Sinopse

A cidadezinha de Feira das Almas é testemunha do drama da família Paixão, em que o patriarca, Lourenço, por motivos de amor e dinheiro, vive em conflito com seu filho mais velho, Dimas, envolvendo nos problemas os filhos mais moços, Ivan e Lico, bem como o filho bastardo, Zé Maria, e duas mulheres: Catarina, ex-noiva de Dimas e amada de Ivan, e Sônia, que Lourenço disputa com Dimas.

No passado, Lourenço casou-se com Adelaide e nasceu Dimas. Depois de muitas brigas, Adelaide abandonou o marido e em pouco tempo morreu. Lourenço, então, casou-se pela segunda vez, com Sofia, e, no dia do casamento, uma mulher abandonou à sua porta um menino recém-nascido, seu filho bastardo, criado pelos empregados e tratado como doente mental: Zé Maria.

Do casamento com Sofia nasceram Ivan e Lico, este nascido quando ela já não mais suportava a vida com o marido. Lico foi encaminhado para a vida eclesiástica e tornou-se seminarista. Logo depois, Sofia também morreu. Já velho, o patriarca apaixonou-se por Sônia, que trabalhava como garçonete no bar da alegre Mercedes. Porém, Sônia já era a amada de seu filho Dimas.

Os problemas culminam com o assassinato de Lourenço Paixão por um dos filhos. A culpa recai sobre o suspeito mais lógico, Dimas, que luta para provar sua inocência. Ele vai preso, pois não há provas suficientes para inocentá-lo. Enquanto isso, o fantasma do velho Lourenço atormenta Zé Maria, que se consome por sentimento de culpa. Ao final, Zé Maria comete suicídio.

Tupi – 20h
de 4 de outubro de 1976
a 30 de abril de 1977
178 capítulos

novela de Renata Pallottini
escrita por Renata Pallottini e Carlos Queiróz Telles
baseada no romance “Os Irmãos Karamazov”, de Fiódor Dostoiévski
direção de Edison Braga e Álvaro Fugulin
direção geral de Edison Braga

Novela anterior no horário
Xeque-Mate

Novela posterior
Um Sol Maior

CARLOS AUGUSTO STRAZZER – narrador

CARLOS ZARA – Dimas Paixão
EVA WILMA – Sônia Maria de Jesus
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Lourenço Paixão
ADRIANO REYS – Ivan Paixão
TONY RAMOS – Lico (Aleixo Paixão)
EWERTON DE CASTRO – Zé Maria (José Maria da Conceição)
ELAINE CRISTINA – Catarina Azeredo
WANDA STEFÂNIA – Elisa Azeredo Porto
CLEYDE YÁCONIS – Mercedes (Maria de Las Mercedes Rodriguez Hernández)
LÉLIA ABRAMO – Felícia
HENRIQUE MARTINS – Paulino Lisboa
EDGARD FRANCO – Gilberto Olinto
DANTE RUI – Maximino Prates
MARIA LUIZA CASTELLI – Quiarela
CARMINHA BRANDÃO – Carlota Azeredo Porto
SÍLVIO ROCHA – Frei Zózimo
LOURDES DE MORAES – Mariola (Maria Aparecida Santos)
GÉSIO AMADEU – Gregório Amparo
CHICA LOPES – Elvira Amparo
DAVID NETO – Delegado Nicanor
ELIAS GLEIZER – Dr. Ernesto Alemão
OSWALDO CAMPOZANA – Ricardo Ruiz
CAZARRÉ – Humberto
JACQUES LAGOA – Timóteo
SILVIO FRANCISCO – Mesquitinha
EDUARDO ABBAS – Anselmo
LAERTE MORRONE – Frei Pontes
ROGÉRIO MÁRCICO – Frei Carlos
ABRAHÃO FARC – Procópio Piloto
CARLOS EDUARDO (KADU MOLITERNO) – André Melo
HAROLDO BOTTA – Joca
MÁRCIO DE LUCCA – Marco Antônio
ELZA MARIA – Elza
MARCOS CÂMARA – Maneco
DIRCEU GOMES – Edu
ALFREDO FARAH – Egídio
MARILDE BELLO – Fafá
SÔNIA DUBOVISCK – Ritinha
THYANNA PERKLE – Rosa Maria
LÚCIA LEMOS – Lucinha
ROSELI SIQUEIRA – Roseli
LUSINETE VICENTE – Lu

e
ANTÔNIO PETRIN – Pedro Marques (irmão de Adelaide)
DENISE DEL VECCHIO – Sofia (segunda mulher de Lourenço)
EDNEY GIOVENAZZI
FLÁVIO GALVÃO
GENÉSIO ARRUDA
GERALDO CUNHA – Barreto
HENRICÃO – Sebastião
JONAS MELLO – Promotor Hipólito Mascarenhas
JOSÉ POLICENA
LÚCIA H. GARÓFALO
LUÍS CARLOS DE MORAES – Dr. Veridiano
MARIA APARECIDA OLIVEIRA
MIRO FERRI – Délcio Farina
NÉA SIMÕES – Sinhá Botelho (tia de Sofia)
OSMAR DI PIERI – Dionísio (farmacêutico de Feira das Almas)
PAULO ILDEFONSO
RENATO RESTIER – advogado de defesa
RUBENS TEIXEIRA – Francisco Azeredo (pai de Catarina)
RUTHINÉIA DE MORAES – Adelaide (primeira mulher de Lourenço)
SEVERINO SILVA – Severino (dono do boteco de Feira das Almas)
TÂNIA REGINA – Bárbara
ZANONI FERRITE – Dr. Carvalhosa

