Sinopse

A jovem e rica Patrícia, filha do primeiro casamento do embaixador André Dumont, é apaixonada e correspondida por Luiz Carlos, rapaz pobre, filho da empregada da família, Isolda. Quem não gosta nem um pouco de vê-la com o filho da empregada é sua madrasta, Renata Dumont, mulher de André. Renata é uma mulher ambiciosa que esconde a sua origem humilde e um segredo do passado, que a une a Isolda. Carreirista, casou-se com o diplomata André, de família tradicional, com quem teve um filho, Lipe.

Na comemoração de dezessete anos de Patrícia, Luís Carlos é proibido de entrar nos salões por Renata, que somente permite que ele guarde os carros e não se esqueça da sua condição social inferior. Humilhado com esta situação de injustiça, nasce a raiva que irá modificar inteiramente o relacionamento entre eles: Luís Carlos solta os cães, que invadem os salões e atacam André, que fica coxo em consequência desse ataque. Para impedir a união de Luís Carlos e Patrícia, Renata manda a enteada para a Europa.

Seis anos depois, Patrícia retorna com um filho, mas é obrigada por Renata a esconder a paternidade do menino. Luiz Carlos, formou-se em Comunicação, porém, sem emprego na área, trabalha em uma loja de sapatos. Os dois se reencontram, mas, apesar da euforia inicial, logo sentem que algo entre eles se perdeu. Ela não se mostra disposta a abrir mão do conforto de sua vida e nega que o menino seja filho dele. Luís Carlos acaba descobrindo a verdade e, decepcionado com Patrícia, resolve esquecê-la.

Frustrado, Luiz Carlos passa a se dedicar inteiramente à vida profissional. Consegue um trabalho na revista Stampa, do badalado casal Guilherme e Muriel. Aos poucos, Luiz Carlos se aproxima de Cláudia, jovem jornalista muito determinada a subir na vida. Porém, ela é namorada de seu melhor amigo, Lipe, filho dos Dumont. Na realidade, Cláudia está com Lipe por interesse. Aos poucos, o sentimento por Luís Carlos bate mais forte e a faz abdicar do dinheiro do namorado em nome do novo amor.

Preocupada com as boas relações da família, a esnobe Renata empenha-se pessoalmente em impedir o namoro de seu filho Lipe com Cláudia, a quem declara guerra. Outro alvo dela é o cunhado, Edgar Dumont, um velhinho esclerosado que apaixonou-se pela simplória e ingênua manicure Gisela, para desespero da grã-fina, de olho na herança do velho. Para lutar contra as injustiças de Renata, Cláudia tem o apoio de Muriel, mulher sofisticada e culta, justa e sem preconceitos, que não tolera as atitudes da megera.

Globo – 20h
de 11 de abril a 21 de outubro de 1983
168 capítulos

novela de Gilberto Braga
colaboração de Leonor Bassères
direção de Wolf Maya, José Wilker, Fred Confalonieri e Ary Coslov
supervisão de Paulo Ubiratan

Novela anterior no horário
reprise de O Casarão

Novela inédita anterior no horário
Sol de Verão

Novela posterior
Champagne

FÁBIO JÚNIOR – Luís Carlos
GLÓRIA PIRES – Cláudia
TEREZA RACHEL – Renata Dumont (Agetilde Rocha)
TÔNIA CARRERO – Muriel
REGINALDO FARIA – Guilherme
JOSÉ LEWGOY – Edgar Dumont
LADY FRANCISCO – Gisela
BRUNA LOMBARDI – Patrícia
LAURO CORONA – Lipe
BETH GOULART – Carlinha
FERNANDO TORRES – Alfredo
ARLETE SALLES – Isadora
MÁRIO LAGO – Agenor
CARLOS ALBERTO RICCELLI – Márcio
NICETTE BRUNO – Isolda
CHRISTIANE TORLONI – Lúcia
ANTÔNIO FAGUNDES – Jorge Augusto
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Fernando Lins
ROSITA TOMAZ LOPES – Nanda
MILTON MORAES – Sérgio
YOLANDA CARDOSO – Alda Maria
BIA SEIDL – Luciana
CHICA XAVIER – Denise
CLEMENTINO KELÉ – Gonçalo
CLÁUDIA COSTA – Mônica
ROSANE GOFMAN – Stelinha
LOURDES MAYER – Raquel
ILKA SOARES – Márcia
LUCIANO SABINO – Dudu

