Sinopse

A trajetória de Lola ao lado do marido Júlio e dos quatro filhos – Carlos, Alfredo, Isabel e Julinho – desde quando eles eram crianças até a idade adulta. A história transcorre todos os fatos marcantes de sua vida: a dura luta para criar os filhos pequenos e para pagar a casa comprada em prestações, a morte do marido e de Carlos, os problemas com o rebelde Alfredo, a união precoce de Isabel com um homem separado e o casamento de Julinho com uma moça rica, o que culmina com a ida de Dona Lola para um asilo.

Entre tanto sofrimento, alguns momentos leves, como a amizade de Lola com a vizinha Genu, casada com Virgulino, um casal divertido. E os passeios à casa de sua mãe, Dona Maria, em Itapetininga, no interior de São Paulo, onde moram suas irmãs Clotilde e Olga e a tia Candoca. A espevitada Olga casa-se com o farmacêutico Zeca e juntos dão início a uma numerosa prole. Já Clotilde apaixona-se por Almeida, amigo de Júlio, mas não consegue romper com os padrões morais da sociedade quando tem de decidir morar com ele, que é desquitado.

SBT – 19h45
de 9 de maio a 5 de dezembro de 1994
180 capítulos

novela de Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho
baseada no romance homônimo de Maria José Dupré
direção de Del Rangel e Henrique Martins
direção geral de Nilton Travesso

Novela posterior no horário
As Pupilas do Senhor Reitor

IRENE RAVACHE – Lola (Eleonora Abílio de Lemos)
OTHON BASTOS – Júlio Abílio de Lemos
JANDIR FERRARI – Carlos
TARCÍSIO FILHO – Alfredo
LUCIANA BRAGA – Isabel
LEONARDO BRÍCIO – Julinho
JUSSARA FREIRE – Clotilde
PAULO FIGUEIREDO – Almeida (Argemiro de Almeida)
DENISE FRAGA – Olga
OSMAR PRADO – Zeca (José Carlos)
JANDIRA MARTINI – Genu
MARCOS CARUSO – Virgulino
NATHÁLIA TIMBERG – Tia Emília
BETE COELHO – Adelaide
MAYARA MAGRI – Justina
YARA LINS – Dona Maria
WILMA AGUIAR – Tia Candoca
MARCO RICCA – Felício
ELIETE CIGARINI – Carmencita
UMBERTO MAGNANI – Alonso
NINA DE PÁDUA – Pepa
JOÃO VITTI – Lúcio
FLÁVIA MONTEIRO – Lili
LUCIENE ADAMI – Maria Laura
ANTÔNIO PETRIN – Assad (Jorge Assad)
ANGELINA MUNIZ – Karime
MARIA ESTELA – Laila
NELSON BASKERVILLE – Marcos
CHICA LOPES – Durvalina
ELIZÂNGELA – Marion
RODRIGO LOPEZ – Alaor
ROSALY PAPADOPOL – Marta
EDUARDO SILVA – Raio Negro
FELIPE LEVY – Delegado Gusmões
PAULO HESSE – Higino
CLARISSE ABUJAMRA – Madame Dora Bulcão

as crianças
CAIO BLAT – Carlos
WAGNER SANTISTEBAN – Alfredo
CAROLINA VASCONCELLOS – Isabel
RAFAEL PARDO – Julinho
JÚLIA IANINA – Carmencita
ROBERTO LIMA – Lúcio
PAULA CIDADE – Lili
CAROLINA GREGÓRIO – Maria Laura
WELLINGTON RODRIGUES – Raio Negro
WALDEMAR DIAS JR. – Tavinho
TUCA GRAÇA – Tavinho (menor)
ANNA PAULA FECKER – Maria Emília
GIOVANNA STEFANELLI – Emiliana

