Sinopse

1786. Três anos antes da Revolução Francesa, uma trama de capa e espada exibe um filho bastardo do rei, Jean Pierre, legítimo herdeiro do trono de Avilan. O rapaz vive com o povo, longe do castelo e desconhecido dos nobres. Avilan é um reino corroído pelas injustiças sociais, cuja população miserável vive às voltas com governantes corruptos, sucessivos planos econômicos, moeda desvalorizada e altos impostos.

Com a morte do Rei Petrus II, um falso príncipe é coroado: o mendigo Pichot. A armação é obra do temido bruxo Ravengar, que exerce forte influência sobre a histérica Rainha Valentine e seus conselheiros reais. Ravengar manipula o novo rei, seu pupilo, em benefício próprio. Revoltado, Jean Pierre lidera um grupo de revolucionários para derrubar os vilões. Em meio aos conflitos, a Princesa Juliette se apaixona por Pichot.

O herói Jean Pierre é um rapaz corajoso e íntegro que tem como principais parceiros de luta o amigo Corcoran, que se infiltra na corte como bufão e arrebata o coração da devassa Rainha Valentine, e a jovem Aline, que espiona seus inimigos disfarçada de criada do castelo. Aline ama Jean Pierre, mas ele é também disputado pela nobre Suzanne, a bela e infeliz esposa do perigoso conselheiro real Vanoli Berval.

Suzanne viu-se obrigada a casar com Vanoli para saldar uma dívida de seu pai, um fazendeiro falido. Inconformada, ela enfrenta o casamento com um homem asqueroso que detesta. Para fugir de suas obrigações matrimoniais, engana o marido colocando uma prostituta mascarada para dormir com ele. Porém, Suzanne viverá dias de terror quando o conselheiro descobrir que dormia com uma rameira e que sua mulher o traía.

Poderoso, o nobre Vanoli é o principal e mas ardiloso conselheiro do reino. Os outros são Crespy Aubriet, conselheiro do Trabalho; Gaston Marny, conselheiro das Armas; Bidet Lambert, conselheiro dos Mares (em um reino que não faz fronteira com o mar); Gerard Laugier, conselheiro da Alimentação; e Bergeron Bouchet, conselheiro da Moeda, o único sério e não corrupto, por isso, boicotado pelos demais.

Considerado uma pedra no sapato para os interesses dos conselheiros, Bergeron sofre um atentado e é dado como morto. Na realidade, desmemoriado, ele foi acolhido pelos irmãos Michel e Charlotte e passou a conviver com o povo. Quando Bergeron recobre a memória, une-se a Jean Pierre e os rebeldes para lutar contra as injustiças dos nobres de Avilan. E volta para os braços de sua amada Madeleine.

Globo – 19h
de 13 de fevereiro a 16 de setembro de 1989
185 capítulos

novela de Cassiano Gabus Mendes
colaboração de Luís Carlos Fusco
direção de Jorge Fernando, Mário Márcio Bandarra, Lucas Bueno e Fábio Sabag
direção geral de Jorge Fernando

Novela anterior no horário
Bebê a Bordo

Novela posterior
Top Model

EDSON CELULARI – Jean Pierre
GIULIA GAM – Aline
ANTÔNIO ABUJAMRA – Ravengar
TEREZA RACHEL – Rainha Valentine
DANIEL FILHO – Bergeron Bouchet / André
MARIETA SEVERO – Madeleine Bergeron
TATO GABUS MENDES – Pichot (Príncipe Lucian Erlan / Rei Petrus III)
CLÁUDIA ABREU – Princesa Juliette (Catita)
NATÁLIA DO VALLE – Suzanne Vebert, depois Suzanne Berval
JORGE DÓRIA – Vanoli Berval
STÊNIO GARCIA – Corcoran
ÍTALA NANDI – Loulou Lion (Maria Diego Dolores Maradona / Mercedes Morales)
CARLOS AUGUSTO STRAZZER – Crespy Aubriet
OSWALDO LOUREIRO – Gaston Marny
JOHN HERBERT – Bidet Lambert
LAERTE MORRONE – Gérard Laugier
ARACY BALABANIAN – Maria Fromet / Lenore Gaillard
EDNEY GIOVENAZZI – François Gaillard
ÍSIS DE OLIVEIRA – Lucy Laugier
VERA HOLTZ – Fanny
MILA MOREIRA – Zmirá
GUILHERME LEME – Roland Barral
FÁBIO SABAG – Roger Vebert
MARCELO PICCHI – Michel (Marquês de Latife)
CRISTINA PROCHASKA – Charlotte (Marquesa de Trastévery)
PAULO CÉSAR GRANDE – Bertrand
MARCOS BREDA – Pimpim
CINIRA CAMARGO – Lili
CARLA DANIEL – Cozette
DESIRÉE VIGNOLLI – Denise
ZILKA SALABERRY – Gabi
JOSÉ CARLOS SANCHES – Balesteros
TOTIA MEIRELLES – Moná
KAKÁ BARRETE – Vadi

