Mar do Sertão

– núcleo de ZÉ PAULINO (Sérgio Guizé), rapaz honesto e corajoso, que vive para o trabalho e para a noiva, seu grande amor. Vaqueiro da Fazenda Palmeiral, é leal ao patrão, dono da fazenda. Pouco antes de seu casamento, sofre um acidente e é dado como morto. Porém, salvo das águas, não morreu. Retorna anos depois rico e poderoso, como JOSÉ MENDES, como faz questão de ser tratado, disposto a vingar-se do responsável pela tocaia que quase lhe tirou a vida. Encontra a amada casada com seu inimigo e o filho criado por ele:
o pai DAOMÉ (Wilson Rabelo, participação), meeiro na fazenda onde trabalha. Morre no início
o protetor ADAMASTOR (Everaldo Pontes, participação), pastor de cabras que o resgata das águas após o acidente, responsável por salvar sua vida. Acaba morto
o melhor amigo MARUAN (Pedro Lamin), de família de milionários do petróleo árabe. Chega a Canta Pedra com José Mendes, mas escondendo de todos que é riquíssimo. É um rapaz bom, mas suas frustações amorosas o tornaram um homem desconfiado
a assistente LAURA (Eli Ferreira), que ele traz a Canta Pedra depois de rico. Mulher cosmopolita e bem-educada, mas dissimulada.

– núcleo de CANDOCA (Isadora Cruz), a amada de Zé Paulino. Jovem decidida, de personalidade forte, que luta por aquilo que acredita. No início é professora em Canta Pedra, depois forma-se médica. No dia de seu casamento, o noivo é dado como morto, o que muda seu destino. Enredada, casa-se com outro, mesmo esperando um filho de Zé Paulino:
a mãe DODÔCA (Cyria Coentro, participação), viúva, costureira, criou a filha sozinha. Os anos de trabalho duro deixaram marcas que minaram sua saúde. Acaba morrendo no início
o filho pequeno MANDUCA (Enzo Diniz).

– núcleo de TERTULINHO (Renato Góes), mulherengo, só quer saber de boa-vida às custas do pai, um rico fazendeiro. No início, volta para Canta Pedra após uma temporada na capital, supostamente estudando, e apaixona-se por Candoca, que deixa claro que é fiel ao noivo. Em uma oportunidade de salvar a vida de Zé Paulino, Tertulinho deixa que ele morra, vendo assim a oportunidade de ficar com Candoca. Enreda a moça e casa-se com ela. Cria o filho de Candoca como se fosse seu. Para sua surpresa, Zé Paulino não morreu e está de volta para vingar-se dele:
os pais: CORONEL TERTÚLIO (José de Abreu), rico fazendeiro aferrado a velhos princípios. Pouco integrado aos novos tempos, tem orgulho do poder que conquistou: um dos desbravadores de Canta Pedra, é dono do único açude da região. Tem apreço por Zé Paulino,
e DEODORA (Débora Bloch), mulher bonita, racional e prática. Não mede esforços para proteger o filho e para manter o status da família, passando por cima de todos se for preciso. Tem uma relação ruim com Candoca
a amante XAVIERA (Giovana Cordeiro), sedutora e ambiciosa, acaba preterida por ele. Para vingar-se, aproxima-se de José Mendes. Com um passado conturbado, é uma sobrevivente, disposta a não repetir seu passado e construir um futuro melhor para si
o capataz da fazenda CATÃO (Déo Garcez), fiel ao coronel Tertúlio
a empregada ISMÊNIA (Ana Miranda), mulher de Catão. Está com a família desde sempre e ajudou a criar Tertulinho. Sem papas na língua, fala o que pensa aos patrões
o peão JOEL LEITEIRO (Matteus Cardoso), amigo de Zé Paulino. Vive acomodado em seu papel de eterno servidor do coronel, de quem se julga devedor.