e
ALEXANDRE FREDERICO – Dráusio (do MMDC, estudante morto na Revolução de 32)
ANA PAULA ARÓSIO – Amanda (frequentadora do clube com quem Carlos namora e o engana)
ARIEL MOSHE – Flores (amigo de Alonso)
BLOTA FILHO – vai à casa de Lola cobrar uma dívida
CARLA DIAZ – Eliana (filha de Lili e Marcos)
CHRIS COUTO – Zulmira (mulher de Felício)
CLÁUDIA MELLO – Dona Benedita (professora das crianças)
CLÁUDIO CHAKMATI – Seu Dino (farmacêutico)
CLÁUDIO CURI – Dr. Cláudio (médico que cuida da doença de Júlio)
DOUGLAS AGUILLAR – Roberto
FRANCIS HELENA – Silvinha (filha de Felício e Isabel)
GERMANO MELO – palhaço do circo que chega a Itapetininga
HOMERO KOSSAC – Mr. Hilton (chefe de Virgulino que sugere que ele entre em um esquema de corrupção na empresa)
JOÃO BOURBONNAIS – conde noivo de Adelaide, no final
JOSMAR MARTINS – banqueiro a quem Júlio pede um empréstimo
LETÍCIA SCARPA – Antonieta Piedade (conhecida de Zeca, de Pindorama, de quem Olga sente ciúmes)
LIA DE AGUIAR – Dona Marlene (mãe de Júlio, sogra de Lola)
LUI STRASSBURGER – Neves (amigo de Zeca, passa a perna nele)
LUIZ CARLOS BAHIA – vende um bilhete de loteria para Lola
MARIA APARECIDA BAXTER – madre superiora do asilo onde Lola vai morar, no final
MARILENA ANSALDI – Madame Bulhões (professora de dança no clube)
MILTON LEVY – médico de Itapetininga
MUÍBO CURY – Calux (amigo de Assad)
NEY LATORRACA – Palhaço Sorriso (do circo que chega a Itapetininga)
OSMAR DI PIERI – Simão (agiota amigo de Marion a quem Júlio pede um empréstimo)
OSMAR AMORIM – Vitor Henrique (garçom amigo de Amanda)
OTAVIANO COSTA – Tavinho (filho mais velho de Olga e Zeca)
PETÊ MARCHETTI – Leontina (mulher de Neves)
RÉGIS MONTEIRO – Dr. Azevedo (médico que cuida da doença de Júlio)
RIBA CARLOVICH – banqueiro a quem Júlio pede um empréstimo
RICARDO PEREZ – banqueiro amigo de Zeca em Itapetininga
ROBERTO ARDUIN – José Aranha (pai de Carmencita, com quem Pepa parte)
ROSI CAMPOS – Paulette (corista, amante de Zeca em São Paulo)
SAULO DEMÉTRIUS – Felício Jr. (filho de Felício e Zulmira)
TADEU DI PIETRO – General Medeiros
Dita (empregada na casa de Assad)
Osório (patrão de Alfredo e Raio Negro na oficina mecânica)