e
AFRÂNIO GAMA – cidadão que pede a Paparella para ler o edital na praça
ALBERTO BARUQUE – mendigo que encontrou o anel de Jean Pierre escondido na cabana
ANA BORGES (ANA BAIRD) – Nicole (moça da taberna de Loulou Lion)
ANDRÉ MATTOS – soldado que flagra Suzanne com Jean Pierre no bosque e acaba morto por ele
ANTÔNIO PEDRO – Barão Von Lonchas (negocia os termos do casamento do Rei Petrus III e a Princesa Ingrid)
ATHAYDE ARCOVERDE – cliente da banca de jogo do bicho de Michel
AURICÉIA ARAÚJO – Velha Babish (faxineira do palácio, cliente da banca de jogo do bicho de Michel)
BETTY GOFMAN – Princesa Ingrid Marion (princesa austríaca prometida em casamento ao Rei Petrus III)
CARLOS KROEBER – Dom Curro de La Grana (inspetor do FFF, Fundo Financeiro do Futuro, enviado a Avilan para investigar a situação financeira do país)
CARLOS KURT – ferreiro Dupont (não consegue tirar a máscara de ferro de Jean Pierre)
CARLOS WILSON – mendigo que ameaça Suzanne na floresta, acaba morto por Jean Pierre, que a salva
CATALINA BONAKI – Baronesa de La Rochelle (com seu marido, é assaltada na estrada por Bergeron)
CAZARRÉ – barão que negocia com Gaston a construção de uma estrada em suas terras
DAVID PINHEIRO – soldado da guarda do palácio
DEBORAH CATALANI – Camille (moça da taberna de Loulou Lion)
DERCY GONÇALVES – Baronesa Lenilda Eknésia (mãe da Rainha Valentine)
ÉDER DE SÁ – um dos homens que atacam Juliette na vila, acaba morto por Pichot / integrante do grupo de Jean Pierre
EMILIANO QUEIROZ – La Roche (velho que conheceu Maria Fromet, procurado por Ravengar)
EVA WILMA – Madame D’Anjou (escritora contratada pela Rainha Valentine para escrever sua biografia)
FERNANDO JOSÉ – velho ferreiro que revela a Ravengar o verdadeiro nome de Loulou Lion
FRANCISCO DANTAS – Barão de La Rochelle (com sua mulher, é assaltado na estrada por Bergeron)
GERALDO CARBUTTI – funcionário da fazenda de Roger
GERMANO FILHO – Pierrot (verdureiro com quem Madeleine discute por cobrar caro pela batata)
GERMANO VEZANI – Dragão (carrasco do palácio)
GIANFRANCESCO GUARNIERI – Rei Petrus II (rei de Avilan, marido da Rainha Valentine, morre no primeiro capítulo)
GUIDO CORRÊA – mordomo do palácio, anuncia as visitas, passa recados
HELOÍSA HELENA – Cocote (antiga funcionária do palácio, leva Ravengar à velha Mirushka)
HENRIQUETA BRIEBA – Michelle (uma das velhinhas assaltadas na estrada por Bergeron, cujas joias levadas eram falsas)
HENRIQUE TAXMAN – Paparella (rapaz que lê os editais de Madeleine para o povo na praça, acaba preso)
HILDA REBELLO – uma das duas serviçais pessoais da Rainha Valentine
ILKA SOARES – Marquesa de Lorredan (tira satisfações com Lucy, com quem seu marido a traiu)
ÍTALO ROSSI – Marquês de Castilla (nobre espanhol a quem Juliette foi prometida em casamento, morre antes)
IVAN SENNA – homem que ataca Lenore na cabana, acaba morto por François
JOÃO SIGNORELLI – Campot (bandido pago por Zmirá para matar Crespy, acaba morto por ele)
JORGE FERNANDO – soldado da guarda do palácio que não reconhece a Rainha Valentine
JOSÉ STEINBERG – frade Angélico (casa Bergeron e Charlotte por imposição de Ravengar)
LIA FARREL – uma das nobres da corte que pedem à Rainha Valentine a condenação de Loulou Lion
LÍCIA MAGNA – Marie (serviçal de Gaston) / Colette (uma das velhinhas assaltadas na estrada por Bergeron, cujas joias levadas eram falsas)
LUÍS DE LIMA – Barão de La Bosse (produtor de soja que negocia a construção de uma estrada com Vanoli)
LUÍS GUSTAVO – Charles Miller (inglês que vem a Avilan apresentar o foot-ball como diversão para o povo)
LUÍS MAGNELLI – arauto, lê as notícias do reino para o povo, anuncia as visitas no palácio
MARCELO MATTAR – integrante do grupo de Jean Pierre
MÁRCIA RÊGO MONTEIRO – Mariette (moça da taberna de Loulou Lion)
MARCUS ALVISI – Bargin (verdureiro que leva Aline a Gabi, que a contrata para trabalhar na cozinha do palácio)
MARIA CARDOSO – uma das duas serviçais pessoais da Rainha Valentine
MÁRIO PETRÁGLIA – detetive que segue os passos de Lenore a mando de Ravengar
MELISE MAIA – Janine (moça da taberna de Loulou Lion)
MIGUEL ROSEMBERG – barão assaltado na estrada pelo bando de Jean Pierre
MILTON GONÇALVES – Herr Whisky (nobre alemão que negocia com os conselheiros a montagem de uma fábrica de carruagens em Avilan)
MONIQUE LAFOND – Condessa La Provence (negocia com Gaston a construção de uma represa em suas terras)
NÁDIA NARDINI – integrante do grupo de Jean Pierre
NILDO PARENTE – Richet (avaliador de joias que atesta que as esmeraldas que Crespy deu à rainha são falsas)
PAULO CÉSAR PEREIO – velho soldado que mata Vanoli no último capítulo
PEDRO FARAH (FARNETTO) – um dos nobres que intercedem com a Rainha Valentina por Loulou Lion, que foi presa
ROBERTO DINAMITE – Bob Dynamite (jogador de foot-ball que acompanha Charles Miller na visita a Avilan)
RUBEM DE BEM – integrante do grupo de Jean Pierre
SEBASTIÃO LEMOS – Danton (responsável pela apuração dos votos na eleição a Primeiro Ministro)
SORAYA JARLICH (SORAYA RAVENLE) – Anette (auxiliar da cozinha do palácio)
TÂNIA NARDINI – Maria Fromet (jovem)
TONICO PEREIRA – soldado da guarda do palácio que reclama das más condições de trabalho à Rainha Valentine
TONY NARDINI – Godard (integrante do grupo de Jean Pierre)
TUCA ANDRADA – ferreiro Lamont (confecciona a máscara de ferro de Jean Pierre)
YOLANDA CARDOSO – Velha Mirushka (informa Ravengar que o filho bastardo do rei foi criado por uma cigana)
Dr. Valcourt (médico que cuida do ferimento no pulso de Lucian)

