Tudo O Que É Sólido Pode Derreter

Baseada em curta

Série juvenil apresentada às sextas-feiras, dentro do projeto Direções, por um novo rumo na teledramaturgia, da TV Cultura, em sua terceira edição.

Produzida pela Ioiô Filmes em parceria com a TV Cultura, a série era derivada do premiado curta-metragem de mesmo nome, dirigido por Rafael Gomes, que adaptou a trama para uma construção dramatúrgica em capítulos.

O curta-metragem Tudo O Que É Sólido Pode Derreter foi uma porta de entrada para o universo shakespeariano. Contando a história de uma garota de 15 anos que tem de estudar a peça Hamlet, de Shakespeare, justamente em uma fase em que sua vida está em crise, o filme coloca em uma mesma mistura, entre outros, a solidão e a angústia características da adolescência, a vida escolar e a dor da perda de um parente querido – tudo permeado pela descoberta de um clássico da literatura universal.

Assim, o curta acompanhou a jornada de iniciação artística de uma garota inteligente e de vibrante vida interior. Conforme começava a compreender as inquietações do príncipe Hamlet, a protagonista passava a compartilhar suas dores e, a partir delas, aprendia a se fortalecer para a vida.

Filme x série

Tudo O Que É Sólido Pode Derreter, o filme, mostrava como Hamlet podia dialogar com o público jovem da atualidade, traçando paralelos entre livro e vida e construindo uma crônica juvenil delicada e divertida, que mesclava humor e drama para abordar o tema da transição para a idade adulta.

Tudo o Que É Sólido Pode Derreter, a série, visava adaptar essa premissa para uma construção dramatúrgica em capítulos. Tinha a mesma jovem do filme como personagem fixa, descobrindo e envolvendo-se, a cada episódio, com uma obra importante da literatura de língua portuguesa, fosse ela um romance, uma peça de teatro ou um poema.

Durante cada um dos 13 episódios, acompanhou-se a aproximação da adolescente à obra em questão, traçando paralelos lúdicos e sentimentais. Foram exploradas as possibilidades cênicas e dramáticas do encontro entre a realidade juvenil retratada e o vasto mundo ficcional presente na obra literária.

A série buscava equilibrar um tom realista, de observação das dores e alegrias da personagem adolescente, e o lado fantasioso de encontro entre a vida real urbana com todo um universo ficcional distinto, que possibilitava à mente jovem ousados voos associativos e imaginativos. Possuía um ponto de vista bastante subjetivo. O espectador era sempre guiado pelo olhar da protagonista e a costura entre seu cotidiano e a obra por ela estudada se dava por meio do seu mundo e de seus sentimentos.