as crianças
JOSÉ LEONARDO – Marquinho (filho de Fernando e Lúcia)
EDUARDO DE MICHELI – João (filho de Luís Carlos e Patrícia)

e
ADELAIDE PALETTE (ADELAIDE CONCEIÇÃO) – Débora
ARMANDO BÓGUS – Sampaio
ARY COSLOV – Alberto Zelner
BEATRIZ SEGALL – Lourdes Mesquita
CARLOS GREGÓRIO – Eurico (divide apartamento com Luís Carlos no 1º capítulo)
CARLOS TATIANO
CARMEM MONEGAL como ela mesma, no lançamento de seu livro
DANIEL FILHO como ele mesmo
DESIRÉE VIGNOLLI – Maria Luiza
EDSON CELULARI – Marcelo Paiva (rico pretendente que Renata apresenta a Patrícia no 1º capítulo)
FRANCISCO MILANI – Vicente
FRANCISCO NAGEN
FREDY MONTEIRO
GILBERTO MARTINHO – Dr. Silvio Acácio (tio de Márcia)
GLÓRIA ALVES – Daniela
HEMÍLCIO FRÓES – médico de Edgar
IVAN CÂNDIDO – Inspetor Cunha
JOANA FOMM – Laura (falecida mulher de Edgar Dumont)
LÍDIA MATTOS – Dirce
MANOEL ELIZIÁRIO
MÁRCIA GASTALDI – Nilda
MARCO MIRANDA – detetive contratado por André para investigar Renata
MAURÍCIO DO VALLE – Rubinho
MAURO MENDONÇA – André Dumont (marido de Renata, morre no início)
NEUZA AMARAL – Margarida
OTÁVIO AUGUSTO – Rodolfo
PAULA BOKEL – Neli (empregada de Muriel)
PAULO PINHEIRO – Dr. Cardoso
PAULO VILLAÇA
STEPAN NERCESSIAN – Pedro
TELMO FARIA – Wálter
THELMA RESTON
TÔNIA OLIVIER
ZENI PEREIRA – Zefa

– núcleo da família Dumont:
o embaixador ANDRÉ DUMONT (Mauro Mendonça, participação), diplomata rico, boa praça e atencioso no trato com as pessoas. Morre no início
RENATA DUMONT (Tereza Rachel), mulher de André, seu segundo casamento. Grã-fina esnobe e orgulhosa que adora aparecer em colunas sociais. Tem pavor que descubram seu passado e sua origem humilde, escondendo de todos o seu verdadeiro nome: AGETILDE ROCHA. Fútil, preconceituosa e interesseira, é capaz de tudo para proteger os seus interesses e alcançar seus objetivos
PATRÍCIA (Bruna Lombardi), filha do embaixador de seu primeiro casamento, criada por Renata, que a trata como uma filha. Jovem bela e disputada, segue os passos da mãe de criação, que lhe exerce grande influência,
LIPE (Lauro Corona), filho de André e Renata, meio-irmão de Patrícia. Rapaz sensível, tem mais afinidade com o pai, não aprova as futilidades da mãe e da irmã
EDGAR DUMONT (José Lewgoy), irmão mais velho do embaixador. Viúvo, homem muito rico, de idade avançada, já esclerosado. Tem uma coleção de relógios antigos. Renata espera que ele morra logo para deixar a fortuna para os filhos dela, seus herdeiros naturais
JOÃO (Eduardo de Micheli), filho pequeno de Patrícia, que ela apresenta à família depois de uma temporada de seis anos na Europa.