apoio
AMAURI TANGARÁ – ajudante do arauto
ANA JANSEN – bailarina da taberna
ANKO VALLE – soldado da guarda do palácio
CARLA VILELLA – bailarina da taberna
DELANO AVELAR – soldado da guarda do palácio
EDMUNDO LIPPE – bailarino da taberna
EROS VELLOSO – bailarino da taberna
HERBERT GOMES – bailarino da taberna
JACONIAS SILVA – cocheiro
JOÃO VIOTTI SALDANHA – bailarino da taberna
JOSÉ CARLOS DE SOUZA – soldado da guarda do palácio
JOSÉ DE FREITAS – ajudante do mordomo do palácio
JÚLIO BRAUER – bailarino da taberna
LILIAN TALARICO – bailarina da taberna
LÚCIA ARATANHA – bailarina da taberna
LUÍS SÉRGIO LIMA E SILVA – cocheiro
NEY LEONTSINIS – bailarino da taberna
NORMA LANNES – bailarina da taberna
PAULO REZENDE – funcionário do palácio
PAULO VELASCO – bailarino da taberna
RENATO NEVES – soldado da guarda do palácio
RODRIGO SALES – bailarino da taberna
ROSANA BUSTAMANTE – bailarina da taberna
SANDRO RILHO – soldado da guarda do palácio
SILVIO BRUNNY – mendigo
WANDA GARCIA – bailarina da taberna

– núcleo de JEAN PIERRE (Edson Celulari), filho bastardo do rei de Avilan, é o único herdeiro do trono. Cresceu em meio ao povo, sem o reconhecimento do pai. Ótimo caráter, valente, idealista, de ideais firmes e claros a respeito das desigualdades sociais. Agitador, não se conforma com o abismo entre classes e faz tudo, à sua maneira, para diminuí-lo. É o chefe dos rebeldes que lutam pelo povo de Avilan. Quer assumir a coroa, que lhe é de direito:
os rebeldes: ALINE (Giulia Gamm), a quem ama, no início. Moça de temperamento forte, ativa, valente e determinada. Para descobrir segredos dos poderosos, infiltra-se no palácio como criada da cozinha,
CORCORAN (Stênio Garcia), o sensato do grupo. Sua sabedoria e experiência controlam os impulsos da maioria. Emprega-se na corte como bufão com a finalidade de descobrir o que é tramado pelos poderosos. Tenta fugir do assédio da rainha, que tem uma queda por ele,
BERTRAND (Paulo César Grande) e PIMPIM (Marcos Breda), rapazes valentes, corajosos e impulsivos.

– núcleo do castelo de Avilan:
o REI PETRUS II (Gianfrancesco Guarnieri, participação), gravemente enfermo, morre no primeiro capítulo. Antes de morrer, é revelada a existência de um filho bastardo, o verdadeiro herdeiro do trono de Avilan
a RAINHA VALENTINE (Tereza Rachel), megera, vaidosa, egocêntrica e hipócrita, tenta manter a pose diante dos súditos, mas não passa de uma devassa desvairada, com toques de loucura. Vive em mundo à parte, alheia aos problemas do palácio e do povo
a PRINCESA JULIETTE (Cláudia Abreu), filha de Petrus e Valentine. Romântica, não se conforma com a vida isolada e solitária dentro do palácio. Diferente da mãe, é justa e contestadora, tem ideias firmes e se preocupa com as injustiças praticadas contra os mais humildes. Torna-se amiga da criada Aline, fascinada com sua liberdade
a aia da rainha, ZMIRÁ (Mila Moreira), sua puxa-saco. Transita com desenvoltura pela corte. Vem de família nobre, mas falida. É interesseira, ardilosa e passional
a chefe da cozinha GABI (Zilka Salaberry), que protege Aline, por quem nutre um carinho maternal
o chefe da guarda real BALESTEROS (José Carlos Sanches), enérgico com os soldados
as serviçais pessoais da rainha, que sempre a acompanham, (Hilda Rebello) e (Maria Cardoso).

– núcleo do temido bruxo RAVENGAR (Antônio Abujamra), uma mistura de astrólogo, feiticeiro e médico. Com seu poder de hipnose, é capaz de arrancar o que quiser das pessoas. Exerce uma influência ilimitada sobre o reino, principalmente sobre a rainha e os conselheiros reais. Seu plano maior é colocar um falso herdeiro no trono, totalmente dominado por ele, para que possa ter o poder total sobre Avilan:
o mendigo PICHOT (Tato Gabus Mendes), dominado por ele. Das ruas da vila, foi acolhido por Ravengar, treinado e apresentado à corte como o filho bastardo do rei, futuro monarca de Avilan. A Princesa Juliette descobriu a farsa e, interessada nele, passou a assediá-lo, o que os leva a viver um romance secreto, já que, para todos os efeitos, são irmãos. Recebeu o título PRÍNCIPE LUCIAN ERLAN e foi coroado REI PETRUS III, revelando o seu lado déspota. Torna-se o opositor de Jean Pierre, que luta para destroná-lo, já que é o verdadeiro bastardo do rei e herdeiro do trono
a criada FANNY (Vera Holtz), de sua total confiança, cúmplice de seus planos, o chama de “Mestre”. Apaixona-se por Pichot.

