Sinopse

O banqueiro Conrad Mahler organiza uma festa em sua mansão para recepcionar a princesa italiana Olimpia Buoncompagni, de visita ao Brasil. Entre socialites e penetras, gente de todo o tipo. Como o bandido Boneco, que, ao assaltar uma residência, rouba um convite vislumbrando uma oportunidade para se dar bem. Conseguiu, pelo menos, chamar a atenção da solitária milionária Maria Angélica de Lara Campos, a Bubu.

A noite cintilante da alta sociedade, no entanto, termina com um crime: um corpo aparece boiando na piscina. Todos os 24 convidados da festa são suspeitos, assim como as outras pessoas que estiveram na mansão durante o evento. Muitos dos presentes tinham sérios problemas a resolver. Inclusive desencadeava-se uma velada disputa entre pessoas ligadas a grupos econômicos pelo domínio de uma grande rede bancária.

O próprio anfitrião já havia tido uma séria discussão com Cauê, rapaz que vivia sob sua proteção, chegando a ameaçar deserdá-lo se não rompesse seu namoro com Silvia, garota que considerava leviana. Silvia, por sua vez, vinha sendo assediada pelo advogado de Mahler, Álvaro Rezende, que lhe propôs casamento e uma vida pomposa na Europa. Só que ele era casado e antes precisava se desquitar da mulher, Glorinha.

Cauê habituou-se à vida de mordomias oferecida por Mahler, pagando o preço de sofrer com o amor sufocante do velho. O rapaz já o teria abandonado, não fosse a possibilidade de vir a ser o único herdeiro de sua fortuna. Por isso o distanciamento com Silvia, que fora à festa lhe cobrar explicações. Cauê tenta combinar com Silvia uma situação em que possa continuar o romance sem perder a herança de Mahler.

O industrial Laio Martins foi à recepção com um único propósito: conseguir ajuda financeira de Mahler para um grande negócio. Laio está doente, à beira de uma crise de esquizofrenia. Disso foi avisada sua esposa Helena, pelo médico da família, poucas horas antes da festa. A notícia criou um problema de consciência para Helena, que tencionava separar-se do marido, inconformada com seu temperamento difícil.

Helena passou a entender que não tinha mais razão sua afeição por Kiko, amigo de Cauê e Silvia, um rapaz ambicioso e calculista que tem um caso com Lupe Garcez, uma rica viúva. Kiko revela sua indecisão entre um casamento de conveniência com Lupe, cuja fortuna lhe garantirá a boa vida que ambiciona, e o caso com Helena.

Outro ricaço, o empreiteiro Carlos Braga Vidigal, que estava na festa acompanhado da esposa, a fútil Lídia, nutre sérias desconfianças de que Mahler o teria passado a perna, mancomunado com um grupo concorrente para a realização de uma importante obra. Braga pretende aproveitar a natural confusão da festa para tentar descobrir documentos que provem isso.

Os problemas de cada um vão sendo revelados pouco a pouco até que, ao final, a resolução do mistério: Silvia chantageou Mahler e levou uma pancada, que a fez cair do segundo andar da mansão, bater a cabeça e morrer, para depois ser removida para a piscina. Mahler, o anfitrião perfeito, quebrou sua rotina festiva e ardilosamente matou Silvia por ciúmes do seu relacionamento com Cauê.

Globo – 22h
de 4 de novembro de 1974
a 11 de abril de 1975
112 capítulos

novela de Bráulio Pedroso
direção de Wálter Avancini e Jardel Mello
supervisão de Daniel Filho

