Sinopse

Miguel (Domingos Montagner) conhece e se apaixona por Lígia (Débora Bloch), porém, solitário e esquivo, se sente incapaz de se entregar a este amor. Para refugiar-se da intensidade de seus sentimentos, ele parte para uma expedição sem prazo de retorno à Antártica. Nos mares gelados, Miguel sofre um acidente e é dado como morto, enquanto Lígia, acreditando tê-lo perdido para sempre, descobre que está grávida.

Ao mesmo tempo, Júlia (Isabelle Drummond), jovem gerada via inseminação artificial, de posse do número de registro de seu doador anônimo, descobre, pela internet, que possui um meio-irmão, Pedro (Jayme Matarazzo). Os dois se esbarram ao acaso, sem saber quem são. Da breve confusão, resulta uma atração recíproca, que fará com que iniciem então um convívio marcado pelo peso deste amor aparentemente impossível.

Júlia e Pedro endereçam uma carta ao doador, o seu pai biológico, que é aberta pela mulher dele, Lígia, a esta altura supostamente viúva. Grávida de um meio-irmão dos dois, Lígia decide conhecê-los. Deste encontro, ela conhece Vicente (Ângelo Antonio), pai de criação de Pedro. Ao longo de meses de convívio, surge um envolvimento. Certa de que encontrou um companheiro e pai para seu filho, Lígia aceita se casar com Vicente.

Na Antártica, resgatado por um pesqueiro, Miguel, incapaz de lembrar-se do próprio nome ou origem, é acolhido em uma colônia de pescadores. Um ano depois, as lembranças o trazem de volta até o presente. No retorno ao Brasil, Miguel fica sabendo que Lígia está casada e seu marido é pai de criação de um de seus dois filhos biológicos, nascidos a partir de uma doação que ele fizera no passado.

Uma entrevista com Pedro e Júlia sobre a história dos meios-irmãos é publicada e um novo meio-irmão surge em cena: Bernardo (Guilherme Lobo). Carente de um referencial masculino, Bernardo recebe Pedro e Júlia com desconfiança. A pedido de sua mãe, Marlene (Cyria Coentro), o rapaz embarca para o Rio de Janeiro com os meios-irmãos. Bem recebido na casa de Pedro, Bernardo aos poucos vê nele o referencial paterno que tanto lhe faltava.

Dias depois, a mesma publicação fará com que essa família aumente: Laila (Maria Eduarda Carvalho) e Luís (Thiago Rodrigues), filhos do casal Esther (Regina Duarte) e Vivian, já falecida, contatam os irmãos. Laila e Luís têm personalidades opostas: ela é irreverente, impulsiva, incapaz de permanecer em um mesmo relacionamento, cidade ou emprego; ele é um advogado sério e responsável, que sustenta há anos um casamento desgastado.

Há ainda um sétimo filho: Felipe, criado na Argentina, por um argentino e uma brasileira. Ele está no Rio para resolver um problema de saúde. O desejado convívio entre os sete novos meios-irmãos, entretanto, logo será abalado: incapazes de controlar os sentimentos que nutrem um pelo outro, Pedro e Júlia acabam cedendo a um beijo que irá apartá-los. Profundamente culpados, chegam à conclusão de que não devem mais conviver.

Globo – 18h
de 9 de março a 11 de julho de 2015
106 capítulos

novela de Lícia Manzo
escrita por Lícia Manzo e Daniel Adjafre
colaboração de Cecília Gianetti, Dora Castellar, Marta Góes e Rodrigo Castilho
direção de Adriano Melo, Pedro Freire, Thiago Teitelroit e Bruno Martins
direção geral de Jayme Monjardim
núcleo Jayme Monjardim

