Os Miseráveis

Adaptação

Primeira novela da TV Bandeirantes. Inovou pela mudança da duração dos capítulos. Ao contrário das novelas da época, com capítulos de meia hora, Os Miseráveis permanecia uma hora inteira no ar. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

Walther Negrão, além de escrever, também produzia e acompanhava a edição dos capítulos.

A adaptação do clássico foi escolhida por Amarildo Nicéas, um dos diretores da emissora na época, e realizada com total liberdade pelo autor e o diretor. (“Biografia da Televisão Brasileira”, Flávio Ricco e José Armando Vannucci)

A adaptação era tão diferente do livro de Victor Hugo que o autor, Walther Negrão, costumava brincar: “Esta história é minha e de Victor Hugo!”

Resumo da obra

Walther Negrão narrou ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo) que havia lido o romance “Os Miseráveis” na juventude e, como trabalhava sozinho, sem colaborador, usou um recurso para facilitar a roteirização dos capítulos:

“Na pressa de ter o resumo (…), eu me socorri numa revista de quadrinhos, chamada ‘Edições Maravilhosas’, que tinha lançado uma edição da obra. Eram 30 páginas em quadrinhos e cada um deles me dava um capítulo da novela. Era tão condensado que facilitou muito meu trabalho, não precisei consultar o livro a toda hora. Eu lia e relia as história em quadrinhos para não perder o rumo. Serviu como guia.”

Externas e estúdio

As externas eram feitas no centro de produções que a Bandeirantes tinha no bairro da Vila Mariana (nas antigas instalações da fábrica da Lacta) e as cenas de estúdio eram no Morumbi, sede da emissora.

E mais

Anteriormente, a TV Tupi tinha apresentado a mesma história em dois capítulos por semana, com Débora Duarte como a menina Cosette.

Uma curiosidade: os futuros autores de novelas Sílvio de Abreu e Chico de Assis participaram desta produção como atores.