Sinopse

A pequena cidade de Sucupira, no litoral baiano, é administrada pelo prefeito Odorico Paraguaçu, um político corrupto e ardiloso que se utiliza de artimanhas para conseguir tudo o que deseja. Quando não consegue, manobra a situação de forma a sempre levar alguma vantagem.

Auxiliado pelo secretário Dirceu Borboleta e pelas correligionárias, as Irmãs Cajazeiras, avessas, pelo menos em público, a imoralidades, Odorico enfrenta seus adversários políticos: Lulu Gouveia e sua esposa, bem como os jornalistas Neco Pedreira e Tuca Medrado, e, o mais temível de todos, Zeca Diabo, um ex-matador de aluguel que um dia pensou tê-lo morto.

Globo – 22h
de 22 de abril de 1980 a 9 de novembro de 1984

criação de Dias Gomes
direção de Régis Cardoso, Jardel Mello, Mariano Gatti, Oswaldo Loureiro (1984) e Francisco Milani (1984)

PAULO GRACINDO – Odorico Paraguaçu
LIMA DUARTE – Zeca Diabo
EMILIANO QUEIROZ – Dirceu Borboleta
IDA GOMES – Dorotéia Cajazeira
DIRCE MIGLIACCIO – Judicéia Cajazeira
KLEBER MACEDO – Zuzinha Cajazeira (Zuleica)
CARLOS EDUARDO DOLABELLA – Neco Pedreira
FÁTIMA FREIRE – Tuca Medrado
YARA CÔRTES – Delegada Chica Bandeira
LUTERO LUIZ – Lulu Gouveia
SUELY FRANCO – Conchita
ÂNGELA LEAL – Bebel
SUMARA LOUISE – Cremilda
BETH CASTRO – Miúda
ROGÉRIO FRÓES – Vigário (Padre Honório)
WILSON AGUIAR – Nezinho do Jegue
ANTÔNIO GANZAROLLI – Tião Moleza

temporada de 1984
FELIPE CARONE – Salim Bechara (bicheiro que compra o jornal A Trombeta)
GRANDE OTELO – Boca de Tramela (auxiliar de Salim)
JOSÉ SANTA CRUZ – locutor de rádio
ARTHUR COSTA FILHO – barbeiro
MÔNICA NICOLA – manicure
JORGE LAFOND – mordomo de Odorico
ZÉ PREÁ – maestro da banda de Sucupira
CLAUDIONEY PENEDO – Caboré (segurança de Odorico)
LUIZ MAGNELLI – cabo
DIOGO VILELA – cabo
ANTÔNIO YSMAEL – (fotógrafo, colega de Tuca Medrado no jornal)

e
ALBERTO PEREZ
ALDO DE MAIO – costureiro
AMAURY GUARILHA – dublê de Ary Fontoura
ANDRÉ JOSÉ ADLER – diplomata
ANA MARIA SAGRES – prostituta
ANSELMO VASCONCELLOS
ANTÔNIO CARLOS PIRES – encarregado da fábrica Paraguaçú
ARACY CARDOSO
ARY FONTOURA – juiz de paz no julgamento de Dirceu Borboleta
AUGUSTO OLÍMPIO
AURICÉIA ARAÚJO – Dona Hermínia (mãe de Zeca Diabo)
CARLOS GREGÓRIO
CARLOS KROEBER
CHAGUINHA – ladrão da imagem de São Pedro
CLEMENTINO KELÉ
DARTANGNAN MELLO – homem na platéia, que discursa
DAVID PINHEIRO – crupiê
DENNY PERRIER – geólogo
DIANA MOREL
EWERTON DE CASTRO
FÁBIO JUNQUEIRA – assaltante
FELIPE WAGNER – bispo
FERNANDO JOSÉ
FRANCISCO DANTAS
FRANCISCO MILANI – deputado
GEÓRGEA QUENTAL
GILBERTO LEPENISCK – filho da delegada Chica Bandeira
GUIDA MARIA
HENRIQUETA BRIEBA – idosa em luto
IVAN DE ALMEIDA
JACARÉ
JOÃO CARLOS BARROSO – Eustórgio
JOÃO PAULO ADOUR – Cecéu
JOÃO D’ÁVILLA
JOÃO ZACCHARIAS – Dr. Tércio Bandeira
JOMBA
KÁTIA D’ÂNGELO
LEÔNIDAS AGUIAR – carteiro
LOUISE CARDOSO – Lissandra Páris
LUCIANO SABINO
LUIZ MENDONÇA
MARCO MIRANDA
MIGUEL ROSEMBERG – juiz
MILTON GONÇALVES – Zelão das Asas
MÔNICA NICOLA
MUNIRA HADDAD
NEY LATORRACA – Dr. Sinval Moreira (analista)
OSWALDO LOUREIRO
PAULO FIGUEIREDO – Wilson de Paranaguá
PAULO PARANÁ – assaltante
PAULO PORTO – Tácito Moscoso (advogado de Dirceu Borboleta)
REGINA MALDONADO – assaltante
REGINA VIANA
RUTHINÉIA DE MORAES
RUY REZENDE
SELTON MELLO – menino passeando no jegue de Nezinho
SOLANGE COUTO – prostituta
STÊNIO GARCIA
SUZANE CARVALHO
SUZY ARRUDA – Dona Florzinha
THELMA RESTON – cafetina
TONY FERREIRA – Antonino
TONY RAMOS
VERA GIMENEZ
VINÍCIUS SALVATORI
WALDICK SORIANO como ele mesmo
WELLINGTON BOTELHO – promotor

