Sinopse

Dona Xepa trabalha há trinta anos com uma barraca de legumes nas feiras da Zona Sul carioca. Abandonada há anos pelo marido, continua cultuando sua memória e não admite que falem mal dele. Tem na amizade com o vizinho Agenor, o seu porto-seguro. A feirante se levanta todos os dias de madrugada para comprar mercadorias para a feira. Tudo isso para que os filhos Edson e Rosália tenham as oportunidades de vida que ela não teve.

Edson estudou e pretende ingressar em uma faculdade de Comunicação. Quer ser escritor mas não consegue trabalho e, ao mesmo tempo, não aceita ser sustentado pela mãe, apesar do amor que nutre por ela. Com um prêmio de um concurso de contos, inicia sua escalada profissional – o que vai aumentar seus conflitos com a mãe a afastá-lo mais dela. Namora Helena, uma vizinha na vila onde vivem, mas tem medo de casar e perder a liberdade.

Rosália é bem diferente do irmão. Aparentemente sensível e revoltada, é ambiciosa e interesseira e só tem um objetivo: a ascensão social para sair da vida pobre que leva. Para atingir essa meta, quer casar com um homem rico. É amada pelo vizinho Daniel, um fotógrafo amigo de Edson, mas não aceita a ideia de unir-se a um rapaz pobre. Só pensa na riqueza e rejeita a mãe, embora no fundo queira melhorar a vida dela pelo jeito mais fácil.

Por meio de Regina, também vizinha, que trabalha na loja de Glorita – grã-fina casada com o milionário Raul Pires Camargo -, Rosália conhece Heitor, filho de Raul, um advogado que, na verdade, esconde que está falido. Rosália aproxima-se de Heitor sem conhecer sua verdadeira situação econômica e os dois acabam casando-se. Depois disso, Dona Xepa mal consegue ver a filha, proibida e até humilhada pela esnobe Glorita.

Glorita, obcecada pela ideia de aparecer nas colunas sociais, tem como meta de vida se tornar amiga da socialite Isabel Becker, casada com Henrique Becker, proprietário de uma das mais maiores editoras do país. Para isso, empurra a filha Gisa, interesseira como a mãe, para cima do filho do casal, Otávio. Ele é um rapaz que nunca passou dificuldade na vida, frequenta a alta roda, mas se recusa a ser o futuro dono da empresa do pai.

O lado artístico de Otávio fala mais alto. Ao dedicar-se ao teatro, ele fica conhecendo e se envolve com Helena, que a essa altura não está mais com Edson. Enquanto isso, Rosália é assediada por Daniel, que continua a amá-la. Adiante, cansado dos caprichos da jovem, o fotógrafo afasta-se dela ao conhecer Heloísa, filha dos Becker. A impedir esse romance está Ivan, um mau-caráter que se interessa por Heloísa e a fortuna de sua família.

Globo – 18h
de 24 de maio a 24 de outubro de 1977
132 capítulos

novela de Gilberto Braga
baseada na peça de Pedro Bloch
direção de Herval Rossano

Novela anterior no horário
À Sombra dos Laranjais

Novela posterior
Sinhazinha Flô

YARA CÔRTES – Dona Xepa (Carlota Soares da Costa)
NÍVEA MARIA – Rosália
CLÁUDIO CAVALCANTI – Otávio
RUBENS DE FALCO – Heitor
REYNALDO GONZAGA – Edson
EDWIN LUISI – Daniel
DIONÍSIO AZEVEDO – Agenor
ÂNGELA LEAL – Regina
ÍSIS KOSCHDOSKI – Helena
ÊNIO SANTOS – Henrique Becker
IDA GOMES – Isabel
FÁTIMA FREIRE – Heloísa
JOÃO PAULO ADOUR – Ivan
ANA LÚCIA TORRE – Glorita
ANTÔNIO PATIÑO – Raul Pires Camargo
PATRÍCIA BUENO – Gisa
NARDEL RAMOS – Ronaldo
ZENI PEREIRA – Corina
FRANCISCO DANTAS – Alamiro
AGNES FONTOURA – Arlete
NAIR PRESTES – Camila
RENATO PEDROSA – Raimundo
NEUZA BORGES – Rosemere
MARINA MIRANDA – Cleonice
CLEMENTINO KELÉ – Uóston
MARLENE FIGUEIRÓ – Joice
VANDA COSTA – Creuza
BEYLA GENAUER – Julinha

e
CASTRO GONZAGA – Joel (marido de Xepa)
DAVID PINHEIRO – ator que contracena com Regina
FREGOLENTE – Saraiva (pai de Helena, morre no início)
JOYCE DE OLIVEIRA – Clara
MÁRCIO DE LUCCA – Eduardo (pintor pretendente de Heloísa)

