Sinopse

Infeliz no casamento, Raquel decide se separar do marido, o empresário Virgílio, no dia do aniversário de quinze anos da filha do casal, Clara. Disposta a dar uma virada em sua vida, ela se muda com Clara de Petrópolis para o Rio de Janeiro, passando a morar na casa da mãe, Laura, em Ipanema. Ali, se apaixona pelo charmoso, mas rude, Heitor, dono de uma oficina mecânica. Ele mora com a irmã, Irene, em um sobrado antigo. Heitor é o típico carioca que gosta de viver a noite e que se negou até então a um compromisso amoroso maior. Porém, acaba arrebatado por Raquel.

Após tantos anos de casamento, Raquel tem dificuldades para se entregar ao novo relacionamento, mas Heitor a conquista. O casal vive um intenso romance, que não conta com o apoio da mãe e dos amigos de Raquel por causa da diferença de classe social entre os dois. Entretanto, apaixonada, ela se muda para o sobrado do mecânico. Clara sofre com a separação dos pais e fica muito dividida, especialmente por ter que se afastar do convívio com o pai, a quem é muito ligada. Virgílio não aceita a separação, cercando Raquel de todas as maneiras e dizendo a todos que ainda a ama.

Acompanhando a trajetória dos dois está o surdo-mudo Abel, um jovem divertido, sensível e inteligente. Porém, as pessoas sabem muito pouco sobre ele. Por trás de tanta simpatia e carisma, Abel esconde suas tristezas e está à procura dos pais e de sua verdadeira identidade. Sem família, ele se emprega na oficina de Heitor e passa a morar no sobrado. Por causa da proximidade com Abel, Raquel encontra uma oportunidade de dar aulas para uma turma de deficientes auditivos no instituto onde ele estuda. Ao longo da trama, Abel desperta o amor de Clara e da aeromoça Olívia.

Globo – 20h
de 11 de outubro de 1982
a 19 de março de 1983
137 capítulos

novela de Manoel Carlos
escrita por Manoel Carlos, Lauro César Muniz, Gianfrancesco Guarnieri e Paulo Figueiredo
direção de Roberto Talma, Jorge Fernando e Guel Arraes
direção geral de Roberto Talma

Novela anterior no horário
Sétimo Sentido

Novela posterior
reprise de O Casarão

Novela inédita posterior
Louco Amor

JARDEL FILHO – Heitor
IRENE RAVACHE – Raquel
TONY RAMOS – Abel
DÉBORA BLOCH – Clara
BEATRIZ SEGALL – Laura
GIANFRANCESCO GUARNIERI – Caetano
YARA AMARAL – Sofia
CECIL THIRÉ – Virgílio
PAULO FIGUEIREDO – Horácio
CARLA CAMURATTI – Olívia
MÁRIO GOMES – Miguel
MIGUEL FALABELLA – Romeu
CARLOS KROEBER – Hilário
HELBER RANGEL – Germano
ISABEL RIBEIRO – Flora
BEATRIZ LYRA – Irene
TÂNIA SCHER – Lola
NELSON XAVIER – Zito (Juvenal Arruda)
CAMILA AMADO – Noêmia
ÍSIS DE OLIVEIRA – Beatriz
MÁRCIA RODRIGUES – Geni
IVAN MESQUITA – Gilberto
MÔNICA TORRES – Mônica
EDSON SILVA – Gaspar
GÉSIO AMADEU – Pedrinho
MARIA ALVES – Matilde
DUSE NACARATTI – Madalena
MARIA HELENA PADER – Irmã Luzia
THEREZA MASCARENHAS – Zezé

as crianças
MONIQUE CURI – Glorinha
OBERDAN JÚNIOR – Rogério

e
ADELAIDE PALETTE (ADELAIDE CONCEIÇÃO)
ALCIONE MAZZEO
ANA MARIA SAGRES – Irmã Alzira (professora do colégio)
BETH WAINBERG
ISABELA GARCIA – Simone (amiga de Glorinha)
JOSÉ PRATA (PRATINHA) – Pelé (entregador da floricultura)
MANOEL ELIZIÁRIO – José (caseiro na casa de Raquel e Virgílio em Petrópolis)
MARISE CIGANI – Vera (empregada da casa de Raquel e Virgílio em Petrópolis)
NELSON WAGNER – Amadeu (motorista de Hilário)
NORMA GERALDY
WALDYR SANTANNA – maquinista que destrói a praça de Abel
ZÉLIA TOLEDO – Zenaide (funcionária do instituto onde trabalha Horácio)
Franco (fotógrafo namorado de Geni)

