Sinopse

A saga da família Leôncio, quando Joventino (Irandhir Santos) chega ao Pantanal do Mato Grosso do Sul acompanhado de seu filho José (Fred Garcia), com dez anos na época. Estabelecidos, deram início a uma criação de gado. Anos depois, ao retornar de uma viagem em comitiva com peões, Zé Leôncio (Renato Góes) descobriu que Joventino havia desaparecido no Pantanal após sair sozinho para caçar bois no mato. Sem sucesso nas buscas pelo pai, Zé prometeu que traria um boi no laço todos os dias para a fazenda, só para ter a esperança de encontrar o pai. Assim, tornou-se um dos principais criadores de gado do Pantanal.

Passado algum tempo, Zé Leôncio, de viagem ao Rio de Janeiro para cobrar uma dívida, conheceu e se apaixonou pela fútil e mimada Madeleine (Bruna Linzmayer), jovem de família abastada. O pai dela, Antero (Leopoldo Pacheco), viciado em jogo, estava à beira da falência. O casamento de Madeleine e Zé Leôncio salvou a família da ruína. Porém, ela foi obrigada a mudar-se para o Pantanal. Moça da cidade grande, não adaptou-se ao mundo rural, à rude vida pantaneira e à rotina de peão do marido. Durante uma das viagens de Zé Leôncio em comitiva, Madeleine tomou o filho de poucos dias nos braços e voltou para o Rio de Janeiro.

Zé Leôncio tentou em vão recuperar o menino, mas acabou concordando em deixá-lo com a mãe na cidade grande. Passa a viver então com Filó (Letícia Salles), sua empregada, que já tinha um filho, Tadeu (Lucas Oliveira dos Santos). Zé reconhece Tadeu como seu afilhado, considerando-o seu filho. O legítimo, Jove (Jesuíta Barbosa) – que tinha o nome do avô, Joventino -, depois de adulto decide morar com o pai. Porém, o choque cultural é grande e os dois têm dificuldades para se entender. Sentindo-se rejeitado pelo pai, que acha que o filho é afeminado, e ridicularizado pelos peões por causa de seu jeito de moço da cidade, Jove retorna ao Rio.

Jove leva consigo Juma Marruá (Alanis Guillen), moça criada como selvagem pela mãe, Maria (Juliana Paes), até a morte dela, assassinada por vingança na disputa entre posseiros de terras e vítimas de grilagem. Tal como a mãe, comenta-se no Pantanal que Juma se transforma em onça-pintada. Passado um tempo no Rio, onde o choque cultural é agora sofrido por Juma, Jove retorna ao Pantanal para não ter de se separar de sua amada. Desta vez, ele está disposto a se adaptar ao estilo de vida local. Jove começa a se acertar com o pai e com Juma e vai se transformando em um autêntico peão pantaneiro, surpreendendo a todos.

No Pantanal, vive também o Velho do Rio (Osmar Prado), curandeiro idoso que cuida das pessoas atacadas por animais ou que se perdem na floresta. Comenta-se que ele se transforma em uma sucuri. Ou que é Joventino, o desaparecido pai de Zé Leôncio (Marcos Palmeira). Este, por sua vez, descobre a existência de um terceiro filho, na verdade o primeiro dos três: Zé Lucas de Nada (Irandhir Santos), fruto de sua primeira relação sexual, com uma prostituta. O sobrenome De Nada é uma alusão ao fato de ele não ter tido um pai que lhe desse um sobrenome. Zé Leôncio o reconhece como filho e ele passa a se chamar José Lucas Leôncio.

Globo – 21h
de 28 de março a 8 de outubro de 2022
167 capítulos

novela criada por Benedito Ruy Barbosa
escrita por Bruno Luperi
direção de Davi Alves, Noa Bressane, Roberta Richard, Walter Carvalho e Cristiano Marques
direção artística de Rogério Gomes e Gustavo Fernandez

Novela anterior no horário
Um Lugar ao Sol

Novela posterior
Travessia

MARCOS PALMEIRA – Zé Leôncio
JESUÍTA BARBOSA – Jove (Joventino Novaes Leôncio)
ALANIS GUILLEN – Juma Marruá
OSMAR PRADO – Velho do Rio
IRANDHIR SANTOS – Zé Lucas de Nada (José Lucas Leôncio)
DIRA PAES – Filó (Filomena Aparecida)
JOSÉ LORETO – Tadeu Aparecido
JÚLIA DALAVIA – Guta (Maria Augusta)
MURILO BENÍCIO – Tenório
ISABEL TEIXEIRA – Maria Bruaca
KARINE TELLES – Madeleine Novaes
CAMILA MORGADO – Irma Novaes
SELMA EGREI – Mariana Braga Novaes
BELLA CAMPOS – Muda (Ruth de Lurdes)
GUITO – Tibério Cavalcanti
GABRIEL SATER – Xeréu Trindade
JULIANO CAZARRÉ – Alcides
PAULA BARBOSA – Zefa
SILVERO PEREIRA – Zaquieu
ALINE BORGES – Zuleica
LUCAS LETO – Marcelo
GABRIEL SANTANA – Renato
CAUÊ CAMPOS – Roberto
CACO CIOCLER – Gustavo Sousa Aranha
VICTÓRIA ROSSETTI – Nayara
LEANDRO LIMA – Levi
ALMIR SATER – Eugênio
CLÁUDIO GALVAN – Ari
LUCCI FERREIRA – Davi
MARELIZ RODRIGUES – Matilde
THOMMY SCHIAVO – João Zoinho