Inspiração

Pretensioso projeto da TV Tupi de adaptar em formato de telenovela o complexo romance “Os Irmãos Karamazov”, clássico de Dostoiévski lançado em 1880. Conservada a espinha dorsal, algumas situações foram criadas e outras alteradas. Da Rússia, a trama foi transportada para uma pequena cidade do interior de São Paulo, a fictícia Feira das Almas, no período que se estende de 1949 a 1976. (*)

Feira das Almas foi o primeiro título pensado para a novela.

Por seu trabalho em O Julgamento, Renata Pallottini foi premiada em 1976 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) como revelação de roteirista.

Fracasso de audiência

O trabalho de criação e os primeiros capítulos mostraram que a dupla havia acertado. Porém, o esquema pressupunha um número limitado de capítulos (100), que foi sendo ampliado pela desorganização que reinava na emissora à época.

Inevitavelmente o conteúdo foi se esvaziando. Arrastando-se indefinidamente, a novela resultou em um fracasso de audiência, que teve ainda um inconveniente: o grande mistério da novela era saber quem matou Lourenço Paixão (Cláudio Corrêa e Castro). A Globo exibiu o filme, Os Irmãos Karamazov (1958), de Richard Brooks, destronando o único suspeito que a história tinha para revelar. (“Memória da Telenovela Brasileira”, Ismael Fernandes)

Elenco

A novela contou com um narrador, vivido por Carlos Augusto Strazzer, um personagem em aberto que narrava, com voz pausada e segura, os principais fatos que se ligavam à história. Uma alusão ao próprio Dostoiévski, fazendo com que o telespectador melhor entendesse os acontecimentos da trama. (*)

Primeira novela da atriz Lourdes de Moraes e do ator Márcio de Lucca.

Locações e trilha sonora

A fictícia cidade de Feira das Almas era ambientada em Araçariguama, bairro de São Roque, a 58 quilômetros do centro de São Paulo. (*)

Primeira novela da Tupi cuja trilha sonora foi lançada pela sua gravadora própria, a Gravações Tupi Associadas.

E mais

A reprise de O Julgamento chegou a ser anunciada pouco antes da TV Tupi encerrar suas atividades (em 18/07/1980), mas não aconteceu.

(*) “De Noite Tem… Um Show de Teledramaturgia na TV Pioneira”, Mauro Gianfrancesco e Eurico Neiva.

01. LE BONHEUR – Clarie Chevalier (tema de Sônia)
02. LONELINESS – Francis Goya
03. A THOUSAND VOICES – Phil Trim (tema de Lico)
04. BRIVIDO – Mersia
05. THE KISS – Steven Shlacks
06. E ELE DISSE – Daniel
07. KITTY – Steven Shlacks
08. CONTIGO APRENDI – Armando Mazanero (tema de Mercedes)
09. GALOPE – MPB 4 (tema de abertura)
10. QUIERO (LOVE LESS TIME) – Glen Wood
11. VEN (I’M A LOST)- Barry Man
12. ENAMORADOS (MY SWEETHEART) – The Mystics

Tema de abertura: GALOPE – MPB4

O galope só é bom quando é à beira-mar
O galope só é bom quando se pode amar
Esse mote só é bom se bem livre de cantar
Falar em morte só é bom quando é pra banda de lá

Eh, sacode a poeira!
Embalanço, embalanço, embalanço, embalançá

Casa de ferreiro, espeto é de pau
Quem não engole espinha nunca vai se dar mal
Quem não dança minha dança, melhor nem chegar
Se puxou do punhal, ah, tem que sangrar
Eh, tem que sangrar, ah!

Eh, sacode a poeira!
Embalanço, embalanço, embalanço, embalançá

Me dê um bocadinho de cachaça
Me aqueça, me aperta e me abraça
Depressa, correndo, vem ligeiro
Me dê teu perfume, o teu cheiro
Encoste meu peito, coração
Vamos mostrar pra esses cabras como se dança o baião
E quem quiser aprender, melhor prestar atenção

Eh, sacode a poeira!
Embalanço, embalanço, embalanço, embalançá

Vem que nem carrapeta no chão
E virar folha seca no ar
Para poder disputar meu baião
Embalanço, embalanço, embalanço…

Eh, sacode a poeira!
Embalanço, embalanço, embalanço, embalançá

Deixa essa criança chorar
Não adianta cara feia, nem adianta se zangar
Que ela só vai parar quando essa fome passar
Eh doutor, uma esmola a um pobre que é são
Ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão

Eh, sacode a poeira!
Embalanço, embalanço, embalanço, embalançá…

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