– núcleo de DONA XEPA (Yara Côrtes), uma simplória feirante. Mulher batalhadora que vive exclusivamente para os filhos. Preocupada em dar a melhor educação aos dois, tem uma vida sacrificada. Mesmo após ser abandonada pelo marido, não admite que falem mal dele:
os filhos EDSON (Reynaldo Gonzaga), deseja ser escritor. Com um prêmio de um concurso de contos começa uma escalada profissional aumentando seus conflitos com a mãe. Sonha deixar a vila onde vive para morar sozinho, mas gostaria que ela encarasse isso com naturalidade. Namora uma vizinha, mas não pretende casar-se, temendo as concessões que terá que fazer,
e ROSÁLIA (Nívea Maria), jovem ambiciosa e interesseira que tem como meta de vida ser bem-sucedida. Ao contrário do irmão, que quer ser escritor, acredita que sua ascensão social só será possível através do casamento com um homem rico. Por isso casa-se com um advogado desprezando a paixão que sente por um vizinho da vila
a companheira de feira, CAMILA (Nair Prestes), sozinha, sem família, mora com ela há muitos anos e a ajuda na barraca de feira
o marido que abandonou a família há muitos anos JOEL (Castro Gonzaga), aparece do nada.

– núcleo de OTÁVIO BECKER (Cláudio Cavalcanti), jovem rico e idealista. Filho dos proprietários de uma das mais importantes cadeias de revistas do país, a Editora Becker. Recusa-se a aceitar a posição de herdeiro e futuro dono da empresa, com a qual não tem muita afinidade. Formado em Ciências Sociais, é um rapaz inseguro, que não sabe bem o que fazer de sua vida profissional:
os pais HENRIQUE BECKER (Ênio Santos), homem de sólida formação moral, compreensivo, transformou-se, com seu próprio esforço, no proprietário de uma das mais importantes editoras do país,
e ISABEL (Ida Gomes), mulher elegante, de família tradicional, oferece festas de grande prestígio e seu nome está sempre nas colunas sociais
a irmã HELOÍSA (Fátima Freire), típica jovem da classe alta
JULINHA (Beyla Genauer), grã-fina amiga de Isabel
o funcionário da editora IVAN (João Paulo Adour), ambicioso, quer se casar com Heloísa e assumir a direção da empresa. Boicota Otávio dentro da editora
a principal redatora da editora JOICE (Marlene Figueiró)
a governanta na casa dos Becker, CREUZA (Vanda Costa), devotada à família.

– núcleo do advogado HEITOR (Rubens de Falco). No início da trama, mora em São Paulo, onde dirige a sucursal do escritório de advocacia do pai. Com a falência do negócio, muda-se para o Rio, onde conhece Rosália, por quem se apaixona. Ela se casa com ele, por interesse, acreditando que sua família ainda tem dinheiro:
o pai RAUL PIRES CAMARGO (Antônio Patiño), apesar de ser um profissional renomado, seus negócios vão mal. Não aguenta o tipo de vida que a mulher o obriga a ter
a madrasta GLORITA (Ana Lúcia Torre), mulher arrivista, dona de uma butique na Zona Sul. Quando o enteado se envolve com Rosália, torna-se antagonista de Xepa, recusando-se a recebê-la em casa. Tenta de todas as formas ser amiga de Isabel e deseja que sua filha se case com Otávio
a irmã GISA (Patrícia Bueno), filha de Raul e Glorita, ambiciosa como a mãe, deseja casar-se com Otávio
a empregada CLEONICE (Marina Miranda).

– núcleo de DANIEL (Edwin Luisi), vizinho de Xepa, um dos melhores amigos de Edson. Apaixonado por Rosália, mas ela o despreza por ser pobre. Trabalha como desenhista em uma empresa, mas logo consegue emprego como fotógrafo de uma revista da Editora Becker:
o pai AGENOR (Dionísio Azevedo), grande amigo de Xepa que a ampara nos momentos difíceis. Devido a problemas de saúde foi obrigado a se aposentar, mas tem dificuldade de viver sem trabalhar e sendo sustentado pelo filho
o inquilino UÓSTON (Clementino Kelé), motorista de ônibus, morador num quarto em sua casa. Passará a motorista particular da família Becker.

– núcleo de REGINA (Ângela Leal), sente uma paixão platônica por Otávio. Trabalha como balconista numa loja da Zona Sul. Com vocação para ser atriz, é uma jovem extrovertida, que fala o que pensa. Adora Xepa, mas não mantém boa relação com Rosália, de quem não gosta e não aprova suas atitudes:
a mãe ARLETE (Agnes Fontoura), costureira viúva, vizinha de Xepa
o irmão RONALDO (Nardel Ramos), deseja ser escritor, assim como amigo Edson. Trabalha inicialmente como caixa num banco, mas logo consegue uma boa posição como repórter na mesma revista em que Daniel é fotógrafo..