a ressurreição de odorico paraguaçú
o julgamento de dirceu borboleta
anistia para zeca diabo
inferno na sacristia
o dia em que waldick soriano foi a sucupira
a curra
grande motel sonho de amor
o mensageiro de júpiter
a petropira
mão preta e o elefante branco
bola prá frente que odorico é presidente
o caçador de tiranos
a greve piscatória
o protético
miss sucupira, quiçá miss brasil
o bastião da liberdade
o milionário da loteca
o dia em que sucupira foi capital
a inflação está morta, viva a inflação !
o último cangaceiro
o larapista desroupante
a greve de sexo
quem matou epaminondas ?
o contraventista zoológico
mulheres à luta
o lobisomen
natal em sucupira
superemanuelle
o dia em que a terra tremeu em sucupira
a guerra dos fardões
o valentoso maronauta
o povo de deus e o milagre dos coronéis
a manifestança beijoquista
o capeta em sucupira
o leão está solto
o atentado pirotécnico
a grande jecana
a grande entrevista
dorotéia vai à luta
como se faz um candidato
um defunto à baiana
a ira de zeca diabo
o renuncista que deu certo
o maucaratista cibernético
a ciclovia
a farreação libidinante
o desligamento televisivo
o cangaceiro de deus
o casamento do século
o barão das comendas
o defunto voluntário
i love sucupira
só cai quem monta
operação zoológica
odorico de saias
zeca diabo
um jegue no vaticano
o tio do doutor sócrates
a piração de juju
o finado que o vento levou
rebelião no presídio
o bode expiatório
político sem povo, galinha sem ovo
dirceu e a escrivinhadora proibida
jogo de cintura
contatos de quarto grau em sucupira
a guerra das malvadas
a grande futebolança
o macho desnudo
medrados e cajazeiras
o bebê da discórdia
a corrida do ouro
o defunto biônico
o chafarótico
hoje tem marmelada
o último teretetê
um analista em sucupira
os filhos de odorico
o bebê de proveta
sucupira vai às urnas (2 partes)
odorico na cabeça
as bodas do coronel
sucupira vai ao fundo
a reapertura jogatícia
o presidenciável
aí, sucupira declarou guerra à itália
o blefe do século
odorico sequestrado
a guerra dos santos

episódios de 1984
sucupira vai á luta
o gemellagio
secabrás
a noiva de zeca diabo
a gripe soluçante
a bichoteca
e chegamos aos finalmentes

Continuação

Dando prosseguimento ao projeto Séries Brasileiras, após as bem sucedidas Carga Pesada, Malu Mulher e Plantão de Polícia, em 1979, a Globo lançou um novo título em 1980: O Bem-Amado, continuação da famosa novela de Dias Gomes exibida em 1973 – por sua vez baseada em sua peça “Odorico, O Bem-Amado, e os Mistérios do Amor e da Morte”, encenada pela primeira vez em 1969.

Por dois anos consecutivos – 1980 e 1981 – O Bem-Amado foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor série de TV. Em 1983, levou o Grande Prêmio da Crítica da associação.

Críticas mais claras

A versão em seriado trouxe de volta personagens e situações da novela. Para dar prosseguimento à saga de Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), o autor ressuscitou o personagem no primeiro episódio, já que ele havia morrido no final da novela, em 1973.

Os episódios inspiravam-se em fatos reais, sobretudo em matérias de jornal. Com a abertura do Regime Militar, à época, Dias Gomes pôde tirar suas críticas sempre perspicazes e bem-humoradas das entrelinhas e abordá-las de forma mais clara. Com isso, tratou de temas difíceis de serem abordados na época da exibição da novela.

Exemplo de como O Bem-Amado retratou o país foi a fala do general Golbery do Couto e Silva, braço-direito do ex-presidente Ernesto Geisel, que ao deixar o cargo de chefe da Casa Civil (do Governo João Figueiredo), em agosto de 1981, disse aos repórteres: “Não me perguntem nada. Acabo de deixar Sucupira!”