primeira fase
IRANDHIR SANTOS – Joventino Leôncio
RENATO GÓES – Zé Leôncio
OSMAR PRADO – Velho do Rio
JULIANA PAES – Maria Marruá
ENRIQUE DIAZ – Gil Marruá
LETÍCIA SALLES – Filó
BRUNA LINZMEYER – Madeleine Novaes
MALU RODRIGUES – Irma Novaes
LEOPOLDO PACHECO – Antero Novaes
SELMA EGREI – Mariana Braga Novaes
GABRIEL STAUFFER – Gustavo Sousa Aranha
ALMIR SATER – Eugênio
FÁBIO NEPPO – Tião
CHICO TEIXEIRA – Quim
TÚLIO STARLING – Chico (filho de Maria e Gil, assassinado no Paraná em um conflito por posse de terras)
PAULO GORGULHO – Ceci (peão velho da comitiva de Joventino)
GIOVANA CORDEIRO – Generosa (Jacira, prostituta da currutela que inicia Zé Leôncio, mãe de Zé Lucas)
RAQUEL KARRO – Jacutinga (Ana, avó de criação de Zé Lucas, cafetina da currutela onde Generosa trabalhava)
ORÃ FIGUEIREDO – Reginaldo (taxista do Rio de Janeiro que conduz Zé Leôncio na cidade)
PAULO GIARDINI – Osvaldo (empresário que aplica um golpe em Zé Leôncio, por quem ele vai ao Rio de Janeiro)
ROMEU BENEDICTO – Anacleto (peão que vai trabalhar na fazenda de Joventino)
TERO QUEIROZ – Zelão (peão da comitiva de Anacleto)
ADEMIR DE SOUZA – Padre Antônio (tenta auxiliar os trabalhadores rurais, no Paraná)
Ernesto (delegado no Paraná com quem o Padre Antônio intercede pelos trabalhadores rurais)
ADRIANO PETERMANN – Raimundo (vizinho dos Marruás no Paraná, acaba assassinado com Chico)
GLICÉRIO DO ROSÁRIO – Bruno (vizinho dos Marruás no Paraná)
ALEXANDRE MORENNO – Fulgêncio (pai de Ruth, dono das terras no Paraná onde moravam os Marruás, é morto por Gil)
ESTHER DIAS – Cândida (mulher de Fulgêncio, mãe de Ruth)
JORGE FLORÊNCIO – Damião (empregado de Fulgêncio, morre no conflito com os trabalhadores rurais)
CÉSAR FERRARIO – Clemente (um dos jagunços contratados para matar Gil, mata-o e é assassinado por Maria)
ANDRÉ TRISTÃO – um dos jagunços contratados para matar Gil, acaba engolido por uma sucuri
RAPHAEL SANDER – Marcinho (um “ficante” de Madeleine)
AMANDA GRIMALDI – Martinha (entre os amigos de Madeleine quando ela conhece Zé Leôncio)
CLEITON MORAES – Rubem (entre os amigos de Madeleine quando ela conhece Zé Leôncio)
ANDRÉ ROSA ALVES – Otávio (entre os amigos de Madeleine quando ela conhece Zé Leôncio)
JÚLIA GUERRA – Teresa (entre os amigos de Madeleine quando ela conhece Zé Leôncio)
RAUL FRANCO – garçom do restaurante onde Madeleine e Zé Leôncio se conhecem
ÂNGELO COIMBRA – Delegado Expedito (recebe a denúncia dos Novaes contra Zé Leôncio, que levou Jove bebê com ele)
ANA CAROLINA RAINHA – professora de Jove quando Irma vai buscá-lo na escola
WAGNER BRANDI – Dr. Omar (advogado da família Novaes, presente no enterro de Antero)
GABRIEL MANITA – Ari (jovem)
DRICO ALVES – Zé Leôncio (adolescente)
FRED GARCIA – Zé Leôncio (criança)
GUILHERME TAVARES – Jove (criança)
VALENTINA OLIVEIRA – Juma (criança)
LUCAS OLIVEIRA DOS SANTOS – Tadeu (criança)
GUSTAVO CORASINI – Tadeu (criança)
VALENTINA ALMEIDA – Ruth/Muda (criança)
THALES MIRANDA – Zé Lucas (criança)

