Sinopse

Maria (Míriam Freeland), esposa do rico proprietário rural Otávio Benaro (Fernando Pavão), tem uma séria crise de DPP (depressão pós-parto) que a leva a rejeitar o filho recém-nascido, chegando ao extremo de jogar a criança em um rio. O bebê é salvo e Maria parte para um cruzeiro terapêutico, em um transatlântico, acompanhada de seu médico, o Dr. Décio Navarro (Petrônio Gontijo). Na volta da viagem, Maria e o bebê são misteriosamente sequestrados. Otávio obedece às ordens dos raptores e entrega uma fortuna para salvar esposa e filho. Porém, os bandidos desaparecem com Maria e a criança, sem deixar vestígio.

Otávio desconfia de todos: dos empregados da fazenda, do Dr. Décio e do cunhado Martim (Heitor Martinez), um bon vivant de caráter duvidoso que vivia nos Estados Unidos e retorna ao Brasil por causa do desaparecimento da irmã. Martim desconfia que o próprio cunhado está por trás do desaparecimento de Maria e os dois passam a se acusar mutuamente. O tempo passa e, sem descobrir vestígios dos desaparecidos, Otávio entra em profunda crise depressiva, a ponto de ser internado na clínica do Dr. Décio, que termina por levá-lo ao mesmo passeio marítimo que fizera com Maria.

Acompanhado de Manuela (Gisele Itiê), uma bela garota de programa com quem vivia nos Estados Unidos, Martim também parte no navio que leva Otávio e Décio. Os dois chegam ao auge do embate e da desconfiança. Em um barco no litoral, Décio tenta defender Otávio de um ataque de Martim e espeta-lhe um tranquilizante na jugular. Martim cai no mar e é dado como morto, deixando a carteira com documentos no barco. Otávio, que a esta altura sabe que está marcado para morrer pelos sequestradores, assume a identidade de Martim na tentativa de sobreviver e encontrar a mulher.

O que Otávio não imagina é que Martim estava sendo sondado por uma organização criminosa internacional, que queria que ele convencesse Otávio a vender as suas terras, ricas em um minério raro que os interessava. Este era o motivo do sequestro. Essa sondagem se configura em assédio comandado pela misteriosa Nameless (Paloma Duarte) e seu chefe, Big Blond (Jonas Bloch). Otávio, na pele de Martim, se infiltra na organização, mas se vê envolvido e apaixonado por Nameless. Porém, Martim, resgatado por pescadores, sobreviveu ao atentado. Ao descobrir que Otávio passou a viver com sua identidade, Martim fez o mesmo: se tornou Otávio Benaro.

Record – 22h30 / 23h30
de 10 de abril a 2 de outubro de 2012
116 capítulos escritos e 125 exibidos

novela de Lauro César Muniz
escrita por Lauro César Muniz e Renato Modesto
colaboração de Mário Viana, Mariana Vielmond e João Gabriel Carneiro
direção de Ignácio Coqueiro (substituído por Edgard Miranda), José Carlos Piéri, Régis Faria e Antônio Gonzalez
direção geral de Ignácio Coqueiro

