Sinopse

Com fé e acreditando que tudo vai dar certo, Sol (Sheron Menezzes) levanta todos os dias antes das seis da manhã para trabalhar. Moradora de Piedade, na Zona Norte do Rio de Janeiro, Sol, com a amiga Bruna (Carla Cristina Cardoso), bate ponto no centro da cidade para vender as quentinhas que sua mãe, Marlene, prepara. Além da mãe, sua família é formada pelo marido Carlão (Che Moais) e as filhas Jenifer (Bella Campos) e Duda (Manu Estevão). Aos domingos, eles vão à igreja do bairro, onde Sol faz parte do coral.

A família passa por dificuldades financeiras, com Carlão desempregado. Um dia, um cliente encomenda quentinhas para a casa de shows onde se apresenta o cantor Lui Lorenzo (José Loreto). Para a surpresa dela, Vitinho (Luis Lobianco), antigo amigo com quem perdeu contato, trabalha na produção do cantor. Na juventude, nos anos 2000, sem que os pais soubessem, Sol frequentava, junto com Bruna, bailes funks em que os três amigos faziam sucesso e eram chamados de o Trio do Poder.

Sol reencontra Vitinho precisando de uma backing vocal para a banda de Lui Lorenzo. Em casa, o convite cai como uma bomba. A família tem dificuldade em lidar com a novidade, mas com os pagamentos dos boletos atrasados, qual seria a opção? Na igreja, o pastor pondera que o que move Sol é um motivo nobre e que ela saberá se manter íntegra. Determinada, Sol enfrenta as críticas e se apresenta com o grupo. O fato também é que ela se sente feliz no palco e logo faz sucesso com o grupo de Lui Lorenzo.

A chegada de Sol mexe com o cantor, fascinado por ela. Sol foge de suas investidas sob o olhar atento de Wilma Campos (Renata Sorrah), mãe de Lui, que cuida de sua carreira. Mulher egoísta e vaidosa, Wilma foi uma atriz de sucesso no passado, mas hoje ressente-se pois, com a idade, ninguém a procura para novos trabalhos. Lui também já não está mais no seu auge, sem conseguir encher uma casa de shows. Ele cresceu à sombra de uma mãe controladora e sem a presença do pai, Fábio (Zé Carlos Machado).

A reviravolta em sua vida faz com que Sol reencontre Benjamin (Samuel de Assis), uma paixão da juventude, e Théo (Emílio Dantas), de quem guarda más lembranças. Os dois foram amigos de infância na Zona Sul e conheceram Sol no baile funk. Seus caminhos se cruzam novamente quando as apresentações de Sol ganham notoriedade. Embora amigos de longa data, o tempo criou um abismo ético e moral entre Ben e Théo. Ben se casou com Lumiar (Carolina Dieckmann), uma colega da faculdade, e os dois são advogados.

Pragmática e metódica, Lumiar se sente completa com seu casamento, sem filhos, para o lamento de seus pais, Dora (Claudia Ohana) e Fábio (Zé Carlos Machado). Antítese da filha, eles têm um sítio de terapia holística em Lumiar, na região serrana. Théo é um empresário de sucesso que esconde negócios escusos, casado com Clara (Regiane Alves), mulher fútil e insegura. O casamento de Théo e Clara está longe de ser uma relação saudável e eles precisam lidar com o filho depressivo, Rafa (Caio Manhente).

Globo – 19h
de 16 de janeiro a 12 de agosto de 2023
179 capítulos

novela criada por Rosane Svartman
escrita com Mário Viana, Pedro Alvarenga, Renata Corrêa, Renata Sofia, Sabrina Rosa e Fabricio Santiago
direção de Isabella Teixeira, Juh Almeida, Augusto Lana e Matheus Senra
direção geral de Cristiano Marques
direção artística de Paulo Silvestrini

Novela anterior no horário
Cara e Coragem

Novela posterior
Fuzuê

SHERON MENEZZES – Sol (Solange da Silva Carvalho)
SAMUEL DE ASSIS – Ben (Benjamim Garcia)
EMÍLIO DANTAS – Théo Camargo Bastos
CAROLINA DIECKMANN – Lumiar Lorenzo
JOSÉ LORETO – Lui Lorenzo
RENATA SORRAH – Wilma Campos
REGIANE ALVES – Clara Albuquerque Bastos
ELISA LUCINDA – Marlene da Silva
BELLA CAMPOS – Jenifer Daiane
CLARA MONEKE – Kate Cristina (Kátia)
CARLA CRISTINA CARDOSO – Bruna
LUÍS LOBIANCO – Vitinho
ZÉ CARLOS MACHADO – Fábio Lorenzo
CLÁUDIA OHANA – Dora
CAIO MANHENTE – Rafa
MEL MAIA – Guiga (Guilhermina Alcântara de Azevedo)
JEAN PAULO CAMPOS – Yuri
MC CABELINHO – Hugo
JONATHAN HAAGENSEN – Orfeu
LETÍCIA SALLES – Érika
ORLANDO CALDEIRA – Anthony Verão
PRISCILA STEIMAN – Helena
MATHEUS ABREU – Eduardo
HENRIQUE BARREIRA – Fred
GABRIEL CONTENTE – Tatá (Otávio)
FLORA CAMOLESE – Bia
MARCOS VERAS – Simas
CRIS WERSON – Sabrina
AZZY – Ivy
LUCAS ORADOVSCKI – Jairo
TATI VILELA – Naira
ALAN OLIVEIRA – DJ Cidão
NEYDE BRAGA – Dona Neide
WALDO PIANO – Joel
ADRIANO CANIDER – Pastor Miguel
FRANCISCO SALGADO – Horácio
CLARA SERRÃO – Bela
LAIZA SANTOS – Alice
GUTHIERRY SOTERO – Vini
THEO PARIZZI – Vicente
NATHALIA COSTA – Meire
RENATA MIRYANOVA – Sheila
GIULIANO LAFFAYETTE – Fabrício

as crianças
MANU ESTEVÃO – Duda (Maria Eduarda)
FELIPE RODRIGUES – Bryan Lucas
NÊGO NEY – Gil

anos 1990/2000
JÊ SOARES – Sol
ISACQUE LOPES – Ben
HANNAH ROMANAZZI – Lumiar
MATHEUS POLIS – Théo
MATEUS HONORI – Carlão
RHAVINE CHRISPIM – Marlene
CRIDEMAR AQUINO – Gonzaga
ANDERSON OLI – Vitinho
DHARA LOPES – Bruna
NICOLLAS PAIXÃO – Orfeu
MARCUS MARIA – Simas