Novela anterior no horário
O Espigão

Novela posterior
Gabriela

ZIEMBINSKI – Conrad Mahler
BUZA FERRAZ – Cauê
BETE MENDES – Silvia
LIMA DUARTE – Boneco
EDSON FRANÇA – Delegado Xavier
JOSÉ LEWGOY – Carlos Braga Vidigal
ARLETE SALLES – Lídia Braga Vidigal
TEREZA RACHEL – Lupe Garcez
RODRIGO SANTIAGO – Kiko
CARLOS VEREZA – Laio Martins
MARIA CLÁUDIA – Helena Martins
YARA CÔRTES – Bubu (Maria Angélica de Lara Campos)
MAURO MENDONÇA – Álvaro Rezende
ISABEL RIBEIRO – Glorinha Rezende
FELIPE WAGNER – Davi Menezes
REGINA VIANA – Roberta Menezes
ISABEL TEREZA – Ana Lúcia
MARÍLIA BRANCO – Princesa Olimpia Buoncompagni
ANTÔNIO GANZAROLLI – Lucas
HAROLDO DE OLIVEIRA – Astorige
IVAN SETTA – Morel
CLÁUDIO AYRES DA MOTTA – Wilson
LAJAR MUZURIS – Fininho
RUTH DE SOUZA – Lurdes
JORGE GOMES – Rudy
WILTON PONTES ELOY – Dida
CAIO MOURÃO como ele mesmo
MARIE CLAUDE – Françoise
SÍLVIA SANGIRARDI – Mira
FERNANDA DE JESUS – Betinha
ÉLCIO ROMAR – Alexandre
CLEMENTINO KELÉ – Nilo
MARIA HELENA VELASCO – Lindona (Eurides)
ALFREDO MURPHY – Olegário

e
ADEMAR FERREIRA – garçom na festa
DALMO PEREZ – garçom na festa
GINA TEIXEIRA – empregada de Mahler
JACIRA ALVES – empregada de Mahler
JACY DE AZEVEDO – garçom na festa
JACYRA SILVA – amante de Boneco
JOÃO VIEITAS – garçom na festa
JÚLIO CARRERA – filho de Boneco e Eurides
PAULO CÉSAR OLIVEIRA como ele mesmo (pianista da festa)
SELMA LOPES – Maria (empregada de Bubu)
TALITA MIRANDA – dona da pensão onde mora a família de Boneco
YURI GUSMÃO – filho de Boneco e Eurides

– núcleo de CONRAD MAHLER (Ziembinski), poderoso banqueiro, promove uma festa da alta-sociedade em sua mansão para recepcionar uma princesa italiana. No decorrer da noite, os convidados descobrem um cadáver boiando, de bruços, na piscina. A princípio, não fica claro quem morreu, mas tudo leva a crer que trata-se de um assassinato. A polícia é então chamada e iniciam-se as investigações para saber quem cometeu o crime e qual a motivação:
o jovem namorado CAUÊ (Buza Ferraz), que mora com ele na mansão, sufocado por seu amor. Tenta driblar o ciúme de Mahler, a quem detesta. Já o teria abandonado, não fosse a possibilidade de vir a ser o único herdeiro de sua fortuna
a namorada de Cauê, SÍLVIA (Bete Mendes), motivo dos ciúmes de Mahler, a quem ele considera leviana. Vai à festa, mesmo sem ser convidada, para cobrar uma posição de Cauê e os dois combinam uma situação em que possam continuar o romance sem que Cauê perca a herança do velho. No entanto, Silvia acaba assassinada durante a noite
a princesa italiana OLIMPIA BUONCOMPAGNI (Marília Branco), a homenageada da festa
o mordomo e secretário LUCAS (Antônio Ganzarolli).

– núcleo de BONECO (Lima Duarte), ladrão que rouba um convite e entra de penetra na festa de Mahler. Percebendo que se trata de um farsante, Mahler passa a provocá-lo com perguntas sobre negócios, divertindo-se com as mentiras que ele é forçado a improvisar para manter o seu disfarce:
a mulher LINDONA, apelido de EURIDES (Maria Helena Velasco), barraqueira, vive às turras com o marido
os filhos pequenos (Júlio Carrera) e (Yuri Gusmão)
o delegado OLEGÁRIO (Alfredo Murphy), seu velho conhecido, já que foi diversas vezes preso por furtos de eletrodomésticos.