Novela anterior no horário
Boogie Oogie

Novela posterior
Além do Tempo

DOMINGOS MONTAGNER – Miguel
DÉBORA BLOCH – Lígia
JAYME MATARAZZO – Pedro
ISABELLE DRUMMOND – Júlia
THIAGO RODRIGUES – Luís
MARIA EDUARDA CARVALHO – Laila
GUILHERME LOBO – Bernardo
MICHEL NOHER – Felipe
ÂNGELO ANTÔNIO – Vicente
MALU GALLI – Irene
REGINA DUARTE – Esther
LEONARDO MEDEIROS – Lauro
MARIANA LIMA – Isabel
GISELE FRÓES – Marta
LETÍCIA COLIN – Elisa
CLÁUDIA MELLO – Guida
CYRIA COENTRO – Marlene
CLÁUDIO JABORANDY – Durval
MARIA FLOR – Taís
FÁBIO HERFORD – Eriberto
FERNANDO EIRAS – Renan
WALDEREZ DE BARROS – Iara
ANDRÉ FRATESCHI – Arthurzinho
FERNANDA RODRIGUES – Virgínia
MARIA MANOELLA – Branca
BIANCA COMPARATO – Diana
FERNANDO ALVES PINTO – Caio
VANESSA GERBELLI – Marina
ELINE PORTO – Luísa
LUIZ SERRA – Aníbal
THAÍS GARAYP – Rosa
JEAN-PIERRE NOHER – Diego Viegas
LÍGIA CORTEZ – Beatriz
SELMA EGREI – Dália
SYLVIA MASSARI – Helô
SIMONE SOARES – Soraya

as crianças
MILENA MELLO – Sofia
GABRIEL PALHARES – Luca

e
ADRIANO GARIB – Antônio (trabalhou com Miguel no Instituto de Oceanografia, em Fernando de Noronha)
ALEXANDRE CIOLETTI – Antônio (filho de Lúcia)
ALEXANDRE LIUZZI – Inácio
ARY COSLOV – Carlos (marido de Lúcia)
BERNARDO BERRUEZO – Joaquim (filhinho de Lígia e Miguel)
BRUNO LAMBERG – salva-vidas na praia a quem Miguel pede ajuda quando seu filho de dois anos desaparece
CAMILA AMADO – Cida (sabe do passado de Miguel, passa a perna nele)
CAMILO BEVILACQUA – Murilo (pai biológico de Júlia)
CELSO FRATESCHI – Augusto (pai de Miguel)
CLÁUDIA NETTO – Catarina (mãe de Miguel)
CLARICE DERZIÊ LUZ – Cida (mais jovem)
CRISTINA FLORES – fotógrafa que exige que Elisa diminua seu peso
CRISTINE PERÓN – Bia (alpinista para quem Miguel deu uma carona, na Antártida)
CYNTHIA SENEK – Luzia (jovem)
EMÍLIO DE MELLO – Vinícius (colega de trabalho de Irene, com quem ela teve um caso)
FERNANDO BELO – Edgard (noivo de Júlia, no início)
GUSTAVO MACHADO – Renato (paquera de Elisa)
ISABEL TEIXEIRA – Carmem (mãe de Diana)
JESUÍTA BARBOSA – Miguel (jovem)
JONAS BLOCH – José Renato (namorado da juventude de Esther)
JU COLOMBO – Graça (empregada de Branca)
JÚLIA KONRAD – Valentina (modelo que trabalha na mesma agência que Elisa)
JULIANA CARNEIRO DA CUNHA – Lúcia Monteiro (vai dirigir uma ONG com Esther)
KARINE TELLES – fotógrafa que ajuda Elisa em seu primeiro ensaio, dando força e motivação
KELZY ECARD – ex-mulher de Durval
MARCELO ARGENTA – noivo que Nanda dá em cima, o que acaba por destruir o noivado dele
ROGÉRIO FRÓES – Eliseu (pai de Eriberto)
SILVIA LOURENÇO – Olívia (mãe do filho de Arthurzinho)
STELLA MARIA RODRIGUES – Mariinha (mulher de Renan, amiga de Marta)
SUSANA RIBEIRO – Luzia (filha de Cida)
TALITA TILIERI – Bárbara (ex-namorada de Pedro)
THIERRY TREMOUROUX – Carlos (chefe de Irene, no início)