e
AGATHA DUARTE – Laís (funcionária no escritório de Ben e Lumiar)
AISHA MOURA – Lívia (moça agredida pelo namorado que foi influenciado por Fred)
ALBERTO SCHAMUS – segurança dos Estúdios Globo que reconhece Wilma Campos de tempos passados
ALESSANDRO BRANDÃO – Silvester (diretor do teste para o filme em que Érika tenta um papel)
ALINE HAFNER – Cris (arrumadeira no prédio onde Théo tem um apartamento)
ÁLVARO DINIZ – Gilmar (chefe de Carlão no táxi por aplicativo)
ANA FLÁVIA CAVALCANTI – Valéria (procuradora que envolve-se com Ben)
ANA ISABELA GODINHO – diretora do comercial da Claro com Sol
ANA PAULA LOPES – Isabel (mãe de Tatá)
ANA PIMENTA – Wilma Campos (jovem)
ANA ROBERTA GUALDA – Ruth (viúva do caminhoneiro que é abrigada com a família na casa de Ben)
ANDERSON CUNHA – Lúcio Mauro (cliente de Lumiar preso por corrupção)
ANDRÉ SILBERG – Domênico (filho de Vera Caldas)
ANDRÉ TAVARES – Tomás (professor, amigo de Lumiar na faculdade, indica Dezirê para seu escritório)
ANDRÉ TEIXEIRA – policial que aborda Ben e seus amigos na praia, mas revista apenas ele
ÂNGELO PAES LEME – Mauro Vieira (empresário de Sol, no final)
ANTÔNIO CALLONI – Stuart Phillips (ator do filme de Lucas Martins, na verdade o traficante de arte Aristides Formiga)
ARMINDHA FREIRE – Dona Rosário (testemunha de acusação no julgamento de Théo)
BAYRON ALENCAR – Luis (amigo de Tonho, ajuda a forjar o exame de DNA de Jenifer e Théo)
BRUNO GARCIA – Marcos Lorenzano (ator que tem um breve romance com Wilma Campos)
BRUNO PADILHA – Emílio Alcântara de Azevedo (pai de Guiga, preso pela Polícia Federal)
BUCHECHA como ele mesmo, visita seu tio Horácio e encontra Sol
CÁCIA GOULART – Simone (mãe de Ben)
CÉSAR AUGUSTO – delegado da Polícia Federal que prende Stuart na casa de Lui Lorenzo
CINTIA ROSA – Angélica (enfermeira do hospital para onde Ben e Carlão são levados)
CHAO CHEN – Heitor (promotor com quem Lumiar negocia a delação de Jeremias)
CHE MOAIS – Carlão (marido de Sol, pai de Jenifer e Duda, morre no início)
CHRISTIANE TORLONI como ela mesma, encontra Wilma Campos nos Estúdios Globo e, depois, no teste para um filme
CLARA TIEZZI – Talita (jovem presa por fazer um aborto, defendida por Lumiar)
CLARISSE MIRANDA – Renata (diretora dos clipes de Lui Lorenzo e do reality show no Refúgio Paz de Lumiar)
CLÁUDIO GARCIA – juiz na audiência com Lumiar
CYNTHIA LEE FONTAINE – Mike (namorado de Vitinho da época dos bailes funk, agora drag queen)
DANIEL ANDRADE – promotor que realiza a audiência de acordo entre Guiga e Fred
DANIEL ARCHANGELO – juiz na audiência de custódia de Talita
DANIEL GREGÓRIO – Pablo (capanga a quem Orfeu ordena que mate Hugo)
DANIEL RATTO – Seu Francisco (porteiro no prédio de Théo)
DEBORAH SECCO – Aléxia Mássimo (de “Salve-se Quem Puder”, procura os serviços de advocacia de Ben e Lumiar)
DIEGO MONTEZ – William (de “Bom Sucesso”, assessor de Aléxia Mássimo)
DIEGO RIQUES – Gabriel (professor que informa Vini sobre a oportunidade de uma viagem)
DIGÃO RIBEIRO – Flaskback (de “Encantado’s”, DJ no evento da parceria de Sol com o supermercado)
DUDA MOREIRA – Niltão (guardador de carros)
ELOÍSA YAMASHITA – Jade (uma das recepcionistas do Refúgio Paz de Lumiar)
FÁBIO PORCHAT como ele mesmo, entrevistando Lui Lorenzo
FÁTIMA BERNARDES como ela mesma, recebendo Sol em seu programa, no último capítulo
FELIPE MAFRA – um dos rapazes que importunam Clara e Helena no restaurante
FERNANDO SAMPAIO – Heitor Saraiva (radialista da rádio Good FM, entrevista Lui Lorenzo e Sol)
FIFO BENICASA – Alexandre (investigador contratado por Ben para desmascarar Théo)
GABRIEL SABINO – um dos rapazes que importunam Clara e Helena no restaurante
GILBERTO FILHO – Dr. Mauri (médico de Dora)
GILSON GOMES – Beto Brasa (empresário baiano que contrata a turnê de Lui Lorenzo na Bahia)
GIOVANA CORDEIRO – Luna (de “Fuzuê”, vendendo bijuterias no bar de Simas)
GLÓRIA PEREZ como ela mesma, jantando com Walcyr Carrasco e João Emanuel Carneiro, quando são abordados por Wilma Campos
GUSTAVO DAMASCENO – policial na casa de Guiga para prender Emílio, seu pai
HEITOR MARTINEZ – Ricardo (ex-professor de Lumiar, advogado de Théo)
HELOÍSA JORGE – Pastora Dagmar (de “Mar do Sertão”, dá um depoimento em um culto)
HUGO CARAMELLO – Fábio (jovem)
ÍTALO VILLANI – membro da organização que segue Jeremias com Lumiar
IVETE SANGALO como ela mesma, cantando com Lui Lorenzo em um show
JADE CARDOZO – Bárbara (garota assediada por Théo, já saiu com Simas)
JANA GUINOND – Edileuza (mãe de Yuri)
JANAMÔ – Vanessa (funqueira que foi abusada por Théo)
JÉSSICA ELLEN – Adele (de “Totalmente Demais”, diretora no ensaio que Sol faz para a marca Nívea)
JITMAN VIBRANOVSKI – juiz em um caso defendido por Ben
JOÃO EMANUEL CARNEIRO como ele mesmo, jantando com Glória Perez e Walcyr Carrasco, quando são abordados por Wilma Campos
JULIANA FRANCA – Paula (irmã de Ben)
JÚLIO RAPOSO – um dos músicos na inauguração do Teatro Dora, em Lumiar
JUSSARA MATHIAS – Alzira Lopes (rival de Théo no Prêmio Empresário do Ano)
KIKO PISSOLATO – Julião (ministra o curso de masculinidade no Refúgio Paz de Lumiar)
LEANDRO CEDERBOOM – Ticão (amigo de Hugo)
LEANDRO SANTANNA – Belarmino (funcionário no galpão da empresa de Théo)
LEONARDO FRANCO – Robério Gerosa (promotor no julgamento de Théo)
LÉO TUCHERMAN – policial rodoviário que socorre Ben no acidente que causa a morte de Carlão
LORENA LIMA – Grazi (uma das moças abusadas por Théo)
LUCAS GOUVÊA – advogado na audiência em que Lumiar e Ben defendem Lúcio Mauro
LUCIANO HUCK como ele mesmo, recebe Lui Lorenzo em seu programa
LUCIANO SALLES – Sampaio (policial que investiga o falso sequestro de Rafa)
LÚCIO FERNANDES – juiz na audiência que dá prisão a Emílio e bloqueia os seus bens
LUDMILLA como ela mesma, cantando com Lui Lorenzo em um show
LUIZA LOROZA – Cristal (uma das recepcionistas do Refúgio Paz de Lumiar)
LULU SANTOS como ele mesmo, canta no show preparado para Dora no Refúgio Paz de Lumiar
MAGNO PEIXOTO – Adalberto Noronha (marido de Dezirê)
MAIARA E MARAISA como elas mesmas, no churrasco na mansão de Lui Lorenzo
MARCELO ASSUMPÇÃO – Leonardo (pai de Tatá)
MARCELO GONÇALVES – Jeremias (amigo de Orfeu, procura Lumiar para denunciar uma organização criminosa)
MARCELO MELLO – Sabóia (policial amigo de Théo, tenta capturar Orfeu quando que ele foge da cadeia)
MÁRCIO MARIANTE – pede uma foto a Érika no evento de Empresário do Ano
MARIA ALICE GUEDES – Jenifer Daiane (criança)
MARIA BELTRÃO como ela mesma, recebendo Sol e Ben no programa “É de Casa”
MARIANA XIMENES como ela mesma, com Lui Lorenzo nos Estúdios Globo
MC LIRO como ele mesmo, cantando com Negra Li no casamento de Sol e Ben, no último capítulo
MC ORELHA – Naldo (chefe do movimento que ajuda Orfeu)
MICAEL BORGES – Jefinho Sem Vergonha (de “Fuzuê”, motorista de aplicativo que leva Lui Lorenzo para Lumiar)
MIGUEL EMÍDIO – Erick (amigo de Duda)
MOISÉS SALAZAR – Estevão (investigador que descobre a falsificação de Ben no exame de DNA)
NATASHA FALCÃO – Carmem (maquiadora que já ficou com Lui Lorenzo)
NEGRA LI como ela mesma, cantando com MC Liro no casamento de Sol e Ben, no último capítulo
OTÁVIO AUGUSTO – Aurélio (pai do motorista de caminhão que morreu no acidente com Carlão, abrigado por Ben)
PABLO SANÁBIO – Max (de “Totalmente Demais”, produtor de moda, com Sol em um ensaio fotográfico)
PATRÍCIA FAZAN como ela mesma, entrevistando Sol para o programa “É de Casa”
PAULO REIS – Cristiano (juiz no julgamento de Théo)
PEDRO BURGARELLI – Lui Lorenzo (criança)
PEDRO CAMARGO – Cadu (filho de Ruth)
PEDRO LIMA – juiz de paz que realiza o casamento de Sol e Ben, no último capítulo
PEDRO SEICE – Fininho (garçom do bar de Orfeu)
PIERRE DOS SANTOS – Diogo (da gangue de Orfeu, passando-se por advogado)
RAFAEL BARONESI – Dr. Jorge (médico que atende Jenifer e Rafa após a intoxicação alimentar)
RAMILLE – Melissa (de “Encantado’s”, amiga de Kate, ajuda Sol no evento de dança em parceria com o supermercado)
REINALDO JÚNIOR – DJ Belair (DJ dos bailes da juventude de Ben e Sol)
RENÊ SILVA como ele mesmo, entrevistando Hugo para o jornal Voz da Comunidade
RICO GONÇALVES – Amaral (advogado de Jenifer na questão de paternidade entre Ben e Théo)
RITA BATISTA como ela mesma, recebendo Sol e Ben no programa “É de Casa”
ROBERTA CAMPOS como ela mesma, cantando no Refúgio Paz de Lumiar
ROBERTO FROTA – desembargador com Lumiar
ROBERTO LOBO – juiz do caso da paternidade de Jenifer
RODRIGO ABRAHÃO – Diego (marido de Janaína, uma das mulheres abusadas por Théo)
RÔMULO OLIVEIRA – um dos músicos na inauguração do Teatro Dora, em Lumiar
ROSIE MORAES – Natália (juíza no julgamento da Kate)
SAMARA FELIPPO – Vera Caldas (mulher acusada de matar o marido, defendida por Lumiar)
SOFIA STARLING – Gisela (ex-BBB que dá em cima de Lui Lorenzo)
THALITA MORETE como ela mesma, recebendo Sol e Ben no programa “É de Casa”
THIAGO OLIVEIRA como ele mesmo, recebendo Sol e Ben no programa “É de Casa”
TULANI PEREIRA – Janaína (uma das moças abusadas por Théo)
UBIRACI MIRANDA – Jeferson (pai de Yuri)
VALDINEIA SORIANO – Mãe Ana de Oyá (mãe de santo que atende Ben)
VANDRÉ SILVEIRA – Tonho (amigo de Bruna que ajuda a falsificar o exame de DNA de Jenifer e Théo)
VANESSA BUENO – modelo com quem Clara faz um ensaio
VANESSA PASCALE – Fernanda (modelo com quem Clara faz um ensaio)
VERÔNICA DEBOM – Dezirê Soares Noronha (cliente de Ben e Lumiar acusada de ter matado o marido)
VITOR QUEIROZ – Danilo (filho de Ruth)
VITOR THIRÉ – Lucas Martins (ex-ator mirim que já trabalhou com Wilma Campos, convida-a para seu filme)
WALCYR CARRASCO como ele mesmo, jantando com Glória Perez e João Emanuel Carneiro, quando são abordados por Wilma Campos
WANDERSON BRASIL – Francisco Garcia (pai de Ben)
WOLNEY OLIVEIRA – promotor no julgamento da Kate
ZÉ MÁRIO FARIAS – oficial da Marinha quando Théo está prestes a fugir
ZÉ WENDELL – mâitre do restaurante Charles Pierre
ZÚ VEDOVATO – Vivian (testemunha em um processo de assédio cuja pena do acusado Ben tenta reverter)
Andréa Furacão (ex-dançarina, vítima de assédio de Lui Lorenzo)