e
ANTÔNIO ALVES – Galhardo (um dos políticos que Ibrahim apresenta a Zé Lucas)
CACÁ AMARAL – padre que casa Juma e Jove, Muda e Tibério e, depois, Filó e Zé Leôncio, e Irma e Zé Lucas
CRISTIANA OLIVEIRA – convidada do casamento de Zé Leôncio e Filó
DAI MEDEIROS – Teca (empregada na casa de Mariana)
DAN STULBACH – Ibrahim Chaguri (pai de Érica, deputado federal)
ED OLIVEIRA – caçador que tenta atacar Juma e Muda, acaba morto pela onça
EROM CORDEIRO – Lúcio (mancomunado com Ruth, mata Maria Marruá)
ESPEDITO DI MONTEBRANCO – Jeferson (dá carona a Guta até a fazenda de seu pai, Tenório)
GILBERTO MIRANDA – caminhoneiro que dá carona a Zé Lucas
GIOVANNA GOLD – convidada do casamento de Zé Leôncio e Filó
GISELA REIMAN – Ingrid Chaguri (mulher de Ibrahim, mãe de Érica)
GLÁUCIA RODRIGUES – Jacutinga (velha, avó de criação de Zé Lucas)
INGRA IBERATO – convidada do casamento de Zé Leôncio e Filó
JACK BERRAQUERO – dá carona a Zé Lucas quando ele está indo ao Paraguai recuperar seu caminhão roubado
JACKSON ANTUNES – Túlio (peão cuja comitiva Zé Lucas acompanha, com a qual fica conhecendo Zé Leôncio)
JAEDSON BAHIA – Barba (rouba o caminhão de Zé Lucas mancomunado com a falsa prostituta)
LIA LUPERI – Maria Marruá Leôncio (filha de Juma e Jove, no último capítulo)
LIZA DEL DALA – Myrian (envolve-se com Jove)
LUCIANA BORGHI – Maria Eugênia (advogada que defende Maria Bruaca)
MARCELA FETTER – Érica (jornalista que vai ao Pantanal fazer uma reportagem, envolve-se com Zé Lucas)
PAULO VESPÚCIO – comparsa de Tenório em seus negócios escusos
PIERRE SANTOS – Firmino (piloto que morreu com Madeleine no desastre de avião)
RAFAEL SIEG – Solano (capanga contratado por Tenório para matar Maria e a família Leôncio)
RAÍSSA XAVIER – falsa prostituta, mancomunada com Barba, engabela Zé Lucas e seu caminhão é roubado
RAUL LABANCA – Jurandir
RENATO TEIXEIRA – Quim (velho)
SÉRGIO REIS – convidado do casamento de Zé Leôncio e Filó
THEO LUPERI – Antero Novaes Leôncio (filho de Irma e Trindade, criado por Zé Lucas, no último capítulo)
ZÉ WENDELL – empresário que enrola Tadeu em uma negociação com gado e ele volta para desfazer o negócio
Bira (caminhoneiro que ajuda Zé Lucas após o roubo de seu caminhão)

– núcleo de ZÉ LEÔNCIO (Renato Góes / Marcos Palmeira), hoje um rico criador de gado em uma fazenda no Pantanal Mato-Grossense. Homem prático e objetivo, esperto e com grande tino para negócio, além de exímio peão de boiadeiro. Porém, errou quando casou-se com uma moça da cidade grande, que, no passado, o abandonou levando o seu filho:
o pai JOVENTINO (Irandhir Santos), desaparece misteriosamente no meio do mato e é dado como morto. Suspeita-se que ele seja o VELHO DO RIO (Osmar Prado), um senhor sábio e místico que conhece todos os mistérios do Pantanal. Dizem as lendas dos pantaneiros que o Velho do Rio se transforma em uma sucuri
o filho que desconhecia ZÉ LUCAS DE NADA (Irandhir Santos), motorista de caminhão. Filho da prostituta que iniciou o jovem Zé Leôncio na vida sexual. Faz um tipo solitário que passa a vida na estrada. Vai para o Pantanal e, sem saber, procura emprego na fazenda do próprio pai. O sobrenome De Nada é uma alusão ao fato de não ter tido um pai que lhe desse um sobrenome. Zé Leôncio o reconhece como filho e ele passa a se chamar JOSÉ LUCAS LEÔNCIO
a empregada FILÓ (Letícia Salles / Dira Paes), pela dedicação ao patrão, tem acesso a todos os acontecimentos do passado da família. Ama Zé Leôncio e sonha viver como sua esposa. Apesar de não ser a mulher dele – que nunca se divorciou oficialmente da primeira -, Filó considera que vive muito bem na fazenda
o filho de Filó, TADEU (José Loreto), suspeita-se ser filho de Zé Leôncio. Está sempre próximo do “padrinho”, como o chama, a quem admira e venera. Guarda uma certa mágoa por nunca ter sido considerado oficialmente seu filho, até que Zé Leôncio o assume como tal
o administrador da fazenda TIBÉRIO (Guito), contratado para ajudá-lo a controlar os peões em suas comitivas com a boiada da fazenda. Violeiro, é um tipo simpático e justo
os peões: TRINDADE (Gabriel Sater), com Tibério forma uma dupla de violeiros. Rapaz misterioso que chegou não se sabe de onde. Diz ter um pacto com o “cramulhão”, o que assusta o pessoal da fazenda,
LEVI (Leandro Lima), homem forte e bonito. De olhar desconfiado e sempre atento, aos poucos revela um lado ambicioso e mau-caráter,
e JOÃO ZOINHO (Tommy Schiavo), peão calado, anima-se nas rodas de viola
o chalaneiro EUGÊNIO (Almir Sater), que faz o transporte de pessoas e bens pelos rios do Pantanal para as fazendas. Violeiro, participa das rodas de viola. É um tipo solitário e sábio
o operador de rádio ARI (Cláudio Galvan), faz o contato, por meio de radioamador, entre sua fazenda e Campo Grande
os funcionários de seu escritório em São Paulo: DAVI (Lucci Ferreira) e MATILDE (Mareliz Rodrigues).