– núcleo de HELENA (Ísis Koshdoski), professora primária, seguiu essa carreira por imposição do pai. Vive um conflito entre a paixão que sente por Edson, seu namorado, e os problemas causados pelo egoísmo do rapaz. Vai apaixonar-se por Otávio:
o pai SARAIVA (Fregolente), dedicou a vida à filha, por quem tem adoração. Apesar disso, por ser um homem antiquado e preconceituoso, acabou sufocando todas as possibilidades criativas da jovem. Não aprova o relacionamento dela com Edson. Morre de infarto fulminante no decorrer da trama.

– núcleo de CORINA (Zeni Pereira), feirante amiga de Xepa, com quem tem constantes desentendimentos. Ela e o marido alugam quartos vagos em sua casa:
o marido ALAMIRO (Francisco Dantas), totalmente dominado por ela
os inquilinos ROSEMERE (Neuza Borges), empregada doméstica. Quando Rosália casar, vai trabalhar na casa dela, onde será uma espécie de espiã de Xepa,
e RAIMUNDO (Renato Pedrosa), garçom, trabalha em casas de grã-finos. Tentará ensinar boas maneiras a Xepa, quando os filhos começarem a se relacionar com pessoas de outro status.

Apelo popular

Primeira adaptação para a TV da peça escrita por Pedro Bloch em 1952, estrelada por Alda Garrido – que voltou a representar a feirante protagonista na versão cinematográfica de 1959, dirigida por Darcy Evangelista.
Herval Rossano, o diretor da novela, já vivera Edson, o filho de Xepa, na versão para o cinema.

Com uma protagonista de grande apelo popular, o conflito básico da história é o de uma mulher que, depois de sacrificar toda a sua vida pelos filhos, se vê afastada deles pelo nível social que estes atingiram. Dona Xepa é uma humilde feirante que tem o sonho das pessoas simples que desejam que os seus filhos sejam doutores e tudo faz ao longo da sua vida para o conseguir. É a mãe que se realiza com a ascensão social dos filhos, mas quando eles crescem e é rejeitada por eles, quer alcançá-los sem saber como, metendo os pés pelas mãos.

Primeira novela contemporânea do horário das seis do núcleo do diretor Herval Rossano (implantado em 1975). As tramas antecessoras eram de época.

Foi a melhor audiência para as 18 horas até então, designando eficazmente Gilberto Braga para o horário das 20 horas, no qual estreou no ano seguinte, com Dancin’ Days (1978).

Adaptação

A ideia de adaptar a peça partiu de Gilberto Braga, então cansado de adaptar romances de época (ele havia escrito Helena, Senhora e Escrava Isaura). O autor comentou para o livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, do Projeto Memória Globo:
“Sugeri que a minha próxima novela das seis fosse baseada em uma peça de teatro: Dona Xepa, de Pedro Bloch. Para novela, basicamente, só dava para aproveitar a personagem central, que era ótima. Seria uma oportunidade de fazer alguma coisa atual, sair do século 19. A ideia foi bem aceita e a novela estourou. Com Dona Xepa, pude mostrar serviço com diálogos contemporâneos.”

Durante a novela, Gilberto Braga quebrou o braço e precisou ditar os capítulos para uma secretária. Em 2009, o autor revelou ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”, de André Bernardo e Cíntia Lopes:
“Que eu me lembre, essa foi a pior situação que já tive de enfrentar. Ditar diálogos é insuportável! Mas, felizmente, terminei a novela. E com sucesso!”

Elenco

A novela consagrou a atriz Yara Côrtes, que interpretou a personagem-título e pela qual ficou marcada.

Nívea Maria, no papel da ambiciosa e pouco escrupulosa Rosália, filha de Xepa, deixava de lado as personagens cândidas.

Ismael Fernandes salientou em seu livro “Memória da Telenovela Brasileira”:
Yara Côrtes exagerou um pouco em sua criação. E Nívea Maria não se contentou com o segundo papel.”

Um bom destaque do elenco foi Ana Lúcia Torre, encarnando a arrivista Glorita. Foi a estreia da atriz na televisão.

Também a primeira novela do veterano ator Fregolente e do ator Renato Pedrosa.

O veterano ator Castro Gonzaga fez uma participação especial como Joel, marido de Xepa que a abandonara no passado, contracenando com Reynaldo Gonzaga, seu filho na vida real, como pai e filho também na ficção.

Locações

As cenas externas foram gravadas no Mercado de São Cristóvão, na Estrada Velha da Tijuca e no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Os planos gerais do movimento da feira foram feitos na praça General Osório, em Ipanema.