– núcleo de SOLANGE, a SOL (Jê Soares / Sheron Menezzes), moradora de Piedade, subúrbio do Rio de Janeiro. Mulher batalhadora, vende quentinhas no centro da cidade para se manter. Tem uma família feliz e unida que vive o dia a dia com positividade. Muito religiosa, faz parte do coral da igreja do bairro, onde a família se reúne aos domingos para o culto semanal. Na juventude, além de cantar no coral, Sol gostava de ir ao baile funk, sem o conhecimento dos pais. Era conhecida com a Princesa do Baile. O tempo passou e Sol seguiu a vida com fé, valorizando as alegrias diárias, especialmente em família. Por um acaso do destino, para não deixar faltar comida em casa, vai parar nos palcos para fazer algo que ama, cantar e dançar, apesar da inicial reprovação de sua família:
o marido CARLÃO (Mateus Honri / Che Moais), apaixonou-se por ela na juventude, quando a viu cantando no coral da igreja. Conquistou-a com sua generosidade, dedicação e amor. Antes um homem paciente, com o tempo tornou-se irritadiço. Perdeu o emprego durante a pandemia e tenta retomar o trabalho de diversas formas, até que encontra nos aplicativos de entrega de encomendas uma alternativa de rendimento. Conservador e ciumento, resiste muito em aceitar o novo emprego de Sol, como dançarina. Acaba morrendo no início da história
as filhas: JENIFER DAIANE (Bella Campos), a mais velha. Religiosa e estudiosa, sonha em ser advogada. Entra em uma faculdade prestigiada com bolsa de estudos, onde conhece um mundo diferente. Aos poucos, impõe-se e encontra sua turma. Vai se mostrar firme em seus posicionamentos, mas também capaz de ouvir os demais e entender que há outras perspectivas. Ao longo da trama, descobre que não é filha biológica de Carlão e luta para descobrir a identidade de seu pai,
e MARIA EDUARDA, a DUDA (Manu Estevão), a caçula, a “menina dos olhos” do pai. É boa de briga e tende a ser agressiva com os colegas da escola e do bairro sempre que é contrariada. Está sempre do lado do pai, apoiando-o incondicionalmente. Não aceita a mãe como dançarina. Vai amadurecer aos poucos
a mãe MARLENE (Rhavine Chrispim / Elisa Lucinda), grande referência da família. No passado, perdeu o marido GONZAGA (Cridemar Aquino), mas não se deixou abater e trabalha com a filha no negócio das quentinhas. Ao contrário da leveza com que Sol tenta encarar a vida, Marlene é mais séria. Religiosa e moralista, também resiste em aceitar o novo trabalho da filha.