– núcleo de MADELEINE (Bruna Linzmeyer / Karine Telles), mulher sofisticada, de família carioca rica, porém falida. Apaixonou-se na juventude por Zé Leôncio, que casou-se com ela salvando sua família da falência financeira. Não suportou a vida praticamente selvagem no Pantanal e abandonou o marido e a fazenda levando consigo o filho recém-nascido. Morre no decorrer da trama, vítima de um desastre aéreo:
o filho JOVENTINO, o JOVE (Jesuíta Barbosa), do casamento com Zé Leôncio. Rapaz irresponsável, boa-vida, não é chegado ao trabalho. Só conhece o pai depois de adulto, quando, por vontade própria – e para desgosto da mãe – resolve ir atrás dele no Pantanal. Porém, em um primeiro momento, não se acostuma à vida na fazenda. Apaixona-se por uma pantaneira e, em nome desse amor, resolve provar ao pai que pode ser um ótimo peão de boiadeiro
os pais: ANTERO NOVAES (Leopoldo Pacheco), homem despreocupado e um tanto irresponsável. Por causa de jogo, leva a família à beira da falência, até que o casamento da filha com Zé Leôncio os livra da ruína financeira. Morre na primeira fase da trama,
e MARIANA (Selma Egrei), mulher extremamente prática, detém o poder da família nas mãos, já que o marido é viciado em jogo e não esquenta a cabeça com questões financeiras. A família só não fica na miséria por esforço dela
a irmã IRMA (Malu Rodrigues / Camila Morgado), bonita e inteligente, mas que ficou presa a uma paixão platônica pelo cunhado Zé Leôncio. Depois de mais de vinte anos, decide ir atrás de seu amor no Pantanal, mas acaba se envolvendo com Zé Lucas e, depois, com Trindade
o amigo GUSTAVO (Gabriel Stauffer / Caco Ciocler), de família tradicional e rica. Apaixonado por ela, sempre teve esperanças de casarem-se, mas ela apenas o usa em nome de amizade. É ele quem traz Madeleine do Pantanal de volta ao Rio, quando ela resolve abandonar Zé Leôncio
a ex-namorada de Jove, NAYARA (Victória Rossetti), ainda apaixonada por ele. Faz de tudo para tê-lo, mas é sempre rejeitada. Tem um relacionamento afetivo com Gustavo, que mal evolui por causa de sua imaturidade e fixação em conquistar Jove
o mordomo ZAQUIEU (Silvero Pereira), tipo afeminado, tem necessidade de se mostrar útil e, para isso, intromete-se nos assuntos pessoais da família. Acaba também indo para o Pantanal, onde sofre preconceito por ser gay.

– núcleo de JUMA MARRUÁ (Alanis Guillen), nascida nas águas do Pantanal, onde sua mãe fez o parto sozinha. Selvagem e arredia, nunca saiu da terra onde nasceu e não sabe ler nem escrever. Mora sozinha em uma tapera no meio do mato. Os pantaneiros dizem que, como acontecia com sua mãe, ela se transforma em onça-pintada. Arrebata o coração de Jove e os dois vivem um complicado caso de amor, marcado pelas diferenças entre eles:
os pais: GIL (Enrique Diaz), posseiro, estabeleceu-se no interior do Paraná com a mulher e o filho primogênito. Com o assassinato do filho, migrou com a mulher para o Pantanal, indo morar em uma tapera nas terras de Zé Leôncio, com a permissão dele. Acabou morto em tocaia, motivada por uma vingança,
e MARIA MARRUÁ (Juliana Paes), mulher forte, valente, endurecida pela vida. Não se conforma com a perda do filho. Recebeu esse nome dos pantaneiros em referência aos marruás, bois bravos e não-domesticados. Com a morte do marido, criou a filha sozinha. As lendas dos pantaneiros contam que Maria, mesmo depois de morta, transforma-se na onça-pintada que rodeia a tapera para proteger sua filha
o irmão mais velho CHICO (Túlio Starling), perde a vida tentando salvar a família dos incêndios provocados pelo dono das terras ocupadas
a falsa amiga MUDA (Bella Campos), aparece pedindo acolhida e vai conquistando sua amizade. Pelo fato de ela não falar, Juma não entende como Muda apareceu e de onde veio. Seu pai foi assassinado por Gil Marruá e sua mãe lhe pediu que o vingasse. Muda então contrata um jagunço que mata Maria Marruá, mas, aos poucos, apieda-se de Juma e desiste de vingar-se dela, tornando-se sua amiga verdadeira. Quando é descoberto que não é muda, revela seu nome: RUTH. É objeto de desejo de Tibério e com o tempo relaciona-se com ele.

– núcleo de TENÓRIO (Murilo Benício), fazendeiro que chegou recentemente na região onde mora Zé Leôncio, no Pantanal. Homem tinhoso, bruto e de caráter duvidoso. Tem nas costas um passado de mortes por causa de posses ilegais de terras, de quando era grileiro no Paraná. Foi – indiretamente – o responsável pela chacina que vitimou o irmão de Juma e o pai de Muda:
a esposa MARIA, que ele chama pejorativamente de BRUACA (Isabel Teixeira), inclusive na frente de desconhecidos. Totalmente submissa e dedicada ao lar. Aos poucos, vai se revoltando contra o marido e ganhando autoconfiança para enfrentá-lo e livrar-se de seu jugo
a filha GUTA (Júlia Dalavia), recém-formada em São Paulo, foi ao Pantanal para “arejar a cabeça”. Tem ideias libertárias, afrontando o pai. No início, apaixona-se por Jove, sem saber que ele ama Juma. Depois, envolve-se com Tadeu, que fica apaixonado por ela
o peão ALCIDES (Juliano Cazarré), rapaz trabalhador, apaixona-se por Guta, que, a princípio, alimenta seus desejos, mas depois passa a desprezá-lo. Mais tarde, Alcides envolve-se com a patroa Maria, com quem passa a manter um tórrido caso de amor. Alcides, na verdade, foi trabalhar para Tenório porque também pretende vingar a morte de sua família, que ele atribui ao patrão
a empregada ZEFA (Paula Barbosa), contratada quando Maria passa a se negar a trabalhar em casa para o marido. Moça fofoqueira, intrometida e sem papas na língua. Apaixona-se por Tadeu.