– núcleo de LOLA (Irene Ravache), esposa dedicada ao lar, mãe abnegada e afetuosa. Luta ao lado do marido para sustentar a família e ver os quatro filhos encaminhados na vida. Para ajudar o marido a terminar de pagar a casa onde moram, dedica-se à confecção e venda de peças de tricô e doces:
o marido JÚLIO ABÍLIO DE LEMOS (Othon Bastos), trabalha duro em uma loja de tecidos para prover a família e manter em dia as prestações da casa onde moram, apesar das várias dificuldades pelas quais passam. Tem a ambição de um dia ser rico como seu chefe. Ama sua família, mas é rígido e detesta ser repreendido ou contrariado. Não consegue ter com os filhos a mesma relação amorosa que a esposa estabeleceu com eles. A única exceção é a filha, seu xodó. Frequenta um cabaré e muitas vezes chega bêbado em casa, para o desespero da mulher e dos filhos. Tem uma amante, dançarina do cabaré. Morre no decorrer da história, vítima de uma úlcera no estômago
os filhos: CARLOS (Caio Blat / Jandir Ferrari), o mais velho e o filho mais companheiro. Responsável e estudioso desde criança, com o falecimento do pai sente-se na necessidade de abandonar a faculdade de Medicina para trabalhar em um banco e ajudar nas despesas da casa. Também morre na história, atingido em um tiroteio durante uma manifestação popular,
ALFREDO (Wagner Santisteban / Tarcísio Filho), o mais bonito e genioso de seus filhos. Irresponsável e rebelde, não gostava de estudar quando criança, preferindo a companhia dos moleques da rua, sempre se metendo em confusões. Rivaliza com Carlos, não se entende com o pai e abusa da paciência da mãe. Apesar de tudo, tem bom coração. Adulto, vai trabalhar em uma oficina mecânica ao mesmo tempo em que envolve-se em conspirações políticas. Deixa o país como clandestino em um navio, fugindo da polícia,
JULINHO (Rafael Pardo / Leonardo Brício), o mais ladino dos filhos, desde criança tinha tino para os negócios e sonhava ser rico. Adulto, vai trabalhar com o patrão do pai. Muda-se para o Rio de Janeiro e casa-se por interesse com a filha rica do patrão,
e ISABEL (Carolina Vasconcellos / Luciana Braga), a caçula, queridinha do pai na infância. A situação incomodava Lola, que não concordava com o tratamento diferenciado dispensado pelo marido à filha. Voluntariosa e vaidosa. Adulta, se envolverá com um homem casado que não vive mais com a mulher, escandalizando a família
a empregada DURVALINA (Chica Lopes), simplória e prestativa, ajudou a criar os seus filhos
a sogra DONA MARLENE (Lia de Aguiar), mãe de Júlio, viúva, mulher orgulhosa e desagradável, põe defeitos em tudo e implica com a nora e a educação que ela dá aos seus netos.

– núcleo da família de Lola em Itapetininga:
a mãe DONA MARIA (Yara Lins), doceira de mão cheia, mulher simples. Viúva, com a venda de seus quitutes sustentou sozinha as filhas depois que o marido faleceu
a tia CANDOCA (Wilma de Aguiar), irmã solteirona de Maria. Moralista e faladeira. Reclama que vive doente, mas é preguiçosa. Vai ficando esclerosada com o passar do tempo
as irmãs CLOTILDE (Jussara Freire), solteirona, sempre viveu em função da mãe. Trabalhadeira, prestativa e companheira, mas muito exigente consigo mesma. Religiosa e apegada aos valores da sociedade, mesmo apaixonada reluta unir-se ao homem amado por ele ser desquitado
e OLGA (Denise Fraga), a mais nova, é professora de crianças. Engraçada, espevitada, deslumbrada e geniosa
o cunhado ZECA (Osmar Prado), marido de Olga. Farmacêutico, mas, ao longo da história, exerce outras profissões. Divertido e esperto, trabalhador e muito correto, tem a simplicidade dos caipiras do interior. É apaixonado pela mulher a ponto de fazer todas as suas vontades
os filhos de Olga e Zeca: TAVINHO (Tuca Graça / Waldemar Dias Jr. / Otaviano Costa), MARIA EMÍLIA (Anna Paula Fecker) e EMILIANA (Giovanna Stefanelli)
o amigo de Zeca, NEVES (Lui Strassburger), que lhe passa a perna.

– núcleo de DONA GENU (Jandira Martini), vizinha de Lola, mulher fofoqueira, exagerada e autoritária com o marido, mas de bom coração e solidária:
o marido VIRGULINO (Marcos Caruso), funcionário da companhia telefônica. Sujeito tranquilo, sofre nas mãos da mulher, que vive desconfiando dele. Um tipo “come quieto”, frequenta reuniões políticas contra o governo
os filhos LÚCIO (Roberto Lima / João Vitti), amigo de Alfredo, apaixonado por Isabel desde a infância. Adulto, será estudante de Direito e muito politizado,
e LILI (Paula Cidade / Flávia Monteiro), tem uma paixonite por Julinho desde criança.