– núcleo de BENJAMIM, o BEN (Isacque Lopes / Samuel de Assis), advogado pragmático, sabe que o rapaz idealista que foi na juventude mal reconheceria o homem que se tornou. No passado, com a morte do pai, viu-se responsável pela família e teve de assumir o escritório de advocacia deixado por ele. Viveu uma paixão com Sol na juventude, mas que não foi adiante. Com a atual mulher, também advogada, construiu uma vida profissional bem-sucedida e estável. Fica mexido ao reencontrar Sol:
a mulher LUMIAR (Hannah Romanazzi / Carolina Dieckmann), moça controladora, pragmática e metódica. Profissional respeitada, conheceu o marido na faculdade de Direito e juntos conquistaram o sucesso na profissão como advogados criminalistas. É feliz no casamento e se sente completa com o trabalho no escritório e as aulas que ministra na universidade, onde é professora de Jenifer. Seu nome – que ela odeia – é em homenagem à cidade onde nasceu, Lumiar, na Região Serrana do Rio. É lá onde seus pais moram, mas ela não se identifica com o local e a vida de paz, tranquilidade e contato com a natureza que eles levam
os sogros, pais de Lumiar: FÁBIO (Zé Carlos Machado), no passado, foi cantor e ator e levava uma vida desregrada, até conhecer a esposa, que o fez repensar o que realmente é ser feliz. Juntos, construíram o Refúgio Paz de Lumiar, local de contato com a natureza, paz e renovação. Tem um filho de uma relação com outra mulher, mas com quem não tem muito contato,
e DORA (Claudia Ohana), terapeuta holística, mulher de profundo respeito pelas coisas da natureza e da alma. Com o marido, ergueu o Refúgio Paz de Lumiar. Relaciona-se facilmente com estranhos, mas tem dificuldade para se aproximar da filha, que se acha o oposto dela
o estagiário em seu escritório FABRÍCIO (Giuliano Laffayette).

– núcleo de THÉO (Matheus Polis / Emilio Dantas), porta-se socialmente como um homem respeitável e um pai de família exemplar, mas passa longe disso. Enxerga no amigo Ben a dicotomia de tudo o que gostaria de ser e tudo o que mais despreza. Conheceu Ben e Lumiar na faculdade, mas nunca se formou. Com o amigo, saía das baladas da Zona Sul para os bailes funk da Zona Norte, onde conheceu Sol, por quem seu amigo se apaixonou. Nestes bailes, também conheceu um sujeito que hoje é seu “sócio oculto” em uma empresa de importação e exportação, que traz mercadorias lícitas pagando menos imposto – mas ninguém sabe disso. Ao longo da trama, é revelado que é o pai biológico de Jenifer, fruto do estupro que cometeu contra Sol:
a mulher CLARA (Regiane Alves), era modelo quando casou-se, mas logo largou a profissão para dedicar-se ao marido e à família. Insegura e submissa, leva uma vida cercada de futilidades. Sente-se culpada pela doença do filho, rapaz depressivo, e tenta ajudá-lo, mas não sabe como, até porque precisa se ajudar primeiro. O casamento está longe de ser uma relação saudável e ela não percebe os danos que isso lhe causa
o filho RAFA (Caio Manhente), adolescente melancólico que muitas vezes se recusa a fazer terapia. A forma como os pais lidam com sua personalidade lhe é nociva
o cúmplice ORFEU (Nicollas Paixão / Jonathan Haagensen), amigo desde a juventude, quando se conheceram no baile funk. É dono de um bar-karaokê. Já trabalhou para o tráfico de drogas e, após cumprir alguns anos de prisão, saiu disposto a mudar de vida, mas não conseguiu. Associou-se a Théo em uma empresa de importação e exportação, que traz mercadorias lícitas pagando menos imposto
a personal trainer de Clara, HELENA (Priscila Steinman), tornam-se amigas e passam a ter uma relação de cumplicidade e afeto
a secretária SHEILA (Renata Miryanova), cúmplice das tramoias do chefe.