– núcleos dos convidados:
a solitária milionária MARIA ANGÉLICA DE LARA CAMPOS, a BUBU (Yara Côrtes), presa fácil para Boneco, que a seduz para roubá-la
o empreiteiro CARLOS BRAGA VIDIGAL (José Lewgoy), sócio de Mahler, desconfia que ele o teria passado a perna, fazendo acordo com um grupo concorrente para a realização de uma importante obra. Vai à festa com o intuito de conseguir documentos comprometedores
a mulher de Braga, a fútil LÍDIA (Arlete Salles)
o industrial LAIO MARTINS (Carlos Vereza), foi à recepção com o propósito de conseguir ajuda financeira de Mahler para um grande negócio. Está à beira de uma crise de esquizofrenia
a mulher de Laio, HELENA (Maria Cláudia), que intenciona separar-se do marido, inconformada com seu temperamento difícil
a rica viúva LUPE GARCEZ (Tereza Rachel), mulher de personalidade forte, que namora o garotão KIKO (Rodrigo Santiago), amigo de Silvia e Cauê. Kiko tem um caso com Helena e fica na dúvida se deixa Lupe para ficar com a amada
o advogado de Mahler, ÁLVARO REZENDE (Mauro Mendonça), com o casamento em crise com a mulher, GLORINHA (Isabel Ribeiro). Interessa-se por Silvia, que o usa para provocar ciúmes em Cauê
o cirurgião plástico DAVI MENEZES (Felipe Wagner) e a mulher ROBERTA (Regina Viana). Ela interessa-se pelos problemas de Glorinha, de quem fica muito amiga
o fotógrafo RUDY (Jorge Gomes), amigo de Cauê, Silvia e Kiko
o craque de futebol DIDA (Wilton Pontes Eloy), convidado para a recepção a pedido da princesa, sua fã. Iniciam um romance durante a festa, mas logo ela o dispensa
o artista joalheiro CAIO MOURÃO (como ele mesmo), oferece uma joia de sua criação à princesa
a noiva francesa de Caio Mourão, FRANÇOISE (Marie Claude)
a modelo e aspirante a atriz BETINHA (Fernanda de Jesus)
a jovem poetisa MIRA (Silvia Sangirardi).

– núcleo dos empregados:
a organizadora da festa ANA LÚCIA (Isabel Tereza)
o chefe da segurança MOREL (Ivan Setta)
o segurança particular da princesa, WILSON (Cláudio Ayres da Motta)
o chefe dos garçons, FININHO (Lajar Muzuris), com complexo de detetive
o garçom ASTORIGE (Haroldo de Oliveira), ex-passista de escola de samba, da época em que viveu um romance com Lupe Garcez. Ao reencontrá-la na festa, tenta uma reaproximação, importunando-a a noite toda
as copeiras LURDES (Ruth de Souza), (Gina Teixeira) e (Jacira Alves).
o motorista de Álvaro Rezende, NILO (Clementino Kelé), namorado de Lurdes
o pianista PAULO CÉSAR OLIVEIRA (como ele mesmo)
os demais garçons (João Vieitas), (Jacy de Azevedo), (Ademar Ferreira) e (Dalmo Perez).

– núcleo do DELEGADO XAVIER (Edson França), responsável pelas investigações sobre o crime na mansão de Mahler:
seu auxiliar ALEXANDRE (Élcio Romar).

Inovação narrativa

Excepcional criação, elenco e produção, uma experimentação do horário das dez que marcou a TV, mais pela inovação narrativa do que pela repercussão na audiência. A bem da verdade, O Rebu era uma novela difícil, uma vez que rompia com a narrativa convencional da telenovela.

O maior vitorioso foi o autor Bráulio Pedroso, que em um trunfo de ouro fez uma trama policial onde não perdurava apenas a indagação “Quem matou?”, mas também “Quem morreu?”. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)

“(…) O Rebu, um rompimento com a linearidade temporal, uma tentativa de aproximação com a metalinguagem. A proposta me satisfazia porque era a de mostrar, através de um veículo que leva meses para dizer alguma coisa, uma história que se passava num dia só. Por outro lado, em termos de continuidade, tinha a inovação de ser contada em vários tempos narrativos.” (“Bráulio Pedroso, Audácia Inovadora”, Renato Sérgio)

A festa

O primeiro título pensado para a novela foi A Festa. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

A palavra “rebu”, que na novela pode significar “rebuliço”, “confusão”, fazia referência à expressão criada por Ibrahim Sued em sua famosa coluna social na época, para designar “festa” – um diminutivo para o palavrão “rebuceteio”, ou “um aglomerado de mulheres bonitas”, um rebuceteio, um rebu.