– núcleo de ABEL (Tony Ramos), surdo-mudo, divertido, inteligente e sensível, usa de todos os meios para se comunicar. Esconde suas tristezas e dores com aparente felicidade. Aos oito anos de idade, teve meningite e ficou surdo. Aos dezoito anos, seu pai, acusado de um crime, fugiu para não ser preso e ele nunca mais teve notícias. Abel desconhece a identidade da mãe. Frequenta uma escola especializada e vai trabalhar em uma oficina mecânica, aproveitando sua habilidade para consertar coisas:
o pai CAETANO (Gianfrancesco Guarnieri), que surge no meio da trama. Um tipo meio malandro. Fora acusado de curandeirismo e fugiu para não ser preso, abandonando o filho.

– núcleo de HEITOR (Jardel Filho), homem maduro, meio grosseirão, mas muito charmoso. Descendente de holandeses, sonha com a terra natal. Dono de uma oficina mecânica, mora num sobrado do início do século. O típico carioca que gosta de viver a noite e que se negou até então a um compromisso amoroso maior. Faz uma grande amizade com Abel quando o conhece, levando-o para morar consigo e dando-lhe um emprego em sua oficina:
a irmã IRENE (Beatriz Lyra), cuida do sobrado, das despesas da casa e do irmão, com muito bom humor
a namorada esporádica LOLA (Tânia Scher), amiga de Irene. Completamente apaixonada, sofre por ele não ter a intenção de um compromisso firme
os mecânicos que trabalham para ele PEDRINHO (Gésio Amadeu) e GASPAR (Edson Silva)
a mulher de Pedrinho, MATILDE (Maria Alves), vizinha do sobrado, amiga de Irene.

– núcleo de RAQUEL (Irene Ravache), professora, formou-se após se casar e nunca exerceu a profissão. Casou sem amor. Decidiu se separar no dia do aniversário de quinze anos da filha. Foi embora de Petrópolis para a casa da mãe, no Rio. Conhece Heitor, por quem se apaixona, e os dois vão viver um intenso romance. Vai dar aulas no instituto onde Abel estuda:
a filha CLARA (Débora Bloch), muito ligada ao pai, sofre com a separação. Acompanha a mãe no Rio de Janeiro. Não aceita a união dela com Heitor. Vai se apaixonar por Abel
a mãe LAURA (Beatriz Segall), viúva, inteligente e apegada às tradições. Critica a separação da filha. Não simpatiza com Heitor quando o conhece, mantendo com ele uma relação de amor e ódio
o ex-marido VIRGÍLIO (Cecil Thiré), diretor de uma malharia em Petrópolis, é um homem formal, que quer manter o casamento a todo preço. Faz de tudo para evitar a separação
GILBERTO (Ivan Mesquita), cinquentão boa pinta, charmoso. Surge no meio da trama e desperta o amor de Laura
a empregada no apartamento de Laura, MADALENA (Duse Nacaratti)
a empregada na casa de Virgílio em Petrópolis VERA (Marise Cigani).