– núcleo dos conselheiros do reino de Avilan, corruptos e malandros, só pensam em tirar vantagens financeiras das negociatas que tramam:
VANOLI BERVAL (Jorge Dória), principal conselheiro, o mais inteligente. Mais tarde acumula a função de conselheiro da Moeda. Agiota, é um homem rico, sem escrúpulos, cruel e perigoso. Ganha uma aposta com um fazendeiro falido e recebe como prêmio a filha dele em casamento
CRESPY AUBRIET (Carlos Augusto Strazzer), conselheiro do Trabalho e chefe coletor de impostos. Esperto e autoritário, age de acordo com as suas conveniências. Teve um caso com Zmirá, que o persegue, mas apaixona-se perdidamente pela criada Aline. Acaba assassinado no decorrer da trama
GASTON MARNY (Oswaldo Loureiro), conselheiro das Armas. Um tipo fanfarrão, mas nervoso, sofre com a incompetência de seus subordinados
BIDET LAMBERT (John Herbert), conselheiro dos Mares – em um reino que não faz fronteira com o mar, logo, um inútil. É o mais idiota dos conselheiros. Metido a conquistador, só leva fora das mulheres. Concorre para a eleição de Primeiro Ministro do reino, mas perde nas urnas para um candidato fictício instituído pelo povo como chacota: o Bode Zé
ROLAND BARRAL (Guilherme Leme), sobrinho de Vanoli que substitui Crespy quando ele é morto. Vaidoso e pretensioso, não passa de um incompetente. Começa um romance com Zmirá e promete casamento, mas – tal qual Crespy – apaixona-se perdidamente por Aline
GÉRARD LAUGIER (Laerte Morrone), conselheiro da Alimentação. Ranzinza, é motivo de piada pelos demais. Usa de sua posição para intimidar, mas é covarde. Em seus aposentos, é manso com a esposa, por quem tem adoração e ciúmes. No entanto, o casal vive em crise, já que ele é impotente e não consegue satisfazer sua mulher
a mulher de Gérard, LUCY (Ísis de Oliveira), bela, é uma das mais cobiçadas da corte. Insinuante, trai o marido continuamente. Sonsa e dissimulada, inventa mil histórias para justificar suas escapadas. No fundo, sente-se aliviada com a impotência do marido, já que está com ele apenas pelo título de nobreza e pelas vantagens do rico casamento.

– núcleo de SUZANNE VEBERT (Natália do Valle), moça romântica e inconformada com seu destino. Para salvar o pai da falência, concordou em casar-se com o conselheiro Vanoli, mesmo o achando um homem asqueroso e repugnante. Apaixona-se por Jean Pierre e os dois vivem um romance perigoso. Sonha em livrar-se do marido para viver seu amor:
o pai ROGER VEBERT (Fábio Sabag), fazendeiro fabricante de queijos, mas falido. Aceitou uma aposta perigosa com Vanoli, valendo a mão de sua única filha em casamento. Foi obrigado a cumprir o seu débito. É um homem fraco que não consegue lutar pela felicidade da filha
a “rameira” MONÁ (Totia Meirelles), prostituta da vila contratada para substitui-la na cama com Vanoli, sem que ele soubesse. Os dois vão para a cama de máscara e, assim, ela realiza os desejos do conselheiro, que pensa estar com sua mulher. Descoberta a farsa, Suzanne passa a viver um inferno maior nas mãos do marido.

– núcleo de BERGERON BOUCHET (Daniel Filho), no início, o conselheiro da Moeda. Homem justo e idealista, é o único honesto entre os conselheiros, e, por isso, incompreendido por eles. Elabora um plano econômico capaz de tirar Avilan da bancarrota. O plano falha pois é sabotado pelos outros conselheiros, que o veem como uma ameaça aos seus interesses. Tendo rejeitado a rainha, apaixonada por ele, acaba condenado à morte. Espancado, é abandonado na floresta, mas não estava morto: foi salvo por camponeses. Quando desperta, não lembra quem é, seu nome, seu passado, nem que é casado. Desmemoriado, passa a viver na vila de Avilan com novo nome, ANDRÉ:
a mulher MADELEINE (Marieta Severo), moderna e corajosa, com ideias avançadas para a época. Pré-feminista, não suporta a passividade feminina à sua volta. É a única que escreve, o que é visto como uma ameaça aos interesses dos poderosos de Avilan. Perseguida pela rainha – que amava seu marido -, após a suposta morte de Bergeron, é condenada a viver isolada na torre do palácio. Porém, consegue escapar com a ajuda de Aline e dos rebeldes. Descoberta por Ravengar, torna-se uma presa fácil nas mãos do bruxo, que apaixona-se por ela
os irmãos camponeses MICHEL (Marcelo Picchi) e CHARLOTTE (Cristina Prochaska), que descobriram-no moribundo na floresta e cuidaram dele. Com a morte da mãe, partem para Avilan atrás do pai biológico, um nobre que os abandonou ainda muito crianças: o conselheiro Gaston Marny. Charlotte apaixona-se por André, enquanto Michel inventa o “jogo do bicho”, que torna-se muito popular, conseguindo assim ganhar um bom dinheiro e atrair o interesse dos conselheiros.