A trama inteira se passava em dois dias: o em que se realizava a festa, e o seguinte, quando ocorria a investigação policial, em uma sequência de cenas sem ordem cronológica e sem simultaneidade.
Sua ação foi dividida em três fases: o presente (a investigação do crime); o tempo da festa (o mais atuante); e as informações anteriores de cada personagem (o que cada um levou à recepção), em cenas de flashback.

O que o telespectador sabia era que houve um crime durante a festa. Todos viam um corpo boiando na piscina da casa, mas ninguém sabia de qual personagem se tratava, nem quem matou e muito menos o motivo. Um suspense que durou até o final da trama. Cabia ao telespectador ir montando o quebra-cabeça de acordo com as pistas do autor.

A suspeita inicial era a de que o corpo de bruços na piscina era de um homem, mas a confusão aumentou quando mulheres brincaram na festa de cortar os cabelos e vestir roupas masculinas.

No capítulo 50, a vítima foi revelada em uma tomada submarina na piscina – era Silvia (Bete Mendes). Para despistar a imprensa, também foram gravadas opções com os personagens Cauê (Buza Ferraz), Kiko (Rodrigo Santiago), Lupe (Tereza Rachel) e Helena (Maria Cláudia). (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

A primeira sequência da novela é inspirada no filme Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1958), de Billy Wilder. Na primeira cena do filme, um cadáver aparece boiando em uma piscina e, daí por diante, toda a trama se desenrola de forma a elucidar o mistério de sua morte. (Site Memória Globo)

Homossexualidade

Pela primeira vez a homossexualidade foi adordada em uma telenovela – mas não abertamente. Conrad Mahler (Ziembinski) tinha um caso com o garotão Cauê (Buza Ferraz), ainda que não fosse explícito para o telespectador. Para passar pela Censura Federal, foi exigido que Cauê aparecesse como filho adotivo do velho. Porém, tudo ficava claro nas entrelinhas, principalmente pelas atitudes do “casal” no decorrer da trama.

De acordo com o pesquisador Cláudio Ferreira no livro “Beijo Amordaçado – A Censura às Telenovelas Durante a Ditadura Militar”:
“No meio da trama, os censores já alertavam: ‘Receamos que esta exploração se agrave, tendo em vista a aproximação do final da novela e o provável motivo para a explicação do crime’. No capítulo 86, uma cena sem diálogos foi vítima de corte, uma suposta associação das imagens de Silvia e Cauê [Beth Mendes e Buza Ferraz] (de mãos dadas, girando) com as imagens de Cauê e Mahler [Ziembinski] (os dois homens homossexuais) na mesma atitude. ‘Essa associação reflete uma identidade de sentimentos entre os dois ‘casais”, escreveram os censores. Capítulos à frente e mais uma observação sobre a postura do homem mais novo [Cauê]: ‘demonstra os ciúmes do velho, percebendo-se em toda a sequência um envolvimento que explode quando Cauê se abraça com Mahler’.

Contudo, Mahler e Cauê não era o único casal homossexual de O Rebu. Apesar de este ser o caso mais comentado da novela, os censores também cortaram várias cenas da personagem Roberta (Regina Viana). Uma observação no parecer do último capítulo da novela merece destaque: ‘A viagem das duas mulheres, Roberta e Glorinha (Isabel Ribeiro), aparentemente uma simples viagem de recreio, é na realidade uma atitude consciente de duas criaturas que, quebrando os padrões convencionais da ordem, vivem juntas […] patenteando o tipo de relacionamento das duas no enfoque dos dois bondinhos do Pão de Açúcar se unindo’.”

Elenco

Última novela de Ziembinski, em uma caracterização inesquecível, um de seus melhores momentos na TV. O ator faleceu quase quatro anos após a estreia de O Rebu, em 18/10/1978, vítima de uremia (elevação de ureia no sangue).

Primeira novela na Globo das atrizes Tereza Rachel, Isabel Ribeiro e Bete Mendes.
Bete Mendes estava na TV Tupi, atuando na novela As Divinas… e Maravilhosas. Um acidente de carro a afastou da produção. Entretanto, a atriz não retornou mais, pois fora contratada pela Globo para estrelar O Rebu.