– núcleo de SOFIA (Yara Amaral), mulher rica e entendiada, tem como distração olhar a praia de binóculo, de sua cobertura. No passado, já casada, tivera um caso com Caetano. Ao longo da trama, descobre-se que é a mãe de Abel, que ele não conhecia. Sofia achava que ele tivesse nascido morto. Na verdade, o bebê fora entregue pelo marido de Sofia a Caetano, que prometeu sumir com a criança diante de um bom pagamento:
o marido HILÁRIO (Carlos Kroeber), médico, pagou para Caetano sumir com Abel quando ele nasceu. Homem rico, é proprietário de imóveis e dono do terreno onde está localizado o sobrado de Heitor
os filhos: MIGUEL (Mário Gomes), bonito e esportista. Trancou a faculdade de Medicina e passa o dia na praia ou voando de ultraleve, gerando atrito com o pai. Alegre e bem humorado, leva a vida numa boa,
e ROMEU (Miguel Falabella), o oposto do irmão. Sério, responsável e compenetrado nos estudos, cursa Medicina, como o pai sempre desejou. Rivaliza com o irmão, de quem, no fundo, sente inveja
a namorada de Romeu, MÔNICA (Mônica Torres), colega da faculdade
o motorista AMADEU (Nelson Wagner).

– núcleo de HORÁCIO (Paulo Figueiredo), professor em um instituto para deficientes auditivos, mora no mesmo prédio de Laura. É quem encaminha Abel para trabalhar com Heitor. Desquitado, hesita entre a vida independente e os compromissos com a filha adolescente. Apaixona-se por Raquel gerando muitos ciúmes em Heitor:
a filha adolescente GLORINHA (Monique Curi), está sempre demandando a sua atenção e presença
a ex-mulher GENI (Márcia Rodrigues), atriz sem grande expressão, vive de trabalhos como modelo. Tem alguns conflitos com o ex-marido. Visita a filha com certa frequência
o namorado de Geni, FRANCO, fotógrafo
a funcionária do instituto ZENAIDE (Zélia Toledo)
a amiga de Glorinha, SIMONE (Isabela Garcia)
IRMÃ LUZIA (Maria Helena Pader), freira no colégio onde Glorinha e Simone estudam.

– núcleo de GERMANO (Helber Rangel), irmão mais novo de Virgílio. Tem uma floricultura e é dominado pela mulher:
a mulher FLORA (Isabel Ribeiro), amiga de Raquel. Inteligente e ambiciosa, tem paixão por dinheiro e inveja o sucesso de Virgílio
o filho pequeno ROGÉRIO (Oberdan Jr.), menino prodígio, o que lhe confere encanto e, ao mesmo tempo, certa antipatia. Amigo de Glorinha e Simone
a funcionária da floricultura ZEZÉ (Thereza Mascarenhas).

– núcleo do prédio em Ipanema onde moram Horácio e Laura, para onde Raquel se muda no início da trama:
a aeromoça OLÍVIA (Carla Camuratti), divide o apartamento com uma amiga. Romântica, é assediada por Miguel, mas apaixona-se por Abel e disputa ele com Clara
a amiga de Olívia, BEATRIZ (Ísis de Oliveira), também aeromoça. Independente, não se prende a namoros. Dá em cima de Miguel
o porteiro ZITO (Nelson Xavier), também se relaciona com os moradores do sobrado, onde costuma almoçar, jogar pôquer e beber, às vezes além da conta
a mulher de Zito, NOÊMIA (Camilla Amado), leviana, dá em cima de Heitor, o que gera muitas confusões com o marido ciumento.

Novela para Jardel

A história do surdo-mudo Abel, vivido por Tony Ramos, servia de sustentação para uma proposta ousada para a época: a mulher que quebra com os vínculos do casamento para seguir seus próprios sentimentos – no caso, a personagem Raquel, de Irene Ravache.

No entanto, Manoel Carlos fez a novela para o amigo Jardel Filho, cujo personagem Heitor formava a tríplice de protagonistas com Raquel e Abel. Jardel participou da sinopse, da ideia inicial da novela, conforme depoimento de Maneco ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo” (de André Bernardo e Cíntia Lopes).

Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia” (do Projeto Memória Globo), Maneco contou:
Sol de Verão nasceu em um réveillon, durante um café da manhã no hotel Ceaser Park, no Rio de Janeiro, com Jardel Filho, muito amigo meu, para quem eu estava escrevendo um espetáculo de teatro. Comecei a querer fazer uma novela para ele e escrevi Sol de Verão.”

