Sinopse

Eduardo Lusceno, o Edu, é um fotógrafo de moda conquistador e boa-praça que passa por várias situações complicadas relacionadas às suas conquistas amorosas. Solteirão carioca de trinta e poucos anos, Edu é um don juan incorrigível, mas permanentemente perplexo diante da independência cada vez maior das mulheres.

Fotógrafo freelancer que aceita qualquer tipo de trabalho para ganhar a vida, ele tem aventuras amorosas com mulheres de todos os gêneros, tipos físicos e classes sociais, que transitam pelo Estúdio Infinito, seu misto de apartamento e local de trabalho. O laboratório de revelação é improvisado no banheiro.

Embora seja machista por formação e hábito, Edu rejeita essa condição e se esforça para aprender as novas regras do jogo amoroso, para manter uma relação honesta com as mulheres. Apesar do bom caráter e boas intenções, é um cara sem convicções muito sólidas. Ou não! – como costuma terminar a maioria de suas frases.

Globo – 22h
de 20 de abril a 29 de junho de 1981
11 episódios

criação de Armando Costa, Lenita Plonczynski, Bráulio Pedroso e Domingos de Oliveira
direção de Denis Carvalho, Wálter Campos, Ary Coslov e Paulo Afonso Grisolli

ANTÔNIO FAGUNDES – Edu (Eduardo Lusceno)
EDUARDO CONDE – Diretor
FERNANDO EIRAS – Johnson
TÂNIA LOUREIRO – Betinha
IVAN DE ALBUQUERQUE – Ubirajara
RENÉE DE VIELMOND – Sônia

isso acontece…
AUGUSTO OLÍMPIO – iluminador
CLÁUDIO AYRES DA MOTTA – amigo
FRANCISCO MILANI – Camargo
ÍSIS DE OLIVEIRA – Martinha
MARIA LÚCIA DAHL – Teresa
MELISSE MAIA – Mônica
ODENIR FRAGA – motorista
SANDRA BRÉA – Vera Bianca
SILVIA MORAES – babá
WANDERLEY DE BARROS – assistente

barriga
CATALINA BONAKI – vizinha
HELOÍSA ARRUDA – Andréa
LEDA BORGES – mulher do tricô
LÚCIA ALVES – Mônica
MAURÍCIO BARROSO – Seu Aguiar
OLNEY CAZARRÉ – Paulo
OSMAR PRADO – médico

vertigem de altura
CARLOS GREGÓRIO – Ricardo
CLÁUDIO SAVIETTO
CHRISTIANE TORLONI – Patrícia
GERSON DAVID
MARCELO PICCHI – Lívio
NAIDA CORTES
PAULO ALENCAR

das dificuldades de ser homem
ARIEL COELHO – Montanha
CLÁUDIO LISBOA – Siqueira
CLEMENTINO KELÉ – Monteiro
EDUARDO CONDE – diretor
FELIPE WAGNER – Carlito
FERNANDO EIRAS – Johnson
IVAN DE ALBUQUERQUE – Ubirajara
LEILA RIBEIRO – Luciana
RENÉE DE VIELMOND – Sônia
TÂNIA LOUREIRO – Betinha

gatinhas e gatões
CARLA CAMURATTI – Bebel
CLÁUDIA OHANA – Regina
CLÁUDIO D´OLIANI – Curi
CLEMENTE VISCAÍNO – Armando
EVANDRO COMIN – Arnaldo
FERNANDO CARVALHO – Jorginho
FRANCISCO DANTAS – avô de Bebel
JOSÉ DE FREITAS – pai da moça
LEVI CERQUES – Marcelo
MACEDO NETO – delegado
MAURÍCIO FARIAS – Bira
MIRA PALHETA – Cecília
MYRIAN THEREZA – mãe de Jorginho
TAMARA TAXMAN – Lúcia

beleza
maré baixa
bagunça
temporada de caça
mulher de amigo meu é homem

mamãe eu quero
BETTY ERTHAL – mulher 1
CARLOS KROEBER – analista
CHAGUINHA – Betinho
ELIANA WERNECK – Marilda
JOUBERT DE CARVALHO – Vampiro
LÍDIA MATTOS – Manhusca
LU MENDONÇA – mulher 2
RICARDO PETRAGLIA – Peçonha
SANDRA PÊRA – Mônica

ainda
CLARISSE ABUJAMRA
DÉBORA DUARTE
DIRCEU RABELLO
HÉLIO GUERRA
ISAAC BARDAVID
ÍTALO ROSSI
MARIA ZILDA
RENATO CASTELLO
SUELY MAY

Censura e patrulha moralista

Em 1981, dando prosseguimento ao seu projeto Séries Brasileiras, a Globo lançou dois novos títulos: Amizade Colorida, em substituição a Malu Mulher, e Obrigado Doutor, no lugar de Carga Pesada.