– núcleo de MIGUEL (Domingos Montagner), oceanógrafo, homem marcado por uma tragédia em seu passado. Solitário e esquivo, faz questão de manter-se livre de laços ou amarras. Em uma expedição à Antártica, sofre um acidente e é dado como morto. É resgatado quase sem vida, incapaz de lembrar-se do próprio nome ou origem. Acolhido por uma colônia de pescadores, aos poucos vai juntando peças que o trazem de volta até o momento presente e ao Brasil. É quando descobre que tem sete filhos, seis deles gerados por inseminação artificial, devido a uma doação anônima de sêmen que fizera na juventude. Sai do exílio emocional através dos filhos biológicos que “invadiram” sua vida:
a amada LÍGIA (Débora Bloch), jornalista, se apaixonou por ele antes da partida para a Antártica. Durante o desaparecimento de Miguel, descobriu-se grávida e deu a luz a JOAQUIM (Bernardo Berruezo). Miguel não sabia da existência desse filho até seu retorno ao Brasil, quando reencontra Lígia casada com outro homem, que cria o seu filho. Lígia refez sua vida, já que acreditava que Miguel estava morto. Neste ínterim, descobriu que Miguel tem seis filhos gerados por inseminação artificial, espalhados e que não se conhecem. Reúne e acolhe com afeto os filhos biológicos de Miguel e escreve um livro sobre eles
o melhor amigo LAURO (Leonardo Medeiros), tem um casamento harmonioso, mas acomodado. Viu seu mundo desmoronar quando a esposa decidiu se separar para viver uma paixão
a mulher de Lauro, ISABEL (Mariana Lima), terapeuta de casais reconhecida por ressuscitar casamentos agonizantes, não conseguiu salvar o próprio matrimônio. Acabou se envolvendo com um paciente e se separou para viver essa paixão
a namorada MARINA (Vanessa Gerbelli), jovial e independente, leva a vida viajando e escreve para revistas e sites de turismo. Miguel a encontra em Fernando de Noronha, depois de ter retornado ao Brasil, e juntos vivem uma relação intensa, porém fugaz.

– núcleo de VICENTE (Ângelo Antônio), dono de um estúdio de gravação. Apaixonou-se por Lígia e viveu uma história de amor com ela, assumindo o filho dela com Miguel como seu. Mas pulou fora da relação quando entendeu que o coração de Lígia batia forte pelo oceanógrafo:
o filho de criação PEDRO (Jayme Matarazzo), rapaz íntegro e honesto. Conheceu Miguel em Fernando de Noronha, de quem ficou muito amigo, e acabou descobrindo que ele é seu pai biológico
a mãe IARA (Walderez de Barros), que dava preferência ao seu irmão caçula, fazendo-o sustentá-lo
o irmão ARTHURZINHO (André Frateschi), superprotegido pela mãe, não trabalha pois acredita que um dia será uma grande músico. É sustentado pelo irmão
a cunhada VIRGÍNIA (Fernanda Rodrigues), esposa de Arthurzinho que se separa dele quando descobre que ele tem um filho fora do casamento
a namorada de Pedro, TAÍS (Maria Flor), mergulhadora que conheceu em um instituto de pesquisa em Fernando de Noronha, com quem se envolveu e teve um filho, mas a relação não foi adiante
a namorada LUÍSA (Eline Porto), amiga de Taís, cantora com quem se envolveu após o fim de sua relação com Lígia.

– núcleo de IRENE (Malu Galli), irmã de Lígia, publicitária workaholic, se separa do marido porque só tem olhos para o trabalho. Por causa da carreira, adiou a maternidade. Ao repensar a vida, deseja adotar o filho de uma funcionária que está grávida:
a mãe DÁLIA (Selma Egrei), mulher com dificuldades em demonstrar afeição, tem uma relação difícil com as filhas
o ex-marido CAIO (Fernando Alves Pinto), se separaram porque ela não desejava ter filhos e só pensava em trabalho, mas ele ainda a ama
a funcionária da empresa onde trabalha DIANA (Bianca Comparato), vê desmoronarem os seus sonhos de estudar e escapar da vida sacrificada por causa de uma gravidez indesejada. Recém-saída da adolescência e sem apoio, acerta com Irene de entregá-la seu filho quando ele nascer. Porém, muda de ideia diante da maternidade, para o desespero de Irene.

– núcleo de JÚLIA (Isabelle Drummond), moça solidária e de bom coração. Ao descobrir que não é filha daquele que pensava ser seu pai, ouve da mãe que foi gerada via doação anônima de sêmen. Acredita ser filha biológica de Miguel. Conhece Pedro, também filho de Miguel, e os dois se apaixonam sem saber desse laço. Ao se saberem filhos do mesmo pai, sublimam esse amor e se separam. Ao longo da trama, Júlia descobre que na realidade não é filha de Miguel e poderá assim viver seu amor por Pedro:
a mãe MARTA (Gisele Fróes), dona de um bufê de renome. Fútil, egoísta e sem escrúpulos, não mediu esforços para enriquecer. Ao engravidar de Júlia em uma relação extraconjugal, mentiu para o marido, estéril, e fingiu ter recorrido a uma fertilização com sêmen de doador. Ficou viúva e anos depois se casou novamente, por conveniência. Consequentemente, a relação não vingou
o marido da mãe, ERIBERTO (Fabio Herford), leiloeiro, culto, gentil e refinado, ao longo da trama se separa de Marta, de gênio completamente oposto
o cliente e amigo de Marta, RENAN (Fernando Eiras), que vai se envolver com Eriberto
a sócia de Marta no buffet, HELÔ (Sylvia Massari)
o noivo de Júlia, no início, EDGARD (Fernando Belo).