O primeiro título pensado para a novela foi Um Amor de Verão. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

A morte de Jardel

Em outubro de 1982, as chamadas de estreia anunciavam: “Este ano, o verão começa mais cedo. E ninguém será o mesmo depois dele!”.

E de fato não foi. Lamentavelmente, Sol de Verão culminou com a morte de Jardel Filho, quatro meses após a estreia. O ator, então com 54 anos, sofreu um ataque cardíaco fulminante em 19/02/1983, no sábado após o carnaval. Sua morte gerou uma comoção nacional e abalou a todos da novela: autor, diretores, elenco e equipes técnica e de produção. Após ter ido ao ar o último capítulo gravado com Jardel, o elenco apareceu em off dando depoimentos em homenagem ao colega de elenco.

Sol de Verão terminou com uma cena de Jardel Filho e Irene Ravache. Com imagem congelada, surgiu na tela a seguinte mensagem, narrada em off por Irene:
“Uma ideia não morre! É uma semente que germina despertando novas ideias. A bandeira de Heitor está em nossas mãos!”

Outros casos notórios de morte de atores durante as novelas: Amilton Fernandes em Sangue e Areia (1968); Sérgio Cardoso em O Primeiro Amor (1972); Otelo Zeloni em O Conde Zebra (1973); Daniella Perez, assassinada em 1992, enquanto atuava em De Corpo e Alma; Umberto Magnani e Domingos Montagner em Velho Chico (2016), e outros.

Saída de Maneco

Com a morte do protagonista, a Globo decidiu encurtar Sol de Verão. Porém, precisava de um tempo pois a atração seguinte – Louco Amor, de Gilberto Braga – não havia sequer entrado em pré-produção. Manoel Carlos alegou que não conseguiria levar a trama adiante por muito tempo sem o personagem de Jardel Filho. Então pediu para sair.

Ao livro “Autores, Histórias da Teledramaturgia”, o autor declarou:
“Quando Jardel morreu, evidente que fiquei muito abalado (…) A Globo estava preocupadíssima com o que fazer com a novela. Sugeri que se assumisse a morte dele na trama, porque o Brasil inteiro sabia que o Jardel havia morrido. Era uma tristeza nacional. Nós faríamos mais 15, 16 capítulos e encerraríamos a novela. (…) Boni me mandou um comunicado dizendo que não daria para ser apenas 15, 16 capítulos, porque a próxima novela não estava pronta. Eu precisaria continuar a escrever os capítulos enquanto preparavam a novela seguinte. Eu discordei e não quis fazer, pedi que dessem a tarefa a outro autor.”

Depois de Sol de Verão, com mais de dez anos de serviços prestados à Globo, Manoel Carlos não renovou contrato com a emissora, permanecendo nove anos afastado. Só retornou em 1991, para escrever a novela Felicidade, e não desligou-se mais.

O afastamento de Maneco da Globo nada tem a ver com Sol de Verão ou com a morte de Jardel Filho, conforme explicou o autor ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”:
“Não foi por causa do episódio do Jardel, mas por causa de um texto que escrevi na revista Veja, falando sobre o comportamento inadequado de um dos diretores da Globo. Isso causou mal-estar na empresa e, quando o meu contrato venceu, não foi renovado, por decisão de ambas as partes. Já não havia clima para continuar lá. Mas, a prova de que foi uma situação circunstancial é que fui chamado a voltar e voltei, em 1991.”

Término tumultuado e tapa-buraco

Com a desistência de Manoel Carlos, Lauro César Muniz foi acionado e finalizou a novela. Como ele não acompanhava a trama, teve a colaboração de Gianfrancesco Guarnieri e Paulo Figueiredo, atores do elenco.

O término de Sol de Verão foi tumultuado. Os textos chegavam em cima da hora e as cenas eram gravadas pouco tempo antes de serem exibidas. Lauro César Muniz revelou ao livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”:
“Eu escrevia o capítulo hoje, que seria gravado amanhã e exibido depois de amanhã. A distância entre o que eu escrevia e o que ia ao ar era mínima. A novela tinha uma frente de apenas um capítulo.”

