Nascida em Cuba, em 1920, exilada no Brasil por causa da revolução comunista em seu país, María Magdalena Iturrioz y Placencia – mais conhecida como Glória Magadan – chegou aqui em 1964 para ser supervisora da seção internacional de novelas da Colgate-Palmolive de São Paulo. Neste ano, supervisionou a produção de telenovelas para a TV Tupi. Logo em seguida, foi contratada pela recém-inaugurada TV Globo, onde chegou a ser diretora do núcleo de dramaturgia nos anos 1960, em que acumulava a função de escritora, supervisora e produtora de novelas, tendo escrito, entre outras, Eu Compro Esta Mulher, O Sheik de Agadir, A Rainha Louca e O Homem Proibido.
Magadan mandava e desmandava nos textos produzidos pela casa, impondo seu característico estilo folhetinesco e melodramático, herança das radionovelas, e usado com sucesso por toda a América Latina. “Meu ofício é provocar evasão“, dizia ela. Sem compromisso algum com a realidade brasileira, tinha sua própria receita de sucesso: histórias fantasiosas e extremamente românticas, ambientados nos mais diversos países, com cenários luxuosos e extravagantes. Seus vilões eram maus ao extremo; suas mocinhas, sofredoras e indefesas; e seus heróis, corajosos e perfeitos de caráter.
Glória Magadan sentiu sua posição ameaçada com a chegada de Janete Clair à Globo, em 1967. Mesmo tendo suas novelas supervisionadas pela cubana, Janete já demonstrava competência ao redigir suas tramas. Porém, o momento era de renovação no cenário televisivo brasileiro. Tanto o público quanto a classe artística exigiam produções que mostrassem histórias genuinamente nacionais, em um movimento iniciado pela TV Tupi de São Paulo. As outras emissoras foram aos poucos aderindo às modernidades. Neste cenário, em 1969, La Magadan caiu de seu posto e desligou-se da TV Globo. Saíram seus melodramas e entraram histórias sobre o cotidiano brasileiro.
Ao deixar a Globo, a autora cubana foi contratada pela TV Tupi e escreveu E Nós, Aonde Vamos? Depois deste fracasso, Glória Magadan foi escrever novelas nos Estados Unidos. Faleceu em Miami, em 27 de junho de 2001, aos 81 anos.
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