Sinopse

O centro médico vendido ao Dr. Augusto Rupp (Lima Duarte), uma imponente construção de dez andares, ainda não foi inaugurado. Se por fora tudo é sólido e bem-acabado, por dentro, uma insuspeita instabilidade reflete as disputas que o engenheiro responsável Saulo Garcez (Selton Mello) trava contra o tempo, contra os números e contra si mesmo. A obra está atrasada. O malabarismo para reduzir o orçamento ao mínimo vai tornando o empreendimento inadministrável.

Visando tornar-se sócio majoritário da Construtora Baretti, onde trabalha há anos, Saulo decide fazer perigosas economias. Depois de adulterar os cálculos estruturais do projeto, emprega mão-de-obra barata e usa materiais em quantidade e qualidade inferiores ao recomendável. Os resultados dessas escolhas são trágicos. Com a cumplicidade de Gilda (Debora Bloch), seu braço-direito e diretora financeira da construtora, Saulo chegou ao limite onde, agora, nem ela concebe apoiá-lo.

O desabamento do centro médico deixa sete pessoas soterradas. Mídia e familiares clamam por culpados: teria sido um erro de cálculo ou negligência na execução da obra? Saulo, que poderia ter as respostas, está preso sob os escombros. Salvar a vida dos soterrados – dentre eles, Marion (Carolina Dieckmann), filha do Dr. Rupp, o amor de sua vida – pode ser a única redenção que lhe resta. Fazendo a ligação entre o mundo de cima e o de baixo está o destemido tenente do Corpo de Bombeiros Marco Antônio (Fabrício Boliveira).

Depois da tragédia, o mundo se dividiu entre o povo de cima e o povo debaixo da terra. Para os soterrados, trata-se de apagar diferenças e juntar-se na luta pela vida. Para os demais – a despeito da aparente segurança da superfície – tem início uma caçada por culpados. Gilda, Vitor Baretti (Paulo Vilhena), herdeiro da construtora, e Newton da Nóbrega (Enrique Diaz), o calculista da obra, engendrarão um gato-e-rato para se livrar de prejuízos e culpas inescapáveis.

Globo – 22h30
de 8 a 19 de janeiro de 2018
10 capítulos

minissérie de Elena Soarez e Luciano Moura
colaboração de Sofia Maldonado
direção de Luciano Moura e Isabel Valiante
direção artística de Luciano Moura
coprodução O2 Filmes

SELTON MELLO – Saulo Garcez
CAROLINA DIECKMANN – Marion Rupp
DÉBORA BLOCH – Gilda
PAULO VILHENA – Vitor Baretti
FABRÍCIO BOLIVEIRA – Tenente Marco Antônio
LIMA DUARTE – Dr. Augusto Rupp
ENRIQUE DIAZ – Newton da Nóbrega
MARIA MANOELLA – Ilana
ANTÔNIO FÁBIO – Jesuíno
CAMILA MÁRDILA – Yasmin
DEMICK LOPES – Zica
PEDRO WAGNER – Altair
ARILSON LOPES – Benê
RÔMULO BRAGA – Daréu
MARCOS DE ANDRADE – Messias
SHIRLEY CRUZ – Carmem
TECA PEREIRA – cunhada de Jesuíno, tia de Yasmin
GERY DANTAS – Jonatan
ALEXANDRE CIOLETTI – Rogério Silva
EUCIR SOUZA – Capitão Ney Lopes
LUCIANO CHIROLLI – Samuel Krieg

as crianças
ISABELA ORDOÑEZ – Bela (filha de Newton)
KAIK PEREIRA – filho de Benê e Carmem