– núcleo de ZULEICA (Aline Borges), mulher de Tenório em sua outra família, que ele mantem em segredo em São Paulo. Este fato é descoberto por Guta, que não diz nada à mãe, para não magoá-la. Depois que Maria descobre a segunda família do marido, passa a desafiá-lo:
os filhos: MARCELO (Lucas Leto), rapaz honesto e de boa índole, por quem Guta se apaixonou em São Paulo sem saber tratar-se de seu meio-irmão. Guta afastou-se quando, por acaso, descobriu a segunda família do pai, partindo para o Pantanal para esquecê-lo. No entanto, Marcelo volta à sua vida, trazido ao Pantanal pelo pai. Ao longo da trama, é revelado que não é filho de Tenório, o que possibilita a ele e Guta concretizarem seu amor,
RENATO (Gabriel Santana), o mais parecido com o pai, rapaz ardiloso e ambicioso, mais preocupado em levar proveito dos bens do pai no Pantanal,
e ROBERTO (Cauê Campos), o caçula. Estudioso e introspectivo. Suspeita do pai e passa a investigá-lo, descobrindo seu passado de crimes.

Produção grandiosa

Remake da novela de Benedito Ruy Barbosa 32 anos depois, atualizada por seu neto, Bruno Luperi (filho de Edmara Barbosa). Um marco da TV brasileira, a versão original de Pantanal foi produzida pela TV Manchete em 1990, com direção geral de Jayme Monjardim.

A Globo apresentou uma produção grandiosa, com fotografia, arte, cenários, figurinos, caracterizações e trilha sonora irretocáveis, ancorada, sobretudo, em um elenco de grandes talentos e na força da história de Benedito e de seus personagens carismáticos.

Outro grande mérito da novela foi resgatar para o horário nobre o interior do país, a brasilidade, a exuberância da natureza (como elemento narrativo), uma dose de realismo mágico e o sotaque caipira, que ressoou na boca do público em expressões como “réiva”, “ara” e “larga mão”.

Com tipos humanos – nada maniqueístas, mas dotados de qualidades e imperfeições – em dramas contundentes regados a entrechos sobrenaturais, o remake de Pantanal manteve a audiência cativa: da média de 22 pontos (no Ibope da Grande SP) da produção anterior (Um Lugar ao Sol), a nova versão da história de Benedito elevou em 8 pontos a audiência do horário nobre da Globo.

Antecedentes

Em janeiro de 2006, a TV Globo adquiriu diretamente com o autor os direitos sobre a novela. A emissora anunciou que produziria o remake em uma reportagem no Fantástico, exibida em 06/09/2020, levantando assim uma série de questionamentos: quem seria a nova Juma, o novo Velho do Rio, como agradar os fãs saudosistas e cooptar o público atual?

O Fantástico foi novamente usado para divulgar a novela em 19/09/2021, quando foi oficializada a escolha da atriz Alanis Guillen para o papel de Juma Marruá, um mistério que a mídia e a própria emissora vinham fomentando. Alanis havia feito apenas um trabalho na TV, a temporada Malhação, Toda Forma de Amar, em 2019-2020.

Em janeiro de 2022, a emissora confirmou o dia 14 de março para a estreia da novela. Porém, a data foi adiada em decorrência de um novo surto de Covid-19 no país, que afetou as gravações da trama, deslocando sua estreia para 28 de março e esticando a exibição da novela anterior no horário, Um Lugar ao Sol.

“A ideia é que a essência, a dramaturgia, permaneça a mesma, porque é uma obra-prima. Essa é a grande dificuldade do texto, respeitar esse clássico e reinterpretá-lo trinta anos depois”, afirmou Bruno Luperi na coletiva de imprensa da novela.

O Pantanal da novela da Manchete não era mais o mesmo. Quando a Globo anunciou que faria o remake, fez-se piada com o fato de pouco ter restado da exuberância natural daquelas locações.
Bruno Luperi salientou que o olhar era outro: “Estamos na mesma fazenda, o cenário principal [de 1990], então a paisagem é muito próxima. Mas o efeito do tempo, desses trinta anos – e vai dar para perceber -, estão presentes na obra.”

Em entrevista ao portal Meio & Mensagem, a diretora de programação e marketing da TV Globo, Leonora Bardini, afirmou que Pantanal teve a maior campanha de lançamento de novela das 21 horas já feita na história da TV Globo, com 37 peças promocionais diferentes na programação.
Como parte dos trabalhos de divulgação da novela, a Globo exibiu um programa Globo Repórter especial sobre as gravações no Pantanal, exibido em 25/03/2022, na sexta-feira anterior à estreia.

Atualização

No texto, assuntos de interesse social tratados na primeira versão – como o machismo, a homofobia, a preservação do meio-ambiente e a problemática da luta pela posse de terras – foram modernizados pelo adaptador Bruno Luperi, com abordagens condizentes com nosso tempo.
“Esta é uma nova versão, à luz do nosso tempo, dos dias de hoje. Alguns assuntos que passaram, que dataram, não fazem mais sentido, são reorganizados. Alguns comportamentos que mudaram também, caminham com o tempo”, explicou Luperi.