Elenco

Zilka Salaberry, a delegada Donana Medrado da novela de 1973, não pôde retomar seu papel, pois estava no elenco do Sítio do Picapau Amarelo. No lugar da personagem, entrou a delegada Chica Bandeira, interpretada por Yara Côrtes.

Para substituir Dulcinéia Cajazeira (Dorinha Duval) que fora assassinada no final da novela, em 1973, uma outra Cajazeira foi criada na trama: a prima Zuzinha, vivida por Kleber Macedo, que juntava-se às duas irmãs, Dorotéia (Ida Gomes) e Judicéia (Dirce Migliaccio).

Também a personagem Tuca Medrado (Fátima Freire) apareceu para ocupar o lugar deixado vago – ainda durante a exibição da novela – por Anita Medrado (Dilma Lóes). Anita, neta de Donana, terminaria a novela feliz ao lado do amado Neco (Carlos Eduardo Dolabella) se a atriz Dilma Lóes não saísse abruptamente a pouco mais de três semanas do final da novela. Quando o seriado foi ao ar, Tuca apareceu para desempenhar um papel semelhante ao que Anita tinha na novela antes de morrer.

Ângela Leal apareceu como Bebel, um terceira filha de Odorico Paraguaçu, personagem que não existia na trama original. Na novela de 1973, os filhos de Odorico eram Telma (Sandra Bréa) e Cecéu (João Paulo Adour), que não retornaram no seriado.

No episódio “As Bodas do Coronel”, Odorico Paraguaçu se casou. A partir de então, o seriado passou a contar com uma nova personagem em seu elenco fixo: Conchita (Suely Franco), a nova primeira-dama de Sucupira. Desde a novela, o prefeito era viúvo.

Ferreira Leite, que fez parte do elenco da novela original, interpretando Joca Medrado (o marido de Donana), surgiu em um dos primeiros episódios do seriado (“O dia em que Waldick Soriano foi a Sucupira”) na pele de um personagem totalmente distinto: Chico Pedreira, o pai de Neco Pedreira.

Na novela de 1973, o nome de Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz) era Dirceu Pena. Porém, no seriado, o personagem era chamado de Dirceu Fonseca.

Na novela, Odorico dizia ser filho de Eleutério Paraguaçu e neto de Firmino Paraguaçu. No seriado, ele proclamava-se filho de Eleutério, neto de Firmino e bisneto de Pelópidas Paraguaçu (Pelópidas era o primeiro nome do ator Paulo Gracindo), fundador da cidade de Sucupira. Porém, na novela, quem fundou Sucupira foi Deocleciano Cajazeira.

O ator Ary Fontoura apareceu em dois personagens distintos ao longo do seriado: o juiz que julgou Dirceu Borboleta (no segundo episódio), e o farmacêutico Libório, papel que na novela coube a Arnaldo Weiss.

Locações

Para as locações que representavam a fictícia Sucupira, foi escolhida a cidade litorânea de Macaé, situada no norte fluminense, a 102 quilômetros do Rio de Janeiro. O bairro de Sepetiba (na Zona Oeste do Rio de Janeiro), que tinha sido utilizado para as gravações externas da novela em 1973, estava decadente e completamente parado no tempo em 1980, não se admitindo mais seu visual nem a falta de recursos necessários à produção para que mantivesse o ritmo exigido para as gravações do seriado.

Eventualmente, os cenários mudavam, quando Odorico visitava outras regiões brasileiras, sempre em nome de sua intensa atividade política. Como o último ou o primeiro episódio do ano eram eventualmente gravados fora do Brasil, as cidades de Washington, Nova York, Paris, Roma e Lisboa serviram como locação. O episódio passado na capital norte-americana teve cenas gravadas em frente à Casa Branca. Em Paris, Dirceu Borboleta e Odorico Paraguaçu levaram flores ao túmulo de Napoleão. Em Roma, o Vesúvio foi locação para um episódio.

Exibição

Do projeto Séries Brasileiras, O Bem-Amado foi a mais longeva, permanecendo no ar por cinco temporadas, de 1980 a 1984. Entretanto, foi semanal apenas nos três primeiros anos de sua exibição. Em 1983, o programa passou a ser mensal.

Em 1984, a Globo pensou em cancelar o seriado devido à sobrecarga de trabalho à qual Dias Gomes estava sendo submetido. Ele assumira a roteirização da novela Eu Prometo após a morte da autora, Janete Clair, sua mulher. Porém, um abaixo-assinado manteve o programa por mais um ano no ar. Dias concluiu a novela (juntamente com Glória Perez), teve um mês de férias, e em março voltou a trabalhar em O Bem-Amado.