– núcleo de LUI LORENZO (Pedro Burgarelli / José Loreto), famoso cantor pop que cresceu à sombra de uma mãe intensa e exuberante, sem a presença do pai, Fábio. A postura ressentida da mãe foi afastando-o cada vez mais do pai. O menino carente se tornou um homem hedonista e edipiano ao extremo. A fama veio após a participação em um programa de calouros. Empresariado pela mãe, é um artista de gosto duvidoso. Bonito e sedutor, é infalível em suas conquistas. Desconhece o que é o amor, pulando de caso em caso, até conhecer Sol, que candidata-se a nova dançarina de seu grupo. Apaixonado, tenta conquistá-la de todo jeito:
a mãe WILMA CAMPOS (Renata Sorrah), mulher egoísta, vaidosa e durona. Tenta ser chique em meio à cafonice ao seu redor. Da carreira de grande atriz de teatro, cinema e televisão ficaram o ressentimento e as lembranças, pois com o passar dos anos os convites para atuar sumiram. Volta e meia, cita alguma fala de uma personagem que interpretou ou de um autor que admira. Cuida da carreira do filho, que considera limitado intelectualmente e brega, para dizer o mínimo. Contudo, é Lui quem garante o sustento da mansão em que vivem
seu braço direito VITINHO (Anderson Oli / Luis Lobianco), irreverente e criativo. De mero assistente, tornou-se o compositor de suas músicas. Amigo da juventude de Sol, de quando frequentavam os bailes funk nos anos 1990 e 2000, com quem acabou perdendo contato. Ao reencontrar Sol, é de Vitinho a ideia de chamá-la para ser dançarina da banda
as dançarinas e backing vocals: IVY (Azzy), parece avoada e desinteressada, mas é esperta e tem uma moral flexível o bastante para fazer de tudo para segurar seu emprego na banda,
e ÉRIKA (Leticia Salles), com quem teve um affair. Linda, sexy e má. Ao ser demitida, migra para o mundo das notícias de fofocas on-line. Não tem pudor, tampouco remorso ao usar de verdades e mentiras para alavancar o engajamento das redes sociais. É em seu lugar na banda que entra Sol
os seguranças e secretários: JAIRO (Lucas Oradovscki) e NAIRA (Tati Villela)
o DJ CIDÃO (Alan Oliveira)
o colunista ANTHONY VERÃO (Orlando Caldeira), interessado nas fofocas sobre o mundo das celebridades que possam gerar cliques, inclusive naquelas que envolvam Lui Lorenzo. Começa a ultrapassar os limites éticos quando Érika se torna sua assistente.

– núcleo do ICAES, a faculdade de Direito onde Jenifer é aluna e onde Lumiar leciona:
os alunos: BELA (Clara Serrão), bolsista como Jenifer, torna-se sua amiga,
YURI (Jean Paulo Campos), bolsista, rapaz introvertido. Também amigo de Jenifer. Vive dilemas morais e existenciais,
TATÁ (Gabriel Contente), veio da periferia, mas estudou em colégio particular. Identifica-se com o grupo dos bolsistas e começa a namorar Jenifer,
FRED (Henrique Barreira), rapaz rico, melhor amigo de Rafa. Inicialmente, rivaliza com o grupo de bolsistas,
GUIGA (Mel Maia), influencer nas redes sociais, é rica, arrogante, esperta, fútil e sem noção. Não sente o menor constrangimento ao fazer publiposts disfarçados ou recomendar produtos de procedência duvidosa. Sofre com as peripécias do pai corrupto, que cometeu um crime financeiro e acaba preso,
ALICE (Laiza Santos), melhor amiga de Guiga, às vezes é quem a puxa para a realidade,
VINI (Guthierry Sotero), garoto gay que se interessa por Yuri, o que o deixa confuso,
VICENTE (Théo Parizi), da turma de Guiga e Fred,
e BIA (Flora Camolese), vai trabalhar como estagiária no escritório de Ben e Lumiar
SIMAS (Marcus Maria / Marcos Veras), amigo desde a juventude de Ben e Théo. Artista frustrado, investiu suas economias em um barzinho perto do ICAES. Namora Bia, bem mais jovem que ele
SABRINA (Cris Werson), mãe de Bia. Implica com o namorado da filha, por achá-lo muito “velho” para ela, e os dois vivem em pé de guerra.

– núcleo Piedade, onde moram Sol e sua família:
BRUNA (Dhara Lopes / Carla Cristina Cardoso), melhor amiga de Sol desde a juventude, parceira de todas as horas, sócia no negócio das quentinhas. Mulher batalhadora e independente, teve a filha um pouco depois de Sol ter Jenifer
KATE (Clara Moneke), filha de Bruna, melhor amiga de Jenifer. Garota extrovertida, alegre, inteligente e ambiciosa. Sempre acompanhou os perrengues da mãe para prover a casa e prometeu para si que sua vida seria diferente. Para realizar esse objetivo rompe pouco a pouco sua barreira moral. Vai ter um caso perigoso com Théo
HUGO (MC Cabelinho), garoto que parou de estudar quando entrou para o crime. Ex de Kate, começa a se interessar por Jenifer. Passa por um processo de redenção, por influência de Jenifer
EDUARDO (Matheus Abreu), jovem missionário que retorna ao bairro após quatro anos atuando na África. Usa a música para lecionar inglês na igreja. Interessa-se por Jenifer
DONA NEIDE (Neyde Braga), vizinha de Sol, frequenta a mesma igreja que ela. Mulher fofoqueira e maledicente, sempre ávida para julgar os outros. Vive controlando o entra e sai na casa de Sol e todos os seus passos
JOEL (Waldo Piano), filho de Dona Neide, tenta controlar o estrago que sua língua ferina pode causar na vizinhança. Motorista de aplicativo de entregas, era amigo de Carlão
BRYAN LUCAS (Felipe Rodrigues), filho de Joel, neto de Dona Neide, amiguinho de Duda
MEIRE (Nathalia Costa), a garota mais popular da escola, implica com Duda
PASTOR MIGUEL (Adriano Canider), da igreja frequentada pelas famílias de Sol e de Dona Neide. Promove trabalhos sociais e é uma referência no bairro. Sempre tem uma palavra amiga para os que o procuram
HORÁCIO (Francisco Salgado), interessa-se por Marlene e os dois iniciam um namoro
GIL (Nêgo Ney), neto de Horácio, amigo de Duda e Bryan Lucas.

Novela evangélica

Desde as primeiras notícias sobre a produção de Vai na Fé, a mídia frisava que esta era a primeira novela na Globo com uma protagonista evangélica, o que gerou burburinho e curiosidade. A TV Globo tentava se aproximar e cativar o público evangélico crítico à emissora, em especial o mais conservador.

A autora Rosane Svartman revelou, na coletiva de imprensa da novela, que a ideia para a protagonista Sol nasceu em 2019, quando escrevia seu último trabalho, Bom Sucesso. Rosane reparou que de cada 10 pessoas do grupo de discussão que avaliava a novela, de 4 a 6 se diziam evangélicos. Este dado não só lhe chamou a atenção, como também provava que o público evangélico não estava afastado da Globo – pelo menos não da novela Bom Sucesso – e que aprovava a protagonista dessa novela, Paloma (Grazi Massafera), que era uma mulher de fé, cristã, católica praticante.
“Isso me fez pensar como seria essa personagem, como seria a família de Sol, que nasceu dessa pesquisa e desse entendimento.”

Beijo censurado

Foi pensando nesse público conservador, aliás, que a emissora resistiu em exibir cenas de romance homoafetivo entre personagens, como o beijo entre Clara (Regiane Alves) e Helena (Priscila Steiman), casal shippado nas redes sociais como #Clarena.