– núcleo de EMÍLIA (Nathália Timberg), a tia rica de Lola, irmã de seu falecido pai, viúva de um homem da alta sociedade. Elegante, discreta, um tanto esnobe, mantem uma certa distância do lado pobre da família. Tem uma filha doente e, com o intuito de protegê-la, acaba mantendo-a isolada do convívio social, o que limita também seus relacionamentos. Guarda um segredo do passado envolvendo a filha doente. Seu maior passatempo é discorrer sobre a árvore genealógica das famílias quatrocentonas paulistas:
as filhas: ADELAIDE (Bete Coelho), passou a infância estudando em um colégio interno na Europa. Retorna ao Brasil adulta, moderna, questionadora, de personalidade forte, batendo de frente com o conservadorismo da mãe. Terá uma relação explosiva com Alfredo,
e JUSTINA (Mayara Magri), portadora de uma doença mental não diagnosticada pelos médicos. Vive em uma espécie de mundo paralelo, alheia a tudo o que acontece ao seu redor. Superprotegida pela mãe, é extremamente carente e carinhosa
o mordomo HIGINO (Paulo Hesse), dedicado à família.

– núcleo de ALMEIDA (Paulo Figueiredo), colega de trabalho de Júlio na loja de tecidos. Apaixona-se por Clotilde, mas ela resiste à paixão por ele ser desquitado. Os anos passam e, após uma série de desencontros, desiludido, Almeida une-se a outra mulher:
a nova mulher MARTA (Rosaly Papadopol)
o amigo DELEGADO GUSMÕES (Felipe Levy).

– núcleo de CARMENCITA (Júlia Ianina / Eliete Cigarini), moça doce, mas determinada. Sofre com os desentendimentos entre os pais, que acabam se separando, o que a afasta do pai. Retorna adulta. Ama Carlos desde a infância:
o pai ALONSO (Umberto Magnani), dono de uma mercearia, homem honesto e trabalhador. Não é o seu verdadeiro pai, mas a criou e os dois se amam profundamente
a mãe PEPA (Nina de Pádua), espanhola imigrante, amargurada e preconceituosa, odeia os brasileiros. Grávida, foi acolhida por Alonso, que criou Carmencita como sua filha. Com o retorno do pai biológico de Carmencita, está decidida a abandonar Alonso para viver com ele
o pai biológico JOSÉ ARANHA (Roberto Arduin), que não conhecia. Disposto a levar embora Pepa e sua filha.

– núcleo de ASSAD (Antônio Petrin), turco que veio de baixo e enriqueceu com uma loja de tecidos. Patrão de Júlio e Almeida, mais tarde patrão de Julinho. Grande negociante, só pensa em aumentar seu capital:
a filha MARIA LAURA (Carolina Gregório / Luciene Adami), moça mimada e fútil, foi criada para ter sempre do bom e do melhor. Perde a mãe e passa a odiar a madrasta quando o pai casa-se novamente, mas as duas acabam se tornando aliadas. Apaixonada por Julinho, arma mil situações para fisgá-lo. Quando a família muda-se para o Rio de Janeiro, Julinho vai junto e ela consegue finalmente casar-se com ele. Tem uma relação conflituosa com a sogra Lola, implicando por ela ser uma mulher de hábitos muito simples
a primeira mulher LAILA (Maria Estela), esnobe e arrivista, está sempre incentivando o marido a ganhar mais dinheiro e sonha em entrar para a alta sociedade paulistana. Faz todas as vontades da filha. Morre no decorrer da história
a segunda mulher KARIME (Angelina Muniz), bela e mais jovem que ele, ardilosa e interesseira. A princípio, tem uma relação difícil com Maria Laura, que a odeia, mas acaba trazendo-a para o seu lado
a empregada DITA.