Em 06/04/1984, o seriado estreou sua última temporada dentro do mesmo esquema do ano anterior – programa mensal, exibido às sextas-feiras, às 21h20. Porém, a direção mudava: Oswaldo Loureiro passou a ser o responsável por ela, tendo Francisco Milani como colaborador. Sobre a substituição de Régis Cardoso, o próprio diretor relatou em seu livro “No Princípio Era o Som” que foi uma decisão de Dias Gomes:
“Fico sabendo, através de Boni, que o Dias não me queria mais dirigindo a série. Fiquei supersurpreso porque também o Boni não sabia o motivo da sugestão do meu afastamento.”
Além da troca da direção, houve a entrada de novos atores no elenco fixo: Felipe Carone, no papel de Salim Bechara, um bicheiro que comprou o jornal A Trombeta (substituindo Carlos Eduardo Dolabella); Grande Otelo, o Boca de Tramela, auxiliar do bicheiro; José Santa Cruz, como locutor de rádio; Arthur Costa Filho, o barbeiro de Sucupira; Mônica Nicola, que interpretava uma manicure, e Jorge Lafond, no papel de mordomo de Odorico.

Alguns episódios foram reprisados em março de 1995, durante uma semana, dentro do Festival 30 Anos da TV Globo.

O ator Paulo Gracindo faleceu em 04/09/1995, aos 84 anos, vítima de câncer de próstata. No dia de sua morte, a Globo reprisou no episódio “I Love Sucupira”, originalmente exibido em 1982.

Repetecos

Ao longo da exibição de O Bem-Amado, chegaram às livrarias duas edições que reuniam adaptações literárias de episódios da série, escritas pelo próprio Dias Gomes: os livros “Sucupira, Ame-a ou Deixe-a” e “Odorico na Cabeça”.

Em 2010, chegou aos cinemas uma nova versão da história, no filme de Guel Arraes, com Marco Nanini como Odorico Paraguaçu, José Wilker como Zeca Diabo e Matheus Nachtergaele como Dirceu Borboleta, entre outros. O filme foi apresentado na Globo, como microssérie, em janeiro de 2011.

Em 1996, a emissora chilena TVN (Televisión Nacional de Chile) levou ao ar a sua própria versão da peça de Dias Gomes, intitulada Sucupira, com Héctor Noguera como Federico Valdivieso, o novo nome de Odorico Paraguaçu. Em 2017, a Televisa do México produziu uma nova versão da história, exibida em seu Canal de Las Estrellas: El Bienamado, com Jesús Ochoa como Odorico Cienfuegos (Odorico Paraguaçu).

E mais

Outros casos de personagens de uma produção que ganharam um seriado próprio (spin-off): Shazan e Xerife – Paulo José e Flávio Migliaccio na novela O Primeiro Amor (1972) – ganharam um seriado com eles, Shazan, Xerife e Companhia, exibido entre 1972 e 1974; Dulcinéa, interpretada por Dercy Gonçalves na novela Cavalo Amarelo (1980), retornou na novela seguinte, Dulcinéa Vai à Guerra; o personagem Mário Fofoca – Luis Gustavo da novela Elas por Elas (1982) – ganhou um seriado em 1983; e Lara, vivida por Susana Vieira na minissérie Cinquentinha (2009), voltou como protagonista na série Lara com Z, em 2011.

01. O BEM-AMADO
02. DOIS CORAÇÕES
03. ELAS POR ELAS (COISAS DA VIDA)
04. DANCIN’ DAYS
05. AS VITRINES
06. HOMEM COM ‘H’
07. SANTA TEREZINHA
08. O BEM-AMADO
09. FESTO DO INTERIOR
10. TÁ COM MEDO, TABARÉU (MELÔ DA PIPA)
11. MULHER NOVA, BONITA E CARINHOSA FAZ O HOMEM GEMER SEM SENTIR DOR
12. BATE CORAÇÃO
13. CAPIM GORDURA
14. O QUE É O QUE É?

Lira Sucupirana regida pelo Maestro Zé Preá

Tema de abertura: O BEM-AMADO – Coral Som Livre *

A noite, o dia
A vida na morte, o céu e o chão
Pra ele vingança
Dizia muito mais que o perdão
O riso no pranto
A sorte, o azar, o sim e o não
Pra ele o poder
Valia muito mais que a razão

Quando o sol da manhã vem nos dizer
Que o dia que vem pode trazer
O remédio da nossa ferida
Do meu coração
Logo o vento da noite vem lembrar
Que a morte está sempre a esperar
Em um canto qualquer desta vida
Quer queira, quer não

O espanto na calma
A coragem, o medo, o vai-e-vem
O corpo sem alma
A ida pra morte o mal contem…

* O tema de abertura era uma versão instrumental da música

Veja também

  • bemamado_novela

O Bem-Amado (a novela)

  • saramandaia76

Saramandaia (1976)

  • sinaldealerta

Sinal de Alerta

  • cargapesada79_logo

Carga Pesada (1979)