Novela anterior no horário
Vidas em Jogo

Novela posterior
Balacobaco

FERNANDO PAVÃO – Otávio Benaro / Martim
PALOMA DUARTE – (Nameless) / Elisa Rainha
HEITOR MARTINEZ – Martim Salles / Otávio
MÍRIAM FREELAND – Maria Salles Benaro
PETRÔNIO GONTIJO – Dr. Décio Navarro
GISELE ITIÊ – Manu (Manuela Marin)
NICOLA SIRI – Caio Anselmi
BETE COELHO – Valéria Laje
DANIELA GALLI – Tônia (Antônia Valdez)
KAREN JUNQUEIRA – Luma Valdez
DADO DOLABELLA – Edu
CECIL THIRÉ – Eduardo Sotero
JUSSARA FREIRE – Elvira
BÁRBARA BRUNO – Zezé (Maria José)
ROBERTO BOMTEMPO – Zezé (José Maria)
JONAS BLOCH – Big Blond
BEMVINDO SEQUEIRA – Novais
FLÁVIA MONTEIRO – Eneida Bastos
GIUSEPPE ORISTÂNIO – Pulga
CARLOS BONOW – Fausto
MARCELO ESCOREL – Toga (João)
UMBERTO MAGNANI – Jeremias
ÍRIS BRUZZI – Olívia Motta
RAUL GAZOLA – Vado (Evaldo Fael)
ELIETE CIGAARINI – Nair Fael
LUIZA TOMÉ – Geraldine Aidan
EMÍLIO DANTAS – Gino
FRANCISCA QUEIROZ – Flávia Mattos
LUIZA CURVO – Laís Neves
JORGE PONTUAL – Mário Souza
MÁRCIO KIELING – Gabriel Peixoto
FRANCIELY FREDUZESKI – Cláudia Prado
JEAN FERCONDINI – Marco Antônio
AUGUSTO ZACCHI – Régis
LULI MILLER – Mirela
DANIEL AGUIAR – Guto
TATSU CARVALHO – Rogério Mattos
LÍVIA ROSSY – Yara Lemos
LOUISE D´TUANI – Letícia
GABRIELA DURLO – Marina Peixoto
JÚLIA MAGESSI – Luciana
VALQUÍRIA RIBEIRO – Maria do Socorro
PERFEITO FORTUNA – Dr. Cotrim
BRUNA DI TÚLIO – Sônia
RAFAEL QUEIROZ – Fred
YANA SARDENBERG – Guta
RENATO LIVERA – Jairo Neves
CAROL CAVALCANTI – Vera
NANDA ANDRADE – Soraia
DANIEL VILLAS – Rúbens
RAÍ ANTUNES – Marcelo
KARLA RALIN – Luzia
MÁRCIO NAVARRO – funcionário de Décio
CARLOS SEIDL – José Jorge
RAYMUNDO DE SOUZA – sequestrador
HENRI PAGNONCELLI – Deputado Enrico Gomide
RICARDO PETRAGLIA – Delmiro Salles
NINA DE PÁDUA – Dinorá
CACAU MELLO – Ana
JOSÉ CARLOS PIERI – Augusto
ZECA CARVALHO – Cabo Peixoto
JÚNIOR PRATTA – Sequestrador
GUSTAVO OTTONI – Lucas
DOMINGOS ANTÔNIO – Johnny Wasp
THIAGO CORDEIRO – Silvério
SABRINA FAERSTEIN – Calpúrnia
MARIZA MARCHETTI – Drª Paula

Novela difícil

Problemática atração da Record, Máscaras já começou com o pé esquerdo. Algumas declarações de Lauro César Muniz (o autor), antes da estreia, soaram mal para o público. Máscaras entrou no ar com a fama de não ser uma novela popular – Lauro havia criticado a tendência das novelas da Globo em mirar “a tal nova classe C”.

A estreia causou grande estranhamento: direção equivocada e um texto por demais confuso afastaram o telespectador. A Record, viu seu Ibope cair vertiginosamente, o que acabou por deflagrar a pior crise no setor de dramaturgia da emissora desde que foi renovado, em 2004.

A novela teve seu horário de exibição trocado várias vezes (por causa da estreia do reality show A Fazenda, teve alguns capítulos exibidos após a meia-noite), causou desconforto entre elenco e o autor, e culminou com a troca do diretor – Ignácio Coqueiro foi substituído por Edgard Miranda – e redução de sua duração – dos 220 capítulos primeiramente pensados, terminou com 116 escritos.

Para tentar apagar o incêndio, juntamente com a troca da direção, Lauro César e seus roteiristas mexeram no texto, para deixá-lo mais digerível ao telespectador médio. Foi quando a novela melhorou significativamente. De fato, Máscaras tinha uma história muito interessante, como tantas outras de Lauro César Muniz. O autor usou entrechos já experimentados anteriormente, como tramas envolvendo organizações criminosas (vide O Salvador da Pátria e Poder Paralelo).

Apesar da significativa melhora no que foi apresentado, o horário ingrato só atrapalhou e Máscaras acabou por amargar uma das piores audiências entre as novelas da Record de 2004 até então: fechou com 6 pontos na média geral do Ibope (cada ponto equivalia, na ocasião, a 60 mil domicílios na Grande São Paulo).

Atriz insatisfeita

Por meio de sua conta no Twitter, a atriz Luiza Tomé reclamou publicamente de sua personagem na novela, Geraldine, pedindo inclusive ao autor que a tirasse da história.

Lauro César Muniz explicou à atriz que, em razão da aceleração de tramas previstas para mais adiante, em meio a uma série de modificações feitas em seu planejamento inicial, foi necessário adiantar a trama policial, da qual a personagem de Luiza não participaria nos primeiros tempos. (“Novela, a Obra Aberta e Seus Problemas”, Fábio Costa)

Carta de amor à novela

Em julho, parte do elenco divulgou na internet uma “carta de amor à Máscaras, em que culpava a mídia pela repercussão negativa da novela. Os atores alegavam que a imprensa divulgava apenas os problemas (como a baixa audiência) e não noticiava a qualidade artística da obra, o trabalho e a garra dos atores e roteiristas.

Entretanto, o estrago já estava feito. A novela não conseguiu popularidade, por causa da repercussão negativa lá dos primeiros meses, quando faltou, justamente, a tal qualidade artística citada na carta dos atores para a imprensa.