Desde maio de 2023, pelo menos três cenas românticas entre as personagens foram cortadas na edição da trama, o que chamou a atenção das redes. Após muitas reclamações, o aguardado beijo entre Clara e Helena finalmente foi ao ar, no capítulo do dia 21/06/2023.

Abordagens

Sobre os temas abordados em Vai na Fé, Rosane Svartman revelou no material de divulgação da novela:

“Estamos falando de uma novela contemporânea em que pretendemos, ao longo da trama, iluminar temas diversos que estão muito presentes nos dias atuais. Por exemplo, temos um casal de advogados que vai retratar a rotina dos tribunais. Justiça é um tema que permeia a novela. Temos o núcleo da universidade que trará a realidade das cotas, da diferença social, da meritocracia, entre outras temáticas que estão presentes na realidade dos jovens de hoje. (…) Enfim, serão sempre enfoques com perspectivas diferentes, considerando a vivência e a história de cada um.”

Sucesso comercial

Sucesso de audiência e repercussão, Vai na Fé tornou-se a novela do horário das sete da Globo com maior retorno publicitário, desbancando a recordista anterior, Cheias de Charme (2012), de mais de dez anos antes. Ao todo, foram 15 patrocinadores fechados e mais de 60 ações ao longo da produção.

“Uma estratégia que a gente usou foi trazer para dentro da sala de roteiro roteiristas que cuidam da parte comercial, e pensam no merchan e inserções na trama”, disse a autora Rosane Svartman.
“Esses roteiristas ajudaram a gente a criar essas ações de forma orgânica dentro da história. Além disso, uma das minhas roteiristas colaboradora ficou junto dessa equipe para pensar também nas prospecções, trazendo ideias de como encaixar dentro da narrativa e do roteiro.

Vai na Fé também foi um case de sucesso no streaming, com um recorde quebrado desde o lançamento do Globoplay, em novembro de 2015.
“A novela já alcançou mais de 162 milhões de pessoas desde a estreia na TV Globo. No Globoplay, tem o melhor consumo histórico entre novelas das sete e é o segundo conteúdo on demand mais assistido deste ano, atrás apenas de Todas as Flores, comentou Claudio Paim, diretor de negócios da Globo.

No Ibope, Vai na Fé fechou com 23 pontos de média na Grande São Paulo, três acima da sua antecessora, Cara e Coragem. Na reta final, a trama chegou próximo dos 30 pontos, algo que o horário não via desde antes da pandemia de Covid-19. Em outras capitais, como Recife, Salvador, Rio de Janeiro e Belém, o folhetim foi um fenômeno, com marcas próximas aos 35 pontos. (Portal F5, Gabriel Vaquer, 04/08/2023)

Razões do sucesso

A jornalista Cristina Padiglione, em sua crítica publicada na Folha de São Paulo de 20/07/2023, levantou alguns tópicos que explicaram o sucesso de Vai na Fé:

“Assim como fazia na novela anterior [Bom Sucesso], Rosane Svartman salpica literatura pura no meio das cenas, e nem por isso as pessoas diante da tela mudam de canal. O efeito alcançado endossa que seduzir o público por meio de um bom texto é questão de habilidade. (…)

– Representatividade de diversidade: protagonista negra (Sheron Menezzes) entregou personagem evangélica fiel aos seus princípios religiosos, passando longe do maniqueísmo, ou seja, sem desprezar os conflitos com a atividade de dançarina, um talento e uma paixão para ela;
– Abordou homoafetividade com condições de furar bolhas: enquanto a direção da Globo cortava cenas de beijos entre meninas, os autores procuravam um meio de fazer valer a ideia. Cautela para uns, censura para outros, a abordagem favoreceu o alcance do recado a um público mais conservador;
– Tolerância religiosa: o enredo também furou bolhas para atingir evangélicos e não evangélicos, beneficiando a derrubada de estereótipos e preconceitos entre os dois lados;
– O elenco esbanjou química, graças a um texto orgânico, com frases que cabem na boca das pessoas na vida real, sob competência dos atores e a direção regida por Paulo Silvestrini;
– Por meio de Wilma, personagem de Renata Sorrah, vieram linhas de clássicos do teatro e várias referências a outras novelas;
– A produção revelou novos atores jovens e ampliou o cast de atores negros com êxito;
– O enredo zelou pelo humor mesmo em meio a dramas puxados como um episódio de estupro pautando a essência da história da mocinha;
– O texto de Svartman, em companhia de Mario Viana, Renata Corrêa, Pedro Alvarenga, Renata Sofia, Fabrício Santiago e Sabrina Rosa, é uma aula de roteiro, com diálogos curtos e afiados;
– Por fim, Vai na Fé se mostrou útil e bem acabada, acertando na forma e no conteúdo, mas sobretudo entregando o principal para os interessados em novela: entretenimento. Afinal, de nada adianta o propósito de enviar boas mensagens e intenções se a distribuição do bolo falhar.”

Elenco

Bem escrita e dirigida, Vai na Fé teve muitos destaques no elenco, marcado pela diversidade de atores, em especial: Sheron Menezzes, Samuel de Assis, Emílio Dantas, Carolina Dieckmann, José Loreto, Renata Sorrah, Cláudia Ohana, Zé Carlos Machado, Elisa Lucinda e Regiane Alves.

Porém, quem roubou a cena dos atores mais experientes foi a estreante Clara Moneke, que cativou o público com sua personagem Kate (a Katelycia), garota carismática, espevitada, impulsiva, imatura e cheia de atitude.

Considerada uma “novela musical” – por causa dos personagens-cantores (Lui Lorenzo e Sol) -, Vai na Fé teve alguns números musicais com o elenco em geral. Um karaokê era cenário da trama e alguns atores soltaram o gogó em cena, como Emílio Dantas e Carolina Dieckmann, por exemplo.

Homenagem às telenovelas

Um dos destaques do elenco foi Renata Sorrah, encarnando a atriz Wilma Campos, personagem que caiu nas graças do público. Wilma foi uma atriz de sucesso na juventude, tendo brilhado nos palcos, cinema e televisão, mas ressentia-se por, com o tempo, ter caído no ostracismo, e vivia de lembranças gloriosas do passado, fazendo citações a peças, filmes e novelas em que atuou.

O publico divertiu-se com as várias menções a peças e grandes dramaturgos, e também a novelas, autores e personagens que marcaram a história da TV brasileira. Por meio de Wilma Campos, os autores de Vai na Fé homenagearam a arte de representar e o gênero telenovela.

Entre outras referências, Wilma orgulhava-se de sua performance como Nice na primeira versão da novela Anjo Mau (1976) e como Branca Letícia de Barros Motta, em Por Amor (1997-1998), personagens que, na realidade, foram vividas por Susana Viera. Entretanto, Wilma lamentava o fato de ter perdido o papel de Jade, de O Clone (2001-2002), para Giovanna Antonelli.