Pantanal chegou em tempo para acender os holofotes necessários à preservação ambiental, com uma produção à altura das novas tecnologias. A emissora também alimentou boas expectativas em relação à exportação da trama, quando o mundo volta suas atenções ao Brasil para estancar queimadas, desmatamento e a deterioração de seus santuários por predadores humanos. (Cristina Padiglione no blog TelePadi)

Apesar das atualizações pontuais necessárias, Bruno Luperi pouco ousou e mal alterou a história de seu avô. Ao seguir à risca a trama original, manteve os seus deslizes, como a “barriga” da metade em diante. Até a saída repentina dos personagens Madeleine e Trindade foi mantida.

Se, em 1990, os atores Ítala Nandi e Almir Sater deixaram a história contra a vontade de Benedito Ruy Barbosa, desta vez, com os novos intérpretes (Karine Telles e Gabriel Sater), este não era mais um problema. Manter Madeleine desaparecida, mas viva – talvez cuidada pelo Velho do Rio, ou até mesmo como um novo elemento fantástico -, teria criado novos entrechos e dado gás à história em sua segunda metade, evitando a indesejada barriga.

Tal qual na primeira versão, a trama teve um pico de ação até a morte do personagem Levi (Leandro Lima), para, em seguida, cair em um ritmo mais lento, sem muitos acontecimentos relevantes, marcado pelo vai e vem de Juma, da tapera para a fazenda e vice-versa – o que popularizou o bordão “Quérimbora”.

Também faltou a participação de indígenas na trama, ausente na versão original da novela. Bruno Luperi perdeu uma ótima oportunidade de desenvolver o tema com ganchos dramáticos.

Contudo, apesar do adaptador replicar a barriga da trama, o público esteve fiel à história de Benedito Ruy Barbosa do início ao fim, repetindo-se assim, em 2022, o efeito de 1990. O encantamento pelas ambientações pantaneiras associado ao carisma da galeria de personagens segurou o interesse dos espectadores pela novela.

Elenco

A escalação do elenco foi um dos pontos fortes da produção. Mesmo atores que causaram algum estranhamento no início – mais por causa da memória afetiva com o intérprete de 1990 -, acabaram servindo bem aos personagens que interpretaram – Jesuíta Barbosa, por exemplo.

Da primeira fase, destacaram-se Irandhir Santos, Juliana Paes, Enrique Diaz, Renato Góes, Bruna Linzmeyer, Letícia Salles e Leopoldo Pacheco.
Na fase definitiva, em especial Marcos Palmeira, Dira Paes, Osmar Prado, Alanis Guillen, Isabel Teixeira, Murilo Benício, Juliano Cazarré, Silvero Pereira, Karine Telles, Camila Morgado, Gabriel Sater, Aline Borges e Leandro Lima.

Isabel Teixeira merece um aparte não apenas pela brilhante interpretação de Maria Bruaca, mas também pela trajetória da personagem no texto, de vítima passiva do machismo do marido à saga pelo autoconhecimento, libertação de suas amarras e empoderamento. Um exemplo a todas as mulheres da vida real que sofrem de violência doméstica, física ou moral. O sucesso e a repercussão de sua personagem foram tantos que lhe renderam um apelido nas redes sociais: Mary Bru.

Várias foram as sequências notáveis, marcadas pela riqueza do texto, direção e interpretação dos atores.
Na primeira fase, a dança de Joventino (Irandhir Santos) para o boi marruá; o primeiro encontro de Zé Leôncio (Renato Góes) e Madeleine (Bruna Linzmeyer) jovens; a morte de Chico (Túlio Starling), filho de Maria e Gil Marruá (Juliana Paes e Enrique Diaz); e o nascimento de Juma.
Na fase definitiva, as mortes de Maria Marruá, de Levi (Leandro Lima) e de Tenório (Murilo Benício); a mudança de Maria Bruaca (Isabel Teixeira) para Maria Chalaneira; a violência de Tenório contra Alcides (Juliano Cazarré); e o encontro de Zé Leôncio (Marcos Palmeira) e o Velho do Rio (Osmar Prado), no último capítulo.
Também todas as vezes em que o Velho do Rio se transformou em sucuri e Maria Marruá se transformou em onça.

O diretor artístico Rogério Gomes encerrou seu contrato com a Globo após 42 anos de serviços prestados, deixando a emissora depois da estreia de Pantanal. Ele foi responsável pela implantação e desenvolvimento artístico da produção, deixando a primeira fase toda gravada, passando o bastão para Gustavo Fernandez, seu substituto na função, que deu prosseguimento aos trabalhos da novela.

Em comum nos elencos da primeira e da segunda versão estavam os atores Marcos Palmeira (Tadeu/Zé Leôncio), Enrique Diaz (que viveu o pai de seu personagem de 1990) e Almir Sater (cujo filho, Gabriel Sater, viveu o papel defendido pelo pai em 1990, o peão Trindade).
Também, em participações: Paulo Gorgulho, Gisela Reiman e Gláucia Rodrigues.
Cristiana Oliveira, Ingra Liberato, Giovanna Gold e Sérgio Reis surgiram no último capítulo, como convidados do casamento de Filó-Zé Leôncio e Irma-Zé Lucas.

Já o ator Cláudio Marzo (o protagonista na primeira versão), falecido em 2015, recebeu uma bonita homenagem no capítulo exibido em 13/08/2022. A imagem do rosto do ator foi inserida na sequência em que o Velho do Rio (Osmar Prado) recebe um grupo de cavaleiros (a “comitiva fantasma”) e lhe faz uma reverência. A imagem foi captada do último trabalho de Marzo na TV, a novela Desejo Proibido, de 2008.