– núcleo de ELISA (Leticia Colin), prima e melhor amiga de Júlia. Portadora de dislexia, trabalhou como modelo, mas abandonou a carreira após parar no hospital por conta de inibidores de apetite que tomava para emagrecer. Após o incidente, passou a investir somente na faculdade de Medicina:
a mãe GUIDA (Cláudia Mello), irmã de Marta. Dedicou seus melhores anos à criação da filha doente nunca sobrando, portanto, tempo ou recurso para que pudesse cuidar de si. Precocemente viúva, viu-se obrigada a trabalhar com a irmã, submetendo-se, deste modo, a seus abusos, até que, finalmente, conseguiu se libertar do jugo e recuperar sua dignidade e autoestima
o vizinho ANÍBAL (Luiz Serra), viúvo e recém-aposentado. Inconformado com os problemas decorrentes da velhice. Guida interessa-se por ele e, ao conquistá-lo, iniciam uma relação de afeto e companheirismo
a vizinha SORAYA (Simone Soares), mulher jovem e bonita, sensual e independente. Guida não a suporta porque Aníbal tem uma queda por ela e acha que ela corresponde, o que não é verdade
a empregada ROSA (Thais Garayp), fiel escudeira de Guida, ajudou a patroa a retomar sua autoestima e conquistar Aníbal.

– núcleo de LUÍS (Thiago Rodrigues), advogado, um tipo sério e formal. Filho de um casal de mulheres, tem uma irmã gêmea com a qual foi gerado por inseminação artificial. Cresceu em uma família amorosa, porém pouco convencional. Vivia uma relação descompassada com a mulher. Apaixonou-se por Isabel e se libertou do casamento falido, mas o namoro com a terapeuta foi efêmero. Encontrou os meios-irmãos por parte do pai biológico e criou laços de família com todos:
a mulher BRANCA (Maria Manoella), consumista, fútil, conservadora e preconceituosa. Acabaram se separando, por vontade dele, por causa da relação desgastada
a mãe de criação ESTHER (Regina Duarte), independente, libertária, recusava-se a se curvar ao preconceito e à convenção. Foi casada com Vivian, já falecida. Atuava em uma ONG para crianças com talentos especiais
a irmã gêmea LAILA (Maria Eduarda Carvalho), o oposto dele: irreverente, sedutora e instável, levava uma vida descompromissada, sempre às voltas com o homem errado e se metendo em enrascadas. Adepta do “sincericídio”, vivia se desentendendo com os meios-irmãos
os filhos pequenos: SOFIA (Milena Melo), por influência da mãe, de comportamento consumista e esnobe,
e LUCA (Gabriel Palhares), menino amável e sensível.

– núcleo de BERNARDO (Guilherme Lobo), garoto introspectivo e problemático. Descobriu os meios-irmãos por parte de seu pai biológico, Miguel, que desconhecia, e acabou formando uma nova família com eles. Apaixonou-se por Elisa, mas não foi correspondido. Não conseguia conviver com o namorado da mãe e saiu de casa para morar com Pedro, com quem desenvolveu uma forte relação já que ele supria a ausência paterna:
a mãe MARLENE (Cyria Coentro), professora de rede pública, mulher de origem humilde, trabalhadora e honesta
o namorado de Marlene, DURVAL (Cláudio Jaborandy), cujo relacionamento não deu certo pois ele era viciado em jogo. Usava o dinheiro da companheira para apostar.