– núcleo de FELÍCIO (Marco Ricca), advogado sem projeção e descontente com a profissão. De origem humilde, casou-se com uma mulher da sociedade, mas hoje estão separados. Apaixona-se por Isabel e os dois enfrentam a rejeição da família dela a essa união, por ele ainda ser casado, e a fúria da mulher, que sente-se humilhada por ter sido trocada e resiste em dar o desquite. Isabel faz um contraponto com a tia Clotilde, que não conseguiu assumir o homem que ama por questões morais e convenções da sociedade:
a mulher ZULMIRA (Chris Couto), de família abastada. Geniosa e intempestiva, não importa-se em dar escândalos. Apesar de não viver mais com o marido, não aceita ser trocada por Isabel, mais bela e mais jovem, e nega-se a dar o desquite para ele
o filho com Zulmira, FELÍCIO JR. (Saulo Demétrius)
a filha com Isabel, SILVINHA (Francis Helena)
o sobrinho MARCOS (Nelson Baskerville), amigo de Carlos da faculdade de Medicina. Interessa-se por Lili e casa-se com ela no final, com quem tem uma filha, ELIANA (Carla Diaz)
a amiga de Zulmira, DORA BULCÃO (Clarisse Abujamra), sua confidente.

– demais personagens:
RAIO NEGRO (Wellington Rodrigues / Eduardo Silva), amigo de Alfredo desde a infância. Morre em combate na Revolução Constitucionalista de 1932
MARION (Elizângela), dançarina de cabaré, foi amante de Júlio. Apesar da experiência de vida, se iludia na expectativa de que ele deixasse sua família para unir-se a ela
ALAOR (Rodrigo Lopez), barman do cabaré, amigo de Marion.

Melhor novela do SBT

A adaptação do romance de Maria José Dupré (1898-1984) – originalmente publicado em 1943 – levada ao ar pela TV Tupi em 1977, voltou nesse remake produzido pelo SBT, dezessete anos depois, abrindo uma nova temporada de novelas na emissora.

Em 1994, com a contratação do diretor Nilton Travesso, o SBT decidiu investir pesado em dramaturgia, com produções caprichadas e grande elenco.

Um sucesso para o SBT, Éramos Seis é considerada a melhor novela da emissora. Chegou a dar mais de 20 pontos de audiência, em horário nobre, batendo de frente com a Globo.

Foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor novela de 1994. Irene Ravache ganhou o prêmio de melhor atriz e Tarcísio Filho, o melhor ator coadjuvante.
Também foi premiada com o Troféu Imprensa de melhor novela e Irene Ravache, de melhor atriz.

Várias versões

Esta foi a quinta das seis versões da história de Dona Lola que chegava à televisão brasileira.

O livro “Éramos Seis” nunca teve uma versão cinematográfica no Brasil, mas sua primeira adaptação foi feita pelo cinema argentino, em 1945. Dirigido por Carlos Borcosque, o filme tinha a atriz Sabina Olmos como Dona Lola e Oscar Valicelli como seu marido Júlio.

Ainda em 1945, foi transmitida no Brasil a radionovela inspirada no livro, pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, escrita por Álvaro Augusto, com direção de Olavo de Barros e a então cantora Sônia Barreto no papel principal. (site Memórias Cinematográficas)

A primeira versão para a TV foi ao ar em 1958, pela Record, ainda na fase de dois capítulos por semana e ao vivo, protagonizada por Gessy Fonseca e Gilberto Chagas.

A segunda foi uma produção regional, da TV Itacolomi de Belo Horizonte, em 1960, também não-diária e ao vivo, produzida por Léa Delba. Infelizmente, pouco se sabe sobre esta novela. (site Memórias Cinematográficas)

Cleyde Yáconis e Silvio Rocha protagonizaram a versão de 1967, na TV Tupi, já diária, mas ainda em preto e branco.

A quarta versão foi estrelada por Nicette Bruno e Gianfrancesco Guarnieri, dez anos depois, também na Tupi – a novela que originou esse remake no SBT.

A sexta foi na Globo, entre 2019 e 2020, com Glória Pires e Antônio Calloni como os protagonistas.