– núcleo dos empregados na mansão Dumont:
as empregadas ISOLDA (Nicette Bruno), que está ligada a Renata por um segredo do passado, e DENISE (Chica Xavier)
o mordomo GONÇALO (Clementino Kelé), sempre acompanha Edgar
o filho de Isolda, LUÍS CARLOS (Fábio Jr.), mora com a mãe na mansão desde criança. Rapaz batalhador e idealista, é amigo dos filhos do patrão, já que cresceu com eles. Mas Renata sempre deixou claro o seu lugar: na cozinha. Ele e Patrícia se apaixonam, mas Renata consegue separá-los, mandando a filha passar uns anos na Europa. Patrícia retorna com um filho pequeno, que supõe-se ser de Luís Carlos, mas Renata a obriga a esconder a paternidade da criança.

– núcleo de AGENOR, (Mário Lago), senhor que tem uma ligação secreta com Renata. Vive simplesmente, mas ela sempre está lhe mandando dinheiro. Ao longo da trama, descobre-se que é seu pai, que ela esconde de todos:
o neto MÁRCIO (Carlos Alberto Riccelli), criado por ele. Trata-se do filho de Renata, que ela tivera fora do casamento. Deu o menino para Agenor criar e acompanhou o seu crescimento de longe, sem nunca ter-lhe revelado ser sua mãe. Ao longo da trama, ele vai se envolver com Patrícia. Acaba morto na explosão criminosa de uma lancha. Renata é a autora do crime, mas o alvo era Luís Carlos. Ao final, Isolda revela o grande segredo que a une a Renata: Luís Carlos era, na verdade, filho de Renata, e Márcio, filho de Isolda.

– núcleo de CLÁUDIA (Glória Pires), colega de faculdade de Luís Carlos. Extrovertida e muito inteligente, apesar do talento, tem dificuldade para conseguir emprego. Ambiciosa, namora Lipe, apaixonado por ela – mais porque ele é rico do que por um sentimento recíproco. Renata faz o possível para separar os dois, porque não aceita seus filhos com gente de classe social inferior. Ao longo da trama, Cláudia apaixona-se verdadeiramente por Luís Carlos, melhor amigo de Lipe, mas reluta em assumir esse amor porque ele é pobre:
os pais: ALFREDO (Fernando Torres), fotógrafo de um jornal, luta contra o orçamento apertado de casa. Entrega-se à bebida e consegue curar-se através da arte, quando começa a pintar quadros,
e ISADORA (Arlete Salles), mulher batalhadora, costura para ajudar em casa. Tem mágoa do marido, que nunca conseguiu lhe dar uma vida melhor
a irmã CARLINHA (Beth Goulart), diferente dela, é tímida e retraída. Apaixonada por Lipe, sabe que a irmã está com ele apenas por interesse e sofre com isso
a tia ALDA MARIA (Yolanda Cardoso), mulher bem humorada e falante, amiga da irmã e das sobrinhas. Interessa-se por Gonçalo.

– núcleo de GISELA (Lady Francisco), manicure, vizinha e amiga da família de Cláudia. Mulher bonitona, simpática e despachada, criou a filha sozinha com grande dificuldade. Honesta, é extremamente simplória e ingênua. Edgar Dumont apaixona-se por ela e eles se casam, para o desespero de Renata, que passa a armar toda sorte de situações para separar o casal, já que está de olho na herança do cunhado:
a filha LUCIANA (Bia Seidl), moça interesseira e carreirista. Tem vergonha da mãe.