Locações e cenografia

As gravações aconteceram no Rio de Janeiro e no Mato Grosso Sul. O autor Bruno Luperi, o diretor artístico Rogério Gomes, o cenógrafo Alexandre Gomes de Souza e a gerente de produção Luciana Monteiro estiveram no Pantanal ainda em 2020, após o anúncio do remake, para buscar os locais mais bonitos e viáveis para a produção.

A fazenda que serviu como cenário principal (de Zé Leôncio) era exatamente a mesma da novela de trinta anos atrás, hoje pertencente ao cantor e ator Almir Sater, que comprou as terras assim que foram concluídas as gravações da novela de 1990.
Ao receber a equipe da nova versão em sua fazenda, Almir contou que, depois de muita procura, Jayme Monjardim (o diretor geral em 1990) havia escolhido aquele local e que eles não encontrariam nada muito diferente do que ele encontrou na época – ainda as locações ideais para as gravações do remake.

O local escolhido fica a cerca de quatro horas da cidade mais próxima, Aquidauana. Ao redor, somente fazendas e natureza selvagem. As fazendas deram suporte diretamente à produção, para hospedagem, gravação ou almoxarifado. Outras prestaram suporte indireto.
“Foram 12 caminhões para contemplar todo o material de produção, produção de arte, cenografia, figurino, caracterização e tecnologia. Normalmente esses caminhões suportam 12 toneladas. Os veículos estavam bem cheios, então estimamos que tenha sido cerca de 144 toneladas de material. Tivemos que fazer o transbordo para caminhões 4X4 para levar para dentro do Pantanal. Para cada caminhão baú, usávamos em média três ou quatro caminhões 4X4”, explicou a gerente de produção Luciana Monteiro.

Diante de tantas possibilidades no Pantanal, a equipe optou por não construir cidade cenográfica no Rio de Janeiro.
“Com a diversidade de paisagens que tínhamos no Pantanal, não fazia sentido termos uma cidade cenográfica para representar o local no Rio de Janeiro. Por isso, optamos por construir nos Estúdios Globo os cenários fixos, como o interior da casa de Zé Leôncio, a tapera da família Marruá e o galpão dos peões, e outras áreas internas”, comentou o cenógrafo Alexandre Gomes de Souza.

Entre funcionários das fazendas, transporte, equipe e elenco, cerca de 150 pessoas estiveram envolvidas diretamente com as gravações no segundo semestre de 2021. Toda essa movimentação foi necessária para gravar de 30 a 40% da obra.
“Nos primeiros quatro blocos temos 40% das cenas aqui. Depois disso, passa a ser somente 20% de Pantanal. Ainda assim, pela logística e produtividade, a maior parte dos meses de gravação é no Pantanal. No Rio de Janeiro temos uma produtividade muito maior e conseguimos diminuir o tempo. São muitos os imprevistos. Estive no Pantanal três vezes antes de começarmos a gravar. Muita coisa a gente previu, sabíamos que seria difícil, por exemplo, questão de combustível, ter que comprar e estocar para atender gerador, barco etc. Sabíamos que não seria simples trazer os equipamentos e as pessoas, o transbordo de tudo que vem do Rio em caminhão baú, tudo isso foi previsto. Ainda assim vira e mexe somos pegos de surpresa com algo”, comentou Luciana.

Produção de arte e tecnologia

A produtora de arte Mirica Vianna e sua equipe precisaram encomendar de uma artesã uma sucuri de quatro metros de comprimento. “Ela é maleável, temos que passar diariamente uma glicerina para não ressecar. Quando encomendamos, pedimos que houvesse a possibilidade dessa cobra entrar dentro da água”, contou Mirica.

A produtora encomendou no Mato Grosso do Sul, de pequenos produtores locais, os itens que serviram à fazenda de Zé Leôncio, à tapera de Juma e à chalana de Eugênio.“Comprei a louça toda do povo Terena, produzida por indígenas da região. São travessas de cerâmica vermelha com desenhos indígenas para a fazenda, louças mais simples para a tapera e algumas sacolas que eles fazem de mercado, com desenhos lindos para a chalana, que encomendamos para homenagear esse povoado local. Quando entramos em contato com eles, tivemos ainda a oportunidade de conversar com o pajé e tirar algumas dúvidas sobre como são tratadas as pessoas que sofrem picadas de cobra ou são atacadas por animais, pois teremos em algumas cenas o que seria usado em casos como esses, já que o Velho do Rio em determinado momento irá ajudar uma pessoa, e explicará que aprendeu o ritual com indígenas”, disse Mirica.

Para a reprodução em vídeo de animais, como onça, sucuri e boi, foi utilizada a rotoscopia, técnica que tem como referência uma imagem captada em vídeo, redesenhada quadro a quadro, resultando, então, na composição. Também foram reproduzidas por computação gráfica cerca de 10 espécies de aves. Para uma cena de oito segundos em que é utilizada a técnica de rotoscopia para inserir um animal em um ambiente interno, são necessárias, em média, 48 horas de trabalho em efeitos visuais.

Além da presença real de alguns animais no set de gravação, eles foram também reproduzidos graficamente em modelos 3D. O processo era o mesmo de Hollywood: um animal era reproduzido modelando-o tridimensionalmente, produzindo todo o esqueleto para que ele pudesse ser animado. Foram usadas técnicas de aproximação e de implementação para transportar imagens de animais captadas no Pantanal e inseri-las em ambientes internos, contracenando com atores, por exemplo.