Na ocasião do remake de 1994, Silvio de Abreu, um dos autores da versão de 1977, estava contratado da Globo – ele vendeu os direitos sobre o seu texto ao SBT e, anos mais tarde, os comprou de volta. Coube ao seu parceiro Rubens Ewald Filho efetuar algumas poucas modificações e ajustes que julgou necessários. O personagem Carlos (Jandir Ferrari), por exemplo, ficaria um tempo sem um interesse amoroso. Rubens criou então Amanda (Ana Paula Arósio), personagem que não existia na versão dos anos 1970. (“Novela, a Obra Aberta e Seus Problemas”, Fábio Costa)

Elenco

Irene Ravache retornava à TV após seis anos longe das novelas (desde Sassaricando, em 1988).

A atriz Chica Lopes interpretou neste remake a mesma personagem que havia vivido na versão de 1977 da novela: a empregada Durvalina.
Jussara Freire e Paulo Figueiredo também estiveram nas duas novelas, mas fazendo pares românticos diferentes: Olga e Zeca em 1977, e Clotilde e Almeida em 1994.
Também Lia de Aguiar, em pequenas participações. Em 1994, a atriz foi Dona Marlene, mãe de Júlio, e em 1977, a madre superiora do asilo onde Lola termina seus dias.

A versão da Globo (de 2019-2020) reverenciou as versões anteriores por meio das participações especiais de atores dessas produções. Irene Ravache, Othon Bastos, Luciana Braga, Wagner Santisteban e Marcos Caruso, da novela do SBT, apareceram na produção da Globo em pequenos papeis.
A novela da Globo ainda promoveu um encontro de Lolas de diferentes gerações na cena de um dos últimos capítulos, em que Glória Pires conversa com Nicette Bruno e Irene Ravache.
Também Othon Bastos – o padre Venâncio na Globo – encontrou-se em cena com Irene Ravache, relembrando o casal Júlio e Lola do SBT, fazendo alusão a uma sequência do último capítulo da novela em que Lola reza na igreja.

Um erro na abertura da novela trazia a atriz-mirim Paula Cidade creditada como Paulo Cidade. Foi logo corrigido.

Primeira novela de Ana Paula Arósio e Otaviano Costa. Também a estreia de Caio Blat e Wagner Santisteban, pré-adolescentes na época.

Cenografia

Éramos Seis foi a primeira produção do SBT na Via Anhanguera, onde foram gravadas as externas na cidade cenográfica especialmente construída – um investimento de mais de 2 milhões de dólares -, e que tinha também alguns ambientes reproduzindo o que havia de cenário nos estúdios no bairro do Sumaré (antiga TV Tupi) que foram reformados.

A cidade cenográfica representava o centro de São Paulo dos anos 1920 e contava com pequenas casas e estabelecimentos comerciais, uma praça e o bonde elétrico, desenvolvido no Rio de Janeiro por uma equipe especializada para não fazer barulho e, assim, contribuir na sonorização das cenas gravadas no local. (“Biografia da Televisão Brasileira”, Flávio Ricco e José Armando Vannucci)

Trilha sonora

A trilha sonora foi lançada após o término da novela (em 1995) juntamente com a trilha da produção seguinte, As Pupilas do Senhor Reitor, no mesmo disco/CD. Apesar do CD trazer duas músicas de Éramos Seis a mais que o LP, nem em um, nem em outro, consta o tema de abertura da novela, “Valsinha”, de Chico Buarque e Vinícius de Moraes.

Exibição

Em uma estratégia sábia, o SBT adiou em uma semana a estreia de Éramos Seis por causa da morte do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna (em 01/05/1994). Com todos os canais de TV transmitindo imagens sobre o acontecimento, uma estreia de novela não seria bem recebida. No horário inicialmente anunciado, Irene Ravache deu um depoimento dizendo que a novela não poderia ir ao ar em um momento tão triste para a população brasileira.

