Jamil (Renato Góes) é um dos maiores patos da história das novelas, presa fácil para as armadilhas de Basma (Alice Wegmann) – que minam o casamento do mocinho de Órfãos da Terra com Laila (Julia Dalavia).
Para dar um gás nesta reta final de Verão 90, Manu (Isabelle Drummond) ignora tudo o que passou com João (Rafael Vitti) – que já deu todas as provas do mundo de que a ama – e rompe com ele por causa de um ciúme bobo. Repito: tão somente para dar um gás na reta final da novela.
Maria da Paz (Juliana Paes), a tão alardeada bem-sucedida mulher de negócios de A Dona do Pedaço, que enriqueceu comercializando bolos, cai facinho na lábia de Régis (Reynaldo Gianecchini), que cada vez mais lhe toma dinheiro. E olha que ela nem está cega de amor! Conforme capítulo dessa quarta-feira (03/07), a empresária do ramo da alimentação não sabe o que é canapé e não sabe multiplicar por 100…
As três novelas da Globo atualmente no ar usam do subterfúgio mais raso possível para que suas tramas possam seguir adiante: a burrice de seus protagonistas. Sim, porque se Jamil, Manu e Maria da Paz não fossem completos estúpidos, não haveria conflito, não haveria trama, não haveria novela.
Não sei que epidemia é essa que sofrem nossas novelas para apresentar narrativas tão pobres. Em A Dona do Pedaço, o que menos interessa é o perfil psicológico dos personagens. São todos tipos chapados, sem camadas, sem profundidade. Eles existem apenas para servir ao espetáculo, para a ação, para fazer a história correr, para gerar catarses fáceis (Walcyr Carrasco é perito nisso).
Maria da Paz foi apresentada na primeira fase como uma mulher determinada a mudar o seu destino, inclusive aquele que sua família lhe atribuía. Lutou por um amor, o perdeu, foi para a cidade grande e – com grande esperteza e tino para negócio – conseguiu enriquecer vendendo bolos. Porém, para justificar as tramas da segunda fase da novela, o autor traiu o perfil de sua heroína. Coerência é o que menos importa.
Coerência nunca foi o forte de Verão 90. Durante seis meses de exibição, só se viu uma profusão de situações em que valia tudo para preencher os capítulos. Perfil psicológico? O que é isso? Pelo menos Verão 90 sempre assumiu o não compromisso com a realidade, nunca passou de uma chanchada desvairada feita apenas para a desopilação do dia a dia. Qualquer desavisado entende perfeitamente que o chilique de Manu serve apenas para criar um conflito final nessas últimas semanas de novela. Tá tudo certo!
Depois de um começo arrebatador, com personagens incríveis – como Aziz (Herson Capri) e Soraya (Letícia Sabatella) -, Órfãos da Terra caiu no rame-rame da vingança de Dalila, que só é possível por causa da burrice forçada de meia dúzia de personagens, como Jamil e Miguel (Paulo Betti). Jamil já foi capanga do vilão Aziz, não é possível que seja tão inocente, for Christ´s sake! O passado de vício em jogo de Miguel é conhecido por sua mulher Ranya (Eliane Giardini) – como ela nunca percebeu que havia algo errado? Emburreceu também? Curioso que a novela tem tipos bons, bem desenvolvidos – como Missade (Ana Cecília Costa) e a própria protagonista Laila (Julia Dalavia). Porém, não haveria vingança se não fosse o mocinho parvo.
Neste quesito, a Record sai na frente, com os mocinhos de Topíssima metidos em confusões e enrascadas que não dependem da estupidez de protagonistas.
Aí você liga a TV à tarde e se depara com Por Amor, novela de Manoel Carlos, de mais de vinte anos, com uma gama de dramas humanos tão bem alinhavados, com discussões coerentes e pertinentes, perfis psicológicos bem elaborados, personagens ricos…. Aí lembrei ontem de outra novela de Maneco, História de Amor, também com uma galeria de personagens riquíssimos, que mexiam com as emoções do telespectador…
Não é saudosismo – mesmo porque cito duas novelas nem tão antigas assim. Também não se trata de atender o que o povo quer – o mero escapismo, sem precisar refletir, pensar. Acho que há espaço para todo tipo de ficção, a que apenas entretém (como Verão 90), a que faz refletir e, a melhor de todas: a que entretém e faz refletir.