Uma passagem marcante aconteceu no final da trama, quando Wilma e Fábio (Zé Carlos Machado) foram escalados para protagonizar uma nova versão da novela Guerra dos Sexos, rebatizada de Guerra dos Sexes, título mais condizente com os tempos correntes. Os atores da ficção recriaram a famosa sequência do café da manhã, protagonizada por Fernanda Montenegro e Paulo Autran, em 1983, e por Irene Ravache e Tony Ramos, no remake de 2012.

Em uma cena da penúltima semana, Wilma, após ter seu trabalho “redescoberto”, é disputada por João Emanuel Carneiro, Glória Perez e Walcyr Carrasco (em participações especiais), tendo declamado falas de Flora, de A Favorita (de João Emanuel Carneiro), de Clara, de Barriga de Aluguel (de Glória Perez), e de Maria da Paz, de A Dona do Pedaço (de Walcyr Carrasco). Wilma terminou a cena brindando: “Vida longa às novelas!”

Crossover

Vai na Fé promoveu o retorno de alguns personagens de outras novelas, em participações especiais: Heloísa Jorge, a Pastora Dagmar da recém-finalizada Mar do Sertão, de Mário Teixeira; Deborah Secco, como Aléxia Mássimo de Salve-se Quem Puder (2020-2021), de Daniel Ortiz; Diego Montez, o William de Bom Sucesso (2019), da própria Rosane Svartman (escrita com Paulo Halm); e Pablo Sanábio e Jéssica Ellen, como Max e Adele de Totalmente Demais (2015-2016), de Rosane Svartman e Paulo Halm.

Ainda: os personagens Melissa (Ramille) e Flashback (Digão Ribeiro), da série Encantado’s, ajudaram Sol, de Vai na Fé, a fazer uma apresentação musical em frente ao supermercado daquela trama.

Perto de seu término, Vai na Fé “passou o bastão” para a novela substituta, Fuzuê, com dois crossovers.
Primeiro a participação de Giovana Cordeiro, protagonista da nova novela. Luna, personagem de Giovana, conheceu Guiga (Mel Maia), de Vai na Fé, e pediu que a influenciadora divulgasse em suas redes que estava à procura de sua mãe – uma das principais tramas de Fuzuê.
Depois foi a vez de Jefinho Sem Vergonha (Micael Borges), de Fuzuê, que encontrou e tietou seu ídolo Lui Lorenzo (José Loreto), de Vai na Fé

Produção de arte e cenografia

Tanto a paleta de cores, quanto os objetos de cena de Vai na Fé se basearam em cores vintage, “setentistas”, como marrom, bege, vinho, laranja, mostarda e vermelho, com a intenção de levar o espectador para o imaginário da memória.
“Junto disso, misturamos, em escala menor, pitadas de uma paleta mais fria, com tons de azuis, turquesa e roxo, que embalam cenários mais pops/coloridos, como a casa de Lui Lorenzo (José Loreto). Achamos que essa combinação é a mais interessante para uma novela atual, moderna e divertida”, afirmou a produtora de arte Carolina Pierazzo.

A casa de Sol (Sheron Menezzes), que na trama ficava no bairro de Piedade, subúrbio do Rio de Janeiro, remetia a um lar feliz, com forte presença dos pertences das mulheres da família nos ambientes, como livros, cadernos, esmaltes e uma máquina de costura, e do marido Carlão (Che Moais), que possuía muitas luvas de boxe.
Entre os objetos de decoração, móveis antigos, que pertenceram a gerações anteriores da família, e relicários que guardavam lembranças, porta-retratos e bibelôs. Todo o instrumental de produção das quentinhas esteve à mostra em diversas cenas, com a cozinha da casa sempre viva.

Na cidade cenográfica, nos Estúdios Globo, estavam localizadas a casa de Bruna (Carla Cristina Cardoso) e Kate (Clara Moneke), e a igreja que os personagens frequentavam. Em outro trecho, que representava a Zona Sul do Rio, ficavam o bar do Simas (Marcos Veras), reduto dos estudantes, e a universidade ICAES, um dos cenários mais grandiosos, uma construção extensa e que simulava um campus de universidade real.
“Temos distâncias grandes entre os espaços, corredores, repetição de portas, uma escadaria grande, vegetação, espelho d’água, pilotis, tudo isso dentro de uma arquitetura modernista. Conseguimos dar uma amplitude ao cenário, com materiais reais, medidas reais, o que confere uma possibilidade para a direção e para os autores escreverem muitas cenas sem precisar sair dos Estúdios Globo, facilitando muito o dia a dia da produção”, explicou a cenógrafa Anne Bourgeois.

Outro cenário importante era a mansão de Lui Lorenzo (José Loreto) e sua mãe Wilma Campos (Renata Sorrah), uma casa luxuosa com arquitetura exterior clássica e, no interior, objetos ligados à personalidade excêntrica do cantor, como um iluminado bar na sala de estar, fotos enormes nas paredes e plantas exóticas. Também instrumentos musicais e de ginástica, equipamentos de DJ, discos de ouro/platina, álbuns antigos dos anos 2000, entre outros elementos.
“A mansão de Lui Lorenzo tem inspirações na Gucci do Alessandro Michele, em casas contemporâneas icônicas de Milão, uma mistura dos estilos modernista e neoclássico. Também trouxemos o ‘setentismo’ pop e boêmio para este ambiente, revisitando o passado elegante que nos interessa. Elementos contemporâneos ultramodernos se encontram com objetos de época divertidos e coloridos, em um ambiente quase monocromático nas paredes e profundidades”, explicou Carolina Pierazzo.
“As peças são chiques, mas o conjunto da obra choca um pouco, porque temos muita informação icônica no mesmo ambiente”, concluiu a cenógrafa Anne Bourgeois.

Em contraponto estava a simplicidade do Refúgio Paz de Lumiar, centro de terapias holísticas do casal Dora (Claudia Ohana) e Fábio (Zé Carlos Machado). Uma pousada em Lumiar, região serrana do Rio de Janeiro, serviu de locação ao Refúgio. Criar a ambientação demandou um trabalho de bastante pesquisa para as equipes de arte e cenografia, tanto para as cenas externas quanto para as gravadas em estúdio.
“Visitamos alguns centros holísticos para entender melhor a filosofia dos espaços e a imersão nesses ambientes. O mais interessante foi entender sobre o dia a dia real desses centros: as alquimias feitas através de plantas, ervas, frutos, raízes, o dia a dia de trabalho colaborativo entre todos que estão hospedados (…) seja nas hortas, na cozinha, cortando lenha para as fogueiras e lareiras, ajudando na produção de aromaterapia, com cursos, palestras, massagens, etc.”, revelou Carolina Pierazzo.