– núcleo de MURIEL (Tônia Carrero), mulher bela, rica, carismática, moderna e charmosa. Bem sucedida, é produtora de moda da famosa revista Stampa. Casada com um homem bem mais jovem que ela. Amiga da família Dumont, não suporta Renata, por isso luta contra as injustiças dela:
o marido GUILHERME (Reginaldo Faria), dono da revista Stampa, bem mais jovem que ela. Homem bonito e bem sucedido, assediado pelas mulheres, o que não a deixa com ciúmes, já que ela se sente segura com a relação que tem com ele
o filho JORGE AUGUSTO (Antônio Fagundes), que regula a mesma idade de Guilherme. Repórter internacional, mora fora do país e de vez em quando vem passar uma temporada com a mãe, que o enche de mimos
a sogra NANDA (Rosita Thomaz Lopes), amiga de Renata, mulher fútil, muito interessada nas colunas sociais e famílias ricas cariocas. Tem adoração pelo filho, mas sempre implicou com Muriel, por conta da idade dela.
a amiga MÁRCIA (Ilka Soares), proprietária de uma galeria de arte
o amigo SÉRGIO (Milton Moraes), rico fazendeiro que surge na reta final da trama. Homem despachado, do campo, alheio às formalidades da cidade grande. Nanda se interessa por ele, por ser muito rico. Mas ele se apaixona pela empregada Isolda, com quem acaba se casando no final.
as funcionárias da revista Stampa MÔNICA (Cláudia Costa) e STELINHA (Rosane Gofman).

– núcleo de LÚCIA (Christiane Torloni), irmã de Guilherme, filha de Nanda. Carente e insatisfeita com a vida que leva, cheia de compromissos sociais. Com o casamento em crise, envolve-se com Jorge Augusto:
o marido FERNANDO LINS (Carlos Eduardo Dolabella), homem à frente dos negócios de Edgar Dumont. Rico executivo, sempre viveu para o trabalho, negligenciando a família. Acaba se separando da mulher
o filho pré-adolescente MARQUINHO (José Leonardo).

Bobagem de novela

Esta é uma novela que o autor Gilberto Braga não gosta. Em 2008, em depoimento ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, do Projeto Memória Globo, o autor afirmou:
Louco Amor era uma bobagem de novela. (…) grande sucesso popular e sem prestígio nas classes A e B, o que mais fez a minha carreira (…) É a pior novela que fiz, de longe. Escrevi por honra da firma.”

Curiosamente, Louco Amor foi um sucesso popular. Gilberto a definiu como um trabalho sem qualquer proposta diferente. Havia o irresistível clima folhetinesco que envolvia a personagem Renata Dumont – a sustentação de toda a trama -, em uma elogiada interpretação da atriz Tereza Rachel, como a grande vilã da história. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)

Gravada às pressas

Louco Amor começou a ser gravada às pressas para substituir Sol de Verão, encurtada com a morte do ator Jardel Filho (em fevereiro de 1983), que vivia um dos protagonistas dessa novela.

Como a nova produção não conseguiria estrear em tempo hábil, a Globo optou por um tapa-buraco: reprisou O Casarão (de 1976), de Lauro César Muniz, em forma compacta, para que Louco Amor pudesse estrear com folga.

Ainda assim, a Globo antecipou em duas semanas a estreia de Louco Amor (prevista para começar no dia 25/04) por causa do lançamento da nova novela da TV Bandeirantes, Sabor de Mel, de Jorge Andrade, que conquistou uma significativa audiência em sua primeira semana de exibição, quando concorreu diretamente com a reprise de O Casarão – que, por sua vez, derrubou o ibope da Globo. (“Mercado Brasileiro de Televisão”, César Bolaño)

Contudo, bastou Louco Amor estrear para que a audiência global voltasse ao seu patamar costumeiro e à liderança.

Vilã marcante

A personagem Renata Dumont (Tereza Rachel) foi tão marcante e importante para a trama que a vilã suplantou o protagonismo do casal romântico central – Luís Carlos (Fábio Jr.) e Patrícia (Bruna Lombardi), na fase inicial, e, depois, Luís Carlos e Cláudia (Glória Pires).