Diante das dificuldades, a Globo optou por manter a ideia de Manoel Carlos, mesmo sem ele: Sol de Verão terminou em dezessete capítulos (três semanas), tendo seu fim antecipado em dois meses. Na sequência, a emissora reprisou, como tapa-buraco, a novela O Casarão (de 1976), de Lauro César Muniz, em forma compacta (18 capítulos), para que Louco Amor pudesse estrear em tempo hábil.

A reprise de O Casarão derrubou a audiência da Globo. A TV Bandeirantes aproveitou então para estrelar, com grande alarde, sua nova novela, no mesmo horário, Sabor de Mel, de Jorge Andrade, com muitos profissionais da Globo, inclusive o diretor Roberto Talma, de Sol de Verão. Enquanto O Casarão esteve no ar, a nova atração da Band se deu bem. Porém, com a estreia de Louco Amor, a Globo voltou a liderar a audiência com larga vantagem.

Elenco

Manoel Carlos não criou em Sol de Verão uma protagonista chamada Helena, praxe em suas novelas. De acordo com o autor (no livro “A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo”), a única personagem com perfil de Helena seria a de Isabel Ribeiro, mas ela era de uma trama paralela. Assim, Maneco manteve a protagonista com o nome Raquel (Irene Ravache) e batizou a personagem de Isabel Ribeiro de Flora.
“Inicialmente, Raquel seria Helena, mas eu achei que a personagem Flora tinha mais características que eu queria dar a uma Helena. Acabei mudando isso também, já que Flora era uma personagem circunstancial, sem o peso que eu queria. E, assim, mudando várias vezes de ideia, acabei deixando a novela sem uma Helena.”

Destaque para o sensível trabalho de Tony Ramos como Abel, o surdo-mudo.
Nas escolas, as crianças passaram a reproduzir a linguagem dos surdos-mudos. O alfabeto dos sinais começou a ser distribuído nas ruas das grandes cidades.

Retorno de Irene Ravache às novelas da Globo após um hiato de 16 anos (a última havia sido Eu Compro Esta Mulher, em 1966). E de Nelson Xavier, afastado das novelas da Globo há 14 anos (a última foi Sangue e Areia, em 1968) e de Gésio Amadeu, há 12 anos (a última foi A Cabana do Pai Tomás, em 1970).

Por seu trabalho em Sol de Verão, Irene Ravache foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor atriz de 1982 (juntamente com Marília Pêra, pela minissérie Quem Ama Não Mata, Tânia Alves, pela minissérie Lampião e Maria Bonita, e Cleyde Yáconis, pela novela Ninho da Serpente).
Débora Bloch – também de Sol de Verão – levou o prêmio de atriz revelação do ano.
Irene Ravache foi ainda premiada com o Troféu Imprensa de melhor atriz de 1982.

Primeira novela da atriz Duse Nacaratti e dos atores Helber Rangel e Miguel Falabella – que, erroneamente, tinha seu sobrenome grafado como “Faiabella” nos créditos da abertura.

Cenografia

A equipe de cenografia da novela, sob o comando de Raul Travassos, construiu em alvenaria, em plena cidade do Rio de Janeiro, todos os ambientes necessários às gravações das cenas externas.

A produção construiu no bairro do Flamengo o conjunto composto pelo sobrado de Heitor, o prédio onde morava Raquel e um terreno baldio. (Site Memória Globo)

Abertura e trilha sonora

A abertura da novela lançou itens de moda-praia para o verão de 1983. Gravada em estúdio, exibia moças de maiôs e biquínis, rapazes de sunga, viseiras, óculos, relógios, bijuterias e acessórios de cores berrantes, em corpos morenos besuntados de óleo. Até uma loção bronzeadora que levava o nome da novela (do fabricante Davene) foi lançada comercialmente.