– núcleo de LOULOU LION (Ítala Nandi), que comanda um grupo de belas jovens em sua taberna, na vila de Avilan. Mulher alegre e carismática, de origem cigana, é a amada de Corcoran. Tem influência sobre os frequentadores de seu estabelecimento, sendo respeitada pelos que lá vão se divertir. A taberna é a união dos dois mundos sociais do reino, apesar dos dias alternados para receber nobres e plebeus. Conhece uma parte do segredo do filho bastardo do rei, pois criou Jean Pierre. É amiga dos rebeldes e está sempre a par de suas ações:
as meninas da taberna: LILI (Cinira Camargo), a mais velha. Mandona, está sempre em atrito com as companheiras. Interesseira, tem ligação com o conselheiro Crespy, logo, constantemente entrega a ele segredos guardados na taberna, traindo sua gente. Ao ser desprezada por Crespy, mata seu amado,
COZETTE (Carla Daniel), gosta de Pichot desde os tempos em que ele era mendigo. Vai trabalhar no palácio como serviçal do conselheiro Bidet, ajudando-o na campanha para Primeiro Ministro,
DENISE (Desirée Vignolli), constantemente assediada por Bertrand, tem uma queda por Jean Pierre. Vai trabalhar no palácio como serviçal do conselheiro Roland Barral,
JANINE (Melisse Maia), CAMILLE (Deborah Catalani), NICOLE (Ana Borges) e MARIETTE (Márcia Rêgo Monteiro)
o atendente VADI (Cacá Barrete).

– núcleo de MARIA FROMET (Aracy Balabanian), plebeia que no passado tivera um caso com o Rei Petrus II. É a mãe de Jean Pierre, mas desconhece o paradeiro do filho. Deixou a criança em Avilan, partiu para o exterior, casou-se com um nobre e mudou de nome, LENORE GAILLARD. Nunca mais teve notícias do filho. Retorna a Avilan com o marido, sob a nova identidade, com o intuito de reencontrá-lo, pois ficou sabendo da morte do rei e que o bastardo assumiria o trono. Teme revelar sua verdadeira identidade, por causa da rainha, que a detesta, e de Ravengar:
o marido FRANÇOIS GAILLARD (Edney Giovenazzi), sabe do seu passado e ajuda-a a procurar o filho. Nobre muito rico, vem da Inglaterra e estabelece-se em Avilan, onde compra uma quinta. Faz o possível para proteger a mulher, a quem ama muito.

Novela premiada

Aplaudida como a melhor novela de Cassiano Gabus Mendes e uma das melhores já produzidas para o horário das sete da Globo, Que Rei Sou Eu? foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor novela de 1989. Também foi premiada como melhor texto (para Cassiano Gabus Mendes), melhor ator coadjuvante (para Jorge Dória) e melhor figurino (juntamente com Kananga do Japão, da TV Manchete).

Foi premiada ainda com o Troféu Imprensa de melhor novela e melhor atriz, para Tereza Rachel (empatada com Joana Fomm, pela novela Tieta).

Paródia da realidade

A história se passava entre os anos de 1786 e 1789, na transição da Idade Moderna, marcada pelos estados absolutistas comandados com mãos de ferro pelos monarcas, para a Idade Contemporânea, iniciada com a Revolução Francesa – que, por sua vez, comemorava seu bicentenário no ano de exibição da novela, 1989.

Na trama, o fictício reino de Avilan parodiava a realidade brasileira por meio da miséria do povo, da instabilidade financeira, dos sucessivos planos econômicos que impunham o congelamento de preços, da moeda desvalorizada que mudava de nome, da elevada carga de impostos e da corrupção dos governantes.

Apesar de ambientada no século 18, a novela fazia referências à contemporaneidade, explorando temas que estavam nas manchetes de jornais na época de sua exibição. Em alusão ao Plano Cruzado, pacote econômico lançado pelo governo em 1986 e que envolveu congelamento de preços e mudança da moeda nacional, o autor incluiu na trama uma reforma monetária, trocando o nome da moeda de Avilan de caduco para duca, e tirando três zeros do seu valor. Além disso, os nobres do palácio podiam ser vistos dançando samba, enquanto a princesa Juliette (Cláudia Abreu) ousava vestindo uma minissaia. Em determinado momento da trama, o conselheiro Crespy (Carlos Augusto Strazzer) sugere que se acabe com os postos de pedágio nas estradas de Avilan, substituindo-os por selos que seriam comprados mensalmente e colocados na testa dos cavalos, em uma alusão aos selos-pedágios que existiram no Brasil naquela época. Por fim, nada funcionava direito em Avilan, nem mesmo a guilhotina, importada da Alemanha a peso de ouro e que só não falhara nos testes. (*)

Vários personagens eram referências quase diretas aos seus “representantes” na vida real: a Rainha Valentine (Tereza Rachel) remetia ao então presidente José Sarney; o conselheiro Vanoli (Jorge Dória) ao político baiano Antônio Carlos Magalhães; o conselheiro Bergeron (Daniel Filho) ao ex-Ministro Dilson Funaro; e o bruxo Ravengar (Antônio Abujamra) ao General Golbery.
Ao final, Ravengar, desaparecido, reaparece disfarçado sob o nome de Silvan Rasputin Richelieu de Golbery – Grigori Rasputin (1869-1916), mentor espiritual do último czar russo; Cardeal Richelieu (1585-1642), um dos líderes do Absolutismo francês; e General Golbery do Couto e Silva (1911-1987), um dos criadores do Serviço Nacional de Informações (SNI), que serviu ao Governo Militar. (“Gabus Mendes, Grandes Mestres do Rádio e Televisão”, Elmo Francfort)

Semelhança com Fernando Collor

O Brasil vivia a euforia da eleição direta de 1989, quando o presidente da República iria ser eleito depois de um jejum de 29 anos, tendo Fernando Collor de Mello e Luís Inácio Lula da Silva como principais concorrentes. Que Rei Sou Eu? refletia esse momento histórico e político como uma sátira inteligente.