Tivemos um exemplo recente: muito se reclamou da burrice de Bibi Perigosa (Juliana Paes) em A Força do Querer. Porém, a autora Glória Perez nos dava o contraponto, com dramas e personagens ricos, reais, bem desenhados, como Ivana (Carol Duarte) e Joyce (Maria Fernanda Cândido).
Falando nisso, por onde anda Lícia Manzo?
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Não se faz mais novelas como antigamente.
Só isso.
Como autor de novelas, Walcyr Carrasco é deplorável, patético e muito abaixo da média.
Não assisto A Dona do Pedaço, consegue ser pior que O Sétimo Guardião
Parece que a Lícia Manzo tem um projeto para as 21h depois da novela da Manoela Dias. Tem o nome provisório de Em Seu Lugar. Depois dela vem Alessandra Poggi com a Glória Perez supervisionando a trama.
Acho que a Janete Clair tivesse viva, iria ficar com tanta vergonha dos atuais autores da Globo de tanto colocar personagens com inteligência média e criar histórias sem sal para o público que gostam deste tipo de situação. A Dona do Pedaço nem perco meu tempo, a personagem principal é mais idiota que já vi. Verão 90 assisto diariamente e achei o chilique da Manuzita sem pé e sem cabeça e os Órfãos bem… Seria bom fosse série, aí teria condições de fazer uma boa história.
Os autores entregam o que o público quer ver, se colocassem personagens mais complexos o povo não iria entender e consequentemente desligariam a TV. Infelizmente estamos em um péssimo momento da teledramaturgia, essa nova geração se identifica com os personagens pq não tem um intelecto desenvolvido.
Como sempre mais uma crítica sensata e bem fundamentada. Atualmente só temos tramas toscas, mal fundamentadas, sem qualquer embasamento. Sinto falta das personagens com perfis psicológicos marcantes, nos quais observavamos a mudança, o crescimento. Tenho saudade de torcer por um casal e ver uma vilã ou vilão que me faça ficar doida de raiva.
Por onde anda Lícia Manzo? A pergunta que faço todos os dias quando tento assistir as duas últimas novelas das 9.
Ela neste horário é a esperança que tenho de ter de volta a leveza e a intensidade das novela do Maneco.
Não bastasse, Glória Perez está chefiando a parte das séries e não entrou com novela.
O único que se salvou desde o fim da Força do Querer foi JEC.
Verão 90 já dava pra ver desde a primeira semana que iria ser circo, nunca tive esperanças de ser uma boa novela…
Orfãos da terra é de doer, a trama comçeou super densa, o drama dos refugiados era algo bem interessante, Aziz e Soraya eram personagens importantes demais para serem descartados, vingança da Dalila faz sentido algum, tava puta da vida com o pai for ter matado Soraya… e a historia de jamil e layla é chata pra caramba, as autoras abriram mão de um enredo mais denso, único e interessante pra fazer mais do mesmo.
A dona da pedaço não deveria nem existir, e walcyr deveria voltar pro horário das 6/7, que é o horário que realmente funciona pra ele e as patacoada que eles escreve, é triste o desserviço que o texto dele traz a assuntos tão delicados como transexualidade, homosexualidade (essa trama do Agno é horrível, e pelos spoilers que vi ele vai tentar filmar rock pelado, gay em novela do walcyr só serve pra ser chacota), e ainda tem a trama da Kim, usando assédio pra ficar com o homen que ela quer, é muito triste isso, já vivemos numa sociedade tão conservadora, ter uma novela de alcançe nacional feito a das 9 reforçando estereótipos estúpidos é de doer (como se a escrita pobre e rasa do walcyr já não fosse o suficiente), globo deveria prestar mais atenção em certas coisas, querem ser uma emisorra politicamente correta mas novelas feitas a do walcyr so prestam para alimentar a ignorância da população.