O último capítulo (exibido em 02/10/2012, uma terça-feira), foi encerrado com um bonito depoimento de Paloma Duarte, enaltecendo o trabalho do ator, enquanto entrava nos estúdios do Recnov (o centro de produção de novelas da Record, no Rio de Janeiro) para gravar sua última cena.

Elenco

Há de se destacar o ótimo trabalho das atrizes Míriam Freeland e Paloma Duarte – esta brilhou a novela inteira com sua personagem dúbia e sem nome (Nameless).

E o sensível trabalho de Bárbara Bruno, como Zezé, a mãe que não aceitava a perda do filho e convivia com ele em seu imaginário, no fino limite entre o trágico e o cômico.

Primeira novela dos atores Emílio Dantas e Renato Livera.

Inspiração

O título provisório da novela era Navegantes.

Sobre a inspiração para Máscaras, Lauro César Muniz revelou em entrevista:
“Essa novela nasceu de maneira curiosa. O primeiro insight que eu tive da novela foi um cenário, que é o navio. Eu passei pelo porto do Rio de Janeiro e ali tinha um navio ancorado enorme. Eu fiquei encantado e comecei a pensar quantas histórias não poderiam ter ali. Eu fiz um tour e saquei que as pessoas que entram no navio têm uma sensação enorme de liberdade, elas acham que vão viver uma aventura. Então, eu saquei que o lance era destacar a mudança que identidade, que me levou até a ideia de máscaras.”

As primeiras gravações aconteceram em janeiro, no transatlântico Visions of the Seas, da Royal Caribbean, uma das maiores empresas de cruzeiros do mundo, de origem norueguesa.
Abertura

O autor comentou sobre o lado político da trama:
“Eu vou tentar analisar a relação Brasil-Estados Unidos, que mudou bastante. Como cidadão brasileiro, eu tenho a sensação que a relação com os EUA não é mais aquela de subserviência e pleno aplauso. Hoje, temos uma autonomia, uma autoconfiança (…). Em contrapartida, os EUA começaram um processo de decadência. Na novela, eu trago alguns brasileiros de lá com outra visão do país.”

Abertura pobre

Apesar de a novela apresentar uma complexa trama, sua abertura pecava pela literalidade e falta de criatividade. Basicamente exibia máscaras de carnaval em estilo veneziano espalhadas sobre um tecido branco. Entretanto, em nenhum momento acontecia uma reviravolta que pudesse revelar algo por trás das máscaras, como propunha a trama. Por essa razão, a vinheta não apresentava destaque algum, não empolgava, nem emocionava.

Além disso, o comparativo natural com a abertura da novela Quem é Você (de 12 anos antes, 1996), da Globo, tornava a peça da Record ainda mais pobre. Nela, as máscaras de carnaval eram exibidas com mais personalidade e profundidade. (André Luiz Sens, blog Televisual)

mascarast2
01. PORTO SOLIDÃO – Fagner (tema de abertura)
02. IRMÃOS DE LUA – Renato Teixeira (tema de Otávio)
03. PALAVRAS CERTAS – JU-87 (tema de Régis e Letícia)
04. PAROU MEU MUNDO – Massau (tema de Manuela)
05. DIFÍCIL – Franco Levine (tema de Vado, Nair e Yara)
06. FEITO PRA VOCÊ – Celso Fonseca (tema de Manuela e Caio)
07. SPEED RACER – Fernanda Abreu (tema de Elisa)
08. SOPRA – Vitória Régia (tema do casal Zezé e Zezé)
09. TÁ NO MEU CORAÇÃO – Brunna e Mateus (tema de Mirela e Régis)
10. LE MASQUE – Júlio César (tema de Martim)
11. YOU (NUNCA SOUBE) – Cláudia Albuquerque (tema de Luma)
12. EU PRECISO DE VOCÊ – Rosemary (tema de Otávio e Maria / Otávio e Elisa)
13. BLUE MOON – Dave Gordon (tema de Valéria)
14. TO FIX A BROKEN HEART (NOCTURNO) – Erikka (tema de Tônia)
15. SERENATA – Schubert (tema de Eduardo Sotero)
16. MÁRIO, O SEDUTOR – Keko Brandão (tema de Mário)

Tema de abertura: PORTO SOLIDÃO – Fagner

Se um veleiro repousasse
Na palma da minha mão
Sopraria com sentimento
E deixaria seguir sempre
Rumo ao meu coração

Meu coração
A calma de um mar
Que guarda tamanhos segredos
Diversos naufragados
E sem tempo

Rimas de ventos e velas
Vida que vem e que vai
A solidão que fica e entra
Me arremessando
Contra o cais…

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