O capítulo de estreia de Pantanal foi produzido em 8K e transmitido em 8K pelo Globoplay, inaugurando a utilização desse formato em novelas. Além disso, foi transmitido – também pelo Globoplay – em Dolby Atmos, tecnologia de áudio que busca garantir maior nível de imersão ao espectador.

Figurinos e caracterizações

A figurinista Marie Salles destacou a indumentária dos peões pantaneiros: “Para o manejo com o gado, eles usam calça jeans, bota curta, faixa pantaneira, que não é só um acessório estético, mas tem a função de ajudar a manter saudável a coluna dos peões. Em geral, são feitas por mulheres pantaneiras e são bastante coloridas, é algo fácil de encontrar na região. Os peões usam ainda um cinturão de couro, onde colocam o canivete e o celular, que estará presente na segunda fase. Ele funciona como uma pochete, mas é um cinto. A calça de couro por cima da calça jeans é bastante usada também, a fim de proteger as pernas de quem anda a cavalo. Protege de galho e cobra, por exemplo. E tem o chapéu, usado por todos, porque é um local quase sempre muito quente.”

A caracterizadora Valéria Toth comentou sobre atores diferentes vivendo o mesmo personagem em fases distintas da trama: “Esses personagens precisam ter indícios, sutilezas que os aproximam, para que o público possa identificar o ator anterior nessa mudança. Por exemplo, Malu Rodrigues e Camila Morgado, que interpretam Irma na primeira e segunda fase, respectivamente, ficaram ruivas, com cores bem parecidas. Tivemos o cuidado de pedir ao Renato (Góes) para deixar o cabelo crescer para se aproximar mais do visual do Marcos Palmeira, que passou um produto para abrir seus cachos. Os dois deixaram o cabelo crescer e ficaram com os cachos parecidos. Esses elementos mostram essa passagem de 30 anos.”

E mais

Tal qual na primeira versão, a novela encerrou o último capítulo com a seguinte mensagem, narrada em off por Benedito Ruy Barbosa:
“O homem é o único animal que cospe na água que bebe. O homem é o único animal que mata para não comer. O homem é o único animal que derruba a árvore que lhe dá sombra e frutos. Por isso está se condenando à morte.

AMOR DE ÍNDIO – Gabriel Sater (participação do maestro João Carlos Martins) (tema de Juma e Jove)
ASSIM OS DIAS PASSARÃO – Almir Sater e Renato Teixeira
BOIADA – Almir Sater (tema de Joventino e Zé Leôncio)
CAVALO PRETO – Sérgio Reis
CHALANA – Roberta Miranda
CHEIRO DE MATO – Raí Saia Rodada
CHUVA NO PANTANAL – Mayck e Lyan
CICLO VICIOSO – Yasmin Santos, Bruno & Marrone (tema de Maria e Alcides)
COMENTÁRIO A RESPEITO DE JOHN – Belchior
COMITIVA ESPERANÇA – Sérgio Reis
COMO DOIS ANIMAIS – Alceu Valença (tema de Juma e Zé Lucas)
DEPRÊ – Marília Mendonça
DESAPAIXONAR – Jade Baraldo (tema de Guta)
DIA BRANCO – Geraldo Azevedo (tema de Zé Leôncio e Filó)
DISPARADA – Jair Rodrigues
ESTRANHA TOADA – Ney Matogrosso
EU TENHO A SENHA – João Gomes
INVERSO DO AMOR – Fábio Nestares
KÁTIA FLÁVIA, A GODIVA DO IRAJÁ – Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros (na boate com Madeleine)
ME ENSINA – Dilsinho e Paula Fernandes
MENSAGEM DE AMOR – Lucas Santtana
NÃO NEGUE TERNURA – Zé Manoel e Luedji Luna (tema de Zé Leôncio e Madeleine)
NOITE DE TEMPESTADE – Gabriel Sater (tema de Irma e Trindade)
O SOPRO DO FOLE – Zeca Veloso
PANTANAL – Maria Bethânia (participação de Almir Sater) (tema de abertura)
PEABIRU – Almir Sater (tema de Zé Lucas)
PERFUME DE ARAÇÁ – Pietá
RIBANCEIRA – Chico Chico
QUASE NADA – Caraudácia e Lucas da Vila
TÁ NA TERRA – João Caetano
THE PASSENGER – Iggy Pop (tema de Jove)
VAQUEIRO DE PROFISSÃO – Jair Rodrigues (tema de Zé Leôncio)
VIVA O NOSSO AMOR – Daniel (tema de Tadeu e Zefa)
ZERO SAUDADE – Os Barões da Pisadinha e Maiara & Maraisa

Tema de abertura: PANTANAL – Maria Bethânia (participação de Almir Sater)

São como veias, serpentes
Os rios que trançam
O coração do Brasil
Levando a água da vida
Do fundo da terra
Ao coração do Brasil

Gente que entende, que fala
A língua das plantas, dos bichos
Gente que sabe o caminho
Das águas, das terras, do céu
Velho mistério guardado
No seio das matas sem fim
Tesouro perdido de nós
Distante do bem e do mal
Vindo do Pantanal

Lendas de raças
Cidades perdidas nas selvas
Do coração do Brasil
Contam os índios de deuses
Que descem do espaço
No coração do Brasil

Redescobrindo as Américas
Quinhentos anos depois
Lutar com unhas e dentes
Pra termos direito a um depois
Fim do milênio
Resgate da vida, do sonho, do bem
A Terra é tão verde e azul
Os filhos dos filhos dos filhos
Dos nossos filhos verão…

O futuro é tão verde e azul
Os filhos dos filhos dos filhos
Dos nossos filhos… verão!

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