– núcleo de TIMBÓ (Enrique Diaz), sobrevivente da seca, da vida agreste a que o povo da região está condenado há gerações. Amigo de Candoca e de Zé Paulino, por quem tem grande admiração. Apesar de todas as dificuldades, é esperto, levando a vida com bom humor, criatividade, e até um pouco de malandragem. Analfabeto, mas com grande vivacidade de espírito. Ao longo da trama, descobre que o terreno onde mora esconde petróleo, despertando a cobiça dos poderosos da região:
a mulher TEREZA (Clarissa Pinheiro), forte e religiosa, é também uma pessoa sofrida, o que a tornou ressabiada e caladona
os filhos: MIRINHO (Lucas Galvino), rapaz indolente, fica amigo de Tertulinho. Sempre envolvido com más companhias e querendo se dar bem, de preferência sem fazer esforço,
ROSINHA (Manuella Guimarães / Sara Vidal), professora da escolinha local, sonha formar-se engenheira,
e JOCA (Miguel Venerabile), o caçula, melhor amigo de Manduca.

– núcleo de SABÁ BODÓ (Welder Rodrigues), no início, prefeito de Canta Pedra. Só pensa em dinheiro e negociatas e acaba preso acusado de corrupção. Usa a própria filha, que se elege prefeita, para perpetuar seu poder:
a mulher NIVALDA (Titina Medeiros), fútil e interesseira, é comparsa das falcatruas do marido
a filha JESSILAINE (Giovanna Figueiredo), herdeira política do pai, no início é um fantoche. Porém, não tarda em adquirir consciência própria, rebelando-se contra ele.

– núcleo de ZAHYM (César Ferrario), libanês comerciante de tapetes persas, eletrodomésticos e do que mais aparecer. Arraigado às tradições de seus antepassados. Cria a filha com mão de ferro, pois ela está prometida a um sheik de sua terra natal:
a mulher LATIFA (Quitéria Kelly), exímia comerciante, inteligente e astuta
a filha LABIBE (Theresa Fonseca), uma das melhores amigas de Candoca. Aguarda sem muita fé o seu príncipe encantado. Considera uma esquisitice do pai o fato de ter sido prometida a um sheik. Apaixona-se por Maruan quando o conhece, mas o pai impede o namoro porque acha que ele é um pobretão.

– núcleo do PADRE ZEZO (Nanego Lira), pároco de Canta Pedra, homem pouco paciente com os fiéis de sua igreja:
a sobrinha LORENA (Mariana Sena), órfã que criou como se fosse sua filha. Melhor amiga de Candoca e Labibe, desde que elas eram crianças
a pastora DAGMAR MURICY (Heloísa Jorge), assume o ministério na cidade. A princípio, rival do Padre Zezo. Depois, pacificados por Candoca e pelos interesses em comum, se entendem ecumenicamente. Ao longo da trama é revelado que é a mãe de Lorena, que a abandonou com o padre quando ela era bebê
a sacristã ANITA (Julia Mendes), muito religiosa e pudica.

– demais moradores de Canta Pedra:
VESPERTINO (Thardelly Lima), agiota aproveitador e oportunista. Como fachada para seus negócios escusos, mantém uma casa de câmbio na cidade
PAJEÚ (Caio Blat), jagunço de Vespertino, seu guarda-costas. Sério e ameaçador, é, porém, muito religioso, devoto do Padre Cícero. Viverá um tórrido romance com Deodora
CIRINO (Théo Matos) filho pequeno de Pajeú
EUDORO CIDÃO (Érico Brás), jornalista de caráter duvidoso que aluga suas matérias a quem pagar mais. Além de publicar o jornal local, a Gazeta de Canta Pedra, sua gráfica edita o Diário Oficial da cidade, e ele não quer perder essa vantagem
CASIMIRO (Lukete), assistente de Eudoro Cidão no jornal
DELEGADO FLORO BORROMEU (Leandro Daniel), corrupto e oportunista. Bajulador com os fortes e severo com os fracos
VENÂNCIO (Hugo Germano), sargento de polícia
QUINTILHA (Ju Colombo), dona da pousada Casco de Sol. Meio cética em relação a tudo, principalmente em relação às pessoas
CIRA (Suzy Lopes), camareira da pousada. Fofoqueira-mor da cidade, verdadeira fonte de informações da vida de todos os moradores de Canta Pedra. Muito ativa nas redes sociais, onde inventa notícias e destrói reputações
FIRMINO QUEIROZ (Odilon Esteves), advogado, inexperiente no amor e na profissão. É apaixonado por Lorena
VANCLEI (Marcello Melo Jr.), ex-namorado de Xaviera que chega a Canta Pedra atrás dela. Um grande malandro
MÁRCIO CASTRO (Gabriel Godoy), advogado que chega a Canta Pedra para ajudar Laura a prejudicar José Mendes
FUBÁ MIMOSO (Marco França), matador profissional contratado por Tertulinho para matar José Mendes
TOMÁS CARVALHAL (Felipe Velozo), gerente do banco local. Apaixonado por Rosinha, a quem não tem coragem de se declarar
SAVINHO (Bruno Dubeux), dentista, apaixonado por Labibe, mas não correspondido
JANJÃO (Cosme dos Santos), dono do boteco, ponto de encontro dos moradores
ALELUIA (Jade Sassará), funcionária da prefeitura.