Entre tantas semelhanças com a realidade, não faltaram vozes a acusar a novela de ser um veículo a mais para conduzir o então candidato Fernando Collor de Melo à presidência da República, já que enxergaram o político na figura do herói da trama, Jean Pierre, vivido por Edson Celulari.
Elmo Francfort, em seu livro “Gabus Mendes, Grandes Mestres do Rádio e Televisão”, afirmou que essa nunca foi a intenção do autor. Ele pretendia que Jean Pierre representasse o povo brasileiro, cansado de sofrimento e querendo justiça e igualdade social a todos.

Na mesma época, ia ao ar, no horário das oito, a novela O Salvador da Pátria, de Lauro César Muniz, por sua vez acusada de fazer apologia à campanha de Lula, já que enxergaram o político na figura do protagonista Sassá Mutema, personagem de Lima Duarte.

Engajamentos políticos à parte, Que Rei Sou Eu? será sempre lembrada pela originalidade, talento de sua equipe e qualidade geral, artística e técnica, de texto e produção.

No final da história, o povo consegue invadir o palácio, eliminar os opressores, confiscar os baús da nobreza e tomar o poder. Em uma das últimas cenas da novela, o líder dos rebeldes, Jean Pierre (Edson Celulari), exclama diante do povo de Avilan: “Eu quero que todos vocês agora, camponeses, operários, todos vocês, gritem comigo: viva o Brasil!” Foi a única vez na novela que o nome do reino fictício foi substituído pelo Brasil.

Antecedentes

Cassiano apresentou a ideia de Que Rei Sou Eu? à Globo nos anos 1970, mas foi recusada. Daniel Filho narrou em seu livro “O Circo Eletrônico”:
“Em 1977, Boni sugeriu que eu falasse com Cassiano Gabus Mendes para que escrevesse a próxima novela das oito. Ao ser consultado ele foi categórico (…) – Eu quero fazer uma história engraçada de capa e espada. Uma sátira! – Achamos absolutamente fora de propósito. (…) Dez anos depois, no final do governo Sarney, Cassiano propõe de novo a mesma história, agora para o horário das sete. (…) Indiscutível o sucesso de Que Rei Sou Eu? Mas será que teria êxito no final da década de 70?”

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho explicou em seu “Livro do Boni”:
“Não topei por dois motivos: Roque Santeiro tinha sido proibida [em 1975] e uma comédia chanchada às 20 horas seria uma temeridade.”

Em 1983, convocado para o horário das oito, o autor fez nova tentativa de apresentar a sinopse. Novamente foi negada (escreveu então Champagne). Somente no segundo semestre de 1988, com o fim oficial da Censura Federal, a emissora aceitou levar adiante o projeto de Que Rei Sou Eu?

Reino de Avilan e Ravengar foram títulos cogitados para a novela. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

Cassiano Gabus Mendes teve que bater o pé para convencer os diretores da Globo a colocar sua obra no ar. A grande dificuldade era a comercial. Nas reuniões, sempre a mesma pergunta: como fazer o merchandising se na época em que a novela era ambientada não havia nenhum produto que se conhecia?

A resposta de Cassiano que convenceu foi muito simples: “Eu faço o mocinho sonhar com o Fusca!” Todos se olharam e ensaiaram uma resposta negativa, mas foram interrompidos:
“Ele vai achar o carro do futuro muito melhor que as carroças. E faço a lavadeira sonhar com o Omo para facilitar o seu trabalho e deixar tudo branco!”
Cassiano convenceu a todos e mostrou que a sátira poderia funcionar muito bem para as estratégias comerciais, atraindo os anunciantes. (“Biografia da Televisão Brasileira”, Flávio Ricco e José Armando Vannucci)

Elenco

Entre os destaques no elenco, os atores que viveram os conselheiros do reino de Avilan, em uma crítica ao Congresso Federal: Daniel Filho (Bergeron Bouchet), Jorge Dória (Vanoli Berval), Carlos Augusto Strazzer (Crespy Aubriet), Oswaldo Loureiro (Gaston Marny), John Herbert (Bidet Lambert), Laerte Morrone (Gérard Laugier) e Guilherme Leme (Roland Barral).

Antônio Abujamra marcou sua presença e será sempre lembrado como o bruxo Ravengar.
Também brilhou Tereza Rachel, como a devassa e histérica (e divertida) Rainha Valentine, em uma caracterização inesquecível – assim como suas gargalhadas agudas.

No papel do bobo da corte Corcoran, Stênio Garcia, então com 57 anos, deu o seu primeiro salto mortal, resultado do trabalho corporal de acrobacia de solo que passou a fazer na Escola Nacional de Circo.
A caracterização de Corcoran foi um dos destaques do trabalho de maquiagem (chefiado por Eric Rzepecki): levava cerca de uma hora e meia para ser feita. (*)

Carlos Augusto Strazzer, que vivia o conselheiro Crespy Aubriet, teve que ausentar-se da novela por problemas de saúde. O ator saiu de cena no capítulo 74 e retornou no final, no capítulo 161. Enquanto acreditava-se que Crespy tivesse morrido, outro conselheiro chegou a Avilan para substituí-lo: Roland Barral, vivido por Guilherme Leme, que surgiu no capítulo 104 (exibido em 13/06/1989).

Dercy Gonçalves, em uma participação especialíssima, surgiu no capítulo 137 (em 21/07/1989) e permaneceu por quatro capítulos, no papel da baronesa Lenilda Eknésia, mãe da rainha Valentine. Aproveitando o humor histriônico da atriz, sua participação foi um dos pontos altos da trama.