e
ANA CAROLINA GODOY – repórter que questiona Vitor na coletiva de imprensa da Baretti
BARRY BAKER – repórter TV inglesa que cobre o desabamento do prédio
BRI FIOCCA – governanta na casa de Rupp
BRUNO GIORDANO – político que tinha um acordo com Vitor, Gilda e Saulo
CARLOS MECENI – delegado que prende Newton por desacato a autoridade quando ele vai denunciar Saulo
CLARISSE ABUJAMRA – Raquel (mãe de Ilana, mulher de Samuel Krieg)
CONSTANCE VON OERTZEN – repórter TV alemã que cobre o desabamento do prédio
DANI NEFUSSI – assistente social que dá apoio aos familiares das vítimas
EMILIANO QUEIROZ – pai de Gilda
FERNANDA VIACAVA – Stella (gerente do banco de Gilda)
FRANCISCO ZAIDEN – recepcionista do flat onde Saulo mora, atende Gilda
GERMANO HAIUT – Dr. Baretti (fundador da construtora, pai de Vitor)
GIORDANO CASTRO – taxista que leva o bebê de Marion até a obra
GLAUBER AMARAL – Dário (irmão de Daréu, vítima do desabamento)
GUSTAVO TRESTINI – Volpato (secretário do Dr. Rupp)
HENRIQUE SCHAFER – Mota Melo (advogado da Baretti)
IVAN DE ALMEIDA – vigia do prédio da Baretti que avisa Vitor que Gilda levou embora as plantas do centro médico
IVAN HUSKY – balconista de um bar onde Gilda compra cigarro
JIDDU PINHEIRO – trabalha na faculdade com Ilana e Newton
KIKO MARQUES – médico que desaconselha Gilda a retirar seu pai do asilo
MICHELE BOESCHE – do departamento na faculdade, avisa Newton que o prédio caiu
MIMI BONNENFANT – repórter TV francesa que cobre o desabamento do prédio
PAULA COHEN – babá do filho de Marion
SIMONE ILIESCU – Isabel (ex-mulher de Newton, mãe de Bela)
THOMAS AQUINO – bombeiro acidentado na explosão nos escombros
VANDRÉ SILVEIRA – amigo de Vitor, está com ele em uma reunião com Samuel Krieg

Clichês

A economista e antropóloga Elena Soarez foi roteirista nos filmes Eu, Tu, Eles (2000) e Casa de Areia (2005) e na série Filhos do Carnaval (2006). Luciano Moura dirigiu episódios da minissérie Felizes Para Sempre? (2015), das séries Filhos do Carnaval e Psi (2014), e o longa-metragem A Busca (2013). Casados, Elena Soarez e Luciano Moura escreveram juntos A Busca e agora Treze Dias Longe do Sol.

Treze Dias Longe do Sol não conseguiu escapar dos clichês do gênero. As vítimas tinham perfis antagônicos e classes sociais e interesses distintos. Havia os bons e os maus, os solidários e os egoístas, deflagrando assim os conflitos. Também o interesse amoroso que nasce ou reacende na tragédia e a luta pela sobrevivência em condições inóspitas.

A trama construiu um ótimo paralelo entre os presos nos escombros e a sociedade à sua volta. De um lado, desconhecidos que precisavam pensar coletivamente e somar forças para sobreviver. De outro, antigos parceiros que travaram uma verdadeira batalha de “cada um por si” para se safar e livrar a cara da culpa e da responsabilidade pela tragédia.

Treze Dias Longe do Sol teve como premissa a transformação de pessoas diante da catástrofe – caso do protagonista, o engenheiro Saulo (Selton Mello), o principal culpado, vítima de sua própria irresponsabilidade, que passou por uma redenção ao longo da trama. Enquanto essa transformação só aconteceu nos últimos episódios, a narrativa valeu-se de recursos que se perderam no caminho – como incitar o público a desejar justiça (houve o assassinato de um inocente) para, no decorrer da ação, privá-lo dessa catarse.

No mais, Treze Dias Longe do Sol valeu por cada cena com a atriz Débora Bloch, intensa e irrepreensível.