A personagem Olimpia Buoncompagni (vivida por Marília Branco), a princesa italiana homenageada com o jantar na mansão de Mahler, foi batizada com um dos sobrenomes mais ilustres da Itália. Os Buoncompagni existiram de verdade, foram príncipes de Piombino e tinham, entre seus parentes, o papa Gregório XIII. Uma princesa da família já havia visitado o Brasil na década de 1940. (Site Memória Globo)

Cenografia e produção de arte

Duzentos funcionários trabalharam durante um mês, sob a supervisão de Mário Monteiro e Gilberto Vigna, na construção do cenário da mansão Mahler, que ocupava uma área de 300 metros quadrados, e tinha dois andares medindo seis metros de altura. (Site Memória Globo)

Como a ação de O Rebu ocorria durante um jantar oferecido por um milionário austríaco a uma princesa italiana, era preciso cuidado absoluto com as regras de etiqueta. As consultoras de arte Tiza Oliveira e Lila Bertazzi tinham a função de orientar a equipe de produção e o elenco sobre protocolo e boas maneiras, de forma a aproximar o comportamento dos personagens da realidade.

O trabalho das consultoras chegou a ser questionado por colunistas sociais. Zózimo Barroso do Amaral escreveu no Jornal do Brasil que não era comum que os convites para uma festa daquele porte fossem enviados pelo correio. Deveriam, segundo o jornalista, ter sido entregues em mãos. As consultoras responderam que os convites haviam sido entregues a domicílio e que ele havia confundido o brasão de Mahler, gravado no envelope, com um selo postal.

Ibrahim Sued, de O Globo, observou que em uma festa da alta sociedade os convidados não apresentavam o convite na porta. A resposta veio imediatamente. O único personagem que apresentara convite havia sido o criminoso Boneco (Lima Duarte), justamente um impostor que roubara o convite de outro convidado e não conhecia as regras de etiqueta.

As consultoras só se renderam quando questionadas sobre o fato de as velas nos candelabros da mansão permanecerem apagadas: “Cada gravação dura quase cinco horas. Não há vela que aguente!”, responderam. (Site Memória Globo)

Na festa da trama havia música ao vivo. Algumas vezes, porém, o músico Paulo César Oliveira não era escalado para as cenas, e com isso o piano acabava tocando sozinho. O caso do “pianista fantasma” acabou virando piada no humorístico Satiricom, na própria Globo. (“Almanaque da TV”, Rixa e Bia Braune)

Trilha sonora e abertura

A trilha sonora nacional tornou-se cult com o passar dos anos. Algumas das músicas foram compostas especialmente para a novela por Raul Seixas e Paulo Coelho e não são encontradas em outros álbuns da dupla. Como o disco da novela teve tiragem baixa, ele é disputado a tapa pelos fãs de Raulzito e Paulo Coelho e cobrado a peso de ouro pelos colecionadores.

Uma das músicas compostas por Raul Seixas – “Gospel” – foi proibida pela Censura Federal, que não aprovou a letra da canção. Mesmo assim, ela entrou na novela, com os versos modificados e outro título: “Porque”, gravada por Sônia Santos. Outra música, “Como Vovó Já Dizia” teve a letra mudada para atender os censores.

Em 2006, a Som Livre relançou a trilha sonora nacional de O Rebu, em CD, na coleção “Master Trilhas”, 26 trilhas nacionais de novelas e séries da década de 1970 nunca lançadas em CD.

A abertura da novela exibia ilustrações da artista plástica Marguerita Fahrer, animadas pelo artista gráfico e cenógrafo Cyro Del Nero, então responsável pelas aberturas de programas da TV Globo (fase pré-Hans Donner). As ilustrações caricaturais davam um tom cômico, mas crítico, sobre as festas da alta sociedade, regadas a pompa, ostentação e falsidade.