– núcleo de FELIPE (Michel Noher), rapaz brasileiro, gerado via inseminação artificial, que vivia na Argentina. Teve uma doença rara no fígado que exigiu um transplante de um parente próximo e, por conta disso, acabou conhecendo seus meios-irmãos por parte de pai biológico. Foi socorrido por Miguel, que saiu do anonimato para salvar a vida do filho que não conhecia. Viveu uma paixão com Júlia quando ela e Pedro estavam separados, mas a relação não durou muito:
os pais de criação DIEGO VIEGAS (Jean-Piérre Noher), argentino, e BEATRIZ (Lígia Cortez), brasileira.

Novela curta

Trabalho da novelista Lícia Manzo e do diretor Jayme Monjardim após a elogiada A Vida da Gente (2011-2012).

Inicialmente, Sete Vidas estava prevista para estrear em 2014, no horário das 23 horas, com menos capítulos. Porém, a direção da Globo alterou o cronograma e decidiu remanejar a novela para o horário das seis, o que obrigou a autora a criar mais tramas paralelas e novos personagens, para que ficasse com mais capítulos. De qualquer maneira, Sete Vidas é considerada uma novela curta: 106 capítulos, quatro meses no ar.

Dramas universais

Sobre sua nova história, comentou Lícia Manzo em entrevista na época do lançamento da novela:
“Relações humanas, familiares, tendem a ser, desde sempre, meu principal interesse. No caso de Sete Vidas, o que me capturou foi a possibilidade de repensar a noção de família a partir de um acontecimento real: um site onde meio-irmãos gerados via doador anônimo são capazes de se encontrar. Ao assistir, por conta da pesquisa que empreendi para este projeto, ao documentário inglês Donor Unknown, que registra o encontro real de 12 meios-irmãos nos Estados Unidos, o que me mobilizou foi a disponibilidade afetiva daquele grupo de jovens até então desconhecido, com backgrounds financeiros, culturais, familiares, absolutamente diversos.”

“Podemos conversar?” – essa foi a frase mais ouvida em Sete Vidas. A trama repleta de DRs (discussões de relação) primou por um texto de alta qualidade, profundo e sutil, o grande diferencial da autora, ao retratar relações humanas com muita sensibilidade. Talvez daí se explique a legião de fãs que a produção angariou, ante personagens e dramas de fácil identificação e simbiose.

Lícia Manzo, com seu texto naturalista, se apropriou da realidade de forma folhetinesca, mas sem os maniqueísmos, exageros ou arroubos do folhetim, sem grandes vilões, apelações, correrias ou acontecimentos catárticos para chamar a atenção do público. A autora conquistou apenas pela sutileza dos diálogos e dos dramas universais vividos pelos personagens, que poderiam ser nossos amigos, parentes ou vizinhos.
Algo já percebido em A Vida da Gente, os dramas de Lícia são universais e acometem todos os gêneros, mas percebe-se um maior afinco ao retratar personagens femininas em detrimento dos masculinos, em sua maioria reconhecidos como fracos, emocionalmente imaturos e/ou dependentes.

Didática na medida certa, a novela também abordou temas espinhosos, como alienação parental e homossexualidade e preconceito – neste último exemplo, sem levantar bandeiras ou ser pretensamente panfletária.

Elenco

Elenco e direção de atores à altura do ótimo texto. Débora Bloch em uma de suas melhores interpretações na televisão.

Destaque para Fábio Herford, ao dar vida ao sensível Eriberto, um personagem muito rico que rendeu bem.

Gisele Fróes e Maria Eduarda Carvalho repetiram tipos que defenderam bem em A Vida da Gente.

Também o ótimo trabalho de Regina Duarte, Cláudia Mello, Cyria Coentro e Malu Galli.

Primeira novela do ator Guilherme Lobo.

Locações e cenografia

A Patagônia serviu de locação para as primeiras cenas da novela, em lugares como o porto Punta Bandera, Glaciar Perito Moreno, a maior geleira em extensão horizontal do mundo, e El Calafate, cidade cercada por montanhas cobertas de neve e pelas águas do Lago Argentino. O trabalho durou quase 30 dias e contou com cerca de 50 pessoas, entre elenco, produção e equipe técnica. Somando figuração e participações de elenco argentino, o set chegou a ter cerca de 80 pessoas em determinados dias. Uma tonelada de equipamentos e 34 malas com figurinos foram necessários para a realização das gravações.

Fernando de Noronha também serviu de locação para a novela.

A maior parte da trama se passou na Zona Sul do Rio de Janeiro, em bairros como Botafogo e Urca. A cidade cenográfica retratou as paisagens desses bairros, mas sem elementos que definissem quais eram exatamente.