O momento mais catártico de Louco Amor foi a revelação, durante uma festa grã-fina, da verdadeira identidade e do passado da megera Renata Dumont, marcado por falcatruas para ascender socialmente. A vilã foi desmascarada diante da alta sociedade pela jovem jornalista Cláudia (Glória Pires), que, inclusive, revelou o nome verdadeiro da megera, do qual ela se envergonhava: Agetilde Rocha.

Porém, outra revelação chocou os telespectadores: a de que Luís Carlos (Fábio Jr.), durante toda a trama prejudicado por Renata, e que se acreditava ser filho da empregada Isolda (Nicette Bruno), era na realidade filho da própria Renata, enquanto Márcio (Carlos Alberto Riccelli), suposto filho da vilã que ela escondia de todos, era o verdadeiro filho de Isolda.

Elenco

Destacou-se também o casal formado pelo milionário Edgar Dumont, um velho esclerosado, e a ingênua manicure Gisela, interpretado por José Lewgoy e Lady Francisco. Inesquecível o bordão de Edgar: “E, e eu não sei, Gonçalo?…”, dito pausadamente, em tom ofendido, ao seu mordomo (personagem de Clementino Kelé). O sucesso foi tanto que a novela terminou com os dizeres “Fim” sobre uma divertida cena entre Edgar e Gisela – em vez de encerrar com o casal romântico protagonista, como tradicionalmente acontece nas novelas.

Em 2009, Gilberto Braga declarou ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo (de André Bernardo e Cíntia Lopes): “Minha pior novela. O elenco estava todo errado.”
Ao reclamar da novela ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, complementou: “O único personagem que prestava era o do José Lewgoy, o Edgar Dumont, que era muito divertido.”

E sobre a escalação de Bruna Lombardi, para uma das protagonistas:
“Houve erros graves de escalação. O escritor depende muito do elenco. Não gostei de trabalhar com a Bruna Lombardi. Ela não deu certo comigo. Não que seja má atriz, só não é da minha praia.”

A personagem Patrícia, de Bruna Lombardi, que formava um par romântico inicial com Luís Carlos (Fábio Jr.), acabou ficando em segundo plano a partir da segunda fase, quando o rapaz apaixonou-se por Cláudia (Glória Pires), formando assim um novo casal romântico central. Luís Carlos passou a disputar o amor de Cláudia com Lipe (Lauro Corona), seu melhor amigo, enquanto Patrícia enamorou-se de Márcio (Carlos Alberto Riccelli, marido de Bruna). Com a súbita morte de Márcio, Patrícia foi cada vez mais perdendo importância e cenas na novela, a ponto de aparecer muito pouco na fase final da história.

Pela segunda vez, Tônia Carrero perdia o papel de vilã em uma novela de Gilberto Braga: inicialmente escalada para ser Renata Dumont, foi preterida em favor de Tereza Rachel. Aconteceu anteriormente em Água Viva (1980), em que Tônia perdeu a vilã (Lourdes Mesquita) para Beatriz Segall.

Beatriz Segall apareceu rapidamente no último capítulo da novela, caracterizada como Lourdes Mesquita, sua personagem em Água Viva. Ela prestigiava a vernissage de Alfredo (Fernando Torres), em que estavam presentes, além de outras celebridades, Gilberto Braga (o próprio autor da novela) e Leonor Bassères (sua colaboradora).

Para brincar com José Lewgoy, na hora de gravar as cenas de Edgar, José Wilker (um dos diretores) começou a fazê-lo abrir uma caixinha e contemplá-la. Gilberto inseriu esse mistério na trama.

José Lewgoy e Mário Lago se afastaram temporariamente das gravações por problemas de saúde. O primeiro por ter fraturado a bacia e o nariz, e o segundo por causa de um enfarte. Restabelecidos, voltaram à novela.

Reginaldo Faria fez aulas de tênis para seu personagem, Guilherme. Porém, nas sequências em que aparecia competindo, um dublê o substituía, conferindo mais veracidade aos jogos.