Sertão fabular

O autor Mário Teixeira comentou sobre sua novela:
“Escolhemos ambientar a história em uma cidade fictícia para mostrar o sertão que existe, mas com liberdade para também apresentá-lo de forma metafórica, fabular. Quero trazer para essa novela o nordeste que está dentro de mim, que vivi durante toda a minha vida.”

O diretor artístico Allan Fiterman complementou:
“O público pode esperar uma novela espirituosa, com boa dose de leveza e humor. Conhecemos o sertão semiárido, e falaremos dele, mas queremos dar espaço também para a natureza verde, a cultura e a arquitetura com muitas cores dessa região.”

Elenco

Sem uma trama muito forte, a novela segurou-se basicamente na galeria de personagens ricos e carismáticos, bem defendidos por seus intérpretes, com grande destaque para Giovana Cordeiro (Xaviera), Enrique Diaz (Timbó), Clarissa Pinheiro (Tereza), Welder Rodrigues (Sabá Bodó), Érico Brás (Eudoro Cidão) e Suzy Lopes (Cira).

Foram cerca de 20 atores nordestinos no elenco, entre eles os paraibanos Isadora Cruz, Nanego Lira, Suzy Lopes, Thardelly Lima, Everaldo Pontes e Quitéria Kelly (que nasceu em João Pessoa, mas foi criada em Natal, RN); os potiguares César Ferrario, Titina Medeiros e Matteus Cardoso; os pernambucanos Renato Góes e Clarissa Pinheiro; o maranhense Déo Garcez; o cearense Lucas Galvino; e os baianos Érico Brás, Cyria Coentro e Felipe Velozo.

Inicialmente, o diretor artístico seria Vinícius Coimbra, que acabou afastado da produção após denúncias de racismo relatadas nos bastidores da novela Nos Tempos do Imperador (2021-2022), sendo substituído por Allan Fiterman. Coimbra acabou demitido da emissora pouco tempo depois.

Repentistas

As cenas do próximo capítulo surgiram repaginadas em Mar do Sertão. Foi do diretor artístico Allan Fiterman a ideia de inserir uma dupla de repentistas narrando o que aconteceria na trama da novela.
“Sugeri contarmos as cenas do próximo capítulo em forma de repente. A partir daí começamos a procurar repentistas talentosos que estivessem dispostos a colaborar criativamente contando a história do próximo capítulo”, disse o diretor ao Gshow.

Os escolhidos foram os paraibanos Juzeh (Zé Neto) e Lukete (Lucas Queiroga), que viveram os divertidos Totonho e Palmito. Eles apareceram como narradores, mas Lukete tinha ainda um pequeno personagem na trama, Casmiro.
“A gente lê os capítulos, recebe um briefing do que é importante ter e aí a gente vai criando um diálogo com nosso jargão e fazendo o repente. As coisas vão surgindo naturalmente, algumas coisas nascem em cena, na véspera da cena”, explicou Juzé.

Locações

A equipe de produção viajou ao Nordeste para captar imagens de paisagens, gravando cenas com parte do elenco. Entre o final de maio e o início de junho de 2022, durante duas semanas, um grupo de aproximadamente 60 profissionais esteve em Pernambuco e em Alagoas para cumprir o plano de filmagens.
“Ao longo da novela, passaremos mais tempo trabalhando nos estúdios e cidades cenográficas dos Estúdios Globo, no Rio de Janeiro, então, viajamos com o objetivo de iniciar o projeto completamente mergulhados no ambiente onde a obra se desenrola e também de captar muitas cenas de stockshot e de paisagens para usarmos ao longo da trama. Estou tentando trazer para a novela poesia na imagem”, explicou o diretor Allan Fiterman.