Os capítulos de Éramos Seis começavam imediatamente após a apresentação da novela das sete da Globo, A Viagem. E eram reprisados mais tarde, logo após a novela global das oito, Fera Ferida. Tratava-se de uma estratégia do SBT que permitia aos telespectadores assistir às novelas da emissora concorrente para depois trocar de canal e acompanhar Éramos Seis. O próprio SBT incentivava o público – em chamadas na programação – a ligar em Éramos Seis após terminar o capítulo de A Viagem.

Ao final de cada capítulo, em vez de exibir as cenas do próximo, era apresentado um diálogo de algum personagem da trama com o telespectador. Ele olhava diretamente para a câmera e falava de seus problemas na história.
Assim, por exemplo, Dona Lola discorria sobre o marido, os filhos, a vida dura, coisas como “eu poderia não me preocupar, mas eu me preocupo. É minha filha… E agora se envolveu com esse tal Felício… Eu só espero que não aconteça o que eu mais temo, que é ver a minha filha, a minha Isabel, sofrendo”.
A ideia era criar um envolvimento, uma empatia maior com o público, fazer do público parte efetiva da história, como se o personagem fosse um velho conhecido, um vizinho ou um parente. A Tupi já fazia uso desse recurso na novela Vitória Bonelli, em 1972.

Na noite do dia 05/12/1994, após a exibição do último capítulo de Éramos Seis, foi apresentado um especial que reuniu o elenco da novela que terminara com o elenco da trama substituta, As Pupilas do Senhor Reitor, que estrearia no dia seguinte. Apresentado ao vivo por Hebe Camargo, o programa foi transmitido diretamente do Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo.

Reapresentada entre 22/01 e 23/05/2001, às 18 horas. Uma das novelas mais pedidas pelo público para uma nova reprise, Éramos Seis nunca mais poderá ser reapresentada, porque Silvio Santos vendeu de volta os direitos sobre o texto a Silvio de Abreu.

E mais

Texto de autoria de Paulo Bonfim que encerrou o último capítulo da novela:
“Esta é uma novela que não terminou! Riso e pranto prosseguem, criando em nós o velho hábito de sonhar. A Avenida Angélica de ontem, transforma-se num rio que leva para o mar da noite a graça de um tempo que pede para ser eterno. Outras Lolas e outros Júlios virão, oferecendo à paisagem angustiada a rosa de seu amor. Entre personagens povoados de poesia, o personagem maior é São Paulo – o glório São Paulo de 32, no sentir de Guimarães Rosa. Éramos seis e hoje somos tantos a pedir que aconteça em nossas vidas o suave milagre dos dias de outrora!”

01. MULHER – Zé Renato (tema de Isabel)
02. JURAS – Rosa Passos (tema de Carmencita)
03. PRA DIZER ADEUS – Elis Regina e Zimbo Trio (tema de Lola)
04. LAMENTOS – Zizi Possi (tema de Olga e Zeca)
05. CANTA, CANTA MAIS – Vânia Bastos (tema de Clotilde)
06. ÁGUA DOCE – Ivan Lins (tema de Lola)
07. CHORA CORAÇÃO – Tom Jobim
08. VIOLÃO – Fátima Guedes

Direção musical: Sérgio Saraceni

Ainda
VALSINHA – Chico Buarque e Vinícius de Moraes (tema de abertura)
VALSINHA – Quarteto em Cy (tema de Lola)
BRANCA – Francisco Petrônio (tema de Júlio)

A trilha sonora de Éramos Seis foi lançada após o término da novela (em 1995) juntamente com a trilha da produção seguinte, As Pupilas do Senhor Reitor, no mesmo disco/CD. Apesar do CD trazer duas músicas de Éramos Seis a mais que o LP, nem em um nem em outro consta o tema de abertura da novela, “Valsinha”, de Chico Buarque e Vinícius de Moraes.

Veja também

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Éramos Seis (2019)

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Éramos Seis (1967)

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Éramos Seis (1977)