O ator Antônio Fagundes, egresso de Carga Pesada, aparecia em Amizade Colorida em um personagem completamente diferente.

Amizade Colorida – exibida às segundas-feiras, às 22h15 – foi a mais frustrante das atrações do projeto Séries Brasileiras. A censura do Governo Federal e a patrulha moralista de uma parte da sociedade inviabilizaram o seriado, que foi exibido por apenas pouco mais de dois meses, totalizando 11 episódios, e depois cancelado.

O primeiro episódio foi proibido pela Censura Federal. O diretor Paulo Afonso Grisolli teve de fazer 42 cortes e nem pôde levá-lo ao ar. Daí para a frente, nunca se conseguiu manter a proposta inicial.

Contraponto a Malu Mulher

Amizade Colorida tentava abordar os problemas do homem da cidade grande – no caso, Edu (Antônio Fagundes), solteiro, fotógrafo sem emprego fixo, 30 e poucos anos, surpreso diante de mulheres que, a cada dia, se tornavam mais independentes. Ele era um cara que tinha muitos amigos, mas não se fixava em nenhuma amizade. Buscava mulheres de diferentes classes, gêneros e tipos e trabalhava em tudo o que aparecia em sua profissão. Seu apartamento era também seu local de trabalho, por isso ele o chamava de Estúdio Infinito, e o laboratório era improvisado no próprio banheiro.

No projeto original, o título seria Edu Homem, porque a ideia era fazer um contraponto bem-humorado com Malu Mulher: Edu representava um novo tipo de homem, inseguro, fragilizado, totalmente dominado pelas mulheres, sem voz ativa e afetivamente indefinido. Alvo de críticas, o seriado chegou a ser considerado uma resposta machista às reivindicações femininas expressas em Malu Mulher.

Antônio Fagundes narrou a Flávio Ricco e José Armando Vannucci, para o livro “Biografia da Televisão Brasileira”
“A gente estava tão certo em relação ao novo padrão de comportamento que acabou sendo proibido pela censura. Malu Mulher nunca. Mas a abordagem do seriado nos colocou no foco deles.

Para o ator, o melhor exemplo do exagero aconteceu no episódio “Bagunça”, que não foi ao ar, em que Edu hospedava por alguns dias em seu apartamento uma amiga e resolvia impressioná-la assumindo todos os afazeres domésticos. Os censores não acharam aquilo um bom exemplo e picotaram o roteiro, deixando a história praticamente incompreensível. A solução foi colocar um editorial no fim do Jornal Nacional daquela noite explicando o porquê da não exibição de Amizade Colorida.

O seriado acabou batizado de Amizade Colorida, termo utilizado para definir relações sexuais sem qualquer compromisso afetivo ou responsabilidades.

Revolta dos conservadores

Devido ao seu despudorado costume de andar vestido apenas com uma cueca vermelha pelo seu apartamento-estúdio, Edu acabou sendo o estopim da revolta dos conservadores. Para culminar, em um dos episódios – “Gatinhas e Gatões” – o fotógrafo chegou ao ponto de transar com mãe e filha, o que escandalizou algumas senhoras paulistas que chegaram a fazer manifestações pela preservação da moral e dos bons costumes.

O Grupo de Mulheres do Alto de Santana (bairro paulistano), que se organizava pela moralização da TV, fez um manifesto com 100 mil assinaturas enviadas ao governo, reclamando após a exibição do episódio, em 18/05/1981. (“Almanaque da TV”, Bia Braune e Rixa)

E mais

Xuxa, na época em que era modelo, antes de ser a “Rainha dos Baixinhos”, aparecia na abertura, sendo clicada por Antônio Fagundes, entre outras modelos.

Reapresentado em abril de 1995, dentro do Festival 30 Anos da TV Globo.

Tema de abertura: PELA LENTE DO AMOR – Gilberto Gil

Pela lente do amor
Uma grande angular
Vejo ao lado, acima e atrás
Pela lente do amor
Sou capaz de enxergar
Toda moça em todo rapaz
Pela lente do amor
Vejo tudo crescer
Vejo a vida mil vezes melhor
Pela lente do amor
Até vejo você
Numa estrela da Ursa Maior

Abrir o ângulo
Fechar o foco sobre a vida
Transcender, pela lente do amor
Sair do cético
Encontrar um beco sem saída
Transcender, pela lente do amor
Do amor

Pela lente do amor
Sou capaz de entender
Os detalhes da alma de alguém
Pela lente do amor
Vejo a flor me dizer
Que ainda posso enxergar mais além
Pela lente do amor
Vejo a cor do prazer
Vejo a dor com a cara que tem
Pela lente do amor
Vejo o barco correr
Pelas águas do mal e do bem

Mostrar ao médico
Encarar, curar sua ferida
Transcender, pela lente do amor
Cantar o mântrico
Pagar o cármico na lida
Transcender, pela lente do amor
Do amor
Pela lente do amor…

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