Figurinos e caracterizações

A caracterizadora Lu Moraes contou que o objetivo da caracterização e do figurino era trazer ao elenco uma beleza natural, dentro da atmosfera solar da trama. Para Sol (Sheron Menezzes) e Lumiar (Carolina Dieckmann), que tinham personalidades distintas, foi pensada uma forma de equilibrar o visual de cada uma de forma que houvesse uma harmonia.
“Ludicamente falando, uma é o sol e a outra é a lua. Uma aquece e a outra ilumina. Para a Sol busquei um cabelo longo que nunca tinha visto na Sheron, respeitando o cabelo afro, o tipo de curvatura, a circunferência, o tipo de cacho que ela tem. (…) Eu queria deixá-la iluminada, então, o cabelo longo é para que pareçam raios de sol, ele tem a base mais escura e vai ficando iluminado no comprimento e nas pontas”, contou a caracterizadora.
“Para Lumiar, eu quis mostrar a Carolina bem diferente dos últimos trabalhos (…) Agora ela é uma advogada e professora universitária, então combina um cabelo reto, curto, prático e mais escuro. (…) Na maquiagem ela passa, no máximo, um blush, um rímel. A vaidade dela está em outro lugar e ela é naturalmente linda”, explicou a caracterizadora.

No visual dos homens, Lu Moraes optou por colocar barba na maioria.
“A barba é uma tendência forte. Quando eu vi que todos os homens da novela estavam barbados, fiz uma paleta de desenho de barba para não repetir a de nenhum personagem, nem cor, nem forma. Criei um tipo de barba em cada um”, explicou.
O cantor Lui Lorenzo (José Loreto), que também usava barba, era um personagem que ampliava as possibilidades de criação, e a opção foi por um cabelo bem curto. No núcleo de Lui, a ousadia também esteve no visual de Ivy (Azzy), Vitinho (Luis Lobianco) e Wilma (Renata Sorrah).
“Esse é o núcleo mais lúdico da novela, eles são uma trupe. É o núcleo que realmente dá para criar mais, para envolver mistérios, trazer mais elementos de maquiagem, cor e caracterização no geral. Para a Ivy, como a Azzy em si já é um personagem, chegamos no tom rosa do cabelo. Na paleta de cores deste núcleo, a Wilma tem os cabelos ruivos e o Vitinho, loiro branco. Ficou uma paleta superequilibrada”, completou Lu Moraes.

A figurinista Sabrina Moreira procurou seguir a realidade na composição das peças, mas brincou ao criar o figurino do grupo de Lui Lorenzo, que, durante os shows, era inspirado na proposta de cada apresentação.
“Cada vez que tem um show a gente conceitua separadamente”, contou Sabrina.
O figurino de Wilma também se destacou: “Como ela já foi atriz, isso está traduzido no figurino. A Wilma se veste de acordo com o humor dela no dia, com a situação que está vivendo. Tem dias que ela usa mais estampas, outros ela está mais rock and roll. É uma mulher multifacetada, e isso é um barato porque a gente vai montando um look a cada dia, de acordo com o mood da cena, não temos uma silhueta específica.”

Influenciadora digital e fashionista, a personagem de Mel Maia, Guiga, também permitiu um trabalho mais elaborado de composição do figurino.
“Não quis distanciar tanto e tirar a personagem do universo dos alunos da faculdade, que usam um visual confortável e despojado, mas é claro que ela está um tom acima de todo mundo. Estamos usando alfaiataria, fui para um lado bem patricinha, com muita peça de grife, usando ‘candy colors’, tudo nesses tons quentes que estão super em alta”, descreveu Sabrina.

Trilha sonora

A trilha sonora era composta por todos os estilos musicais de uma típica novela das sete, do pop ao romântico. Como não poderia ser diferente, funk e gospel também, já que a história abordava estes universos.

A música da abertura era inédita, encomendada especialmente para a novela, tendo como base o refrão de outra canção, “Vai na Fé”, gravação de MC Liro e MC GM. Assim, Negra Li foi para estúdio gravar “Vai Dar Certo”, que usou o refrão de “Vai na Fé”.

Ao longo de Vai na Fé, a autora Rosane Svartman fez várias referências ao repertório de Lulu Santos, prestando assim uma bonita homenagem à carreira do cantor, que, consequentemente, fez uma participação especial na trama.

O repertório do personagem Lui Lorenzo (José Loreto), um cantor pop de gosto duvidoso, foi todo original, composto e produzido especialmente para ele. Suas músicas extrapolaram a trama da novela e fizeram sucesso também na vida real. Desde a pré-estreia de Vai na Fé (em janeiro de 2023), o perfil de Lui estava disponível nas principais plataformas de reproduções digitais. O alcance de suas músicas cresceu com o decorrer da novela, à medida que novas canções foram apresentadas na trama – o personagem lançou dez músicas inéditas.

De acordo com a área de Comunicação da TV Globo, até a primeira semana de agosto (último mês da novela), foram 4 milhões de streams no Spotify – números que se equiparavam com artistas da vida real – e 700 mil ouvintes únicos. Contabilizando o desempenho nas cinco maiores plataformas de música, o perfil de Lui alcançou mais de 9 milhões de streams, que embalaram ao som de “Joaninha” e “Se Eu Fosse Casado”, seus maiores hits.

Na reta final da novela, com a ascensão da carreira artística de Sol (Sheron Menezzes), a personagem também ganhou um perfil nas plataformas digitais de música, com duas composições: “Te Quero Bem Aqui Comigo” e “Não É Não”. As músicas dos personagens foram todas compostas por Daniel Musy e Cassiano Andrade.

CABEÇA ERGUIDA – Drik Barbosa com Cynthia Luz e Lourena
DESPECHÁ – Rosalía
GAROTA NOTA 1000 – Ludmilla
GAROTA NOTA 1000 – MC Marcinho e DJ Malboro
HELLO SUNSHINE – Aretha Franklin
HOPE – Arlo Parks
JUST THE TWO OF US – Ráae e Rafael Anjos
LUMIAR – Roberta Campos
ROMANCE WITH A MEMORY – Oliver Sim
SE VOCÊ NÃO VEM – TH4I e MC Tha
TE AMO – Kiaz e Anitta
VAI DAR CERTO (VAI NA FÉ) – Negra Li e MC Liro

Tema de abertura: VAI DAR CERTO (VAI NA FÉ) – Negra Li e MC Liro

(Vai, vai, vai na, vai na fé!)

Com muita coragem
A gente tá de pé
A gente segue em frente
De cabeça erguida e sonhos pra viver
Nada segura a gente
Ninguém segura a gente

Foco, respeito, paz e esperança
Essa é a missão
Pelos meus peço força, saúde
E na vida muita proteção

E é desse jeito que vai ser
O sol pra gente sempre vai nascer
Não importa o que acontecer
Nossa voz vai ecoar
O brilho iluminar
Em todo canto
Em todo lugar

Vai na fé (vou com muita garra)
Graças a Deus (eu não choro mais)
Quero ver minha família bem
Meus amigos bem
Todo mundo bem

Vai, vai, vai na, vai na fé…

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