O verão, bem como os elementos que marcam a estação, como a sensualidade, o calor e a praia, foram representados por meio de closes nos corpos bronzeados, brilhantes e molhados. O fundo azul contrastava com a coleção de cores quentes, presentes tanto nos corpos quanto nos trajes de banho e demais acessórios típicos. Aliado às poses e aos movimentos marcados dos modelos, as cores e a fotografia conferiam um aspecto estilizado ao vídeo, lembrando um elegante e sensual editorial de moda-praia produzido em estúdio. (André Luiz Sens, blog Televisual)

Uma marca de sorvete foi o caso único de merchandising estampado em capas de trilhas de novelas. O LP internacional de Sol de Verão exibia uma moça com o sorvete Sem Nome.

Trilha Sonora Nacional

01. VOCÊ NÃO SOUBE ME AMAR – Blitz
02. MUITO ESTRANHO – Dalto (tema de Abel e Clara)
03. BILHETE – Fafá de Belém (tema de Raquel)
04. TEMPO QUENTE – Ricardo Graça Mello
05. TEMPOS MODERNOS – Lulu Santos (tema de Abel)
06. QUESTÃO DE TEMPO – Nara Leão (tema e Glorinha)
07. TÔ QUE TÔ – Simone (tema de abertura)
08. ESFINGE – Djavan
09. O MELHOR VAI COMEÇAR – Guilherme Arantes
10. TENDÊNCIA – Beth Carvalho (tema de Heitor)
11. TAL QUAL EU SOU – Lucinha Araújo (participação especial Vital Lima)
12. COISAS DE CASAL – Rádio Táxi (tema de Raquel e Virgílio)
13. SÓ O TEMPO – Paulinho da Viola (tema de Raquel e Heitor)
14. SUMIDA – Wando

Sonoplastia: Guerra Peixe Filho
Produção musical: Guto Graça Mello

Trilha Sonora Internacional

01. BABY I NEED YOUR LOVIN’ – Carl Carlton (tema de locação: Rio de Janeiro)
02. DON’T LOOK BACK – The Korgis (tema de Raquel)
03. ÊTRE – Charles Aznavour (tema de Laura)
04. I DON’T WANNA DANCE – Eddy Grant (tema de locação: Rio de Janeiro)
05. HARD TO SAY I’M SORRY – Chicago (tema de Clara e Abel)
06. WOT? – Captain Sensible
07. HYPNOS – Future World Orchestra (tema romântico geral)
08. SITUATION – Yazoo (tema de locação: Rio de Janeiro)
09. SAVE A PRAYER – Duran Duran (tema de Miguel)
10. VOYEUR – Kim Carnes
11. LOVE LEADS TO MADNESS – Nazareth
12. LOVE AND MY BEST FRIEND – Janet Jackson (tema de Olívia)
13. DO THAT TO ME ONE MORE TIME – Latimore
14. FALLIN’ LOVE – Sunset (tema de Abel)

Supervisão musical: Sérgio Motta

Tema de Abertura: TÔ QUE TÔ – Simone

Vem cá de qualquer maneira
Balança minha roseira
Me bate de brincadeira
Me chama de traiçoeira
Me tranca na geladeira
Apaga minha fogueira
Me promete qualquer besteira
Que eu fico toda faceira
Tortura essa brasileira
Me arranha com a pulseira
Me enforca na trepadeira
Pendura minha chuteira
Menino, mas que zoeira!
Cadê meu advogado?

Eu tô que tô, eu tô que tô
La luz a la media boca
Besame mucho loca
Não, isso não…
Me dá coceira…

Vem cá minha compoteira
Balança essa pasmaceira
Me bate com a cabideira
Me chama de lavadeira
Não grita, não dá bandeira
Periga marcar bobeira
Quebrei o pé da cadeira
Cuidado com a cristaleira
Segura, me deu gagueira
Eu juro que é verdadeira
Disfarça e chama a enfermeira
Tá dando uma tremedeira
Mamãe, viva o Zé Pereira!
Cadê meu advogado?

Eu tô que tô, eu tô que tô…

Veja também

  • aguaviva

Água Viva

  • bailacomigo_logo

Baila Comigo

  • joana_logo

Joana

  • viveravida84_logo

Viver a Vida (1984)