreza expressiva e significativa do enredo, tanto os diálogos como o desempenho dos atores estiveram em bom nível.”

Elenco

Dias antes da estreia, uma chamada anunciava um novo par romântico para a próxima novela das sete. No vídeo apareciam duas cabeças brancas conversando. Era um casal da terceira idade: Aureliano (Mário Lago) e Dalva (Elza Gomes).

Elza Gomes sofreu um enfarte que a afastou por algumas semanas das gravações.

Primeiro trabalho do ator e cineasta Hugo Carvana na televisão. Ele foi chamado pelo diretor Daniel Filho para interpretar Jacaré, um tipo carioca, irreverente e descompromissado, após ter interpretado um personagem semelhante em Vai Trabalhar, Vagabundo, filme de sucesso que o ator havia escrito, dirigido e protagonizado em 1973. (Site Memória Globo)

Também o primeiro trabalho na TV da atriz Fátima Freire e dos atores Mário Cardoso e Pedro Farah.
Primeira novela de Luiz Armando Queiroz, egresso da série A Grande Família (e de uma pequena participação em Selva de Pedra).
Estreia na Globo da atriz Lady Francisco.

Trilha sonora

Duas das músicas mais tocadas do ano de 1975 estiveram presentes na trilha sonora de Cuca Legal. No LP nacional, a bela canção “Linha do Horizonte”, de Azymuth, tema do protagonista Mário Barroso (Francisco Cuoco). E no disco internacional, o megahit de Michael Jackson “One Day in Your Life”, tema romântico de Mário e Irene (Suely Franco).

Em 2006, a Som Livre relançou a trilha sonora nacional de Cuca Legal, em CD, na coleção “Master Trilhas”, 26 trilhas nacionais de novelas e séries da década de 1970 nunca lançadas em CD.

Há um erro de crédito na última música da trilha internacional da novela. O LP/k7 traz escrito “Black Soul”, mas a que se ouve no disco é “Jungle Bird”. As duas fazem parte do compacto lançado em 1975 por Airto Fogo (pseudônimo do músico francês Sylvain Krief).

Locações

Várias externas de Cuca Legal foram gravadas no restaurante Fiorentina, no Aeroporto Santos Dumont e em praias e bairros da Zona Sul, no Rio de Janeiro. (Revista Amiga, 25/06/1975)

E mais

Lamentavelmente não existem mais imagens dessa novela (a não ser chamadas de estreia). A hipótese mais provável é que as fitas tenham-se perdido no incêndio que ocorreu na TV Globo em junho de 1976.

Trilha sonora nacional

01. NÃO ME PERGUNTE MAIS – Betinho (tema de Mário)
02. REI DO MAR – Djavan
03. TIU RU RU – Chico Batera (tema de Maranhão)
04. RETALHOS E REMENDOS – Rick (tema de Virgínia)
05. PELAS NUVENS – Orquestra Som Livre
06. CUCA LEGAL (HA HA HA) – Chico Batera (tema de abertura)
07. LINHA DO HORIZONTE – Azimuth (tema de Mário)
08. VALSINHA AZUL – Orquestra Som Livre
09. TERCEIRO ATO – Antônio Carlos
10. ADOLESCENTE – Orquestra Som Livre
11. LERO LERO SOCIAL – Carlos Thiago
12. CANÇÃO PARA UM QUASE AMOR – Orquestra Som livre
13. TANTO AMOR NUNCA MAIS – Luciene Franco (tema de Dalva e Aureliano)

Coordenação geral: João Araújo
Produção musical: Eustáquio Sena

Trilha sonora internacional

01. ONE DAY IN YOUR LIFE – Michael Jackson (tema de Mário e Irene)
02. I’LL BE HOLDING ON – Al Downing (tema de Jacaré)
03. MORE THAN YOU KNOW – Chrystian (tema de Mário e Virgínia)
04. CASTLES – The Futures
05. WE CAN’T MAKE LOVE TONIGHT – Terry Winter
06. BOGGIE ON REGGAE WOMAN – Stevie Wonder
07. IF I EVER LOSE THIS HEAVEN – Sergio Mendes & Brazil ’77
08. THE MIRACLE – The Stylistics (tema de Kinu)
09. LOVE YOU JUST AS LONG AS I CAN – Free Spirit
10. IT’S MY FIRST DAY WITHOUT YOU – Dennis Yost & The Classics IV (tema de Mário e Fátima)
11. KEEP ON KEEPIN’ ON (DOING WHAT YOU DO) – The Miracles
12. I’M PRISIONER – Paul Jones
13. LET ME BE FOREVER – Stevie Feldman (tema de Mário)
14. JUNGLE BIRD – Airto Fogo

* Há um erro de crédito na última música da trilha internacional. O LP/k7 traz escrito “Black Soul”, mas a que se ouve no disco é “Jungle Bird”. As duas fazem parte do compacto lançado em 1975 por Airto Fogo (pseudônimo do músico francês Sylvain Krief).

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