Fábio Jr. surpreendeu a equipe ao se apresentar, para as primeiras gravações, de barba por fazer e cabelos cacheados. O diretor geral Paulo Ubiratan exigiu o que ator retomasse o antigo visual, de cara limpa e fios lisos.
“O forte do Fábio eram os olhos e esse cabelo caído em cima, achei um horror. Mas agora não tem jeito mesmo e a gente vai tentar fazer o possível para que ele fique tão bem quanto antes”, declarou Ubiratan à revista Contigo, diante da insistência do ator em manter o estilo. Logo, porém, Fábio acatou o desejo do diretor.

Logo após o término de Louco Amor, o casal da vida real Glória Pires e Fábio Jr. (que na novela viviam o par romântico Luís Carlos e Cláudia) oficializou a sua separação. Os atores se conheceram em 1979, durante as gravações da novela Cabocla, se casaram em 1981 e tiveram uma filha, Cléo Pires, em 1982. O divórcio foi conturbado e eles nunca mais voltaram a contracenar.

Na novela, o filhinho de Patrícia (Bruna Lombardi) e Luís Carlos (Fábio Jr.) era vivido por Eduardo de Micheli, então com 4 anos, filho da atriz Bárbara Bruno, neto de Nicette Bruno e Paulo Goulart, sobrinho de Beth Goulart. Nicette e Beth estavam no elenco e o menino contracenava com sua avó, avó também na trama da novela.

Antônio Fagundes, em uma época em que já era protagonista na Globo, surgiu na metade de Louco Amor vivendo um mero coadjuvante, Jorge Augusto, filho de Muriel (Tônia Carrero), que se envolve amorosamente com Lúcia (Christiane Torloni).

Estreia na televisão da atriz Rosane Gofman.

Primeiro trabalho de direção de novelas de José Wilker. O ator foi também um dos diretores de Transas e Caretas (1984), e, anos depois, comandou o núcleo de dramaturgia da TV Manchete (entre 1987 e 1988).

Revista de moda

O autor criou uma badalada revista de moda e comportamento para uma das ambientações da trama de Louco Amor: a Stampa. Esta publicação voltou a aparecer em sua novela Vale Tudo, em 1988, já que o vilão e ex-modelo César Ribeiro (Carlos Alberto Riccelli) havia sido capa de uma edição da Stampa mostrada em algumas cenas.

A própria Vale Tudo já tinha a sua revista, a Tomorrow, da mesma linha editorial da Stampa. Gilberto Braga voltou com uma revista fictícia em Celebridade (2003-2004): a Fama.

Título e trilha sonora

O título provisório era Sangue Leve, mas foi alterado para Louco Amor por causa da música-tema da abertura, “Nosso Louco Amor”, gravada pelo grupo Gang 90 & Absurdettes.
Gilberto Braga não gostou. Para o livro “Teletema – A História da Música Popular Através da Teledramaturgia”, de Guilherme Bryan e Vincent Villari, o autor declarou: “Acho totalmente sem graça e só aceitei porque estava escrevendo essa novela sem o menor entusiasmo.”

Os atores Fábio Jr. e Lauro Corona participaram também da trilha da novela. Fábio com a música “Seres Humanos”, e Lauro, que se lançava como cantor, com “Tem que Provar”.
Na época, a Globo estreou o programa musical Cometa Loucura, exibido aos domingos à tarde. Lauro Corona conciliou as gravações da novela com a apresentação do programa (que fazia juntamente com Carla Camuratti), também como forma de associar a sua imagem ao meio musical.

Contrariando a prática da época, a novela já começou embalando o casal romântico central com uma música estrangeira, quando o costumeiro era tocar músicas internacionais a partir da metade da trama, momento em que era lançada comercialmente a trilha sonora internacional da novela. O megahit romântico “We’ve Got Tonight”, gravado por Kenny Rogers e Sheena Easton, musicou as cenas de Luís Carlos e Patrícia (Fábio Jr. e Bruna Lombardi).