Exibição

Até meados dos anos 1970, as emissoras de televisão não tinham uma rede nacional integrada. Assim, havia um atraso de dias na apresentação dos capítulos de novelas entre diferentes praças. Entre o Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, havia uma diferença de dois dias na exibição de capítulos de novelas da Globo: o capítulo exibido em São Paulo já havia passado no Rio há dois dias.
A Tupi foi a primeira emissora a uniformizar sua programação em rede nacional, a partir de 01/07/1974, com a estreia da novela A Barba Azul.
Na Globo, isso aconteceu em seguida, com a estreia de O Rebu, em 04/11/1974.

Dos 112 capítulos exibidos, só existem o primeiro e o 92º. E algumas chamadas de estreia. Foi o que se salvou da novela do incêndio na TV Globo em junho de 1976.

Em janeiro de 2024, o Globoplay lançou o Projeto Fragmentos, que disponibiliza novelas incompletas do acervo da Globo, de até 20 capítulos. Nesta primeira leva, foram liberadas Estúpido Cupido (1976-1977), Chega Mais (1980), Coração Alado (1980-1981) e O Rebu (1974-1975) – da qual, os capítulos 1 e 92, os únicos disponíveis.

Texto narrado na apresentação das cenas do próximo capítulo da novela (prática comum na época):
“Festa, rebu, rebuliço… crime. O rebu. A vida de cada um. A culpa de todos!”

Nova versão

Em 2014, os roteiristas George Moura e Sérgio Goldenberg apresentaram uma nova versão de O Rebu, livremente inspirada na novela original de Bráulio Pedroso, em que os personagens vividos por Patrícia Pillar (Ângela Mahler), Sophie Charlotte (Duda) e Daniel de Oliveira (Bruno) eram equivalentes aos de Ziembinski (Conrad Mahler), Buza Ferraz (Cauê) e Bete Mendes (Silvia) na novela original.

Trilha sonora nacional

01. COMO VOVÓ JÁ DIZIA – Raul Seixas
02. PORQUE – Sônia Santos
03. PLANOS DE PAPEL – Alcione (tema de Glorinha)
04. CATHERINE – Orquestra Som Livre (tema de Mahler)
05. MURUNGANDO – Betinho
06. O REBU – Orquestra Som Livre (tema de abertura)
07. SALVE A MOCIDADE – Elza Soares
08. UM SOM PARA LAIO – Raul Seixas
09. SE A RÁDIO NÃO TOCA – Fábio
10. ÁGUA VIVA – Raul Seixas
11. TEMA DANÇANTE – Orquestra Som Livre
12. VIDA A PRESTAÇÃO – Trama
13. SENHA – Orquestra Som Livre
14. TRAMBIQUE – João Roberto Kelly (*) (tema de Boneco)

Músicas: Raul Seixas e Paulo Coelho
Coordenação geral: João Araújo
Produção musical: Guto Graça Mello e Mazzola
Arranjos: Guto Graça Mello

(*) Na capa do LP, a música “Trambique” é erroneamente creditada a “Raulzito” (Raul Seixas). Com o relançamento do álbum em CD, em 2006, o crédito foi corrigido e dado a José Roberto Kelly. (“Teletema, a História da Música Popular Através da Teledramaturgia Brasileira”, Guilherme Bryan e Vincent Villari)

Trilha sonora internacional

01. LE PREMIER PAS – Claude-Michel Schönberg
02. THE BITCH IS BACK – Elton John
03. SWEET WAS MY ROSE – Velvet Glove
04. WORKING IN THE HACIENDA – Daniel Santacruz Ensemble (tema de Mahler)
05. ANIMA MIA – I Cugini Di Campagna
06. I WANTED YOU – Hudson Ford
07. STICKS AND STONES – Moon Williams
08. MAKE IT EASY ON YOURSELF – Oscar Toney Jr. (tema de Silvia)
09. PARTY FREAKS – Miami
10. YOU ARE A SONG – Jim Weatherly (tema de Cauê)
11. GOODBYE IS JUST ANOTHER WORD – Lobo
12. SWANEE – Al Morrison
13. THE TROUBLE WITH HELLO IS GOODBYE – Sergio Mendes & Brazil 77
14. BIRD OF BEAUTY – Stevie Wonder

Ainda
THE HOSTAGE ESCAPES – Roy Budd and His Orchestra (tema de suspense)

Veja também

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O Pulo do Gato

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Feijão Maravilha

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O Rebu (2014)