Produção de arte e cenografia

O diretor de arte, Marcelo Escañuela, falou sobre o projeto de Treze Dias Longe do Sol na época de seu lançamento:
“Nossa pesquisa se concentrou em fotos e vídeos de desabamentos reais e intensas conversas com agentes do Corpo de Bombeiros. Começamos desenhando tudo a partir do que seria o prédio do centro médico, seu projeto, suas dimensões e os materiais dos quais ele seria feito. E quais seriam as técnicas construtivas usadas nele. Elas deveriam atender nossas necessidades de execução e plástica, uma vez que, depois do acidente, o resultado corresponderia às exigências visuais e geraria possibilidades para o trabalho dos outros departamentos, como a fotografia, maquiagem ou o tratamento dos figurinos. A laje nervurada do teto, por exemplo, criou uma textura muito interessante para o trabalho da luz e o pó gerado pelo seu rompimento apontou as soluções de maquiagem.”

Escañuela e sua equipe tiveram de criar quatro subsolos de um prédio depois de seu desabamento e, ainda, a área externa dessa tragédia. Dentro de estúdios da O2 Filmes (a coprodutora), em São Paulo, viram-se estruturas que davam a sensação de estar, de fato, em um prédio desabado. Blocos espalhados pelo chão, cabos de aço retorcidos, vigas destruídas, uma iluminação que parecia estar em constante curto-circuito e muita água. Essas eram algumas das marcas desse cenário, que ainda mudou conforme a trama. A cada momento que os soterrados conseguiam subir para um novo pavimento do estacionamento, era preciso dar uma nova “cara” a esse lugar. Em outro estúdio, também na produtora, foi montada uma estrutura que serviu de base para algumas cenas de ação, planejada para ser transformada em um duto de ar ou em um elevador, por exemplo.

Foi preciso pensar, ainda, na parte externa do desabamento, que era vista por quem estava do lado de fora.
“Partir de um terreno baldio, que foi a locação que utilizamos, e construir uma cenografia que representasse um prédio demolido envolveu algumas etapas: projetamos o edifício, seu canteiro de obras em fase final da construção e então… implodimos tudo! Esta foi uma oportunidade única e sensacional. Um grande aprendizado!”, afirmou Escañuela.

Foram necessários 30 dias e 45 profissionais para criar os subsolos, na O2, e 40 dias de construção e 75 profissionais para fazer a área externa, em um terreno da zona oeste de São Paulo. Ao todo, foram 90 caminhões de entulhos para erguer toda essa desconstrução.


01. Saulo
02. Uma Saída para Todos (featuring Zé Nigro)
03. Rupp
04. Altair (featuring Kezo Nogueira, Ingo Andre, Luciano Tucundava e Otávio Carvalho)
05. Nilton (featuring Kezo Nogueira, Ingo Andre, Luciano Tucundava e Otávio Carvalho)
06. Desespero de Gilda (featuring Zé Nigro e Érico Theobaldo)
07. Um Futuro Perdido (featuring Siba Veloso)
08. Messias (featuring Zé Nigro)
09. Quem Está Aí Embaixo?
10. Yasmin
11. Recado de Yasmin
12. Delírio de Saulo (featuring Érico Theobaldo)
13. Cobertura Internacional (featuring Kezo Nogueira, Ingo Andre, Luciano Tucundava e Otávio Carvalho)
14. Marion
15. Resgate de Yasmin e Bené (featuring Érico Theobaldo)
16. Resgate de Daréu
17. Saulo Fica (featuring Bob Suetholz)
18. 13 Dias (featuring Érico Theobaldo)
19. When Under Ether (featuring Érico Theobaldo)

Música original de Beto Villares

Tema de abertura: WHEN UNDER ETHER

The ceiling is moving
Moving in time
Like a conveyor belt
Above my eyes

When under ether
The mind comes alive
But conscious of nothing
But the will to survive

I lay on the bed
Waist down undressed
Look up at the ceiling
Feeling happiness
Human kindness

The woman beside me
Is holding my hand
I point at the ceiling
She smiles so kind

Something’s inside me
Unborn and unblessed
Disappears in the ether
One world to the next
Human kindness…

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