Trilha sonora e abertura

A trilha sonora da novela foi lançada em um long-play com 14 músicas – talvez por ter sido a primeira produção contemporânea na faixa das 18 horas (desde que estabeleceu-se que o horário seria dedicado a adaptações de obras literárias). Este foi o primeiro LP entre as novelas das seis, já que as anteriores lançaram no mercado compactos de 4 ou 6 músicas. Três novelas subsequentes também tiveram a trilha em compacto (Maria Maria, A Sucessora e Memórias de Amor). Só a partir de Cabocla, em 1979, as trilhas da faixa das seis passaram a ser todas comercializadas em LP, abandonando-se de vez os compactos com trilhas de novelas.

A partir do capítulo 24 (em 20/06/1977), uma nova abertura passou a ser apresentada, mais curta, com fundo claro, diferente da anterior que tinha fundo escuro. A essência e a proposta eram as mesmas, mas com novos takes de legumes, verduras e itens relacionados a feiras.

Repetecos

Dona Xepa foi vendida para cerca de 10 países. Em 1981, obteve grande audiência em Portugal, fazendo inclusive com que o então primeiro-ministro Mário Soares esperasse o fim da trama para anunciar novas medidas econômicas naquele país.

A TV Globo editou Dona Xepa para uma exibição única, de uma hora e meia de duração, na noite do dia 28/01/1980, como parte do Festival 15 Anos da emissora (apresentação de Yara Côrtes).

Reapresentada de 05/05 a 14/11/1980, à tarde, Dona Xepa foi a novela de estreia do Vale a Pena Ver de Novo, quando a faixa passou a ser denominada como tal. Anteriormente, já havia reprises à tarde, mas não com esse nome. Curiosamente, o Vale a Pena estreou em um horário novo, às 16h45, em vez das 13h30, em que as novelas vinham sendo reprisadas. Porém, logo no início de sua exibição, Dona Xepa mudou para as 13h30 (entre o Jornal Hoje e a Sessão da Tarde), permanecendo este horário fixo para o Vale a Pena Ver de Novo por mais de uma década.

Novas versões

Em 1990, Gilberto Braga participou do argumento de uma nova versão de Dona Xepa para a TV. Era a novela Lua Cheia de Amor, escrita por Ana Maria Moretzsohn, Ricardo Linhares e Maria Carmem Barbosa, em que foi aproveitada a ideia original da história: a feirante Xepa virou a camelô Genu, vivida por Marília Pêra. Cláudio Cavalcanti foi o único ator a participar das duas produções.

Em 2013, a peça de Pedro Bloch ganhou uma nova adaptação para a TV, pela Record, escrita por Gustavo Reiz, com Ângela Leal na pele da feirante Xepa. A atriz já havia participado da versão da Globo, como a personagem Regina.

01. PENSANDO NELA – Dom Beto (tema de Otávio)
02. OPUS DOIS – Antônio Carlos e Jocafi (tema de Helena e Edson)
03. PRA QUE VOU RECORDAR O QUE CHOREI – Dafé (tema de Regina)
04. FEIRA LIVRE – Ataulfo Jr. (tema de Xepa)
05. DOM DE ILUDIR – Maria Creusa (tema de Rosália)
06. TEMA DA VILA – Orquestra Som Livre (tema de locação)
07. A XEPA – Ruy Maurity (tema de abertura)
08. PELA LUZ DOS OLHOS TEUS – Miúcha e Tom Jobim (tema de Daniel)
09. TUDO MENOS AMOR – Martinho da Vila (tema de Rosália)
10. UM CASO MEU – Rosemary (tema de Rosália)
11. DONA XEPA – Elizeth Cardoso (tema de Xepa)
12. EU GOSTO DE VOCÊ – Ricardo (tema de Heloísa)
13. TEMA DO ASSOVIADOR – Sá & Guarabira (tema de Daniel)
14. CHOREI – Márcia

Sonoplastia: Guerra Peixe Filho
Direção de produção: Guto Graça Mello
Pesquisa de Repertório: Arnaldo Schneider

Quatro Super: compacto com um tema internacional da novela:

TRY TO FEEL GOOD – Paul Jones

Tema de abertura: A XEPA – Ruy Maurity

Final de feira, legumes baratos
Meninos mulatos enrolam nos trapos
Os restos do prato
Que o dia-a-dia deixou pelo chão

Epa, mais vale uma xepa na boca da gente
Que o corpo doído, faminto, doente
E o amor esquecido de um coração

Que alegria!
Panela no fogo, barriga vazia
Que coisa boa!
Batata baroa, chuchú, agrião
Subiu ladeira moleque sabido, menino feliz
E quem é que diz
No bolso furado não leva um trocado
Nem vale um tostão…

Veja também

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Senhora

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Escrava Isaura (1976)

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Dancin’ Days

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Lua Cheia de Amor

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Dona Xepa (2013)