A jornada teve início pelo Vale do Catimbau, em Pernambuco. Localizado entre o Agreste e o Sertão pernambucano, é o segundo maior parque arqueológico do Brasil. O vale conta com diversos sítios arqueológicos, grutas, cemitérios pré-históricos e pinturas rupestres com mais de 6 mil anos.

Os trabalhos seguiram em Piranhas, Alagoas, onde foram gravadas cenas que mostraram a exuberância do Rio São Francisco, assim como as cores e a alegria da cidade de aproximadamente 25 mil habitantes, que teve seu centro histórico como inspiração para a criação de Canta Pedra, a fictícia cidade onde se passava a história.

A fim de promover a estreia de Mar do Sertão, a Globo exibiu, em 19/08/2022, uma edição especial do Globo Repórter (na sexta-feira antes da estreia), que revelou os bastidores das gravações da novela em Pernambuco e Alagoas.

Figurinos e caracterizações

No figurino, predominaram as rendas, os bordados e o linho. A figurinista Julia Ayres esteve em lojas e feiras de Recife em busca de roupas e acessórios para a novela.
“Trouxemos muita coisa do Nordeste, além de estarmos contando com o trabalho de artesãos da região. Acredito que assim conseguimos retratar o sertão com mais propriedade”, disse.

Os homens tinham muitas peças de linho, muito usado no Nordeste por ser mais fresco. O gibão de couro, usado por Zé Paulino (Sergio Guizé) e por Catão (Déo Garcez), foi um exemplo de peça produzida especialmente para a trama.

Candoca (Isadora Cruz), na primeira fase da trama, usava roupas leves. “A personagem tem um ar romântico e usa muitos vestidos em tons claros e terrosos, que é um tom predominante no figurino da novela. Depois, o guarda-roupa de Candoca passa a ter mais calças e camisas de tecidos leves, que combinam com o clima da região”, afirmou Julia.

A equipe de caracterização, comandada por Auri Mota, usou pouca maquiagem, que é o mais comum na região. “Investimos no protetor solar, por causa do calor, mas, no geral, temos apenas um hidratante nos lábios”, revelou Auri. Uma das poucas personagens com cores intensas nos lábios era Xaviera (Giovana Cordeiro).

Para os cabelos, para marcar a passagem de tempo na trama, Auri afirmou que, no início da novela, as atrizes apareciam com os fios mais alisados, e, depois, aquelas que tinham os cabelos ondulados ou crespos, passaram a usá-los ao natural, marcando o empoderamento feminino dos últimos anos. Já os homens ganharam alguns fios grisalhos quando a história avançou.

BAION – Azdi, Tânia Grinberg, Itamar Pereira, Leonardo Padovani, Rafael Mota, Daniel Tauszig e Diogo Carvalho
BICHO DE SETE CABEÇAS II – Geraldo Azevedo e Elba Ramalho
BOCA EM BRASA – Simone
CARCARÁ – Barbatuques
DEUS ME PROTEJA – Juliette
ENQUANTO ENGOMA A CALÇA – Ednardo
GRANDE PODER – Comadre Florzinha
PELA INTERNET – Gilberto Gil
PELEJEI – Marina Sena
SOBRADINHO – Chico César (tema de abertura)
TUAREG – Gal Costa
XIQUE-XIQUE – Tom Zé
XOTE DAS MENINAS – Trio Mana Flor

Tema de abertura: SOBRADINHO – Chico César

O homem chega e já desfaz a natureza
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco, lá pra cima da Bahia
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar
E passo a passo vai cumprindo a profecia
Do beato que dizia que o sertão ia alagar

E o sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão

Adeus Remanso, Casa Nova, Sento-sé
Adeus Pilão Arcado vem o rio te engolir
De baixo d’água lá se vai a vida inteira
Por cima da cachoeira o gaiola vai subir
Vai ter barragem no salto do Sobradinho
O povo vai-se embora com medo de se afogar

E o sertão vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão
Vai virar mar, dá no coração
O medo que algum dia o mar também vire sertão

Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Sobradinho
Adeus, adeus, adeus
Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Sobradinho
Adeus, adeus, adeus…