Sinopse

Interior da Inglaterra, final do século 18. Com a convivência, nasce a paixão entre Catarina Earnshaw e Heathcliff, seu irmão adotivo. Criados juntos, eles são separados pela morte do pai de Catarina e pela crueldade de como Hindley Earnshaw, seu irmão, trata Heathcliff.

Quando fica sabendo que Catarina vai casar com o rico Edgar Linton, Heathcliff foge para fazer fortuna, ignorando o fato de que ela o ama, e não o futuro marido. Dois anos depois, Heathchliff retorna para vingar-se de Hindley e Edgar e do abandono que Catarina lhe infligiu.

Excelsior – 21h30
de fevereiro a julho de 1967

novela de Lauro César Muniz
baseada no romance homônimo de Emily Brontë
direção de Dionísio Azevedo

ALTAIR LIMA – Heathcliff
IRINA GRECCO – Catarina
EGÍDIO ECCIO – Edgar Linton
JOÃO JOSÉ POMPEO – Hindley
MARIA ESTELA – Isabel
CARMINHA BRANDÃO – Ellen
PAULO VILLAÇA – José
ÍRIS BRUZZI – Frances
MARCOS PAULO
RICARDO CAMPOS – Mr. Linton
GENY PRADO – Mrs. Linton
PAULO FIGUEIREDO – Heathcliff (jovem)
DÉBORA DUARTE – Catarina (jovem)

Realidade brasileira

A adaptação de Lauro César Muniz, do clássico romance de Emily Brontë (lançado em 1847), não se contentava em relatar os fatos da sociedade inglesa da qual a história é originária. Os personagens assumiam verdades relacionadas com a problemática do homem brasileiro.

A ascensão de Heathcliff (Altair Lima) por meio do dinheiro, ameaçando a estabilidade e a segurança do nobre Edgar (Egídio Eccio), era o retrato da ascensão das classes menos favorecidas ameaçando a aristocracia rural, dominante em uma fase de nossa história. Este subtema seria a base para a futura trilogia de Lauro César Muniz, Os Deuses Estão Mortos (Record, 1971), Escalada (Globo, 1975) e O Casarão (Globo, 1976). Particularmente em Escalada, essa referência é mais clara, por meio da trama romântica central da novela.

Base para o autor

Disse Lauro César Muniz em depoimento ao livro “Glória in Excelsior” de Álvaro de Moya:

“Eu adorava aquela história, tinha lido o romance e visto o maravilhoso filme de William Wyler. (…) O Morro… inaugurava os estúdios da Vila Guilherme (…) A novela estava prevista para ter 100 capítulos e, naturalmente, era preciso criar ações novas e paralelas para cumprir a extensão. Fui fiel à essência do romance, os personagens eram ingleses, mas consegui, por meio da ascensão do herói Heathcliff e seu enfrentamento com Edgar, de família nobre, fazer um retrato das contradições sociais, que surgiam anos depois em nosso país, entre os aristocratas rurais e a nova classe sem raízes nobres. (…) A retomada desse tema me propiciou, anos mais tarde, novelas como Os Deuses Estão Mortos na TV Record, Escalada e O Casarão na TV Globo. O Morro dos Ventos Uivantes foi um sucesso. Fiz muitos capítulos além dos previstos e a novela ficou seis meses no ar, abrindo para mim um longo caminho.”

Neve de isopor

Benedito Ruy Barbosa, assumindo a direção da Colgate-Palmolive, que produziu a novela, narrou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, do Projeto Memória Globo:

“A Excelsior tinha transformado a fábrica de cigarros Sudan em um estúdio de televisão, mas sem qualquer tratamento acústico. Era coisa de maluco gravar uma novela ali dentro. As crianças passavam de bicicleta e era preciso parar a gravação. O estúdio era muito grande, tinha mais de 2 mil metros quadrados, com um pé direito de uns 15 metros. O pessoal de cenografia criou um morro que ia quase até o teto. Nós fizemos com isopor as melhores cenas de neve do Brasil.

No dia de gravar as cenas com o vento, deu tudo errado. Ligamos uns ventiladores grandes, mas o Dionísio Azevedo, que era um diretor perfeccionista, mandou parar. ‘Não sacode nada! Eu quero vento que levante a saia dela, que faça mexer a barba dele!’ Ele adiou as gravações. ‘Amanhã, quero um ventilador decente aqui!’ Foram em São José dos Campos e trouxeram um aparelho enorme, de tubo de cobre.”

Adaptações

O romance “O Morro dos Ventos Uivantes” já teve várias adaptações para o cinema, sendo a de 1939 a mais famosa, no filme dirigido por William Wyler, com Lawrence Olivier.

Na TV brasileira, ganhou uma nova adaptação em 1973: a novela Vendaval, de Ody Fraga, produzida pela TV Record.

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