Na novela, Cassiano fez uma referência ao seu programa Alô, Doçura!, que criou para a TV Tupi, exibido entre as décadas de 1950 e 1960, protagonizado pelo então casal Eva Wilma e John Herbert. Em Que Rei Sou Eu?, Eva Wilma fez uma participação, como uma biógrafa, enquanto John Herbert já estava no elenco fixo, vivendo o conselheiro Bidet Lambert. Na cena em que os dois atores se encontram (exibida no capítulo 143, em 28/07/1989), o conselheiro cumprimenta a biógrafa com “Alô, doçura!” e fala: “Eu tenho a impressão que conheço você de algum lugar!”

O ator Luis Gustavo e o jogador de futebol Roberto Dinamite também gravaram uma participação na novela, para o capítulo 55 (exibido em 17/04/1989). Seus personagens vinham da Inglaterra ao reino de Avilan apresentar um novo esporte à corte: o foot-ball. Luis Gustavo era Charles Miller (homônimo do responsável por introduzir o futebol no Brasil) e Roberto Dinamite (com o uniforme da Seleção Brasileira) era o jogador Bob Dynamite, que mostrou aos conselheiros de Avilan como se joga futebol.

Chico Anysio chegou a gravar uma participação como o especulador estrangeiro Taj Nahal, que aplicaria um golpe na bolsa e no mercado de Val Estrite, do reino de Avilan. A situação foi inspirada no caso Naji Nahas, o investidor paulista que, na época, protagonizava um escândalo financeiro no país e respondia a um inquérito por estelionato e formação artificial de preços na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Ao saber da criação de Taj Nahal, o advogado de Naji Nahas entrou com um protesto judicial contra a TV Globo, afirmando que o personagem fazia um pré-julgamento de um cidadão que ainda não havia sido sentenciado pela Justiça, e que seu cliente exigiria direito de resposta no mesmo programa, caso a novela fizesse alguma referência satírica aos últimos acontecimentos. Diante disso, a emissora decidiu não exibir as sequências. (*)

Primeira novela da atriz Totia Meireles. Primeira novela inteira de Giulia Gam (anteriormente, ela atuou na minissérie O Primo Basílio e na primeira fase da novela Mandala) e de Vera Holtz (vista antes somente em pequenas participações).
Ainda, a primeira novela inteira na Globo de Antônio Abujamra (como ator), até então bissexto em novelas.

Fábio Sabag somou à função de diretor da novela (ao lado de Jorge Fernando) a de ator, vivendo o personagem Roger Vebert.

Atores do elenco tiveram aulas de esgrima, acrobacia, malabarismo e dança, além de orientação profissional sobre linguagem, gestos e costumes da época.

Cenografia e figurinos

A fictícia Avilan foi construída em um terreno na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no mesmo local em que, alguns anos depois, surgiria o Projac. Os cenógrafos e arquitetos fizeram uma cuidadosa pesquisa sobre técnicas de construção e arquitetura medieval. A cidade cenográfica tinha 2200m2 de área construída e abrangia o palácio e a vila com 14 casas. A maior atração do cenário era o castelo, com 30m de frente e uma torre de 26m de altura. (*)

Além do calor que fazia na cidade cenográfica – sensação redobrada devido aos figurinos de época –, levando o elenco a ter de parar para secar o suor, as gravações muitas vezes também eram interrompidas graças a alguns visitantes inesperados: os sapos. (*)

A direção – embora soasse um tanto “fake” em certos aspectos, mesmo para a época (a cenografia visivelmente artesanal em alguns ambientes) – acabou imprimindo um certo charme ao ousado texto, conferindo à produção um tom teatral, condizente com a proposta farsesca da novela.

Uma cuidadosa pesquisa das vestimentas usadas no século 18 norteou a criação dos figurinos, chefiada por Marco Aurélio. Mais de 400 peças de roupa foram feitas especialmente para os figurantes. (*)

Em 1989, a escola de samba Beija-Flor – do carnavalesco Joãosinho Trinta – participou do carnaval carioca com o samba-enredo “Ratos e Urubus Larguem Minha Fantasia”. O desfile da Beija-Flor impressionou a todos. Porém, apesar de ser uma das favoritas, a escola não se sagrou vencedora naquele ano (perdeu para a Imperatriz Leopoldinense).
Na trama de Que Rei Sou Eu?, Cassiano – em uma clara homenagem a Joãosinho Trinta – criou uma festa no castelo de Avilan (exibida no capítulo 72, em 06/05/1989) em que os nobres, fantasiados de mendigos, dançaram o refrão do samba da Beija-Flor em ritmo de minueto.

Abertura e trilha sonora

A abertura da novela, desenvolvida pela equipe de Hans Donner, mostrava, por meio de oito sequências cômicas, conflitos da Humanidade: dois homens das cavernas lutando, romanos em bigas, vikings guerreando, um duelo entre cavaleiros medievais, franceses em guerra, fuzilamento de soldados napoleônicos em marcha, a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Por fim, uma ambientação futurista, em cenário e figurinos espaciais. Na sequência, a imagem retrocedia até o período napoleônico, indicando o ponto na história em que acontece a trama de Que Rei Sou Eu? No final, a guilhotina caía e a coroa voava, fazendo surgir o logotipo da novela.

O tema de abertura, “Rap do Rei”, foi composto por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. A música foi gravada pela banda Luni, em que uma das vocalistas era Marisa Orth – ainda desconhecida do grande público -, integrante do grupo antes de estrear como atriz de televisão.