E mais

O batismo dos personagens tinha a ver com homenagens de Gilberto Braga a filhos de amigos: Carlinha veio de Carla Daniel, filha de Daniel Filho e Dorinha Duval; Denise, Alfredo e Guilherme, os rebentos de Dias Gomes e Janete Clair; e Agenor (o cantor Cazuza), filho de João e Lucinha Araújo.

Em 1985, a Rio Gráfica Editora lançou a versão romanceada de Louco Amor na coleção “As Grandes Telenovelas”, 12 adaptações de novelas em livretos distribuídos nos supermercados com o sabão-em-pó Omo.

Trilha sonora nacional

01. SÓ DE VOCÊ – Rita Lee (participação Roupa Nova) (tema de Muriel e Guilherme)
02. VENDAVAL DA VIDA – Alcione
03. REENCONTRO – Márcio Greick (tema de Luís Carlos e Patrícia)
04. DOM DE ILUDIR – Gal Costa (tema de Patrícia e tema de Renata)
05. GRAFITTI – Guilherme Arantes (tema de Patrícia)
06. SERES HUMANOS – Fábio Jr. (tema de Luís Carlos)
07. NOSSO LOUCO AMOR – Gang 90 & Absurdettes (tema de abertura)
08. VOCÊ ME ACENDE – Barão Vermelho (tema de Cláudia)
09. ARANHA COR-DE-ROSA – Naila Skorpio (tema de Carlinha)
10. AQUARELA DO BRASIL – César Camargo Mariano (tema de locação: Rio de Janeiro)
11. DEMAIS – Ângela Ro Ro
12. TEM QUE PROVAR – Lauro Corona (tema de Lipe)
13. FOLHAS SECAS – Elis Regina (tema de Alfredo)
14. EU TE AMO – Chico Buarque (tema de Lúcia e Jorge Augusto)

Sonoplastia: Guerra Peixe Filho
Direção de musical: Guto Graça Mello
Pesquisa de repertório: Arnaldo Schneider e Ezequiel Neves

Trilha sonora internacional

01. WE’VE GOT TONIGHT – Kenny Rogers and Sheena Easton (tema de Luís Carlos e Patrícia)
02. REALLY SAYING SOMETHING – Bananarama (tema de locação: Rio de Janeiro)
03. SHAME ON THE MOON – Bob Seger & The Silver Bullet Band (tema de Lipe e Carlinha)
04. LONG TRAIN RUNNING – Traks
05. THE SHADOW OF YOUR SMILE – Jon Lucien (tema de Lúcia e Jorge Augusto)
06. JUST CAN’T GET ENOUGH – Depeche Mode (tema de locação: Rio de Janeiro)
07. LET’S FUNK TONIGHT – Blue Feather
08. ICH SCHAU DICH AN (PEEP PEEP) – Spider Murphy Gang (tema de Edgard e Gisela)
09. I KNOW THERE’S SOMETHING GOING ON – Frida (Anni-Frid Lyngstad)
10. CANDY GIRL – New Edition
11. CAN’T HELP FALLING IN LOVE – Cameo (tema de Luís Carlos e Cláudia)
12. ANGEL MAN – Retha Ruges
13. ELECTRIC AVENUE – Eddy Grant
14. BABY COME ON – James Othis White Jr.

Supervisão musical: Sérgio Motta

Tema de abertura: NOSSO LOUCO AMOR – Gang 90 & Absurdettes

Nosso louco amor
Está em seu olhar
Quando o adeus
Vem nos acompanhar

Sem perdão não há
Como aprender e errar
Meu amor
Vem me abandonar

Já foi assim
Mares do sul
Entre jatos de luz
Beleza sem dor
A vida sexual dos selvagens

Agora aqui
Passou a dor
Na rua a luz da cidade ilumina
Nosso louco amor!

É bom saber, voltou a ser
Na rua uma estrela ilumina
Nosso louco amor!

Nosso louco amor é mais
Que um lance de dados
Não abolirá nosso caso…

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