A ONG de Miguel (Domingos Montagner) e o bufê de Marta (Gisele Fróes) foram criados na cidade cenográfica, mas a maior parte das locações eram externas. As fachadas das casas da maioria dos personagens e algumas locações, como a agência de publicidade em que Irene (Malu Galli) trabalhava e a redação de jornal de Lígia (Débora Bloch), foram criadas em ambientes reais.

Abertura

A proposta nostálgica da bela abertura – um clipe formado por várias cenas do cotidiano que reforçam o tom naturalista da trama – é acentuada pelo tratamento cromático pálido das imagens e pela clássica música-tema, “What a Wonderful World”, em uma gravação do cantor Tiago Iorc.

Trilha sonora nacional

01. CAIS – Caetano Veloso (tema de Miguel)
02. ERRÁTICA – Gal Costa (tema de Luís)
03. A SUA – Marisa Monte, Dorival Caymmi (Sampler: SAUDADE DE ITAPOAN) (tema de Marina)
04. PRA TE LEMBRAR – Luiza Possi (tema de Júlia e Pedro)
05. MEDO DE AMAR Nº 2 – Roberta Sá (tema de Lígia)
06. EPITÁFIO – Titãs (tema de Vicente)
07. PAIS E FILHOS – Legião Urbana (tema de Bernardo)
08. ALL STAR – Cássia Eller (tema de Pedro e Júlia)
09. EU E A BRISA – Wilson Simoninha (tema de Vicente e Luísa)
10. MEDO DE AMAR (VIRE ESSA FOTO DO LIVRO) – Nana Caymmi participação de Wagner Tiso (tema de Marlene e Durval)
11. LÍGIA – Chico Buarque (tema de Lígia)
12. TERRA – Paulinho Moska (tema de Miguel)
13. DEIXAR O BARCO IR – Dani Black (tema de Irene e Caio)
14. A DANÇA – Playmobile (tema de Taís)

Ainda
SORTE E AZAR – Cazuza (tema de Felipe e Júlia)

Trilha sonora internacional

01. WHAT A WONDERFUL WORLD – Tiago Iorc (tema de abertura)
02. LIKE A ROSE – Maria Gadú (tema de Júlia e Pedro)
03. FOREVER GREEN – Tom Jobim (tema de Eriberto)
04. BLOWIN´ IN THE WIND – Dan Torres (tema geral)
05. TODAY´S THE DAY – Aimee Mann (tema de Irene)
06. IN YOUR LIGHT – Jon Allen
07. DECEMBER DAYS – Tim Hanauer
08. MON COEUR N´EST PLUS DOUX – Tó Brandileone (tema de Laila)
09. A´OS – Irene Atienza (participação de Marcus Viana) (tema de Ester)
10. FATHER AND SON – Cadu Valle (tema geral)
11. DOIN´ GREAT – Emi Meyer
12. NIGHT AND DAY – Jon Allen
13. LONG LONG TIME – Maria Gadú
14. NOBODY KNOWS – Dan Sultan
15. QUIET ONE – Big Little Lions
16. RECKONER – Vitamin String Quartet (instrumental)
17. NA PRIMEIRA MANHÃ – Mônica Salmaso (faixa bônus)

Trilha sonora instrumental: música original de Alexandre Guerra

01. O TEMPO E O MAR
02. EM ALGUM LUGAR AO VENTO
03. CAMINHOS DISTANTES
04. ONDE QUER QUE ESTEJA…
05. IMENSIDÃO BRANCA
06. SOLIDÃO NO IMENSO
07. UMA LEMBRANÇA AO SUL
08. ADÁGIO BOREAL
09. ESPELHO D´ÁGUA

Tema de abertura: WHAT A WONDERFUL WORLD – Tiago Iorc

I see trees of green, red roses too
I watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world

I see skies of blue and clouds of white
And the bright sunny days, I like the night
And I think to myself
What a wonderful world

The colors of the rainbow, so pretty in the skies
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands saying
How do you do?
They’re really saying
I, I love you

I hear babies crying, I watch them grow
They’ll learn much more than you’ll know
And I think to myself
What a wonderful world

The colors of the rainbow, so pretty in the skies
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands saying
How do you do?
They’re really saying
I, I love you
I love you

I hear babies crying, I watch them grow
They’ll learn much more than you’ll know
And I think to myself
What a wonderful world…

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