A trilha internacional de Que Rei Sou Eu? (com a foto de Giulia Gam na capa) é a sétima mais vendida entre as trilhas de novelas das sete da Globo: 623.637 cópias (entre LPs, K7s e CDs).

Repetecos

A reprise de Que Rei Sou Eu? na grade da Globo foi curiosa por três motivos:
1. Excepcionalmente foi ao ar no fim da tarde, na faixa Sessão Aventura, em vez de ser exibida no início da tarde, no Vale a Pena Ver de Novo (que, à época, exibia outra novela de Cassiano Gabus Mendes: Brega e Chique);
2. O repeteco aconteceu apenas um mês após o final da exibição original: a novela terminou às 19 horas em setembro de 1989 e, no mês seguinte, recomeçou às 17 horas;
3. Dos sete meses da exibição original, foi compactada para apenas dois meses para a reprise, de 23/10 a 29/12/1989.

A novela também foi reprisada no Viva (canal de TV por assinatura pertencente ao Grupo Globo), entre 07/05/2012 e 18/01/2013, à 0h15 (com repeteco ao meio-dia do dia seguinte).

Aproveitando o sucesso, chegou às bancas o álbum de figurinhas de Que Rei Sou Eu?

Em 1992, Que Rei Sou Eu? ganhou uma versão romanceada, o livro “O Reino de Avilan”, adaptação da novela por Malu Rocha, lançado nas livrarias pela editora Ars Poetica.

Em novembro de 2013 (após a reprise no Viva), a Globo Marcas lançou o DVD de Que Rei Sou Eu?, em um box com 13 discos.

A novela foi disponibilizada no Globoplay (plataforma streaming do Grupo Globo) em 14/03/2022.

* Site Memória Globo.

Trilha sonora nacional

01. NOSSA LUZ – Fagner (tema de Aline)
02. CHAMA – Roupa Nova (tema de Bergeron)
03. MEDIEVAL 2 – Léo Jaime (tema de Crespy)
04. RENASCER – Zizi Possi (tema da Princesa Juliette)
05. ESPANHOLA – Kleiton & Kledir (tema de Loulou Lion)
06. NUNCA É TARDE PRA SONHAR – Eddy Benedict (Edinho Santa Cruz) (tema de Charlotte)
07. CIGANA – Carla Daniel (tema das meninas da taverna)
08. RAP DO REI – Luni (tema de abertura)
09. BYE BYE TRISTEZA – Sandra de Sá (tema de Suzanne)
10. AS MURALHAS DO TEU QUARTO SÃO BEM ALTAS, MAS EU POSSO TE ALCANÇAR – Wando (tema de Lucy)
11. FINGE QUE NÃO FALOU – Nico Rezende (tema de Madeleine)
12. A DAMA E O VAGABUNDO – Zé Lourenço (tema de Pichot)
13. RAÇA DE HERÓIS – Guilherme Arantes (tema de Jean Pierre)
14. FLECHA – Sagrado Coração da Terra (tema geral)
15. QUE REI SOU EU? – Eduardo Dussek (participação especial Luni) (tema geral)

Sonoplastia: Jenny Tausz
Supervisão musical: Márcio Antonucci
Direção musical: Walter D’Avilla Filho
Produção musical: João Augusto

Ainda
LUA DE SÃO JORGE – Caetano Veloso (toca no último capítulo, para Jean Pierre e Aline)

Trilha sonora internacional

01. ETERNAL FLAME – Bangles (tema da Princesa Juliette)
02. HOW CAN I GO ON? – Freddie Mercury & Montserrat Caballé (tema da Rainha Valentine)
03. SOMEDAY WE’LL BE TOGETHER (EL CAMIÑO) – Santa Fé (tema de Suzanne)
04. BAMBOLEO – Gipsy Kings (tema de locação: taberna de Loulou Lion)
05. I’LL ALWAYS LOVE YOU – Taylor Dayne (tema romântico geral)
06. LES CHEMINS D’AMOUR – Matisse (tema dos rebeldes)
07. ORINOCO FLOW – Enya (tema de Roland Barral)
08. ESPECIALLY FOR YOU – Kylie Minogue & Jason Donovan (tema romântico geral)
09. LIKE A CHILD – Noel (tema de locação: palácio de Avilan)
10. LET THE RIVER RUN – Carly Simon
11. TURN TURN TURN – Herrey’s (tema de Michel)
12. WHEN I FALL IN LOVE – Lil Consant
13. AMERICAN BARS – Leo Robinson
14. PATIENCE – Guns N’Roses (tema de Aline e Jean Pierre)

Gerente de produto: Toninho Paladino
Seleção de repertório: Sérgio Motta

Tema de abertura: RAP DO REI – Luni

É duro viver
Sem amor, sem poder
Sem grana, sem glória
Sem nome na história
É duro viver
Sem coroa, sem trono
Sem URP ou gatilho
Sem nada de abono

A vida é uma só
Não adianta reclamar
Quem não leva a vida
Vai ver a vida passar

Eu só quero ter da vida
O melhor que a vida tem
Um pouquinho do que é bom
Nunca fez mal a ninguém

Cada um deve cuidar
Daquilo que é seu
Só quero para mim
Tudo aquilo que é meu

Essa é a história
De um mundo sujo
De um reino sem memória
De um rei confuso
Querido rei
Perdido rei
O que é que você sabe
Que eu também não sei

Não me iludo com seu jogo
Não acredito no seu drama
Eu não entro nesta festa
Eu não faço tua cama

Eu prefiro o incerto
Do meu coração
A tristeza pede a alegria
A história revolução

Cada um deve cuidar
Daquilo que é seu
Só quero para mim
Tudo aquilo que é meu
E se não for assim
Que rei sou eu?
(Que rei sou eu?)

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